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Resumo
Apresentamos a seguir a análise de cinco (5) textos produzidos por estudantes do 2º ano da Universidade
Licungo, curso de Ensino de Língua Portuguesa, em que nos cingimos nos seguintes pontos: pertinência do título
que é um elemento muito fundamental, por orientar o leitor para o conhecimento do que se tratará no desenrolar
do texto; organização textual, devendo apresentar Introdução, desenvolvimento e conclusão; verificação da
conexão de ideias, na progressão temática e na argumentação, apresentando clareza, objectividade e, dentro das
expectativas, coerência e coesão.
Introdução
0.0 Objectivos
0.1 Geral
0.2 Específicos
1 Metodologia de análise
Para fazer uso dos textos elaborados em sala de aulas como elemento Ilustrativo dos
conceitos teóricos Explicitados neste trabalho, a função de cada Parágrafo, segundo descrito
em Charaudeau (1992), forma a base de estudo de como o enunciador vai-se posicionando. E
assim, construindo o seu discurso através de marcas consagradas. Algumas destas, tais como:
pertinência do título, macro e micro estrutura do texto argumentativo, elementos que
concorrem para a coerência e coesão textual, e a validade dos textos produzidos em sala de
aulas por estudantes do 2º do curso de ensino de língua portuguesa, da Universidade Licungo.
Segundo Fiorin (2017, p. 22), Citado por Andrade et all a palavra " argumentar" é
formada pela raiz latina “argu”, que significa fazer brilhar, cintilar, (O que realça, o que faz
brilhar uma ideia). O autor afirma que a argumentatividade é intrínseca à linguagem humana,
que ela está presente em todos os enunciados, e com ele corroboram Koch e Elias (2020, p. 9),
quando nos contam que “argumentar é humano. Oralmente ou por escrito, em nossas
interações, estamos argumentando”. Ainda na perspectiva de Andrade citando Weston (2009,
p.11), argumentar significa “apresentar um conjunto de razões ou provas que fundamentam
uma conclusão”.
Tendo como base nessas teorias pode-se perceber que todas as pessoas, no seu
quotidiano, são obrigadas a utilizar a argumentação, seja na escola, no trabalho ou mesmo em
família para justificar opiniões e defender pontos de vista. Quando assim é, há que
argumentar, ou seja, apresentar convicta e fundamentadamente um ponto de vista, de forma a
persuadir o ouvinte ou leitor de uma exposição oral ou escrita. Como tal, é necessário que o
raciocínio seja lógico, ponderado e convincente.
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Tendo por base este enquadramento, pode-se definir o texto argumentativo como
aquele tipo de texto que visa convencer, persuadir ou influenciar o destinatário ao qual se
apresenta um ponto de vista cuja autencidade ou validade se deve provar.
Segundo Figueiredo (2009, p.85), o texto argumentativo tem sua estrutura dividida em
três partes – introdução, desenvolvimento e conclusão – cada uma delas tem suas
particularidades, conforme explicaremos a seguir:
outro lado, o mau uso pode acarretar em um texto confuso, incoerente e com pouca força
argumentativa. Os mesmos desempenham diferentes funções no texto, evidenciando
estratégias de justificativa e comprovação e estabelecendo relações entre diferentes conteúdos,
para a defesa de uma conclusão, uma tese ou um ponto de vista. Dependendo do valor
semântico que eles transmitem, podem ser: copulativas, adversativas, disjuntivas,
consecutivas, explicativas, condicionais, finais, conclusivas.
Geralmente, a linguagem usada nos textos argumentativos tem sido clara, objectiva,
formal e impessoal.
4 Análises textuais
Segundo afirmam Azevedo e Angelim (1996,p.129), citados por Soares, "todo texto
coerente caracteriza-se por alguma forma de progressão temática, que se revela, de um modo
geral, na soma de ideias novas as que já vinham sendo tratadas, sem prejuízo da continuidade
conceitual entre umas e outras". No entanto, não podemos esquecer que, para que o
interpretante antecipe informações sobre o texto que ele irá ler, tais como o gênero, o tema e a
posição do argumentador com relação a este, os elementos paratextuais também são
importantes. Portanto, primeiramente faremos uma análise da escolha lexical para o título e
como este prepara o leitor para a adesão à tese.
Segundo Suares (p.7), ao ler o título, o predicatado deve saber que se tratará de um
texto cujo propósito argumentativo será o de provar através de argumentos a sua tese, isto é, a
partir do título, são ativados os conhecimentos sobre o que se irá tratar no desenrolar do
texto, por exemplo, os títulos dos textos 1: A falta de amor entre os homens; 2: A subida de
preços de produtos alimentares em Moçambique e 4: Ciclone Idai possuem tais requisitos
propostos anteriormente, pois a partir dos títulos o leitor já estará ciente do que se irá
desenvolver ao longo do texto, contudo os textos 3: A Contracepção e 5: Chocolate não
reúnem esses requisitos, pois suscitam muitas questões sobre o que se irá falar, isto é, os
títulos são muito abrangentes, para isso o grupo propõe que os mesmos deveriam estar
acompanhados por subtítulos como forma de especificá-los.
Olhando para a superestrutura orgânica dos textos constatamos que todos os textos
apresentam introdução, desenvolvimento e conclusão excepto os textos 2, 3 e 4 que não
apresentam a conclusão.
Feita a leitura dos textos em análise notamos a falta de coerência e coesão ao longo
dos discursos produzidos, por exemplo, no texto 1 há discordância em número logo no título:
“A falta de amor entre os homem” , no lugar de “(...) os homens(.)" e ao longo do texto, o
mesmo caso repete-se no texto 2 nas seguintes frases: “(...), faz-se sentir até nos menor de
idade(...)” ; “(...) para funcionários que não tem transporte (...)" ao invés de: “(...), esta é uma
situação preocupante (...) faz-se sentir até nos menores de idade ”, “(...) para funcionários que
não têm transporte (...)". Esta discordância em número também observa-se no texto 5. Os
restantes textos, não apresentam esses problemas.
Quanto ao aspecto concordância em género, observamos que todos os textos estão não
têm problemas, excepto o texto 2 quando o redator diz: “(...) este é uma situação preocupante
(...)" ao invés de “(...) esta é uma situação preocupante (...)". Já quanto a ortografia,
verificamos que todos os textos apresentam muitos erros ortográficos, tais como pós/pós ≠
pois, metodos ≠ métodos, mais ≠ mas, pensace ≠ pensa-se, terria ≠ teria, consiência ≠
consciência, refletir ≠ reflectir, tentarmos ≠ tentarmos, armonia ≠ harmonia, março ≠ Março,
perdaram ≠ perderam, herguer ≠ erguer, países ≠ pais, votade ≠ vontade, mome ≠ nome,
havoo ≠ havia. Para além desses erros, notamos também a ausência ou a má colocação de
acentos gráficos em palavras, letras maiúsculas no meio de frases sem necessidade e
minúscula em início de uma frase e ideias incoerentes, como no caso de : “(...) nos últimos
anos em Moçambique é de observar que houveram uma grande subida, (...)" “(...) se calhar
não pode ter ao seu alcance. Em um lar, porque que chegar-se a se lugar, violar-se (...)". Para
além dos problemas anteriormente destacados constatamos três textos que não pertencem a
essa tipologia textual (argumentativo), por exemplo, os textos intitulados “Chocolate" e
“Subida de preços dos produtos alimentares em Moçambique" têm características de textos
jornalísticos, e o texto “Ciclone Idai" apresenta característica de um texto descritivo.
5 Conclusão
Trabalhar a tipologia textual para validar os textos analisados não foi fácil, porque
requer um conhecimento profundo por parte do analista para poder validar um texto de
acordo com a sua tipologia ou gênero textual. E, feita a análise, concluímos que dos cinco
textos, dois são argumentativos e os outros não.
Referências Bibliografias
Textos em análise
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Textos reescritos
(proposta)
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