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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA


CENTRO SOCIOECONÔMICO - CSE
CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
DISCIPLINA DE HISTÓRIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS II

A RELAÇÃO CHINA – HONG KONG: UM PAÍS, DOIS SISTEMAS HISTÓRICOS E


CONFLITUOSOS

1
Alynne Lopes Salgueiro
2
Carolina Elly Mitsuda
3
Juan André Simplício
4
Letícia Veiga Bernardo
5
Antero Maximiliano Dias dos Reis
1 INTRODUÇÃO

A relação China-Hong Kong é uma complexa vinculação política e econômica que


pode confundir até os mais experientes especialistas. Tal relação de dependência é resultado de
uma historicidade envolvendo riquezas, política e extensão territorial. Dois séculos atrás, Reino
Unido procurou manter-se hegemônico no contexto de poder internacional através de políticas
imperialistas que envolviam todo o globo. Por meio de tratados comerciais vantajosos abriu os
portos da China, em busca de mercado consumidor. Essa forçada abertura retirou a China de
posição de destaque no cenário mundial. Guerras como a do Ópio relevaram ainda mais a
decadência chinesa.

A Primeira Guerra do Ópio estimulou o comércio de narcóticos na região e


enfraqueceu a venda de outras mercadorias para a região.

________________________
1
Discente de Relações Internacionais na Universidade Federal de Santa Catarina.
E-mail: lynnelopess@gmail.com
2
Discente de Relações Internacionais na Universidade Federal de Santa Catarina.
E-mail: carol192sc@yahoo.com.br
3
Discente de Relações Internacionais na Universidade Federal de Santa Catarina.
E-mail: juan.ri.ufsc@hotmail.com
4
Discente de Relações Internacionais na Universidade Federal de Santa Catarina.
E-mail: leticiaveigaprofissional@hotmail.com
5
Doutor em História Econômica pela Universidade de São Paulo – USP, orientador deste trabalho e docente da
disciplina (HST7112-02340) História das Relações Internacionais II na Universidade Federal de Santa Catarina.
E-mail: anteromaximilianoreis@gmail.com
2

A venda de ópio representava de fato o comércio com a China, caso esse produtos
parasse de ser comercializado significaria não apenas o fim do tráfico de ópio
com os chineses, mas o fim da comercialização de produtos europeus na China
(SAMPAIO, 2015, p.6).

Hong Kong, por sua vez, funcionava como espécie de colônia britânica com nenhuma
experiência democrática. Somente a partir de 1912 passou a ter movimento capitalista, por meio
da consolidação dos bancos chineses e do investimento industrial em detrimento das
dispendiosas importações. Com a invasão japonesa na China, empresários chineses passaram a
residir em Hong Kong a fim de se refugiar, fazendo com que a economia crescesse através do
setor financeiro e industrial, assim como com o aumento populacional. Hong Kong se tornou
um ambiente estimulante para o capitalismo.
Um grau intermediário de autonomia tornou Hong Kong uma singularidade econômica
no mundo, adquirindo forma político-administrativa própria. Tal administração especializada e
independente pode ser descrita através do princípio “Dois Sistema”.

O que é a prática de “Dois Sistemas”? Em termos simples, ela refere-se à aplicação


em estrita conformidade com a Lei Básica dos princípios “Administração de Hong
Kong pela Gente de Hong Kong”, “Administração de Macau pela Gente de Macau” e
um alto grau de autonomia com base nos sistemas e desenvolvimento anteriormente
existentes nas Regiões Administrativas Especiais de Hong Kong e de Macau.
Estritamente falando, a prática “Dois Sistemas” inclui não só a autonomia, a
prosperidade e a estabilidade de Hong Kong e de Macau, mas também a preservação
da segurança nacional e a defesa da soberania nacional (TAK, 2019, p.168).

Enquanto a China era abertamente socialista, Hong Kong adquira mecanismos de


economia de mercado aberta capitalista, tendo seu vínculo com o governo chinês. No entanto,
esta autonomia política e comercial não se deu sem entraves e conflitos. China procurava
expandir sua influência sob Hong Kong através de leis controversas.
Sobretudo, Hong Kong se tornara uma forma de arrecadação de dinheiro para o
governo chinês e foi fundamental em sua modernização a partir do século XIX. Conforme
Oliveira

Em correlação com o processo de modernização da China, a especificidade de Hong


Kong repousa em três pontos chaves: primeiro, no papel de investidor no processo de
reforma da China. Em termos de investimento externo direto, Hong Kong é ainda
responsável por aproximadamente 70% dos investimentos realizados na China,
enquanto que Taiwan responde por mais ou menos 10%, Japão 6% e Estados Unidos
4%; segundo, Hong Kong é o seu principal parceiro comercial, tendo somente nos
últimos anos sido superado pelo Japão; e em terceiro, seu papel de "intermediário" no
comércio de commodities e de serviços (incluindo serviços financeiros, turismo e
consultoria em negócios) tem sido crucial (OLIVEIRA, 2012, p.3)
3

O capital estrangeiro adquirido por Hong Kong servia de reserva para o governo chinês
que o obtivera através da independência comercial de Hong Kong. No entanto, Hong Kong
possui pouca experiência democrática e enfrentou crises de protesto que abalaram sua
economia. Movimentos políticos e sociais passaram a demandar por liberdade em relação à
interferência Chinesa. Tais protestos que se iniciaram pacíficos, se tornaram mais violentos,
causando queda no turismo e consequentemente na economia de Hong Kong.
Diante de toda a encruzilhada enfrentada pelas duas localidades, o presente estudo
busca levantar um panorama socio-histórico da relação entre a Administração Especial e a
República Popular da China, analisando aspectos vinculativos à tratados e como os embates se
travam no hodierno, por meio de consultas em canais midiáticos de cunho jornalísticos e artigos
especializados no tema.

2 CONTEXTO HISTÓRICO DE DOMINAÇÃO GRÃ-BRETANHA: “ O SÉCULO


DAS HUMILHAÇÕES ”

Durante o contexto do imperialismo, grandes potencias estavam à procura de novos


mercados consumidores, o Reino Unido ansiava maior acesso ao mercado consumidor chinês,
visto a grande riqueza e extensão de território. O primeiro contato entre ambos foi após as
Guerras Napoleônicas, a “Companhia das Índias Orientais Inglesas enviaram uma missão a
China pra aumentar os privilégios comerciais, estabelecimento de relações diplomáticas e
aberturas de portos” (SAMPAIO, 2015, p.2). Infelizmente a China não considerava essas trocas
comerciais vantajosas, as vendo como um insulto, pois, de acordo com Heinrich (2016, p.5)
“trocar produtos com países estrangeiros era se desvalorizar, o que representava transtorno para
a Inglaterra”. Sendo assim, por muito tempo o comércio com a China foi de uma via só, o que
impedia o Reino Unido obter o grande potencial do mercado consumidor chinês.
Entretanto, os ingleses descobriram a mercadoria ideal para ser exportada: o ópio. O
consumo desse produto foi crescente e lucrativo para os ingleses, porém prejudicial para a
China, pois Sampaio (2015) explica que no mesmo período em que as relações comerciais
estavam tentando ser conquistadas na China pelo reino Unido, a substância era vista como
empecilho e “maldição social”. Assim a partir de 1820 o Estado Chinês iniciou uma campanha
contra o problema do ópio, tornando a questão tema central de assuntos estrangeiros e da
política doméstica.

Em 1825, Daoguang (imperador chinês) ficou sabendo por relatórios dos censores
que a quantidade de prata chinesa que estava sendo usada para pagar o ópio era tão
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grande que estava começando a prejudicar a economia nacional. Embora esse


fenômeno estivesse ainda, no geral, limitado às regiões litorâneas do Sudeste da
China, seus efeitos estavam sendo sentidos no interior do país. A escassez de prata fez
com que seu preço subisse em relação ao cobre. Como os camponeses usavam
moedas de cobre para suas transações de todos os dias, mas continuavam tendo que
pagar seus impostos em prata, um aumento do valor da prata significava que eles
estavam pagando impostos cada vez mais altos, e isso, com certeza, levaria a
perturbações. (SAMPAIO, 2015, p.2 Apud Spence, 1196, p.160)

Após inúmeras discussões do governo chinês sobre como o tráfico do ópio deveria ser
detido e o fim do monopólio pela Companhia das Índias Orientais no comércio com a Ásia, a
situação piorou. Em 1938 o império chinês mandou membros de alto escalão para reprimir o
comércio em Catão e capturar as cargas de Ópio. Essa decisão foi vista como ofensa pelo
parlamento britânico, que julgou as condições - que seus súditos estavam sendo submetidos na
região – prejudiciais, exposições a humilhações e injustiças, instaurando a Primeira Guerra do
Ópio em 1939 (SAMPAIO, 2015). Segundo Sampaio (2015, p.3) “este conflito marcou um
importante momento histórico, o aparecimento de inovação na tática e na tecnologia militares
ocidentais. O surgimento do barco movido a vapor como uma força considerável nas batalhas
foi o primeiro símbolo dessas modificações.”
Após a vitória do Reino Unido na guerra, devido a sua tecnologia mais avançada, foi
imposto sobre a China o Tratado de Nanjing ou o primeiro dos “tratados desiguais”. Segundo
Heinrich (2016, p.6) “composto por doze artigos principais, ele incluía o princípio da
extraterritorialidade, tarifas justas e regulares, abertura de cinco portos chineses, e a possessão
da ilha perpétua de HK”. Esse tratado significou a perda de soberania política e econômica da
China para os grandes potencias, deixando o Império chinês a mercê dos caprichos estrangeiros,
sobretudo na questão de tarifas, inaugurando assim o “século das humilhações”.

Em pouco mais de uma década, o grande império chinês passara de uma posição de
destaque (KISSINGER, op. cit) para uma colônia não formal das potencias da época
(GULLO, 2014). Somente em 1943 os EUA e a Grã-Bretanha renunciaram ao
principal ponto de desigualdade – a extraterritorialidade – pondo fim ao século dos
tratados desiguais. (HEINRICH, 2016, p.7)

Era por meio do sistema duplo de trocas que as potencias imporiam seu controle sobre
a China. Também havia um comércio legal, redigido pela cláusula da nação mais favorita e que
foi formalizado pelo tratado de Tianjin (1860) imposto pelos vencedores da Segunda Guerra do
Ópio – França e Inglaterra. Entretanto, os resultados esperados pelas grandes potencias e a Grã-
Bretanha não foram atingidos. Sampaio (2015, p.3) afirma que “Embora, os portos escolhidos
no tratado houvessem sido selecionados com cuidado, os negócios evoluíam com lentidão que
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se falava em tentar trocá-las por cidades melhores em trânsito de mercadorias”. Desta forma,
as consequências foram revoltas e ataques contra os ingleses por milícias, que eram contra-
atacados da mesma forma.
Enquanto isso, o território apossado pela Grã Bretanha, a ilha de Hong Kong, era um
lugar pouco povoado e inóspita, porém tinha um ancoradouro com profundas águas, o que
tornava propício para a facilitação do comércio, explica Oliveira (201?). Como uma espécie de
colônia britânica, não houve democracia representativa em Hong Kong. Segundo o Autor, o
governador era escolhido em Londres e tudo era controlado pelo exército do Secretário de
Estado britânico e foi muito importante para assegurar a ascendência mundial da esquadra
britânica.
Entretanto, a evolução da ilha de Hong Kong começou depois da primeira Guerra
Mundial. Logo após, entre 1912 e 1927 a parte costeira da China iniciou um movimento
capitalista selvagem e com forte apoio para no mercado e produção local, frisou Oliveira (201?).
Os bancos chineses foram se consolidando e começaram a obter uma grande quantia de dinheiro
da diáspora chinesa, ao mesmo tempo que as potencias sofriam de perturbações referente a
primeira grande guerra. Consequentemente, os empresários começaram a investir em indústria
para substituir importações, principalmente a indústria têxtil em Xangai.
Contudo, novos conflitos emergiram como a luta entre nacionalistas e comunistas, a
invasão da china pelo Japão e a Guerra do Pacífico, que resultaram na mudança desses
empresários em Xangai para a China, como afirma Oliveira (201?, p. 4) “Quando, no final dos
anos 40, a cúpula militar e partidária do regime de Chiang Kaishek fugiu para Formosa, diante
do avanço inexorável dos comunistas de Mao Zedong, a nata dos banqueiros e empresários de
Xangai também se deslocou surpresas”.

Os milionários de Xangai que fugiram para Hong Kong, em 1949, eram os cérebros
financeiros e a elite empresarial da China, banqueiros e industriais com uma
experiência de assuntos econômicos acumulada por gerações de famílias e clãs... Uma
vez libertos das garras do KMT e fora do alcance dos burocratas comunistas, eles
transformaram a colônia da Coroa em base sem paralelos das finanças internacionais.
(OLIVEIRA, 201?, p.3 apud Sterling Seagrave, 1995)

Posterior a ocupação japonesa, a população de Hong Kong aumentou


significativamente graças a vitória dos comunistas em 1949, comportando cerca de um milhão
de refugiados. Desde então, se tornou uma base das indústrias de manufatura barata e um centro
regional de serviços e finanças. A lograr tal resultado, medidas foram essenciais como:
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inovações técnicas e novos modelos de organização de trabalho, para chamar atenção de


empresas para que segmentassem seu processo produtivo.
Como explica Oliveira (201?), foi imperioso que o governo atraísse investidores
externos, oferecendo um ambiente capitalístico estimulante, mão de obra boa e especializada,
no entanto com salários mais baixos que os países industrializados em geral. O governo também
colaborou na questão de moradias, tornando os impostos e taxas quase nulos ou insignificantes.
Além de controlar os aluguéis, no fito de promover moradia popular para metade da população.
E desde os anos 60 a administração focou em assuntos sociais, assistência médica barata e um
sistema de ensino de qualidade. Outro fato importante a ser verificado é a ligação entre as
pequenas e grades empresas, que teve sucesso graças a intervenções governamentais como
quotas do Acordo Multifibras, centros de treinamentos e informações para exportadores, como
frisa Oliveira (201?, p. 5):

a estrutura industrial básica de HK, derivada do núcleo original de empresários


têxteis de Xangai, chegados ao território no final dos anos 40 com pouco mais do
que suas próprias habilitações, tomou a forma de uma teia de pequenas firmas,
ligadas entre si em redes de produção e de subcontratação, e que se revelaram
extremamente aptas a entrosar-se, através de outras pequenas firmas especializadas
em exportação/importação, com a demanda em continua transformação de um
mercado mundial em acelerada expansão.

Em 1979 foi realizado o primeiro passo para a liberação da economia doméstica e a


internacionalização. Criou-se quatro zonas especiais para interagir com o mundo chinês do
sudeste asiático. A intenção, como atribui Oliveira (201?), era cooperar para o processo de
industrialização chinesa, não só a parte de investimentos, mas também técnica e prática. Essa
atitude demonstra o quão importante foi a participação de Hong Kong para a China que
conhecemos atualmente, porque por intermédio deste intercambio de fazeres que acelerou o
crescimento e no final dos anos 80, estava surgindo uma área econômica chinesa.

3 UM PAÍS, DOIS SISTEMAS

A singularidade econômica apresentada pela região de Hong Kong advém de uma


fórmula político-administrativa “Um País, Dois Sistemas”. Por intermédio de tal instrumento,
o território de HK pôde ser devolvido à soberania chinesa em 1° de julho de 1997, ao final do
Contrato de Concessão de 99 anos dos “Novos Territórios”. A partir de então, a área foi
nomeada como Hong Kong Special Administrative Region (Região Administrativa Especial da
China), desempenhando papel similar ao de Macau. A Declaração Conjunta Sino Britânica para
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a temática de HK, ratificada em 1984, iniciou as discussões dos termos para o retorno do
território ao domínio chinês. De acordo com Heinrich (2016, p.4), “o documento previu que as
políticas básicas para a devolução seriam estipuladas na Lei Básica”. Assim, estabelecer-se-á
durante 50 anos um grau de autonomia parcial da região por meio de um sistema capitalista
próspero e estável que deverá permanecer inalterado salvaguardando os direitos e liberdades de
seus residentes.

Em primeiro lugar, as Regiões Administrativas Especiais de Hong Kong e de Macau


são garantidas pela Constituição. A Constituição da República Popular da China é a
lei fundamental da China, que estipula o regime e as tarefas básicas do país, com efeito
jurídico supremo.1 No artigo 31º da Constituição estabelece-se que “O Estado pode
criar regiões administrativas especiais sempre que necessário”. (TAK, 2019, p.158)

Diante dos momentos de tensão que contornavam o cenário mundial devido ao avanço
da Guerra Fria, a China, abertamente socialista, adotou mecanismos de economia de mercado
internalizando alguns modos de produção capitalista, porém, muito cautelosos à não abdicar do
regime totalitário controlado pelo Partido Comunista Chinês. A ideia, portanto, da política
instaurada em Hong Kong partiu do dirigente Deng Xiao Ping que, em 1978 já dava os
primeiros passos na introdução da iniciativa privada no âmbito doméstico ao mesmo tempo que
permitia a entrada de capital estrangeiro em seu terreno, isso como medida preventiva a fim de
não perder comércio frente a ascensão do Japão e Tigres Asiáticos no continente.

A cidade conta com um alto grau de autonomia política, com os poderes executivo,
legislativo e judiciário mais independentes do controle do governo chinês do que o
resto do país. Um dos princípios contidos na Lei Básica e reafirmado por Lu Ping, o
principal oficial da China em Hong Kong, era o direito de desenvolver a sua própria
democracia sem nenhuma interferência do governo central. Apesar disso, Beijing já
reinterpretou o documento diversas vezes afirmando a sua jurisdição completa sobre
Hong Kong, o que causa um atrito político constante entre os dois pólos. (CNN
português, 2001)

A noção de soberania adotada pelo governo chinês é, segundo Yanping (2009, p.68)
“um produto da necessidade para a conquista da independência e da libertação da nação
(Estado), no contexto da invasão por inimigos externos”. Nesse sentido, em consonância ao
pensamento do autor, nota-se que a soberania estatal possui uma forte consciência de autonomia
e intransigente, sobretudo, em relação à independência e integridade da nação-estado. O
princípio “Um país, Dois Sistemas” preserva essa gênese e posição norteadora da gestão
administrativa da China. Em conformidade com as diretrizes das Leis Básicas chinesas, a
estratégia impõe ao governo local autonomia para investimento monetário, emissão de moedas,
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poder de julgamento em última instância, ou seja, as esferas de poderes serão divididas e


executadas pelo governo local, porém isso não significa dissolução da soberania estatal, o
controle da sede ainda torna-se legitimado através da teoria da delegação da soberania,
sujeitando-se ao “Estado mor” (YANPING, 2009).

Sob a garantia da Constituição, estabelecem-se tanto a base jurídica da Lei Básica


como o estatuto e as características das regiões administrativas especiais. E ao mesmo
tempo, organiza-se o relacionamento entre as autoridades centrais e as regiões
administrativas especiais e estabiliza-se a confiança dos residentes das regiões
administrativas especiais no princípio “Um País, Dois Sistemas”. (TAK, 2019, p.158)

A segunda proposta conjunto da obra teórica de Deng Xiao Ping reitera “Hong Kong
Governado pela suas Gentes”, ou seja, o povo de HK poderá governá-lo com confiança. Em
sua obra, declara aos patriotas que “A inteligência dos chineses não é inferior à dos estrangeiros,
nem os chineses são incompetentes. Não devemos pensar que apenas os estrangeiros são
competentes, temos que acreditar que nós chineses podemos fazer um bom trabalho”1. Ainda
referente aos princípios que regem a política, o da imutabilidade detém maior relevância, nas
palavras do representante chinês, inerente às pautas administrativas, “A imutabilidade por
cinquenta anos, em sentido verdadeiro, implica a imutabilidade mesmo depois de cinquenta
anos; implica a imutabilidade do Socialismo na China Continental” (CHONG, 201?, p.214)

“Um País, Dois Sistemas” significa que as Regiões Administrativas Especiais poderão
usufruir do desenvolvimento da China Continental, significa que as vantagens dos
dois sistemas nas Regiões Administrativas Especiais poderão ser articuladas e
integradas racionalmente, formando efeitos de combinação mais competitivos, de
modo a assegurar a prosperidade a longo prazo, que é requisito fundamental de
desenvolvimento. (CHONG, 201?, p.214)

Deng Xiao Ping criou, portanto, um sistema de sucesso prático que alarga a tolerância
do Socialismo com características chinesas que se encontram previstos, global e
sistematicamente, na Lei Básica de Hong Kong, que contém 9 capítulos, 160 artigos. O
desenvolvimento saudável em HK, similar aos Regulamentos da Região Administrativa
Especial de Macau (RAEM) nos últimos mais dez anos mostrou, muito vigorosamente, o valor
de inovação dupla da teoria e do sistema de “Um País, Dois Sistemas", além de demonstrar que

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1
Ver mais em: Deng Xiaoping (1993). Antologia de Deng Xiaoping (Vol.III). Pequim: Editora Popular.
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os dois sistemas sociais diferentes podem completar-se e as partes razoáveis do Capitalismo


podem ser aproveitadas pelo Socialismo e servir o Socialismo (CHONG, 201?)

4 HONG KONG E A ATUALIDADE

Desde a devolução de Hong Kong à China e a adoção do sistema “um país, dois
sistemas”, o governo chinês tenta cada vez mais exercer poder sobre a Região Administrativa
Especial.
Dentre as várias tentativas da China de influenciar mais nas decisões de Hong Kong,
tem-se por exemplo uma lei de segurança considerada polêmica, que foi abandonada após
protestos em 2002; a promessa inicial de maior liberdade nas eleições de 2017 e depois tentar
manipular a mesma, restringindo a quantidade de candidatos conforme as preferências de
Pequim, em 2014; e a mais recente, em 2019, é a proposta de lei para extraditar para China
continental, possíveis criminosos.
Em 2014, o governo chinês tinha prometido que as próximas eleições, em 2017, seriam
gerais e diretas, ou seja, apenas a população iriam escolher o novo líder, e não como era feito
até então, em que um comitê especial o escolhia (BBC, 2014a). Porém, no final do mês de
agosto, segundo foi noticiado no site da BBC(2014a), "o principal comitê legislativo chinês
decidiu por unanimidade que os eleitores só poderão escolher os candidatos de uma lista
formada por dois ou três nomes selecionados por um comitê especial", ou seja, apesar de os
cidadãos de Hong Kong poderem votar diretamente, não teriam a liberdade de escolher um
candidato que não fosse pré-aprovado pela China, já que esse comitê seria formada por sua
maioria por pró-Pequim. Segundo os ativistas pró-democracia, essa manobra seria para impedir
a candidatura daqueles que não são favoráveis à China (BBC, 2014a).
Então, desde o final de setembro de 2014, ativistas pró-democracia realizaram
protestos, que progrediu para ocupação do distrito financeiro da cidade e das vias da cidade,
sendo liderados pelo grupo Federação de Estudantes de Hong Kong e Occupy Central, em que
"pedem uma reforma política e eleições democráticas que cumpram normas internacionais"
(BBC, 2014b; 2014c; FOLHA, 2014a). Apesar de ser um movimento pacífico e não- violento,
houve vários confrontos com a polícia, em que ela tentava dispersar os manifestantes com gás
lacrimogêneo. Para se protegerem, muitos utilizaram, além de máscaras, guarda- chuvas, que
viraram um símbolo de resistência, sendo esse protesto também conhecido como Revolução
das Guarda Chuvas (G1, 2014).
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Apesar de inicialmente, o movimento ter ido o apoio de milhares de pessoas, com o


passar dos meses, por causas dos problemas que causavam por ocupar vias muito movimentados
da cidade, foi aos poucos enfraquecendo (FOLHA, 2014d). No início de dezembro de 2014,
vários dos líderes do movimento se declaravam a favor do fim das manifestações (FOLHA,
2014e) e mais tarde declaram o fim das manifestações e que aqueles que ainda estavam nas
ruas, desocupassem –as de maneira pacífica e não violeta (EL PAÍS, 2014).
Novamente ocorreram protestos em prol da democracia, em 2019, devido a uma
proposta de lei, defendida pelo governo de Carrie Lam, diretora- executiva de Hong Kong,
apresentou em abril de 2019. Essa proposta permitiria que o governo local
extraditassem suspeitos de crimes de Hong Kong para a China continental, para que eles fossem
julgados no território chinês (BBC, 2019b; 2019c; 2019d).
A ideia para esse projeto de lei e o motivo para que a diretora- executiva defenda-a se
deve a um caso que ocorreu recentemente, “em que um homem de Hong Kong foi acusado de
assassinar sua namorada em férias em Taiwan, mas não pôde ser extraditado” (BBC, 2019a).
Porém, a própria população local e críticos de governo acham que a China pode utilizar essa lei
para ataca os seus adversários políticos (BBC, 2019a). Não apenas isso, como acreditam
que “poderia expor a população a julgamentos injustos e tratamento violento, além de
proporcionar à China maior influência sobre Hong Kong, o que poderia ser usado para atacar
ativistas e jornalistas, caso essa proposta seja aprovada” (BBC, 2019c).
Para que essa proposta de lei fosse retirada, iniciou-se desde junho de 2019, protestos
demonstrando a aversão da população com a lei de extradição, já que, segundo BBC (2019b),
“embora os cidadãos de Hong Kong tenham um certo grau de autonomia, eles têm pouca
liberdade nas urnas, o que significa que os protestos são uma das poucas maneiras pelas quais
podem opinar”.
Isso se deve porque “o líder de Hong Kong, o chefe do Executivo, é atualmente eleito
por um comitê eleitoral de 1.200 membros - um órgão majoritariamente pró-Pequim escolhido
por apenas 6% dos eleitores.” (BBC, 2019b). Ou seja, não apenas uma pequena porcentagem
do comitê eleitoral são considerados neutros, como a maioria dos membros do comitê eleitoral
são pró- Pequim, significando que o chefe do Executivo eleito geralmente vai ser pró- Pequim
ou que tem apoio de Pequim, pois a população não pode votar (não é uma votação direta, como
ocorre no Brasil, por exemplo).
Como citado nas seções anteriores, Hong Kong retornou a China em 1997, sob o
princípio de “um país, dois sistemas”, ou seja, Hong Kong faz parte da China, porém não segue
o mesmo sistema político que ela. Segundo a BBC (2019a)
11

“[...] Hong Kong gozaria de “um alto grau de autonomia, exceto em assuntos
estrangeiros e de defesa” [...] . Como resultado, Hong Kong tem seu próprio sistema
legal e fronteiras, e direitos como liberdade de reunião e liberdade de expressão são
protegidos. A cidade ainda desfruta de liberdades não vistas na China continental”

Porém, muitos acreditam que essa liberdade está em declínio, devido a várias tentativas
da China de interferir no funcionamento de Hong Kong, sendo essa proposta uma delas.

“Grupos de direitos humanos acusaram a China de interferir em Hong Kong, citando


exemplos como decisões legais que desqualificaram legisladores pró-democracia.
[...] Artistas e escritores dizem que estão sob crescente pressão para se
autocensurarem - e um jornalista do Financial Times foi impedido de entrar em Hong
Kong depois que ele organizou um evento que contou com um ativista da
independência.” (BBC, 2019b).

Em junho de 2019, por pressão dos protestos, que começou a aumentar o nível de
violência, foi suspensa, porém não formalmente, significando que ela podia ser retomada a
qualquer momento. Por isso, os manifestantes continuaram os protestos, para que essa proposta
fosse retirada de forma oficial. Esse fato finalmente ocorreu em setembro de 2019
(PERASSOLO, 2019). Mas os manifestantes, não apenas queriam a retirada da proposta de lei,
como de conquistar mais reformas. Segundo BBC (2019c)

“alguns deles adotaram o lema: “Cinco demandas, nem uma a menos!”. São elas:

- Que os protestos não sejam caracterizados como “motim”;

- Conceder anistia aos manifestantes presos;

- Conduzir uma investigação independente sobre suposta violência policial;

- Implementar o sufrágio universal completo;

- A quinta demanda, que seria derrubar o projeto de lei, já foi atendida.”

Além disso, alguns manifestantes pediam que Carrie Lam fosse renunciada, pois
segundo eles, ela seria “uma marionete de Pequim” (BBC, 2019c). Desde então, os protestos
dos cidadãos de Hong Kong acontece quase que diariamente. Apesar de ter começado como
protestos pacíficos, com passar das semanas, ficaram cada vez mais violentos, tanto do lado dos
manifestantes como dos policiais. Quando começou a ficar mais violento, os manifestantes se
defendiam com ovos, pedras e guarda - chuvas, passando, após alguns meses, a utilizar para
armas mais letais, como flechas e coquetéis molotov. Igualmente ocorre no lado da polícia, em
que incialmente utilizava spray de pimenta, bomba de gás lacrimogêneo e cassetetes para
12

dispersar os manifestantes, utilizando agora balas de borracha e canhões de água colorida para
a identificação posterior de manifestantes. Em outubro de 2019, na data do aniversário da
revolução na China, um policial atirou em um ativista, à queima- roupa, utilizado uma munição
real (FOLHA, 2019c).
Como citado antes, os protestos ocorreram quase que diariamente, sendo que os mais
tiveram maior divulgação por parte da mídia foram a invasão do Parlamento em julho, que
acabou em um confronto violento entre os manifestantes e policiais (FOLHA, 2019b); as
manifestações no aeroporto internacional Chek Lap Kok, em agosto, que tinham como objetivo,
segundo os manifestantes, de divulgar melhor os motivos dos protestos para os turistas
estrangeiros e sensibilizá-los sobre o mesmo (FOLHA, 2019a) e a ocupação da Universidade
Politécnica pelos manifestantes em novembro, que acabou com a invasão da polícia ao local,
fuga e detrimentos dos manifestantes (FOLHA, 2019d).
Segundo a notícia de 17 de novembro do jornal Folha de São Paulo (2019d)

“A crise entrou em uma nova fase, mais radical, nos últimos dias, com a adoção pelos
manifestantes da estratégia batizada como “Blossom Everywhere” (florescer em toda
parte), que consiste em multiplicar os bloqueios e atos, de maneira simultânea, com o
objetivo de testar a capacidade da polícia e asfixiar Hong Kong economicamente.

A tática tem surtido efeito. Após cinco meses de protestos, o território entrou em
recessão pela primeira vez em dez anos. O PIB local recuou 2,9% nos últimos três
meses em relação ao mesmo período de 2018, a maior queda registrada na década.”

Com os recentes protestos, a economia de Hong Kong começa a ser afetada,


provocando uma queda de 40% no turismo (BBC, 2019d). Devido aos protestos e a guerra
econômica entre Estados Unidos e a China, fizeram com que “a economia da cidade chinesa
semiautônoma de Hong Kong entrar em recessão técnica pela primeira vez em dez anos” (O
GLOBO, 2019). Ainda segundo o jorna O Globo (2019)

“Segundo o governo de Hong Kong, a economia da cidade recuou 3,2% no terceiro


trimestre, a segunda queda consecutiva depois da retração de 0,4% registrada entre os
meses de abril e junho.

O quadro de recessão técnica ocorre quando a economia de uma região acumula dois
semestres consecutivos de recessão, caso agora de Hong Kong, de acordo com o
Departamento de Estatísticas da cidade. A ex-colônia britânica vive sua pior crise
política desde sua devolução a Pequim pelos britânicos, em 1997, com protestos quase
diários desde junho.

[...]

O crescimento econômico em Hong Kong já vinha perdendo ímpeto desde o ano


passado, em meio à desaceleração da economia global e por causa da disputa
comercial entre EUA e China, explicou um porta-voz do governo.”
13

Segundo Willy Lam (2019 apud BBC, 2019d), Hong Kong é um importante território
para a China, pois “Beijing depende de Hong Kong para arrecadar dinheiro para seu ambicioso
programa de modernização”. Ou seja, é um importante arrecadador de dinheiro que vem do
Ocidente, pois “a região é crucial como centro financeiro de recepção de capital estrangeiro que
é atraído pelas regras de livre mercado e pelo sistema legal britânico” (BBC, 2019d), mesmo
que agora a participação dele no PIB chinês seja de 2,3% (ante 18% quando foi devolvido para
a China em 1997) (BBC, 2019d).
Não apenas arrecada dinheiro, como também é em Hong Kong que estão localizadas
as reservas chinesas de capital estrangeiro.

“Posicionada em sétimo lugar entre as maiores reservas do mundo —e com uma


população de apenas 7 milhões— as reservas de Hong Kong somam hoje US$ 432
bilhões, superando países como o Brasil com reservas de US$ 388 bilhões e com uma
população 30 vezes maior.” (BBC, 2019d)

Apesar de Hong Kong fazer parte da China desde 1997, a maioria dos cidadãos não se
identifica como de nacionalidade chinesa, mas como “Hong Kongers”, sendo que apenas 15%
se consideram como tal (BBC, 2019a).

“Os habitantes de Hong Kong descreveram diferenças legais, sociais e culturais - e o


fato de Hong Kong ter sido uma colônia separada por 150 anos - como razões pelas
quais eles não se identificam com seus compatriotas na China continental.” (BBC,
2019b).

Ou seja, os cidadãos de Hong Kong não se consideram como se pertencesse a China,


pois devido as diferenças citadas, muitas decisões feitas pela China são repudiados pelos
cidadãos. Por isso, quando se tem propostas de leis, consideradas invasivas para o
funcionamento de Hong Kong, como a da extradição, os seus cidadãos vão para as ruas
protestar.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pelo seguinte trabalho, pode-se verificar que a China está incessantemente tentando
influenciar como Hong Kong é governada, e pode se perceber que isso já está enraizado no
meio político, como em alguns órgãos do governo, tendo como exemplo o comitê que elege
aquele que governa a ilha (composto por uma maioria pró- Pequim) e o própria líder que é
14

apoiada por Pequim. Apesar de que os protestos de 2014 não geraram as mudanças esperadas,
pois não conseguiram mudar a imposição dada pela China inicialmente (da eleição por meio de
nomes de candidatos previamente escolhidos), e, sobretudo, a forma de votação, apesar da
promessa de eleições diretas e a imposição citada anteriormente, no final dos protestos, a forma
de se eleger o líder de Hong Kong permaneceu a mesma, ou seja, ainda é feita por meio de um
comitê, em que a maioria dos integrantes é pró- Pequim.
A tentativa de a China controlar a cidade de Hong Kong, devido a vários ganhos que
ela lhe proporciona, causa repúdio por parte da população, que por ter uma mentalidade mais
“ocidentalizada”, preza pela democracia e liberdade de expressão, algo não tolerado por
Pequim.
Essa manobra feita pela China pode ser perigoso, já que até o ano de 2047 ela não tem
o direito de interferir em Hong Kong, contudo ela continua, e os próprios habitantes estão
percebendo isso. Devido à falta de meios formais para se defenderem, a população utiliza os
protestos como forma de se expressarem contra o que está ocorrendo atualmente, e nota-se que
a cada mês passado, esses protestos se tornam cada vez mais violentos (algo que incialmente
era tido como pacífico e não violento). Ao fato de nenhuma de resposta por parte da China,
exceto pela força policial, também tendendo para a prática de contenção cada vez mais violenta,
o futuro que se espera da cidade é incerta ao passo que os tratados já não vigoram e são
respeitados como antes.

REFERÊNCIAS

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