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Também a França foi afetada pela Grande Depressão, embora não na amplitude dos EUA ou da
Alemanha, tinha uma alta taxa de desemprego.
Desacreditados perante a opinião pública, os governos enfrentavam as críticas de esquerda, que pediam
soluções inspiradas em Keynes e no New Deal, e a contestação da direita – ligas nacionalistas de pendor
fascista;
Face à virulência progressiva das forças da extrema-direita, iniciou-se uma apreciável mobilização dos
cidadãos, que convergiu numa ampla coligação de esquerda denominada Frente Popular (Léon Blum)–
constituída por socialistas reformistas, comunistas e partidos radicais que tinham como objetivo
prioritário, deter o avanço do fascismo na França. O seu lema era “pelo pão, pela paz e pela liberdade”.
Inquietos com a ocupação de fábricas, os patrões denunciaram prontamente a ameaça bolchevista que
pairava sob o país. O Governo interveio na mediação do conflito, resultando os “Acordos de Matignon”
celebrados em 7 de junho (concordância dos sindicatos e das entidades patronais).
Pouco depois, novos diplomas limitaram a 40 horas o horário de trabalho e concederam a todos os
trabalhadores o direito de 15 dias a férias pagas por ano.
Com estas medidas, a Frente Popular dignificava a classe trabalhadora e combatia a crise, pela subida do
poder de compra e pela criação de mais emprego em virtude de diminuição do horário de trabalho.
Embora aclamada pelos operários, os maiores beneficiários da sua legislação, a Frente Popular terminaria
em abril de 1938, minada por querelas internas, pela oposição dos grandes empresários e pelo próprio
fracasso da política económica de Blum.