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VI PRÊMIO MARINA PRADO DE CASTRO

“PRÁTICAS EXITOSAS - COMPARTILHAR PARA CRESCER”

A VIDA SECRETA DO JARDIM


CEMEI NAVE MÁGICA

TURMA: MATERNAL II/3 ANOS - 2019


DURAÇÃO: 22/4 a 22/5

PROJETO - RELATO DE EXPERIÊNCIA

VARGINHA
2019
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VI PRÊMIO MARINA PRADO DE CASTRO


“PRÁTICAS EXITOSAS - COMPARTILHAR PARA CRESCER”

A VIDA SECRETA DO JARDIM


CEMEI NAVE MÁGICA

Apresentação do relato de experiência do


Projeto A Vida Secreta do Jardim com a
finalidade de participar do VI - Prêmio
Marina Prado de Castro.

TURMA: MATERNAL II/3 ANOS - 2019


DURAÇÃO: 22/4 a 22/5

PROJETO - RELATO DE EXPERIÊNCIA

Varginha
2019
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1 JUSTIFICATIVA

As crianças são naturalmente curiosas, investigativas e observadoras,


questionam e buscam respostas para diversos acontecimentos do dia a dia. Cabendo
à escola oportunizar experiências para que elas continuem e ampliem estas
habilidades.
Para tanto, um aspecto relevante é o da escolha das metodologias que
oportunizem que o aluno seja o protagonista do seu processo de conhecimento.
Dentre elas, a pedagogia de projetos é uma estratégia que considera a criança como
um ser atuante, competente, com um imenso potencial e desejo de questionar o
mundo a sua volta. Alguém que tem curiosidade, que se interessa, pensa, levanta
dúvidas, propõe soluções, tenta várias formas de fazer, buscando compreender o
mundo a sua volta e dele participando ativamente, alguém aberto ao novo e ao
diferente. Por isso não existe mais espaço para o tradicional “dar aulas”, o mundo
contemporâneo solicita ao docente o “fazer aulas” com os alunos.

A instituição escolar deve deixar de ser transmissora de conhecimento


e informações passando a ter o papel de usar metodologias que
possibilitem ao aluno ambiente de aprendizagem significativa. Dessa
forma, pode-se tentar estabelecer interdisciplinaridade para embasar
o conhecimento sistematizado e a aquisição de competências
associados aos processos formais e informais de aprendizagem.
(HERNANDEZ, 1998, p.185).

Para as crianças, a metodologia de projetos pode oferecer este protagonismo


em suas aprendizagens, assim como uma capacidade de aprender que ultrapassa a
sala de aula, que vai além dos conteúdos, que oportuniza o conhecimento, mas
também o desenvolvimento de competências que possibilitarão o ser e estar no
mundo contemporâneo de modo ativo, transformando a sua realidade e seu entorno
de forma dinâmica.
Partir dos questionamentos das crianças, para ampliar suas habilidades de
observação, de elaboração de hipóteses, de análise, e de busca por diferentes
possibilidades de respostas às suas indagações, num processo dinâmico e interativo
é o caminho para a formação integral do sujeito.
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Tendo em vista as demandas do mundo atual, o projeto “A VIDA SECRETA


DO JARDIM” surgiu a partir do aparecimento inesperado de uma lesma no pátio de
nossa instituição de Educação Infantil. Diante da curiosidade despertada nos alunos
propusemos uma nova forma de realizar o processo de ensino-aprendizagem,
buscando o desenvolvimento do pensamento científico, a parceria e o envolvimento
das famílias, potencializando a cultura investigativa que permita o desenvolvimento
de uma consciência planetária.
Deste modo, este projeto foi para além de atender os interesses da turma, mas
voltou-se para uma práxis que permitiu a mim, como educadora e as minhas colegas
de trabalho, a reflexão sobre a nossa prática, desenvolvendo também em todos
envolvidos o olhar de investigação sobre a ação docente, transformando-nos em
pesquisadores e profissionais mais reflexivos.

A criação de um ensino prático demanda tipos de pesquisa que são


novos à maioria das escolas profissionais: pesquisa sobre a reflexão‐
na‐ação características de profissionais competentes, especialmente
em zonas indeterminadas da prática, e pesquisa sobre a instrução e a
aprendizagem no fazer. (SCHÖN, 2000, p.133).

Mais do que uma mudança de metodologia, a pedagogia de projetos exige uma


mudança de postura, por isso a necessidade de atitudes mais reflexivas e sob a ótica
da investigação.

2 OBJETIVO GERAL

Exercitar a curiosidade intelectual da criança de modo a utilizar a abordagem


própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
capacidade de elaborar hipóteses e resolver problemas.

3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Desenvolver comportamentos de investigação e preservação em relação ao


mundo natural;
 Demonstrar respeito pelos seres vivos e pelo ambiente em que vive;
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 Desenvolver gradualmente a consciência planetária contribuindo para a


preservação do meio ambiente;
 Conhecer e identificar os diversos animais que habitam os jardins;
 Analisar as características, peculiaridades e ciclo de vida dos animais
estudados;
 Ampliar o vocabulário por meio do diálogo, canções e histórias;
 Expressar-se com desenvoltura compartilhando informações;
 Desenvolver a capacidade de expressar sentimentos, desejos, ideias e de se
organizar;
 Desenvolver a capacidade de criar, imaginar e se expressar por meio de gestos
e movimentos;
 Expressar-se por meio da produção das artes plásticas e visuais,
desenvolvendo a percepção, imaginação, emoção, sensibilidade e reflexão;
 Desenvolver as noções espaço-temporais, tendo primeiramente seu corpo e
suas ações de exploração e movimentação, como referências para orientar-se e
localizar-se;
 Desenvolver a afetividade buscando uma convivência harmônica com as
pessoas inseridas no seu meio social;
 Construir gradativamente estratégias para resolução de problemas
matemáticos do seu cotidiano;
 Construir ideias matemáticas em relação à quantidade e tempo;
 Observar a relação entre causa e efeito nas experiências sensíveis.

CONTEÚDOS CURRICULARES

Conforme o exposto na Base Nacional Comum Curricular (2017, p.35), as


Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução CNE/CEB
nº 5/2009)27, em seu artigo 4º, definem a criança como

sujeito histórico e de direitos, que, nas interações, relações e práticas


cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva,
brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta,
narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade,
produzindo cultura (BRASIL, 2009).
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As DCNEI/2009 destacam que devem ser garantidas às crianças experiências


que “promovam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento da
biodiversidade e sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não desperdício dos
recursos naturais. ” (BRASIL,2009).
Destacam também que a Educação Infantil é a etapa da Educação Básica, na
qual as interações e as brincadeiras, devem ser utilizadas como base para as
experiências que contribuirão para as crianças construírem e apropriarem de
conhecimentos por meio de suas atividades e das relações com os colegas e também
com os adultos, o que possibilitará aprendizagens, o desenvolvimento e a socialização
delas.
O projeto abrangeu todos os campos de experiências que foram trabalhados
de forma interdisciplinar abordando as múltiplas linguagens através de atividades
lúdicas e significativas.
Foram realizadas atividades para o desenvolvimento da expressão oral e
escrita dos alunos através das rodas de conversa, contações de histórias, leitura de
imagens e construções de cartazes para pseudoleitura, contribuindo para a ampliação
do vocabulário da turma, permitindo abordar todas as áreas do campo Escuta, fala,
pensamento e Imaginação.
A linguagem corporal foi explorada como instrumento de interação com o outro
e com o meio, através das brincadeiras, imitando o modo de se locomover dos
animais, e se deslocando com autonomia nos circuitos propostos. Também foram
desenvolvidas coreografias buscando aliar Arte e Movimento, sendo trabalhado o
Corpo, gestos e movimentos.
Já o campo de Traços, sons, cores e formas foi trabalhado a partir de
atividades e brincadeiras com os sons, com a música, dança, pinturas, desenhos,
permitindo as crianças explorarem inúmeros recursos da arte.
As atividades realizadas no campo O eu, o outro e nós, ocorreu nas interações
entre as crianças e os adultos, oportunizando o respeito às opiniões, a saber ouvir e
respeitar os coleguinhas.
No campo Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações,
buscamos a partir das pesquisas fazer relações entre causas e efeitos, foram
trabalhadas também as ideias de quantidade e de tempo, despertando o interesse e
instigando a curiosidade das crianças permitindo uma aprendizagem significativa.
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5 METODOLOGIA

O projeto foi desenvolvido inicialmente com uma turma de 3 anos da Educação


Infantil e com as mudanças ocorridas na dinâmica do trabalho da turma, expandiu por
toda instituição, envolvendo todas as demais turmas do CEMEI desde o berçário às
famílias dos alunos.
As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução
CNE/CEB nº 5/2009)27, em seu artigo 9º, inciso VIII, determina que devem ser
garantidas “experiências que incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento,
o questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo
físico e social, ao tempo e à natureza. ” (BRASIL,2009).
O projeto teve início com a observação de uma lesma encontrada no pátio pelos
alunos. A turma demonstrou curiosidade e interesse em descobrir de onde a lesma
teria vindo. Diante dessa curiosidade foi necessário organizar o processo de
investigação em 3 momentos:
1 – Observação e levantamento de hipóteses;
2 – Investigação e pesquisa;
3 – Conclusão do projeto e socialização.
Diante da observação surgiram várias hipóteses:
 É uma lesma? - É um caracol?
 O caracol tem uma casinha nas costas! Ele rola no chão! Ele rasteja com
a barriga no chão! Ele nasceu no jardim!
Mediando a roda de conversa aproveitamos para fazer alguns questionamentos e
realizar a sondagem dos conhecimentos prévios da turma sobre os animais do jardim,
“quais outros animais podemos encontrar no jardim? ” e outras hipóteses foram
levantadas pelos alunos:
 Caracol, formiga, joaninha, tatu-bola, borboleta.
 Sapo.
 Não! O sapo mora na lagoa!
 Na casa da minha tia tem jardim!
Após o levantamento das hipóteses foi proposta a exploração sobre os animais
que habitavam o jardim, fazendo um levantamento de suas características e
curiosidades dos mesmos: lesma, caracol, formiga, tatu-bola e borboleta.
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A partir deste momento, houve a necessidade de planejar atividades e


selecionar recursos que permitissem aos alunos uma postura mais investigativa.
Partimos para o segundo momento do projeto e fomos investigar e pesquisar as
características e curiosidades de cada um dos pequenos animais. Foram usados
muitos recursos e dentre eles a obra “Lúcia-Já-Vou-Indo” de Maria Heloísa Penteado,
que conta a história de uma lesma que iria participar de uma comemoração festiva.
Exploramos a história e surgiu o interesse dos alunos em preparar uma festa para a
“Lúcia” no CEMEI e convidar todas as demais turmas para participarem da festividade.
Percebi então que esse seria o momento para envolver todo CEMEI e as famílias no
projeto.
As crianças ficaram muito empolgadas e vimos a necessidade de trabalhar o
gênero textual “convite”, sua estrutura e importância. Confeccionamos um para ser
entregue a cada turma do CEMEI. Fomos em todas as turmas convidá-las para a festa,
cada educadora e sua turma deveriam escolher um pequeno animalzinho, pesquisar
sobre ele e levá-lo à festa. Todas as crianças ficaram ansiosas e animadas para
participarem. Foi trabalhado a oralidade, pois os alunos eram responsáveis em
entregar o convite nas turmas e explicar para os coleguinhas da outra sala, o que dizia
o convite escrito.
Sempre atuando como escriba, fizemos coletivamente a lista de alimentos para
a festa, para que os alunos conhecessem o gênero lista.
No decorrer do projeto e contando com o apoio das famílias descobrimos
muitas curiosidades sobre os vários animais e insetos que habitam um jardim, seus
hábitos e particularidades. Foram feitas leituras de pesquisas realizadas na internet,
discussões sobre vídeos enviados sobre a vida desses animais. Passamos
diariamente a observar o jardim do CEMEI e seu entorno, registrando todo e qualquer
animal novo encontrado, que passava a ser motivo de curiosidade e interação entre a
turma. Um dos alunos perguntou porque o sol derretia as lesmas (havia aprendido
isso em sua família), pesquisamos e juntos descobrimos que o sal faz com que este
animal elimine a água em seu corpo, o que causa sua morte. Observamos o rastro
brilhoso da lesma no chão e após muitas hipóteses e pesquisas descobrimos que
além dele ajudá-la a se locomover é também o sinal para que ela possa retornar ao
seu ponto de origem. Pudemos superar o conhecimento de senso-comum e
transformá-lo em conhecimento científico.
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Percebemos que no jardim do CEMEI geralmente apareciam apenas formigas


e borboletas. Para ampliar nosso universo de pesquisa resolvemos coletar outros
animais e ali colocá-los para enriquecer as descobertas e instigar a curiosidade da
turma.
Os alunos chegavam animados no dia seguinte para observarem os pequenos
animais, mas eles sempre fugiam. Decidimos então construir um terrário afim de
observá-los mais de perto. Nele colocamos caracóis, tatu-bola, lagartas e minhocas.
Passamos a observar estes animais e registrar diariamente as mudanças
encontradas. Discutimos a quantidade desses pequenos animais, quais viviam sobre
a terra e quais debaixo da terra. Construímos gráficos com a quantidade de animais.
Observamos e pesquisamos o que causava a transformação do tatu-bola para ele se
fechar, oportunizando a ideia de causa e efeito.
Contamos com a ajuda e envolvimento das famílias que enviavam pequenos
animais e materiais que enriqueciam cada vez mais nosso projeto. Cada dia um aluno
ou pai chegava com algum animalzinho ou algo para explorarmos acrescentando e
ampliando nossas descobertas.
Concomitante a isso, desenvolvemos o registro das observações dos alunos
utilizando inúmeros recursos e técnicas de arte, ampliando o repertório de
experiências das crianças.
Observamos os animais e suas características, construímos cartazes com as
informações de cada animal, realizamos leituras de imagens, fizemos pinturas,
confeccionamos pequenos animais com diversos materiais, realizamos
apresentações musicais, ouvimos várias histórias e exploramos o corpo através das
brincadeiras.
À medida que as pesquisas eram realizadas e discutidas com os alunos,
surgiam várias observações e comentários, tais como:
 A concha do caracol parece a concha da praia!
 A lesma também sente o cheiro pelos tentáculos igual a formiga!
 A abelha tem duas asas. Ela faz o mel!
Percebemos que alguns animaizinhos do nosso terrário estavam morrendo e
diante disso discutimos que ações poderíamos realizar para evitar essas mortes e
decidimos então colocá-los novamente em seu habitat demonstrando atitude de
respeito pelos seres vivos e o ambiente. Observamos que o jardim do CEMEI estava
com poucas plantas e resolvemos pesquisar quais plantas poderiam sobreviver num
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jardim com muito sol, descobrimos que poderíamos plantar algumas suculentas no
local que devolvemos os animaizinhos, este foi o começo de um novo projeto.
Socializamos as descobertas em rodas de conversas onde cada aluno expôs o que
havia descoberto ao decorrer do Projeto “A Vida Secreta do Jardim”.
Encerramos o projeto com uma grande festa que foi planejada etapa a etapa
coletivamente por nós e preparada para todo o CEMEI. Todas as turmas foram
caracterizadas com os animaizinhos estudados por elas, já que com o envolvimento
das turmas, cada educadora realizou seu projeto de investigação com seus alunos.
Contamos mais uma vez com a ajuda das famílias que enviaram salgados,
refrigerantes, docinhos e bolo e também participaram da festa.

6 AVALIAÇÃO

No decorrer do projeto ocorreram muitas experiências significativas que


possibilitaram descobertas sobre a vida secreta do jardim desenvolvendo o senso
investigativo das crianças, instigando sua curiosidade e desenvolvendo
comportamentos de investigação e preservação em relação ao mundo natural.
O envolvimento e participação das famílias contribuíram para o
desenvolvimento do projeto, proporcionando momentos de aprendizado e interação
favorecendo o processo de ensino-aprendizagem.
As crianças participaram como protagonistas do projeto demonstrando-se cada
vez mais envolvidas e empolgadas com as experiências vivenciadas, foi visível o
avanço das mesmas em seu processo de ensino-aprendizagem. Tornaram-se mais
participativas, desenvolveram a oralidade e a organização do pensamento.
Todo CEMEI foi envolvido, cada turma pesquisou o animal de seu interesse,
que teve suas curiosidades compartilhadas com todos.
O projeto possibilitou a aquisição de conhecimentos sobre a vida secreta do
jardim, oportunizando atitudes de respeito e cuidado com o meio ambiente e os
animais, contribuindo também com aprendizagens para todos os envolvidos no
projeto, além da mudança de atitude e sensibilização das famílias.
Oportunizou também uma mudança na postura metodológica de todas as
educadoras, que passaram a fazer uso de metodologias ativas e de projetos
investigativos, oportunizando a nossos alunos uma aprendizagem significativa.
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Nossas reuniões extraclasse tornaram-se fontes de pesquisas e debates permitindo


uma avaliação mais reflexiva sobre nossa própria prática diária, de modo a atender as
novas demandas do mundo contemporâneo e a ação do profissional da Educação
Infantil.

7 REFERÊNCIAS

BARBOSA, M. C. Silveira; HORN, M. G. Souza. Projetos pedagógicos na Educação


Infantil. Porto Alegre: Artmed, 2008.
BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional
Comum Curricular. Educação Infantil. Brasília, DF: MEC, SEB,2018.
BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes
Curriculares nacionais para a educação infantil. Brasília, DF: MEC, SEB,2010.
HERNÁNDEZ, Fernando; VENTURA, Montserrat. A organização do currículo por
projetos de trabalho: O conhecimento é um caleidoscópio. 5. ed. Porto Alegre:
Artmed, 1998
SALLES, Fátima; FARIA, Vitória. Currículo na Educação Infantil. Ática, São Paulo,
2ª ed. 2012.
SCHÖN, Donald. Educando o Profissional Reflexivo: um novo design para o
ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO- Varginha -MG. Diretrizes Curriculares
para a Educação Infantil. Rede Municipal de Varginha-MG- 2016
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8 ANEXOS

DESENVOLVIMENTO:
Situação inicial: Surgimento de uma lesma no pátio do CEMEI, a mesma foi
fotografada e recolhida para observação.
Problematização: Que animal é este?
Levantamento de hipóteses com alunos, que animal eles achavam que era.

1ª etapa: 22/4 - Linguagem oral e escrita, Brincar, Linguagem corporal, Mundo


físico e natural, Linguagem artística.
Manhã:
 Rodinha: Rotina - músicas: “Bom dia coleguinha, Semana” - Calendário, Janela
do tempo, Contagem oral dos alunos, Chamadinha, Recitação de parlendas e
cantigas alterando tom de voz (voz de monstro – grossa, voz de formiguinha -
voz fina, alto, baixo);
 Discussão sobre as características do animal (lesma) encontrado e análise de
imagens levadas pela educadora para reconhecimento e identificação do
animal.
 História deleite: “Lúcia Já-Vou-Indo” – Maria Heloísa Penteado;
 Roda de conversa informal – exploração da história (animais convidados para
a festa, cooperação, amizade, levantamento de dados sobre a lesma – onde
vive, o que come, como se reproduz);
 Diálogo sobre o que é necessário para fazer uma festa.
 Confecção do convite para as demais turmas do CEMEI;
 Visita ao jardim à procura de animais (observação do espaço com lupa).
Tarde:
 Brincadeira de faz de conta: imitar os animais do jardim (explorar os
movimentos corporais).
2ª etapa: 23/4 - Linguagem oral e escrita, Linguagem artística, Linguagem
musical, Linguagem corporal, Mundo físico e natural.
Manhã:
 Rodinha: Rotina;
 Musicalização – apresentação da música “A lesma” – Turma do caracol;
 Roda de conversa: apresentação da pesquisa realizada pela turma referente à
lesma, separar textos, e imagens enviadas pela família;
 Levar a lesma coletada no pátio para observação; observá-la com lupa;
 Fazer o registro com desenho livre;
 Modelagem com massinha: modelar uma lesma e seus ovos – explorar a
contagem oral dos ovos.
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Tarde:
 Brincadeira cantada: “Passeando na floresta”– exploração de movimentos
corporais;
 Preparação para a entrega dos convites.
3ª etapa: 24/4 – Linguagem oral e escrita, Brincar, Mundo físico e natural,
Universo cultural e social.
Manhã:
 Rodinha: Rotina;
 História deleite: Conto “Pedrinho, o caracol e a lesma”;
 Conversa informal: Explorar o conto enfatizando a importância de compartilhar;
 Registro: Construção do quadro informativo “O que descobrimos sobre as
lesmas” – exploração das informações possibilitando construção de
conhecimento; auxiliar os alunos na síntese de informações – (educadora
escriba).
Tarde:
 Brincadeira com brinquedos diversos – interagir, compartilhar, brincar juntos;
 Entrega dos convites para festa nas demais turmas do CEMEI com a explicação
oral dos alunos.
4ª etapa: 25/4 - Linguagem oral e escrita, Linguagem corporal, Noções espaço-
temporais, Linguagem musical, Linguagem artística, Brincar.
Manhã:
 Rodinha: Rotina;
 Musicalização: “Minhoca me dá uma beijoca”, “A cobra não tem pé”, brincar
com instrumentos de percussão (chocalhos e latinhas)
 História deleite: “O Caracol” – Mary França e Eliardo França;
 Conversa informal – exploração da história e da leitura de imagens, detalhes
da capa, conversa sobre o caracol, levantamento de hipóteses:
* será que ele voa?
* será que ele consegue correr?
* o que ele carrega sobre as costas?
* do que é feita a casa do caracol?
 Registro: enfeitar o prato com cola colorida para confeccionar um caracol;
Tarde:
 Brincadeira dirigida: Traçar o casco do caracol com massinha de modelar no
chão para que a criança conduza a bolinha de isopor pelo circuito através do
sopro.
5ª etapa: 26/4 - Linguagem oral e escrita, Linguagem corporal, Noções espaço-
temporais, Linguagem musical, Mundo físico e natural.
Manhã:
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 Rodinha: Rotina;
 Musicalização: “O caracol” – Turma do caracol;
 Pesquisa sobre o caracol com os alunos (pesquisar em livros, na internet e
revistas) – conversa informal sobre os hábitos do caracol (alimentação, visão,
curiosidades...);
 Atividade de observação – levar um caracol coletado no jardim, observar as
características utilizando a lupa;
 Registrar com pintura livre.
Tarde:
 Brincadeira dirigida: imitar um caracol – rastejar pelo traçado, passear pelo
pátio com uma bexiga nas costas.
6ª etapa: 29/4 - Linguagem oral e escrita, Linguagem artística, Linguagem
musical, Linguagem corporal.
Manhã:
 Rodinha: Rotina;
 História deleite: “Tião carga pesada” – Telma Guimarães Castro Andrade;
 Atividade de artes: Pintura do pente de ovo para confeccionar um caracol e
levar para socialização com a família sobre os resultados das pesquisas
realizadas.
Tarde:
 Brincadeira cantada: “Passeando no jardim” – explorar os movimentos
corporais imitando animais (borboleta, caracol, tatu-bola, formiga);
 Construir uma coreografia para ser apresentada na festa explorando os
movimentos corporais.
7ª etapa: 30/4 – Linguagem oral e escrita, Mundo físico e natural, Linguagem
corporal
Manhã:
 Rodinha: Rotina;
 Registro: Construção do quadro informativo “O que descobrimos sobre o
caracol”;
 Conversa informal: Explorar as informações oportunizando construção de
conhecimentos.
Tarde:
 Brincadeira dirigida: Circuito - rastejar pelo túnel, engatinhar pelo traçado e
pular bambolês (explorar as habilidades do corpo);
 Levar o caracol para casa com o objetivo de interagir com a família
possibilitando a troca de aprendizado.
8ª etapa: 2/5 - Linguagem oral e escrita, Linguagem artística, Universo cultural e
social, Números e quantidades.
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Manhã:
 Rodinha: Rotina;
 Visita ao jardim para observar os pequenos animais;
 Problematizar: Por que o número de formigas é tão grande no nosso jardim?
 Levantamento de hipóteses com os alunos;
 História deleite: Fábula “A cigarra e a formiga”;
 Conversa informal – Explorar a história (quantos personagens participaram da
história, como é o trabalho da formiga, como será um formigueiro) – sondagem;
 Assistir vídeo: 10 fatos sobre a vida de uma formiga -
https://www.youtube.com/watch?v=3MC1F-eLyM4
 Registro: Representar a história com colagem (fazer uma formiga com círculos
– explorar a forma geométrica e contagem oral dos círculos).
Tarde:
 Apresentar o filme “Vida de Inseto” – como é a vida no formigueiro, trabalho em
grupo e a vida em sociedade das formigas;
 Registro: Construir um formigueiro com colagem e pintura.
9ª etapa: 3/5 - Linguagem oral e escrita, Linguagem musical, Linguagem
artística.
Manhã:
 Rodinha: Rotina;
 História deleite: “Farra no formigueiro” – Liliana e Michele Iacocca;
 Registro: Pintura do pente de ovo com tinta marrom para confeccionar uma
formiga.
Tarde:
 Apresentar a música “A formiguinha” – Sandrinha e a Garotada;
 Construir coreografia para ser apresentada ao CEMEI.
10ª etapa: 6/5 - Linguagem oral e escrita, Linguagem musical, Linguagem
artística, Noções espaço-temporais.
Manhã:
 Rodinha: Rotina;
 Musicalização: “A formiguinha”, “Fui ao mercado”;
 História deleite: “O Toró” – Regina Siguemoto;
 Entregar os convites para as turmas.
Tarde:
 Atividade dirigida: Traçar um zigue-zague com fita crepe no chão para o aluno
engatinhar por ele como uma formiga alterando velocidade (rápido/depressa).
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11ª etapa: 7/5 - Linguagem oral e escrita, Linguagem musical, Universo físico e
natural, Linguagem artística, Noções espaço-temporais, Grandezas e medidas,
Números e quantidades.
Manhã:
 Rodinha: Rotina;
 Socializar o que aprendemos sobre a vida das formigas – explorar oralmente
as descobertas na roda de conversa;
 Registro: Construção do quadro informativo com os alunos.

Tarde:

 Atividade dirigida: Manipular saquinhos com pedrinhas de diferentes pesos e


tamanhos – exploração das grandezas e medidas;
 Problematizar com os alunos como as formigas conseguem carregar tanto peso
nas costas;
 Caminhar pelo traçado carregando um saquinho com pedrinhas na cabeça
cantando a cantiga da Cigarra e a Formiga (explorar a contagem oral);

12ª etapa: 8/5 - Linguagem oral e escrita, Mundo físico e natural.


Manhã:
 Rodinha: Rotina;
 Conversa informal: Discutir com os alunos a construção de um terrário coletivo
para cultivarmos um jardim na sala e observarmos os animaizinhos e seus
hábitos de perto;
 Registro: Escrever a lista de materiais necessários na construção do terrário,
tendo a educadora como escriba – explorar o gênero textual: lista.
Tarde:
 Visitar o jardim do CEMEI para coletar os animaizinhos para o nosso terrário –
enfatizar o cuidado na coleta, o trabalho em grupo, o cuidado com os animais
e a utilização de luvas);
 Problematização: porque a picada da formiga coça.
13ª etapa: 9/5 – Linguagem oral e escrita, Linguagem musical, Linguagem
artística, Universo cultural e social.
Manhã:
 Rodinha: Rotina;
 Construir o terrário com a participação dos alunos;
 Cuidar observar diariamente o terrário estimulando a interação e conversa
informal entre a turma;
 Problematização: O que será que os pequenos animais precisam para viver?
 Levantamento de hipóteses com os alunos.
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- água;
- terra;
-comida;
- mamãe;
- a terra morre? (problema proposto por uma aluna)
 Registro: desenho livre do terrário e os animais que ali vivem.

Tarde:
 Assistir o vídeo “Seres Vivos e Não vivos” -
https://www.youtube.com/watch?v=q5F-VINjJlE com os alunos para discutir se
a terra morre;
 Conversa sobre seres vivos e não vivos e conclusão que a terra é um “ser não
vivo”;
 Apresentação da dança coreografada da “formiguinha” para todo o CEMEI.

14ª etapa: 10/5 – Linguagem oral e escrita, Universo cultural e social, Mundo
físico e natural, Linguagem musical, Linguagem corporal.
Manhã:
 Rodinha: Rotina;
 Assistir o vídeo: “Tatu Bolinha” – Cocoricó
https://www.youtube.com/watch?v=ObVoirL1g2Y
 Observar o tatu-bolinha coletado no jardim com lupa;
 Problematização: Por que o tatu bola vira uma bolinha quando o tocamos?
 Levantamento de hipóteses sobre a vida do pequeno animal;
 Pesquisar com os alunos em revistas, google e livros com imagens sobre o
tatu-bola;
 Registro: Pintar o tatu-bola com cola colorida.
Tarde:
 Brincadeira cantada: “Vamos passear no jardim” – imitar os animais (borboleta,
caracol, tatu-bola, formiguinha);
15ª etapa: 13/5 – Linguagem oral e escrita, Mundo físico e natural, Linguagem
corporal.
Manhã:
 Rodinha: Rotina;
 Discussões sobre a vida do tatu-bola.
 Registro: Construção do quadro informativo para exploração das descobertas
e interação entre a turma;
Tarde:
 Atividade dirigida: se locomover como um tatu – rolar pelo pátio para um lado
e para o outro (explorar as possibilidades corporais).
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16ª etapa: 14/5 – Linguagem oral e escrita, Linguagem artística, Mundo físico e
natural, Brincar.
Manhã:
 Rodinha: Rotina;
 História deleite: “O nascimento da borboletinha” – conto e reconto;
 Conversa informal: Realizar uma sondagem sobre o ciclo de vida das
borboletas;
 Registro: Representação da história com carimbo das mãos para confecção da
borboleta;
Tarde:
 Brincadeira dirigida: Colocar asas nos alunos para brincarem de faz de conta;
 Construção de gráfico com a quantidade dos animais existentes no terrário.
17ª etapa: 15/5 – Linguagem oral e escrita, Mundo físico e natural, Mundo
cultural e social, Linguagem artística.
Manhã:
 Rodinha: Rotina;
 Apresentação do vídeo “Metamorfose da borboleta:
https://www.youtube.com/watch?v=jZEswMf2dPk
 Registro: Pintura do pente de ovo com tinta verde para confecção da lagarta
para compartilhar as descobertas com a família;
Tarde:
 Observar os materiais coletados para aprendizado (ovos, lagarta, casulo e
borboleta);
18ª etapa: 16/5 – Linguagem oral e escrita, Mundo físico e natural, Linguagem
musical, Linguagem artística.
Manhã:
 Rodinha: Rotina;
 Musicalização: “Borboletinha”, “A lagarta e a borboleta”;
 Socialização sobre o que sabemos sobre a borboleta;
 Registro: Construção do quadro informativo com as descobertas sobre as
borboletas.
Tarde:
 Apresentar a poesia: “As borboletas” – Vinícius de Moraes;
 Confecção da borboleta com pintura de pratinho para levar para casa e
compartilhar conhecimento com a família.

19ª etapa: 17/5 – Linguagem oral e escrita, Linguagem artística.


19

Manhã:
 Rodinha: Rotina;
 Conversa informal – socialização dos conhecimentos adquiridos com o
decorrer do projeto. O que descobrimos sobre cada um dos animaizinhos do
jardim estudados. Quais as características e curiosidades de cada animal.
Quais cuidados devemos ter com o ambiente em que vivem, com as plantas.
Quais alimentos eles necessitam. A importância da água para os seres vivos.
A diferença entre seres vivos e não vivos.
Tarde:
 Brincar com a música: “Lagarta Comilona” – Prof. Shauan Bencks.
CULMINÂNCIA: Realização da festa da Lúcia-Já-Vou-Indo com a participação de
todo o CEMEI, as turmas estarão caracterizadas com o animalzinho escolhido por
elas.
RECURSOS:
 Livros;
 Folha sulfite;
 Pente de ovos;
 Massinha de modelar;
 Tintas;
 Cola;
 Cola colorida;
 Giz de cera;
 Fita crepe;
 Bambolê;
 Túnel;
 Saquinhos com pedra de aquário;
 Pratinho descartável de papel;
 Pincel;
 Aquário para o terrário;
 Pedra de aquário;
 Terra;
 Areia;
 Animais de jardim;
 Fantasias;
 Vídeos;
 Plantas;
 Cartolina;
 Bexigas;
 Bolinha;
 Imagens;
 Revistas.
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IMAGENS RELACIONADAS AO PROJETO

Observação da Lesma

Observação do Jardim
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Observação dos caracóis

Imitação dos caracóis

Observação e confecção da formiga coletada no jardim


22

Observação do tatu-bola

Observação e exploração das abelhas e favo de mel

Apresentação para o CEMEI da música “A Formiguinha”.


23

Confecção da lagarta

Organização dos materiais e construção do terrário


24

Convite para a culminância do projeto

Convite para as turmas de 2 anos

Convite para as turmas de 3 anos


25

Convite para as turmas do berçário

Exposição dos trabalhos realizados por todas as turmas

Os preparativos para a festa (Culminância)


26

Convidados da festa: as lesmas

As abelhas, borboletas e formigas

As joaninhas, abelhinhas e borboletas


27

Devolvendo os animaizinhos do terrário no jardim

Plantação das suculentas

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