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EMC 5335 – Elementos de Máquinas

Engrenagens

Universidade Federal de Santa Catarina


Dep. de Engenharia Mecânica
Acires Dias e Rodrigo de Souza Vieira

Introdução
 Aplicação
– Entre os elementos mecânicos mais utilizados
nos mais variados tipos de máquinas e
equipamentos
– Complexo, tanto para o projeto como para a
fabricação
– Transmissão de movimentos com o objetivo de
ganho de torque, controle do movimento e/ou
alteração de direção de movimento
Exemplo de aplicação
 Alteração de direção do movimento, além do
aumento do torque

Projeto de engrenagens
 Conhecimento sobre:
– cinemática das relações de transmissão;
– esforços existentes;
– mecânica dos sólidos e materiais;
– limitações dos processos de fabricação
Tipos de engrenagens
 Cilíndricas:
– dentes retos, dentes helicoidais.
 Cônicas:
– dentes retos, dentes curvos.
 Hiperbolóidicas:
– hipóide, palóide.

Tipos de engrenagens
Engrenagens cilíndricas de dentes retos
 Utilizadas na transmissão entre eixos paralelos.
 O dimensionamento, fabricação, montagem e
manutenção deste é o mais simples.
 Rendimento é alto, podendo chegar a 98-99%.
 Cargas apenas radiais.
 Em altas velocidades apresenta problema de
ruído .
 Admitem grandes relações de transmissão.

Engrenagens cilíndricas de dentes helicoidais

 Transmissão entre eixos paralelos.


 Indicadas para cargas e velocidades elevadas.
 Gera carregamentos axiais sobre os mancais além
dos radiais.
 O rendimento elevado.
 Utilizado para grandes relações de transmissão.
As engrenagens cônicas
 Usadas para transmissão entre eixos ortogonais
ou concorrentes com distintos ângulos entre eles.
 Exige precisão na montagem e seus dentes
podem ser oblíquos ou retos,
 Dentes retos tem limitação de velocidades de
operação.
 A relação de transmissão é limitada.

Engrenagens com helicóide dupla


 Vantagem de transmitir grandes carregamentos
sem gerar carga axial sobre os mancais.
 Este efeito também pode ser conseguido através
da montagem de duas engrenagens helicoidais,.
 Necessita de precisão de montagem
 Necessita alta rigidez para o eixo e mancais.
 Exigem máquinas especiais para sua fabricação.
 Criada por André Citroën
Engrenagens hipóides
 Possuem grande capacidade de carga.
 Permitem grande variação nas velocidades.
 São empregadas extensivamente em carros,
caminhões e tratores, exigindo maior precisão na
montagem.
 Tem a vantagem de ocupar pouco espaço.

Aplicações
 Brinquedos
 Máquinas ferramentas
 Indústria
 Veículos
Aplicações

Cinemática do engrenamento
 Transmissão de movimento
 Movimento transmitido por contato direto de dois
corpos sólidos

N w1 w1
w1 T
T N O1
O1 T
O1 N

A=B A=B A=B

N
T
T
O2 T O2 N
N O2
w2 w2 w2
Análise de velocidades

T VA VNA
O1
VTA _____
= _____
= ω1
ω1 a
N VA
O1 A O1C
r1 VTB
C

I VB b VB VNB
_____
= _____
= ω2
A=B
VNA,VNB
n
O 2B O 2D
D

r2
N
Como VNA = VNB
ω2
_____
T O2
ω1 O 2D
= _____
ω2 O
1C

 Por fim, como O1CI ~ O2DI


_____ _____
O 2D O2I
_____
= _____
O1C O1I

 E assim...

ω 1 O2 I Ou seja, a relação de
=
ω 2 O1 I transmissão variará em
função do ponto A e B
Relação de transmissão constante
ω condutor
 Necessitamos: i=
ω conduzido
constante!!

_____ _____
 Para tal: O 2I e O1I também constante!

 Assim, o ponto I precisa ser constante, mas como


conseguir isto??

Perfis conjugados
 Os valores instantâneos dos raios primitivos, ou
seja, a distância entre o cento de rotação e o
ponto de contato de cada elemento, devem
permanecer constantes para todas as posições
operantes dos perfis de contato.

 Lei Básica da ação conjugada dos perfis:


– “para que o movimento seja uniforme, as
normais aos perfis a cada instante e em
todos os pontos de contato precisam
passar pelo ponto primitivo “
Condição de rolamento puro
 Para que haja rolamento puro, na
O1 transmissão por contato direto do
ω1 movimento circular, o ponto de
r1 contato deve coincidir, a cada
instante, com o ponto primitivo, e
assim:
r2
ω 1 r2
i= =
ω2 ω 2 r1
O2

 Observe que os tamanhos das


_____ circunferências primitivas são
V1 O2 I r1
=
V 2 _____ r 2
inversamente proporcionais às
O1I
velocidades angulares das duas
engrenagens.

Definições
 Perfil Ativo – é a porção de um perfil que compreende os pontos de contato durante a
condução considerada.
 Circunferência Primitiva – as circunferências traçadas com centros O1 e O2 e raios r1=
e r2= são chamadas circunferências primitivas ou de rolamento. Transmitem
movimento por atrito, mas sem escorregamento.
 Ponto de Contato Primitivo ou de Rolamento (I) – é o ponto determinado pela
interseção da normal comum aos perfis com a linha de centros. É o ponto de tangência
das duas circunferências primitivas.
 Linha de Contato ou Trajetória de Contato – é o lugar geométrico de todos os pontos
de contato durante a condução.
 Linha de Ação – dado um ponto de contato qualquer, uma linha reta, normal aos dois
perfis pode ser traçada deste ao ponto primitivo
 Ângulo de Condução ou Ação (φ) – é o ângulo de que gira um elemento, a partir do
instante em que se inicia o contato até o instante em que este cessar.
 Ângulo de Aproximação (φa) – é o ângulo de que gira um dos elementos, a partir do
instante em que se inicia o contato até o instante em que o contato ocorre sobre a
linha de centros.
 Ângulo de Afastamento ou de Separação (φs) – é o ângulo descrito por um dos
elementos, a partir do instante em que o contato ocorre sobre a linha de centros até o
momento em que esse cessar.
 Ângulo de Pressão (α) – é o menor ângulo formado pela normal aos perfis, no ponto de
contato, a linha de ação, com a perpendicular à linha de centros que passa pelo ponto
primitivo.
ra2
r2
rb2
O2

α gs
T2
x ga
a
I
y
T1
α
ω1

O1 rb1
r1
ra1

Curva evolvente
 É a curva descrita por um ponto de
uma reta que gira sem deslizamento
sobre uma circunferência

 Características
– a usinagem é feita por geração da
evolvente
– a relação de velocidades angulares
não varia com a a distância entre
centros
– facilidade de obtenção de dentes
corrigidos
– a direção da força resultante entre
os dentes permanece invariável
Ação conjugada da evolvente
Definições:

Ponto de Contato Primitivo, I – passa a


ser a interseção da tangente comum
interna às circunferências de base (normal
comum aos perfis) com a linha de
centros.

Linha de Ação – No caso de perfis


evolventes a linha de ação coincide com a
linha de contato e também com a
tangente comum interna às duas
circunferências de base.

Ângulo de pressão, α - é o ângulo de


incidência quando o contato se der sobre
o ponto I.
Propriedades da evolvente
 Qualquer geratriz da evolvente é tangente ao círculo de base.
 Evolventes com circunferência de base iguais são iguais.
 A forma da evolvente depende apenas da circunferência de base.
 Se as circunferências de base forem diferentes a diferença entre as
evolventes será puramente escalar.
 Se uma evolvente gira a uma velocidade angular constante, ela transmitirá
movimento angular a uma taxa constante à outra evolvente em contato,
para qualquer distância entre as circunferências de base.
 A relação de transmissão depende apenas das circunferências de base.
 A interseção da tangente comum com a linha de distância entre centros das
duas circunferências de base estabelece os raios primitivos das
circunferências primitivas.
 Os diâmetros primitivos das evolventes em contato são diretamente
proporcionais às circunferências de base.
 O ângulo de pressão de duas evolventes agindo em conjunto é o ângulo
entre a tangente comum às circunferências de base e a linha perpendicular
à sua linha de centros comum.
 A forma da cremalheira básica da evolvente é uma linha reta. O ângulo de
pressão de uma evolvente agindo contra essa cremalheira é o ângulo entre
a linha de ação e a linha que representa a direção na qual a cremalheira se
move.

Evolvente como Perfil de Dentes de Engrenagem

 Traçam-se várias curvas evolventes eqüidistantes


sobre uma mesma circunferência de base

 O passo da base é definido


como:
2πrb
pb =
z

– Z = n. de dentes da engrenagem

– rb = raio da circunferência de base.


 O comprimento do arco entre dois perfis
sucessivos homólogos na circunferência primitiva
é o passo primitivo ou simplesmente passo.
2πr
p=
z

 A relação entre os dois passos é:


2πrb 2πr
pb = = cosα = p.cosα
z z

Condição de funcionamento
 Para que um par engrenado funcione é
necessário que os passos de base sejam idênticos

– p1=p2
Módulo
 Uma das relações importantes da engrenagem, e
é a razão entre o diâmetro primitivo e o número
de dentes.
d
m=
z

 Como p = mπ , a condição de funcionamento é:


m1 = m2
 O módulo é empregado nos países que utilizam o
sistema métrico

Diametral pitch
 Empregado em países com unidade inglesa

z
DP =
d

 Relação com módulo:

25,4
m=
DP
Terminologia

Dentes normais
 Possuem adendos iguais tanto no pinhão como na
engrenagem, com o dedendo ligeiramente maior
devido  folga de fundo de dente.
 Ângulo de pressão: 14,5° , 20° ou 25°
 Adendo: ha = m
 Dedendo: hf = m(1+c)
 Fator de folga c: 0,250 ou 0,167
Relação de transmissão

rb 2 m.z1
i= r1 =
rb1 2

ω1 r 2
i= = z2
ω 2 r1 i=
z1

m.z 2
r2 =
2

Módulos normalizados – DIN 780


Exercício
 Dado um par de engrenagens com Z1=21
dentes e Z2=43 dentes, módulo 5mm, ângulo
de pressão α=20° e rotação n=480rpm.
Determinar:
– A relação de transmissão.
– Os diâmetros primitivos.
– Os diâmetros de adendo ou de cabeça.
– Os diâmetros de dedendo ou de fundo.
– Os diâmetros de base.
Espessura do dente
 É função da linha de
referência que se está
adotando

 Espessura do dente na circunferência


primitiva é dado como:
p
s=
2

 O ângulo entre o flanco e a linha de


simetria do dente nesta circunferência é:

s
φ=
2r
 Na circunferência de base ângulo entre o flanco e
a linha de simetria do dente é:

 Sobre uma circunferência de


raio qualquer o ângulo entre
o flanco e o centro do dente é:

rb
αp = arccos
rp

 A espessura de base será portanto dada como:

ev α = tgα - α
Condução
 Ponto importante
– Antes do primeiro par terminar o contato o
segundo deve começar

 Razão de condução

 Valor usual = 1,4 e não menor que 1,2

 Dado que o ângulo de aproximação é:

 E o de afastamento é:

 a linha de contato é...


Interferência

 Não é possível haver ação conjugada abaixo da


circunf. de base!  Interferência
– Solução – recorte!!

Condição para não haver recorte


 Número mínimo de dentes do pinhão:

 K = 1,25 para geração com folga no fundo


 = 1 para geração sem folga
Deslocamento de perfil
 Perfil de evolvente
– Permite deslocamento sem mudar o conjugado

 Vantagens do deslocamento
– Obtenção de diferentes razões de condução
– Melhorar a resistência a flexão do dente
– Eliminar o recorte
– Melhorar o rendimento
– Diminuir o ruído

 Evolvente não é função do diâmetro primitivo


– Permite diferentes raios primitivos

Afastamento
 Por convenção, o afastamento é positivo ao se
deslocar para fora do diâmetro primitivo e o
afastamento passa a ser:

 Com essa nova condição:

Expessura do dente no diâmetro primitivo

 As novas alturas de adendo e dedendo passam a


ser:
Evitando recorte com o deslocamento de perfil

 Principal vantagem do deslocamento


 Condição para não haver recorte!

Assim,

Fator de deslocamento
mínimo p/ não haver recorte

Engrenamentos
 Engrenamento zero
– Não há deslocamento de perfil
– Distância entre os centros das engrenagens:
• a’= mzm onde zm = (z1 + z2)/2

– E assim...
• x1=x2=0
Parâmetros coincidem com
• a’ = a
os da ferramenta
• α’= α
• m’=m
Engrenamento Zero
 Vantagens:
– Possibilidade de fabricação das engrenagens
com fresas módulo e todos os outros
processos de fabricação, além dos métodos
de geração (já que não possui deslocamento
de perfil).
– As engrenagens zero são facilmente
intercambiáveis.

Engrenamento Zero
 Desvantangens
– Não é possível a obtenção de qualquer distância
entre centros pré fixada.
• a = mzm, o módulo é um parâmetro normalizado e zm deve
atender a uma certa relação de transmissão do projeto.
– Os dentes de pinhões com z < zmín , fabricados por
processos de geração, sofrem recorte
• Menor resistência.
– Quando forem fabricados por outros processos que
não sejam de geração, haverá problemas de
interferência quando entrarem em operação.
Dimensões para Engrenamento Zero

Engrenamento Vê-Zero
 É constituído de O1

engrenagens fabricadas
a partir de fator de
deslocamento de perfil α α

simétrico
x1 = -x2 .
0,5 m
 Sua característica básica T1 T1

é definida como: I

x 1 + x2 = 0 0,5 m
Dentes normais x1 = 0,50
x2 = -0,50
Perfil deslocado
Engrenamento Vê-Zero
 Espessuras no diâmetro primitivo
π  π 
s1 = m + 2 ⋅ x1 ⋅ tgα  s 2 = m + 2 ⋅ x 2 ⋅ tgα 
2  2 

 Observe que:
– s1 + s2 = m.π = p

 O módulo é o mesmo!!
– Assim...

Engrenamento Vê-Zero
 Vantagens
– Pinhões com z < zmín a serem fabricados por
processos de geração, p/ x1 > não terão
recorte no pé do dente
– Substitui com vantagem (a’= a) um
engrenamento zero que opere com problemas.
• ex.:fratura por fadiga de flexão no pé do dente.
Engrenamento Vê-Zero
 Desvantagens
– As engrenagens só podem ser fabricadas por
processos de geração (pois possuem
deslocamento de perfil).
– Com a utilização de engrenagens de dentes
retos, não é possível a obtenção de qualquer
distância entre centros que seja pré-fixada,
pois a’= a = m.zm.

Dimensões para Engrenamento Vê-Zero


Engrenamento Vê
 Neste caso:
– x 1 + x2 ≠ 0
r1 rb1
 Embora sejam possíveis ra1
várias combinações
de deslocamento de = s1
x1m
L1
L0

perfis no pinhão e na =
x2m L2

coroa, freqüentemente
apenas o pinhão sofre r2
rb2

um deslocamento
de perfil positivo.

Engrenamento Vê
 Espessuras no diâmetro primitivo
π  π 
s1 = m + 2 ⋅ x1 ⋅ tgα  s 2 = m + 2 ⋅ x 2 ⋅ tgα 
2   2 

 Como x1 e x2 não precisam ser simétricos:


– s1 + s2 = m.π + 2(x1 + x2).tgα ≠ p = m.π

 O módulo nem o passo são os mesmos!!


– Assim...
Engrenamento Vê
 Necessário recalculá-los

 s1   s2 
s1' = r 1'  + 2(evα − evα ') s 2' = r 2'  + 2(evα − evα ')
 r1  r2 

Espessura de operação Raio primitivo de operação

 Nova condição de operação:


s1’ + s2’ = m’.π = p’

 Substituindo os valores de raio e espessura na


condição de operação, junto com:

cos α
m' = m
cos α '

 Teremos:

cos α cos α
π .m = m [π + 2 ( x 1 + x 2 )tg α + (z 1 + z 2 )(ev α − ev α ' )]
cos α ' cos α '

 Igualando a segunda parcela a zero...


2(x1 + x 2 )tgα + ( z1 + z 2 )(evα − evα ') = 0

 E assim,

2( x 1 + x 2 )
evα ' = evα + tgα Equação fundamental
z1 + z 2
do engrenamento Vê

 Calculando α’ teremos:
cos α
a' = a Distância entre centros
cos α '

 Partindo da definição do deslocamento, termos


que a nova distância entre centros será:
a1 = a + m(x1 + x2)

 Provoca folga lateral


– Necessário aproximar as engrenagens
– a1 > a’
– Alteração da folga no fundo  diminuição do
adendo
 Altura de adendo corrigido:

 Altura de dedendo – invariante!

Valor de K
 Colocando o valor de a’ em cada lado da
equação:
a1 = a + m(x1 + x2)

 Teremos
a1 – a’ = m(x1 + x2) – a’ + a

 A quantidade de afastamento do fundo será:


– K.m = a1 – a’
 É usual avaliar o valor de K em função do fator:
a '−a
y=
m

 E assim:
K = x1 + x2 – y

 O que leva a:

Dimensões no engrenamento Vê
Engrenamento Vê
 Vantagens
– É o único tipo de engrenamento que permite
variação contínua da distância entre centros de
operação  indicado para problemas em que a
distância entre centros seja pré-fixada.
– É possível desenvolver projetos onde se
privilegia a capacidade específica de carga, ou
a razão de condução ou mesmo de obter um
equilíbrio entre essas duas características.

Engrenamento Vê
 Desvantagem
– exige pelo menos uma das engrenagens (o
pinhão) com deslocamento de perfil, obrigando
portanto a fabricação da mesma por processos
de geração  reflexos diretos no custo.
Engrenamento Vê
 Eliminação de dentes pontiagudos
s 
sa = ra  + 2(evα − evαa )
r 

 Para αa :
rb
αa = arccos
ra

Exercício para engrenamento zero


 Determinar as dimensões de um par de
engrenagens de dentes retos com engrenamento
zero.
 Dados: Z1=19 Z2=28
i=1,4737 m=4,5 mm
α=25° c=0,25
Exercício para engrenamento Vê-Zero
 Determinar as dimensões de um par de
engrenagens de dentes retos com engrenamento
V-zero.
 Dados: Z1=19 Z2=28
i=1,4737
 m=4 α=25° c=0,25
 x1=0,25 x2=-0,25

Exercício para engrenamento Vê


 Determinar as dimensões de um par de
engrenagens de dentes retos com engrenamento
V.
 Dados: Z1=19 Z2=28 i=1,4737
 b=40mm m=4,5 a=20° c=0,25
 Distância entre centros desejada: a´=110mm
 x1=? x2=?
Trens de engrenagens
 A relação total de transmissão se dá por:

 Assim, se o sentido de rotação na saída deve


ser o mesmo da entrada, uma engrenagem
intermediária de qualquer diâmetro pode ser
intercalada
Trens de engrenagens compostos
 Garante elevadas relações...

 ... dada por...

Engrenagens Planetárias ou Epicicloidais


 2 graus de liberdade...
Engrenagens Planetárias ou Epicicloidais
 Geralmente se utiliza o movimento da
engrenagem Sol, planeta e do braço

??

Engrenagens cilíndricas de dentes helicoidais

 Maior capacidade de caga


que a de dentes retos
 Engrenamento mais suave
e silencioso
 Indicado para altas
velocidades
Características da Hélice de base e primitiva



 Relacionando as duas curvas


Passo da hélice

 Por fim, como:

 Temos:

Ângulo de pressão
no plano transversal
Como AB = DF, e
FC = BC cos β

Algumas defnições
 Passo de base transversal (pbt)
– Superfície cilíndrica no plano transversal

 Passo de base normal (pbn)


– Superfície cilíndrica no plano normal à hélice

 Passo primitivo transversal (pt)


 Passo primitivo normal (pn)
 Passo primitivo axial (pa)
 Módulo normal (mn)
 Módulo transversal (mt)
 Na engrenagem...

 Na cremalheira...

Relações entre os passos...

O mesmo vale para os módulos...


Engrenamento com engrenagem helicoidal
 A referência aqui é o engrenamento Vê com eixos
paralelos
 Neste caso, a equação fundamental do engrenamento
passa a ser:

 Resolvendo-a para α’t, teremos

 Atenção:
– Quando se fabrica engrenagens helicodais por
geração, o módulo e ângulo de pressão da
ferramenta são iguais aos mesmos valores no
plano normal!
Dimensões das engrenagens helicoidais

Fator mínimo de desl.

Razão de condução e recobrimento axial


 Razão de condução ( transversal)

εα =
1
pbt
(r a1
2
− rb1 2 + ra2 2 − rb2 2 − a' senα ' t )

 Recobrimento axial
– É a razão entre a largura do dente e o passo
primitivo axial.
b b.tgβ
εβ = =
pa π .mt
Recobrimento axial

100
Recobrimento 50
0 1.5
20
1
40
b 60 β
0.5
80
100 0

Exercício – Engrenamento zero para engrenagem


helicoidal
 Determinar as dimensões de um par de
engrenagens de dentes helicoidais com
engrenamento zero.
 Dados: Z1=19 Z2=28
i=1,4737 b=40mm
mn=4 α=25°
β=20° c=0,25
Exercício – Engrenamento V helicoidal
 Determinar as dimensões de um par de
engrenagens de dentes helicoidais com
engrenamento V.
 Dados: Z1=19 Z2=28
i=1,4737 b=40mm
mn=4,0 αn=20°
β=30° c=0,25
 Distância entre centros desejada:
a´=110mm
x1=? x2=?

Análise de Forças em engrenagens cilíndricas

 Forças
– Reações nos
mancais
– Reações nos
dentes
– Reações nos
eixos

 Resultante
– Força Fn, no plano da linha de ação
→ → → →
Fn = Fa + Fr + Ft

 Observe que:
– Fa, causará carga axial nos mancais e
momento fletor que flexão nos eixos.
– Fr, também causará flexão e cisalhamento nos
eixos e reações nos mancais.
– Ft, é a força efetiva na transmissão do torque,
Ft também causará flexão, cisalhamento e
torção nos eixos e reações nos mancais.

Relações entre as forças


 Dado uma potência P em
CV e uma rotação n em
rpm, o Torque em Nm
será dado por:

 Dado um raio primitivo r1’


de operação, a força
tangencial será:
 Dado um ângulo de
pressão transversal de
operação αt’ a força radial
será:

 Dado um ângulo de hélice


de operação β’ a força
axial será:

Força resultante
 Por fim teremos como força resultante Fn:

 Lembrando que
– αn’ – ângulo de pressão normal de operação ou
ângulo da ferramenta de corte ,e
– β’ – ângulo de hélice de operação
 O ângulo de hélice de operação pode ser obtido
através da relação:
r'
tgβ ' = tgβ
r

Falhas em dentes de engrenagens


 Existem quatro tipos de falhas nos dentes das
engrenagens
– Desgaste
– Escoamento do material da superfície
– Fadiga superficial
– Fratura do dente
Desgaste
 Fenômeno importante em engrenamentos de alta
velocidade e que devem durar por um tempo
ilimitado.
 Dano onde camadas de metal foram retiradas de
maneira mais ou menos uniforme da superfície.
 As causas mais comuns do desgaste:
– Contato metal-metal  má lubrificação
– Partículas abrasivas no suprimento de óleo
– Desgaste químico devido à composição química
do óleo e aditivos.

Evitando o desgaste
 Manter o sistema de
lubrificação limpo de partículas
abrasivas.
 Difícil de conseguir
 A riscagem da superfície
ocorre
de forma rápida
– Contato metal-metal
Escoamento do material dos dentes
 Engrenagens falham de
deformação plástica quando a
superfície escoa e se deforma
sob cargas pesadas.
 Ocorre em materiais de baixa ou
média dureza, geralmente

Fadiga superficial – “pitting”


 Falha superficial causada por ciclos
de tensões de contato que se
formam na superfície e na camada
logo abaixo da superfície.
 Cargas altas e repetidas o suficiente:
– Pedaços de material entram em
fadiga produzindo o chamado
pipocamento da superfície.
– Materiais ferrosos possuem um
limite de fadiga para a vida
infinita em tensões de flexão,
mas não existe para tensões de
contato superficial
 Esse tipo de falha é a mais
freqüente em engrenagens.
Fratura do dente
 Ocorre com a quebra de uma parte ou
de todo o dente da engrenagem,
 Associado a
– sobrecargas,
– choques ou,
– fadiga no pé do dente.
 Falhas dessa natureza são causadas por:
– sobrecarga devido ao mal
dimensionamento,
– inclusões,
– trincas causadas pelo tratamento
térmico, etc.
 Muitas vezes a fratura do dente é um
fenômeno secundário ao desgaste
excessivo e à fadiga superficial

Falhas
 40% para a fadiga superficial, 25% para a
fadiga no pé do dente

 Existem outras falhas associadas a parte interna


da engrenagem
Tensão de contato
 Modelo de dois cilindros em contato,
dado que:
 Fnu =força de compressão normal
unitária sobre os cilindros
 L = largura do cilindro
 ν1 ,ν2 = coeficientes de Poisson
 E1 ,E2 = módulos de elasticidade
longitudinal dos materiais
 ρt1 ,ρt2 = raios de curvatura no plano
transversal
 ρn1 ,ρn2 = raios de curvatura no plano
normal
 2B = largura de contato

 O valor de B é dado como:

4Fnu (1 − ν12 )/E1 + (1 − ν 2 2 )/E2


B=
π 1 1
+
ρn1 ρn2

 E a tensão de contato máxima:


2Fnu
σmáx = pmáx = −
πB
 Aplicando a engrenagens, utilizaremos a tensão
de contato a partir do ponto de contato primitivo

a ' Ft E 1E 2 2 cos βb
σHB = σmáx =
br '1r '2 π ( K 1E 2 + K 2 E1) sen 2α ' t εα

 Esta equação é descrita a partir de uma série de


fatores tal que:

σHB = yM . yE . yα . yε

Fatores do cálculo de tensão de contato


 Fator MAAG geométrico:
a ' Ft
yM =
r '1r '2b
 Fator de elasticidade dos materiais:
E1E 2 K1 = (1-ν12)
yE =
π ( K 1E 2 + K 2 E1) K2 = (1-ν22)
 Fator do ângulo de pressão:

2
yα =
sen 2α ' t
 Fator das linhas de contato:

cos βb
yε =
εα

 Ainda existem alguns fatores que contribuem


para o aumento da tensão de contato que são:

 Kd = fator dinâmico (ou de velocidade) –


considerando os efeitos das forças dinâmicas
devido aos erros de engrenamento.
 Ke = fator de distribuição de carga –A distribuição
irregular de carga pode ser causa dos erros na
engrenagem ou erros de montagem.
– Mais larga  maior influência
 Ks = fator de serviço – considera os efeitos de
variação de carga que são característicos de
certos tipos de acionamento.
 Por fim a tensão de contato passa a ser dada
como:

σH = yM . yE . yα . yε .kd .ke.ks

Resistência a flexão do dente – Método de Lewis

 Hipóteses básicas:
– A carga normal ao perfil é
aplicada no topo do dente.
– Há apenas um par de dentes
em contato (εα = 1,0)
– É considerada apenas a flexão CD = SL
do dente (Ft)
6.Ft.hL Ft αt’
σbL = 2
= yL F
b.SL b.m
F
hL
 E o fator de Lewis é:
hL
6
yL = m = 6hLm
2
 SL  SL2
 
m

Problemas do modelo de Lewis


 Não prevê deslocamentos de perfil nem razão de
condução
Método MAAG
 Hipóteses básicas:
 Considera a carga aplicada no
vértice do dente com uma
intensidade igual a:
Fn
εα
 Considera apenas a flexão (Ft)
 A seção de engaste é definida
pelos pontos de tangência dos
perfis trocoidais com duas retas
inclinadas de 30° em relação ao
eixo de simetria do dente.

ISSO MAAG para dentes retos

Ft
σbf = yF
bm' εα

 Para... h
6
yF = m = 6hm
2
s t2
 
m
ISSO MAAG para dentes helicoidais

Ft
σbf = yFyβ
bm' nεα

 Para...

yβ~1,4/εα

Fatores que modificam a tensão de flexão


 Conta ainda com a influência de outros fatores:
 Kd, Ke , Ks e Ktf
 Ktf é o fator de concentrações de tensões de
fadiga:
Ktf = 1 + q.(Kt – 1)
0 ,15 0 , 45
 t t
Kt = 0,18 +    
 ρt  h

Depende do raio de arredondamento


(geralmente é 1)
Tensão de flexão
 dimensão ρf é o raio de arredondamento do pé do
dente e seu valor máximo é ρfmáx = 0,4 m.

 Por fim, a tensão de flexão será:

σ f = σ bf .k d .k e .ks.k
tf

Forma aproximada de calcular o valor de t!


 A largura de engastamento ( t ) pode ser definida
sem o método gráfico
– Fazer h = total do dente da engrenagem, ou
– Calcular t em função do fator de forma yF
Recomendações de projeto - Sugestão para fator MAAG yM

Material - Dureza
Pinhão Coroa
yM
Dureza ≈ 180 HB
0,10
Grupo A Dureza ≈ 180 HB
Dureza ≈ 210 HB Grupo A
0,12 a 0,15
Grupo B
Dureza ≈ 270 - 320 HB
0,22
Grupo C

Aço para cementação Dureza ≈ 360 – 400


0,40
58 a 60 Rockwell C Grupo CD
Aço para cementação
0,80
58 Rockwell C

Recomendações de projeto - fator dinâmico Kd (dent. Retos)

Grau de Velocidade Tangencial (m/s)


Dureza Superficial
Qualidad
do dente (HB) <1 1-3 3-8 8 - 12
e

≤ 350 1,2 1,3


6
> 350 1,2 1,3

≤ 350 1,25 1,45 1,55


7
> 350 1,2 1,3 1,4

≤ 350 1,35 1,55


8
> 350 1,0 1,3 1,4

≤ 350 1,1 1,45


9
> 350 1,1 1,4
Recomendações de projeto - fator dist. de carga
Ke
Engrenagens Engrenagens posicionadas
posicionadas assimetricamente em relação
simetricame aos mancais Pinhão em
ψd = b/d
nte em balanço
relação aos Eixo muito Eixo pouco
mancais rígido rígido
0,2 1,0 1,0 1,05 1,15
0,4 1,0 1,04 1,10 1,22
0,6 1,03 1,08 1,16 1,32
0,8 1,06 1,13 1,22 1,45

1,0 1,10 1,18 1,29

1,2 1,14 1,23 1,36

1,4 1,19 1,29 1,45

1,6 1,25 1,35 1,55

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