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Resenha crítica

KERN, Richard (2006). Perspectives on Technology in Learning and Teaching


Languages. Tesol Quarterly, Vol. 40, Nº 1, Berkeley, California, United States.

Lilia Nara Santos Sena1

O artigo científico, “Perspectives on Technology in Learning and Teaching


Languages”, foi escrito por Richard Kern e publicado em 2006 pela revista Tesol
Quarterly. Assim, o estudo se divide em três seções que esboçam as controvérsias
relacionadas às tecnologias de informação e comunicação, os resultados de três
áreas atuais de pesquisa: comunicação mediada por computador, letramentos
eletrônicos e telecolaboração, e a terceira seção desenvolve implicações para o
ensino e a pesquisa, destacando diversos pontos importantes.

Nessa conjuntura, o trabalho suscita a discussão sobre como o


desenvolvimento e ampliação dos meios tecnológicos influenciará no estudo, ensino
e até mesmo uso de idiomas. Em face disso, observam-se os grandes avanços que
ocorreram nos meios de comunicação com o surgimento da internet e suas
ferramentas, avanços esses que perpassaram a área do ensino, ofertando aos
docentes os mais variados recursos para implementação de aulas. Logo,
revolucionando a forma de ministrar aulas, principalmente a de idiomas, tendo em
vista que possibilita ao aluno maior imersão na língua estudada.

Inicialmente, o texto apresenta as mudanças de perspectiva que a CALL,


aprendizagem de línguas assistida por computador, passou graças a esses avanços
tecnológicos. Nesse sentido, o aprendizado de línguas, que antes era restrito
apenas ao computador, agora é possível através de outros contextos que envolvam
as tecnologias computacionais, uma vez que o uso de computadores se tornou parte
do cotidiano de todos. Diante disso, é válido ressaltar o pensamento de Warschauer
(1999a, s/p) que diz que “the truly powerful technologies are so integrated as to be
invisible”. Assim, hoje é impossível pensar no ensino de línguas sem associá-lo às
ferramentas de tradução e dicionários online, aos aplicativos de conversação, games

1
Aluna do quinto semestre do curso de Letras da Universidade Estadual Vale do Acaraú, Sobral/CE.
narasena4@gmail.com.
e outros, ainda que a integração da tecnologia da computação e educação ainda
esteja incompleta.

Por sua vez, o texto também argumenta sobre a eficácia dessas tecnologias,
identificando três problemas com seu uso. São eles: o problema de definir o que
conta como tecnologia, o problema de separar uma tecnologia de seus usos
particulares e os efeitos de outros fatores mediadores, como os alunos, o ambiente,
a(s) tarefa(s) e o tipo de avaliação. Dessa maneira, é notório que apesar de
inovadora a tecnologia sozinha não pode ser vista como a única solução para os
problemas relacionados ao ensino, sendo necessária a mediação do professor e a
integração de técnicas que reúnam o melhor da experiência em sala de aula e dos
recursos tecnológicos.

Outrossim, outro ponto bastante pertinente no estudo foi o da comunicação


mediada por computador. Nesse contexto, apesar das críticas ao modelo, a CMC
possibilita aos aprendizes a oportunidade de socialização com a língua em um
ambiente menos maçante que as escolas, viabilizando um meio do aluno aprender
através de assuntos que ele mais se identifique. Portanto, considerando que a
interação ocorre principalmente por escrito, também oferece aos alunos uma ampla
oportunidade de se concentrar na forma e no conteúdo, ajudando no
desenvolvimento do Writing e do Reading, habilidades que os aprendizes ainda
apresentam certa dificuldade.

Destarte, entende-se que não é a tecnologia em si que afeta a


aprendizagem da língua e da cultura, mas os usos particulares da tecnologia. Em
face disso, é essencial os esforços dos professores na coordenação das atividades
dos alunos, uma vez que muitos deles ainda não vincularam a ideia de tecnologia à
educação, não compreendendo o valor de seu caráter educacional. Diante disso, é
fundamental que as novas práticas de ensino sejam implementadas nas escolas
desde os anos iniciais, para que os alunos possam desenvolver a ideia de parceria
entre a tecnologia e a escola para haver maior familiarização.

Referências

Warschauer, M. (1999a). CALL vs. electronic literacy: Reconceiving technology


in the language classroom. Retrieved December 2, 2005, from
http://www.cilt.org.uk /research/resfor2/warsum1.htm.

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