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Agrupamento de Escolas Domingos Sequeira - 161640

Escola Secundária de Domingos Sequeira (sede)

11º ANO PORTUGUÊS 2021/2022

BIOGRAFIA DE ANTERO DE QUENTAL

- Antero Tarquínio de Quental nasceu a 18 de abril de


1842 em S. Miguel, Açores;
- Em 1858, com 16 anos, entrou na universidade, no
curso de direito;
- Em 1861 publica poemas (“Sonetos”) que rompem
com o romantismo;
- Em 1865 protagoniza “A Questão Coimbrã”, uma
polémica que opôs a nova e a velha geração de poetas;

- Ainda em 1865 edita Odes Modernas, onde são


banidos o romantismo e o sentimentalismo. Defende
ideias como a liberdade e a justiça;
- Foi um dos fundadores do Partido Socialista Português.
- Em 1869 funda o jornal “A República”, com Oliveira Martins;
- Em 1871 organiza as Conferências do Casino, onde são tratados diversos temas como o
realismo e a “Causa decadência dos povos peninsulares”, onde procura explicar erros do
passado, que considera importante corrigir;
- Em 1872 publicou “Primaveras românticas “e fundou a Associação Fraternidade Operária;
- Em 1886 publicou “Sonetos Completos”;
- Morre em 1891 por suicídio (sofria, provavelmente, de distúrbio bipolar).

Antero de Quental | Sonetos Completos


SÍNTESE DOS CONTEÚDOS
A angústia existencial
Antero foi um poeta atormentado pela sede de infinito e pelo desejo da
eternidade. Foi um poeta-pensador com uma ânsia metafísica nessa busca
desesperada de infinito e de absoluto que se transformou na grande obsessão da sua
vida.
Preocupado com o mundo em que vivia, procurou interpretá-lo para o
conhecer bem. Consciente da sua desordem e da sua confusão, aspira ao equilíbrio,
buscando a justiça, o amor, a verdade, a fraternidade, linhas que percorrem a sua
produção poética e que julga encontrar nos ideais socialistas.
Antero deseja construir um mundo novo marcado pela fraternidade, pela
solidariedade, pela justiça e pela igualdade.
Guiado pela razão, o ser humano deve ser promotor da harmonia e atingir a
Liberdade, construída através do Amor e da Justiça.

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As interrogações sobre o mistério da Vida e da Morte, do Universo e de Deus (a
preocupação com Deus está sempre presente) conduziram-no a um estado de
permanente ansiedade, angústia e desânimo.
O permanente conflito interior, o vazio existencial, as desilusões, a insatisfação
constante, o pavor da morte e o amor à vida, o confronto sonho/realidade, os
abandonos martirizam o poeta, que se transforma numa vítima da náusea do real.
A morte aparece como salvadora e libertadora: consciente da inutilidade da sua
vida e do fracasso dos seus projetos, desencantado e depois resignado, Antero suicida-
se.
Configurações do ideal
Antero acredita:
✓nos ideais de Amor, Justiça e Liberdade;
✓no primado da Razão;
✓no combate ético e ideológico para a construção de um mundo melhor e superior;
✓na capacidade e responsabilidade do indivíduo no devir histórico.
Antero busca, racionalmente, o ideal transcendente.

Angústia existencial
 Consciência da imperfeição humana:
 Tristeza;
 Pessimismo;
 Desencanto;
 Cansaço;
 Vida terrena sem alegria:
 Frustração;
 Deceção;
 Desistência
 Ausência de esperança;
 Triunfo da dor e do mal;
 Morte.

Linguagem, estilo e estrutura


O soneto é o tipo de composição poética que melhor serve a expressão
anteriana, marcada por um raciocínio filosófico, uma vez que lhe permite o
desenvolvimento de um modelo conceptual.
Principais aspetos da expressão de Antero de Quental
✓Formulação de problemas segundo o modelo do pensamento de Hegel
(tese–antítese–síntese).
✓Influências de Camões (conceção dialética da realidade e paráfrases de versos) e
de Bocage (alegorismo e obsessão da morte).
✓Características românticas evidentes.
✓Expressividade dos versos através do uso da apóstrofe, da metáfora e da
personificação (personificações maiusculadas), servindo o tom apelativo e
argumentativo dos sonetos.

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