Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
12 a 14 de Junho de 2013
INTRODUÇÃO
1
Mestranda do Programa de Pós-graduação em Educação da UEM. Membro do Núcleo de Pesquisa e
Estudos sobre Diversidade Sexual NUDISEX e do Grupo de Pesquisa Violência e Indisciplina Escolar.
Assistente Social da Prefeitura Municipal de Assis Chateaubriand. Docente do curso de serviço social da
UNIPAR. E-mail: edyane.lima@bol.com.br
2
Psicóloga. Pós-Doutora em Educação Escolar-UNESP/Araraquara. Professora do Mestrado em
Educação – PPE, UEM. Coordenadora do Grupo de Estudos Núcleo de Pesquisa e Estudos sobre
Diversidade Sexual - NUDISEX. E-mail: elianerosemaio@yahoo.com.br
1
Universidade Estadual de Maringá
12 a 14 de Junho de 2013
2
Universidade Estadual de Maringá
12 a 14 de Junho de 2013
3
Universidade Estadual de Maringá
12 a 14 de Junho de 2013
que ela se estabeleça estão presentes, haja vista que nesse jogo estão
presentes uma situação imaginária e a sujeição a certas regras de
conduta (BARBOSA e BOTELHO, 2008, p. 4).
4
Universidade Estadual de Maringá
12 a 14 de Junho de 2013
5
Universidade Estadual de Maringá
12 a 14 de Junho de 2013
3
KEMPE, C. H.; SILVERMAN, F. N.; STEELE, B. F.; DROEMUELLER, W. & SILVER, H. K. — The
battered child syndrome. JAMA 181: 17, 1962.
6
Universidade Estadual de Maringá
12 a 14 de Junho de 2013
constitui uma forma de coerção e violência contra crianças, que pode implicar trabalho
forçado e forma contemporânea de escravidão (ESTOCOLBO, 1996).
A violência sexual começa a ser enfrentada no Brasil no final do século XX,
onde somente com o Estado Democrático de Direitos, que reconhece e viabiliza os
direitos sociais, tem-se a perspectiva de romper com alguns padrões antigos,
preconizando os direitos humanos e “implica em tecer relações de trocas afetivas e de
aprendizagem, coibir abusos, enfrentar ameaças, proteger os vulneráveis e as
testemunhas e responsabilizar os agressores” (SANTOS, 2004, p.11).
Sobretudo nos anos de 1990 inicia-se o rompimento com o “segredo de família”
como até então tratado o fenômeno da violência sexual, incluindo a temática na agenda
do Estado, ganhando dimensão de frentes nacionais e internacionais para o seu
enfrentamento, desencadeando vários eventos que deram visibilidade para discussão do
assunto, resultando dessas lutas de mobilizações o Plano Nacional de Enfrentamento da
Violência Sexual Infanto-Juvenil, no Rio Grande do Norte em 2000 (FALEIROS, 2000).
A compreensão teórica da violência sexual sob visão de crianças como seres
puros e inocentes não ajuda muito no combate à violência sexual, pois é
responsabilidade do adulto estabelecer a fronteira entre afeto e sexo, respeitando o
desenvolvimento sexual da criança e do adolescente (GUIA ESCOLAR, 2004). Em
virtude dessa dimensão do erotismo não ser delimitada por parâmetros de limites sociais,
não ser respeitada, fez-se necessário a promulgação de legislação pertinente à violência
sexual enquanto crime4. Porém a notificação desses casos às autoridades competentes
ainda é desafio a ser efetivado, pois o medo, o não comprometimento, a demora na
resolutividade dessas situações faz com este procedimento inicial e estritamente
necessário não ocorra.
Para tanto desde o abuso sexual que se evidencia a partir da satisfação sexual do
adulto mediante o “uso” da criança ou do adolescente, que pode se caracterizar desde
carícias, manipulação de genitália, mama ou ânus, até a exploração comercial sob
relações de abuso de poder, prostituição, turismo sexual, pornografia e o tráfico para
estes fins se classificam nos tipos de violência sexual contra criança que por ora também
4
Conforme Constituição Federal de 1988, artigo 227, § 4º e o previsto no Código Penal – Lei nº.
2.848/1940.
7
Universidade Estadual de Maringá
12 a 14 de Junho de 2013
são o mesmo público atendido pelos estabelecimentos de ensino e tem as mais diversas
sequelas desta prática, conforme assinalado por Braun (2002). Sobre o que destacamos
ter o devido cuidado, pois esta compreensão pode nortear a compreensão e abordagem
nos espaços de formação como a escola, mas há que se considerarem os rebatimentos
sérios e que caso não tenham o devido acompanhamento, lesões, disfunções sexuais e
psicológicas, e o próprio suicídio, sobretudo traumas que resultam na insociabilidade do
indivíduo podem ocorrer.
Em pesquisa realizada por Martinez (2000) observamos que vários países como
o Chile de 7 a 36% das mulheres e de 3 a 29% dos homens já sofreram abuso sexual na
infância. Além disso, a OMS (Organização Mundial de Saúde), estima que em 2002, 150
milhões de meninas e 73 milhões de meninos abaixo de 18 anos foram forçados a manter
relações sexuais ou sofreram outras formas de violência sexual que envolveram contato
físico (RESENDE e SILVA, 2011). Sobre isto destacamos enquanto uma das maneiras,
e como uma das instituições de enfretamento a esta expressão da questão social a
unidade escolar e o professor, corroborando a ideia de Bruno e Williams (2003) de que a
escola é o lugar ideal para prevenção, intervenção e enfrentamento deste fenômeno, haja
vista que o próprio Estatuto da Criança e Adolescente tem como objetivo estabelecer
ações articuladas para intervenção técnica, política e financeira para o enfrentamento à
violência infanto-juvenil, possibilitando a esses sujeitos ao menos apoio.
Algumas crianças são vitimizadas quando ainda são muito pequenas. Embora os
casos de abuso sexual se concentrem na faixa etária entre 7 e 14 anos, mais de um terço
das notificações de abuso sexual envolvem crianças de 5 anos ou menos (AZEVEDO e
GUERRA, 1997).
Sob estes pressupostos, a identificação de casos de violência é obrigação dos
profissionais que trabalham com os mesmos e em especial o professor, conforme
previsto no artigo 245 e 13 do ECA em que
8
Universidade Estadual de Maringá
12 a 14 de Junho de 2013
Visto que a violência tem suas múltiplas dimensões enquanto causas, vítimas e
manifestações, ocorrendo extra e intra familiarmente, nas diferentes classes sociais, é
que tecemos algumas considerações sobre o prejuízo que a mesma acarreta, tendo como
pano de fundo a teoria vygotskyana.
Silva e Resende (2011 apud DAY, et al 2003) comentam que transtornos
psíquicos, pesadelos, quadro fóbicos-ansiosos, isolamento social, sentimento de estar
sujo, problemas de aprendizagem, depressão, medo, abuso de álcool e outras drogas, são
algumas das manifestações das seqüelas de violência. O que nos remete a compreender
que direta e indiretamente traz prejuízos sérios e em diferentes níveis para o
desenvolvimento saudável de criança. Na verdade o impacto deste acontecimento de
forma alguma é temporário e passageiro, não devendo ser desconsiderado, pois há
9
Universidade Estadual de Maringá
12 a 14 de Junho de 2013
Assim a escola através de seus profissionais, que estão próximos das crianças
devem-se atentar aos sinais, pois as vítimas pedem socorro seja via de suas vozes, da
linguagem corporal, de ações e de comportamento, indicando que há algo de errado.
10
Universidade Estadual de Maringá
12 a 14 de Junho de 2013
Nos casos de violência sexual, esses indícios se expressam de acordo com Rosas
e Cionek (2006, p.14) assim:
11
Universidade Estadual de Maringá
12 a 14 de Junho de 2013
REFERÊNCIAS
______ Pele de asno é só historia ... Um estudo sobre a vitimização sexual de crianças
e adolescentes em família. São Paulo: Rocca. 1988.
SANTOS, B. R. dos et al.. Guia Escolar: métodos para identificação de sinais de abuso
e exploração sexual de crianças e adolescentes. 2. ed. Brasília: Secretaria Especial dos
Direitos Humanos e Ministério da Educação, 2004. 163 p.
12
Universidade Estadual de Maringá
12 a 14 de Junho de 2013
SILVA, Laíssa Muniz da; RESENDE, Vera da Rocha.. A violência doméstica contra
crianças e adolescentes: uma (re)visão. 2011. Disponível em:
<http://www.ppi.uem.br/camposocial/eventos/i_jornada/076.pdf> Acesso em: 20
mai2012.
13