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Curso:Investimentos
C = F
Por exemplo, numa obrigaÁ„o com F = 1:000, um cupom de 9%aa corre-
sponde ao pagamento de 90 por ano. A essa porcentagem d·-se o nome de
taxa de cupom. No entanto os cupons podem ser pagos a uma frequÍncia maior
do que a anual. No exemplo dado acima, se tivesse sido explicitado que o paga-
mento de cupons era semestral, convenciona-se que a taxa de cupom de 9% se
referiria ao total anual, logo correspondendo a 45 por semestre.
O valor de uma obrigaÁ„o com pagamentos de cupom anuais e maturidade
T È dado pelo valor presente de seus áuxos de caixa:
X T
F C
PT = T
+
(1 + r) t=1
(1 + r)t
O primeiro termo refere-se ao valor actual do valor de face a ser pago na
maturidade, enquanto que a soma se refere ‡ anuidade correspondente ao paga-
mento dos cupons.
1
Exercise 1 Considere uma obrigaÁ„o que tem maturidade no inÌcio de Fevereiro
de 2021 (de hoje a 18 anos) com taxa de cupom de 8%, descontada a uma yield
de 9% e a frequencia de pagamentos È anual. Qual o valor dessa obrigaÁ„o hoje?
XT
F C
PT = +
(1 + y)T t=1
(1 + y)t
A yield to maturity ser· a soluÁ„o desta equaÁ„o.
Embora esta express„o seja relativamente complexa e a soluÁ„o para y deva
ser obtida, em geral, por iteraÁ„o numÈrica (Newton Rapson), pode-se ter uma
compreens„o qualitativa da relaÁ„o entre preÁo, yield, cupom e maturidade.
Intuitivamente, a yield to maturity d· uma medida de retorno (anual, por
exemplo) de um tÌtulo sob a hipÛtese de que todos os cupons recebidos s„o
reinvestidos a prÛpria yield to maturity (o que n„o È verdade, o que ser· com-
preendido quando falarmos de Estrutura a Termo).
2
1.1.4 Current Yield
Uma outra medida de retorno de um tÌtulo que paga cupons È chamada de
current yield.
C
CY =
Pt
Note que ela tambÈm È uma medida aproximada, pois n„o considera a taxa
de reinvestimento dos cupons.
Obs: Ela È o an·logo
de um m˙ltiplo muito conhecido no Mercado Acion·rio,
o Dividend Yield D P :
T
X F
F
PT (y) = T
+
(1 + y) t=1
(1 + y)t
F h i
T
= T
+ F 1 (1 + y)
(1 + y) y
1. È positiva;
2. para e T Öxos È decrescente e convexa em y (ie, decresce cada vez menos
a medida que y aumenta);
3. para T e y Öxos, PT (y) cresce linearmente com ;
4. para e y Öxos, PT (0) cresce com T , e as diferentes PT (y) cruzam-se em
y = (apesar de diferentes maturidades, os tÌtulos est„o ao par).
(a) y < : PT1 (y) < PT2 (y) ; para T1 < T2 (tÌtulos a prÍmio)
(b) y = : PT1 (y) = PT2 (y) ; para T1 < T2 (tÌtulos ao par)
(c) y > : PT1 (y) > PT2 (y) ; para T1 < T2 (tÌtulos a desconto)
3
X numero de dias entre as datas
=
Y n
umero de dias do perÌodo de referÍncia
Denote por (D2 D1 ) o n˙mero de dias (˙teis ou corridos) entre duas datas,
D1 = (d1 ; m1 ; y1 ) inclusive e D2 = (d2 ; m2 ; y2 ) exclusive. Logo, (D2 YD1 ) È a
fraÁ„o de perÌodo (ano) entre duas datas.
As convenÁıes de contagem de dias mais comuns usadas na pr·tica s„o:
actual
1. actual :: usadas em TÌtulos do Tesouro Americano.
30
2. 360 : usada em TÌtulos Municipais e Privados Americanos.
(30 4) + 4 + 360 0 + 30 5
= 0; 5
360
actual
3. 360 : usada para Letras do Tesouro e outros instrumentos de Money
Market Americanos.
182
A fraÁ„o de anos entre 4 de janeiro de 2000 e 4 de julho de 2000 È 360 =
0; 50556
actual
4. 365 :
182
A fraÁ„o de anos entre 4 de janeiro de 2000 e 4 de julho de 2000 È 365 =
0; 49863
du
5. 252 : Utilizada para TÌtulos Brasileiros (n„o indexados ao dÛlar).
1. PrÈ-Öxados
4
(a) LTN
(b) NTN-F
2. PÛs-Öxados
(a) LFT
(b) NTN-B principal
(c) NTN-B
5
1.1.9 Duration
Example 3 Considere uma obrigaÁ„o com valor facial F = 100, taxa de cupom
de 7% e 3 anos para a maturidade. Assuma que a obrigaÁ„o paga cupom semes-
tralmente e est· a ser descontada a uma yield de 8%. O valor da obrigaÁ„o È
dado pela express„o (1) com C = 7, T = 3:
5
X 3; 5 103; 5
P0 = k
+
(1 + 4%) (1 + 4%)6
k=1
= 3; 365 + 3; 236 + 3; 111 + 2; 992 + 2; 877 + 81; 798
= 97; 379
6
A modiÖed duration mede a sensibilidade percentual do preÁo do bond em
relaÁ„o a pequenas variaÁıes nas taxas.
Para mostrar isso, vamos introduzir um novo conceito: a dÛlar duration
($D): resposta absoluta do preÁo do bond a pequenas variaÁıes nas taxas
m
X Fi
Pt (y) =
i=1
(1 + y)ti t
Xm
@Pt (y) Fi
$D , = ti t+1
(ti t)
@y i=1
(1 + y)
= MD P
D
= P
(1 + y)
Isto È, para uma subida da taxa de 1%aa o preÁo do bond cair· R$ 2; 58:
Podemos fazer Hedge baseado em duration, mas isto È assunto para um curso
mais avanÁado.
7
Exercise 6 Calcule a duration, a modiÖed duration e a $duration de uma
anuidade perpÈtua que pague daqui a um ano o montante A no inÌcio de cada
ano. Assuma uma taxa de juro r anual, constante.
1.1.10 Convexidade
Para uma aproximaÁ„o melhor sobre o quanto o preÁo de um tÌtulo variar·
para pequenas variaÁıes na taxa de juros (yield to maturity) È preciso ir alÈm
da primeira ordem na expans„o de Taylor.
1 2
dP (y1 ) = P 0 (y0 ) (y1 y0 ) + P 00 (y0 ) (y1 y0 )
2
1 2
= $D (y) + $C (y)
2
1 2
= M DP (y0 ) (y) + CRP (y0 ) (y)
2
onde
CR = P 00 (y0 )P (y0 ) È convexidade relativa;
$C = P 00 (y0 ) È dÛlar convexidade.
8
1.2 Estrutura a Termo
Note que os tÌtulos prÈ-Öxados apreÁados acima tÍm diferentes taxas, por
que isto acontece? A resposta para isso se encontra no conceito de estrutura ‡
termo das Taxas de Juros.
VocÍ acha justo que um investidor que se compromete num instrumento
de 2 anos deva ter o mesmo retorno, em 1 ano, do que um investidor que se
compromete com um investimento de apenas de 1 ano? (os tÌtulos n„o pagam
cupons)
Antes de responder a esta pergunta, note que enquanto o resultado do inves-
timento em um tÌtulo de um ano no Önal do primeiro ano j· È sabido de antem„o:
ser· o valor de face, por exemplo, R$100,00; o resultado do investimento em um
tÌtulo de 2 anos no Önal do primeiro ano n„o È conhecido, podendo ser maior,
igual ou menor do que os R$100,00.
Hoje, temos apenas uma expectativa de quanto ser· o valor recebido no
investimento de 2 anos daqui a 1 ano. Esta expectativa pode depender de
diversos fatores: polÌtica monet·ria, liquidez, ináaÁ„o, risco de crÈdito, risco
polÌtico... Esta mistura de incerteza com valor temporal d· origem ao conceito
de Curva de Juros ou Estrutura a Termo.
A estrutura a termo da taxa de juros È uma sÈrie de taxas de juros ordenadas
por prazo (maturidade) num dado momento do tempo.
Para formalizar estes conceitos vejamos as seguintes deÖniÁıes:
A taxa de juros ‡ vista para n anos È a taxa de um investimento para
um perÌodo de tempo com inÌcio hoje e tÈrmino em n anos. O investimento
considerado deve ser em n anos "puros", sem pagamentos intermedi·rios, o que
signiÖca que todo o juro e o principal s„o pagos ao investidor no Önal do ano n.
Ou seja, È taxa de um tÌtulo que n„o paga cupons. Todas estas taxas s„o medidas
ao ano (principalmente, mas podem ser medidas ao semestre, trimestre,...).
A taxa de juros ‡ termo (ou taxa forward) est· implÌcita nas taxas
a vista para determinados perÌodos de tempo no futuro. Ela È deÖnida como
a taxa de juros hoje para investimentos entre datas futuras. Por exemplo, a
taxa a termo para daqui 1 ano com duraÁ„o de 1 ano È a taxa (hoje) de um
investimento que vai vigorar entre o ano 1 e o ano 2.
Quando unimos taxas de n anos, para n=1, 2, 3, ...Temos o conceito de
estrutura a termo ou curva de juros. Ela È uma curva, pois podemos fazer
o seu gr·Öco ( que aparece nos principais jornais de economia todos os dias):
taxa de n anos contra maturidade da taxa (n=1, 2, 3,...)
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TrÍs tipos de curvas:
1. Curva Spot
2. Curva Forward
3. Curva Par
Componentes Principais:
1. NÌvel
2. InclinaÁ„o
3. TorÁ„o, curvatura ou convexidade
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1. Teoria das Expectativas Puras
2. Teoria do PrÍmio de Risco Puro (prÍmio pela liquidez, h·bitat preferido)
3. Teoria de SegmentaÁ„o do Mercado
Juntando as duas primeiras podemos adicinar mais uma teoria
1=n
1+R(t; n) = [(1 + R(t; 1) (1 + F a (t; t + 1; 1)) (1 + F a (t; t + 2; 1)) ::: (1 + F a (t; t + n 1; 1))]
onde;
R(t; n) È a taxa corrente observada no tempo t de n anos
F a (t; t + k; 1) È a taxa de curto prazo futura com maturidade de 1 ano,
antecipada pelo mercado em t e comeÁando em t+k.
Mecanismo de construÁ„o do formato da curva: Participantes de mercado
formulam expectativas sobre a evoluÁ„o das taxas de curto prazo usando toda
a informaÁ„o disponÌvel e tomam suas decisıes de alocaÁ„o racionalmente (isto
È, levando em conta suas expectativas de maneira a maximizar o retorno de seu
investimento). Logo, suas expectativas guiam a sua posiÁ„o na curva e conse-
quentemente os nÌveis das taxas de longo prazo. Como estas expectativas est„o
corretas na mÈdia, as futuras taxas de curto prazo igualam as taxas forwards.
F a (t; t + k; 1) = F (t; t + k; 1)
LimitaÁıes: (1) n„o leva em conta o risco no preÁo do bond e (2) n„o leva
em conta o risco de reinvestimento de cupons.
Como n„o levam em conta o risco, investidores s„o risk neutral, no sentido
de n„o encararem o fato de que suas expectativas possam estar erradas. Isto
signiÖca que os preÁos futuros dos bonds s„o conhecidos de antem„o (ao invÈs
de serem estoc·sticos).
A prÛxima teoria resolve esta contingÍncia
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A estrutura a termo reáete num dado tempo o prÍmio de risco requerido pelo
mercado para segurar bonds longos. No entanto, as duas versıes desta teoria
diferem quanto a forma do prÍmio de risco.
PrÍmio por Liquidez: aumenta com a maturidade em proporÁıes cada
vez menores. Investidores est„o interessados em investir em bonds longos se o
seu retorno contiver um substancial prÍmio de risco para compensar a sua alta
volatilidade nos preÁos.
1=n
1 + R(t; n) = [(1 + R(t; 1) (1 + L2 ) (1 + L3 ) ::: (1 + Ln )]
onde
R(t; n) È a taxa corrente observada no tempo t de n anos
Pk
j=1 Lj È o prÍmio de liquidez para o mercado investir num bond de k anos
de maturidade
0 < L2 < L3 < ::: < Ln
L2 > L3 L2 > ::: > Ln Ln1
Limites: (1) impossibilidade de explicar o formato de corcova das curvas de
juros e (2) n„o leva em conta o risco de reinvestimento dos cupons.
Habit·t Preferido: uma melhora da teoria acima, pois postula que o
prÍmio de risco n„o necessariamente È uniformemente crescente. Pois, o hor-
izonte de investimento dos investidores diferem de acordo com o seu passivo.
Todavia, quando a oferta e demanda se desequilÌbra sobre um especÌÖco seg-
mento da curva, tomadores e emprestadores estar„o prontos para se mover para
outra parte da curva desde que sejam compensados pelo risco de preÁo dos bonds
e risco de reinvestimento.
Todos os formatos da curva podem ser explicados.
1=n
1+R(t; n) = [(1 + R(t; 1) (1 + F a (t; t + 1; 1) + L2 ) (1 + F a (t; t + 2; 1) + L3 ) ::: (1 + F a (t; t + n 1; 1) + Ln )]
onde
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R(t; n) È a taxa corrente observada no tempo t de n anos
F a (t; t + k; 1) È a taxa de curto prazo futura com maturidade de 1 ano,
antecipada
Pk pelo mercado em t e comeÁando em t+k.
j=1 j È o prÍmio de liquidez para o mercado investir num bond de k anos
L
de maturidade
0 < L2 < L3 < ::: < Ln
L2 > L3 L2 > ::: > Ln Ln1
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