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Desenvolvimento Organizacional
O principal desafio das organizações, reside em não apenas dirimir o conflito entre
objetivos individuais e organizacionais: O desafio principal é compatibilizar os objetivos da
organização, os da sociedade onde a organização se encontra e os objetivos dos indivíduos
que integram a organização.
Ultimamente, tem aumentado a pressão da opinião pública sobre as organizações,
com relação à responsabilidade social. Inúmeros casos podem ser citados: entidades de
proteção aos consumidores, movimentos comunitários, sociedades ecológicas, secretarias
de meio ambiente, limitações adicionais à livre atuação das organizações por meio da
legislação e etc.
Enquanto nos sistemas físicos a entropia é inexorável e o máximo que se pode fazer
é adiar a morte do sistema, o mesmo não ocorre nos sistemas sociais, entre os quais as
organizações pela capacidade que apresentam de importar continuamente do mundo
externo os recursos (materiais, energia, informação) que podem superar indefinidamente o
processo de entropia.
Quando uma empresa busca melhorar sua eficiência, eficácia, produtividade e/ou
adaptabilidade, ela pode implementar mudanças planejadas no sistema organizacional.
Essas mudanças podem ser amplas, abrangendo toda a organização, ou mais específicas,
com o objetivo de aprimorar áreas específicas da empresa.
Modelo Proposto
O processo de intervenções compõem 7 componentes:
1) Premissas- desenvolvimento e intervenção na organização. Geram diretrizes,
filosofia e valores desses processos. Podem ser explícitas ou não. Escolhas de
prioridades ao longo do processo, foco de atenção. Importante haver uma
Pesquisa-ação, referente ao relacionamento consultor-cliente com caráter de
aprendizagem mútua
2) Fases do processo de intervenções. Panorama da sequência dos processos.
3) Níveis em que as intervenções ocorrem. Interpessoal, individual, grupal, intergrupal,
organizacional, relacionamento da organização com o ambiente.
4) Tecnologia empregada. Métodos e instrumentos utilizados.
5) Competências (habilidades e atitudes) requeridas. Técnicas e interpessoais
6) Institucionalização dos objetivos. Alvo do processo de intervenção
7) Avaliação do processo de intervenção. Monitoria do processo, auto-regulagem.
Macroprocesso de Intervenção
a) Fase de contato: primeiros momentos entre consultor-cliente. A organização-cliente
revela estar sentindo um problema. Importante o alinhamento de expectativas.
Contrato formal.
b) Fase de diagnose: Complementação e aprofundamento do pré-diagnóstico. Situação
presente da organização, estágio de desenvolvimento, disfunções, mudanças
necessárias, nível de motivação necessários.Técnicas usadas nessa fase: Entrevista
/ Reuniões / Seminários / Feedbacks / Reuniões de Confrontação / Análise de
campo de forças.
c) Fase de planejamento: das mudanças, das intervenções, o produto desta fase é
Plano de Ação.
d) Fase de Ação: Implantação de projetos e subprojetos. Construção de clima de
compreensão, fortalecimento da equipe, força-tarefas para a mudança, treinamento
de pessoas, elaboração de projetos específicos
e) Fase de Desengajamento: Relação de interdependência e não de dependência ou
independência entre consultor-cliente.
f) Fase de Intervenções simultâneas. Fases variam muito.
Microprocesso de intervenção
Após completar o ciclo apresentado na figura 8.5, inicia-se uma nova coleta de
dados para validação das intervenções, proporcionando que indivíduos e sistemas
organizacionais possam aprender a partir de suas experiências. As etapas do
microprocesso estarão presentes em todas as etapas do macroprocesso, conforme a figura
8.6. O autor comenta que consultorias tradicionais afirmam que as informações devem ser
coletadas antes das intervenções.
Níveis
Os níveis podem ser tanto o foco da intervenção, quanto o grau de profundidade da
intervenção. O foco engloba o individual, grupal, intergrupal, organizacional e
interorganizacional, já o grau de profundidade, pode tratar desde assuntos mais superficiais,
como a descrição de um cargo e suas responsabilidades, ou até mesmo algo mais
profundo, como aspectos reprimidos e inconscientes. Segundo Foguel e Souza (1980)
“Uma vez caracterizado o componente "níveis", evidencia-se que a escolha da tecnologia
de intervenções sociais e técnico-administrativas apropriada também dependerá do nível de
intervenção necessário”
Tecnologias
Tecnologias são o conjunto de técnicas, métodos, instrumentos de intervenções que
buscam resolver os problemas e explorar oportunidades no processo de intervenção,
considerando o nível em que ele ocorre. Pode-se ter tecnologias que englobam o
desenvolvimento organizacional (DO), administração, psicanálise, ciencias politicas e
sociais de modo geral.
Alguns exemplos de tecnologias:
- Consultoria de Processo;
- Metodologia de Resolução de Problemas;
- Administração de Conflitos;
- Desenvolvimento e Fortalecimento de Equipes;
- Planejamento Estratégico;
- Administração por Objetivos;
- Programas de Treinamento;
- Estrutura Organizacional;
- Negociação de Papéis;
- Pesquisa Operacional;
- Organização e Métodos;
- Sistemas de Informação;
- Finanças e Contabilidade;
- Planejamento de Carreira;
- Enriquecimento do Trabalho;
- Pesquisa de Mercado.
Competências
Ao longo do processo de intervenção, deverão ser identificados nos envolvidos
competências que podem ser divididas em conhecimentos e habilidades técnicas e
interpessoais, conforme Foguel e Souza (1980) “Os conhecimentos e habilidades
requeridos para a efetivação do processo de mudança, somente ficarão caracterizados na
medida em que o processo avança e são identificados os problemas e oportunidades, bem
como diagnosticadas suas causas, natureza e nível.”
Além de suas competências técnicas em sua área específica, o consultor deverá ter
grau elevado de competência interpessoal, pois além de resolver problemas atuais, o
consultor deverá estimular e capacitar os envolvidos para que possam resolver problemas
semelhantes no futuro. A missão do consultor é de terceiro grau, onde estimula os
envolvidos a “aprender a aprender", denominado aprendizado de segundo grau.
Avaliação
A avaliação está presente em cada um dos processos citados anteriormente, pois
apoia na verificação de premissas que embasam a prática e adequação do processo de
intervenção, no nível em que se está atuando, da tecnologia adotada e seus resultados.
Como resultado da avaliação fase de ação, poderia ser adotada uma das seguintes
alternativas:
Institucionalização
A institucionalização refere-se ao nível de efetivação das mudanças na organização,
estimuladas pela intervenção. O esperado é que os envolvidos na intervenção tenham
capacidade de identificar e resolver situações futuras, Segundo Foguel e Souza (1980) “À
medida que o processo de intervenção ocorre, espera-se que sejam incorporados na
própria vida da organização - institucionalizam-se - a postura e os procedimentos utilizados
nas intervenções.".
A institucionalização pode usar de indicadores do subsistema social, como a
interação entre os integrantes do grupo, que impactam a autenticidade nas escolhas que
são feitas e também no sub-sistema técnico, impactando na eficácia/eficiência de produção.
Referencial bibliográfico
Foguel, Sérgio & Souza, Carlos César. Desenvolvimento e deterioração organizacional. São
Paulo, Atlas, 1980.