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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Professora: Ana Carolina Junqueira


Aluna: Rebeca Geraldo da Silva DRE:120125910

ESTUDO DIRIGIDO EVOLUÇÃO - MÓDULO 3

A partir da leitura dos artigos, discorra sobre TODOS os temas a seguir:


1. Os primeiros espécimes fósseis de neandertais foram descobertos em 1856, no Vale de
Neander, na Alemanha. As análises morfológicas indicavam características nunca antes
descritas em humanos, como o crânio de forma oval, testa baixa, recuada e sobrancelhas
pronunciadas com ossos grossos e fortes. A espécie foi descrita como Homo neanderthalensis
e os dados fósseis indicavam que Homo sapiens e H. neanderthalensis divergiram de um
ancestral comum entre 700 mil e 300 mil anos atrás. No entanto, foi apenas com o
sequenciamento genômico que a história evolutiva das duas espécies foi detalhada. Discorra
sobre as descobertas que a genômica propiciou para o entendimento da evolução e migração
destas duas espécies, considerando as regiões geográficas que as duas espécies habitavam e
por quê não é possível encontrar traços de DNA de origem neandertal em populações de
origem exclusivamente africana. Na sua resposta, considere também as consequências da
convivência das duas espécies para o surgimento de novidades evolutivas nos genomas
humanos atuais.

O geneticista sueco Svante Paabo recebeu o prêmio nobel por extrair e sequenciar material
genético de neanderthalensis e identificação de uma nova espécie do gênero homo Ao
reconstruir e analisar a informação genética dessas espécies, ajudou a estabelecer a
paleogenômica. Sua pesquisa indica um ancestral comum com os seres humanos modernos há
cerca de 800 mil anos. A utilização da genética na área de paleontologia possibilitou a
confirmação de teorias baseadas em caráter morfológico e geográfico segundo os fósseis
encontrados principalmente na África e Euro-Ásia. A partir de análises dos genes
neanderthalensis e comparação com os humanos modernos atuais de todos os continentes foi
possível traçar a migração da espécie pelo mundo e por estudos fósseis determinar o ano que
aconteceu. Sabe-se que os povos nativos da Europa, da Ásia e das Américas têm 1% a 4% de
DNA neandertal, enquanto os do leste asiático até 6% de origem denisovana. A análise de
DNA Áfricano com os neandertais apresentou nenhuma ou até 0,5%, logo os Neandertais
nunca migraram para a África.
O homo erectus originado da África originou todos os grupos sequencialmente o seu
aparecimento, tanto do Neanderthalensis, originados em uma migração para o lugar hoje
chamado de Europa, antes da existência do homo Sapiens, enquanto Sapiens, originado na
África e sofreu migração, vivendo convergentemente com Neandertais e Devonianos, logo
grupos de humanos com ancestrais de Homo sapiens que não migraram da África possui
ancestralidade mínima com Neandertais, entre 0,3 a 0,5% por migrações de sapiens com
traços neandertais até 20 mil anos atrás. Enquanto populações exclusivamente africanas sem
contato com Homo sapiens portadores dos genes neandertais, não possuem os genes. Não há
evidências de que Neandertais tenham vivido na áfrica essa pequena contribuição tenha
influenciado certas características dos seres humanos modernos.
As consequências evolutivas herdadas pelas duas espécies associam genes vantajosos e
desvantajosos para a vida atual. Estudos associam genes dos neandertais mais vantajosos
contra patógenos, viver mais altas altitudes, maior fertilidade e menor risco de sangramento
em mulheres. Mas genes ligados à capacidade de desenvolver diabete, depressão,
esquizofrenia, lúpus ou sentir dor. Recentemente estudos indicaram que a região do
cromossomo 3 herdada dos neandertais corre mais risco de morrer de covid-19, enquanto no
cromossomo 12 sentirão menos sintomas mesmo infectadas.

2. Cientistas desenvolveram minicérebros com neurônios de H. sapiens e substituíram o gene


NOVA1 pelo seu ortólogo encontrado em neandertais, com o objetivo de analisar o que
ocorria durante o desenvolvimento cerebral in vitro. O gene NOVA1 é um gene codificador de
uma proteína que atua no controle do neurodesenvolvimento em humanos, ligando-se a
pre-mRNAs em neurônios e promovendo o splicing alternativo. Este gene também regula a
expressão de centenas de outros genes em cascata. Resuma os principais achados dos
pesquisadores deste trabalho e discorra, considerando o conhecimento adquirido em aulas,
sobre como as variações genômicas relacionadas ao controle da expressão podem ser tão ou
mais importantes quanto o ganho de repertório de genes codificadores de proteínas ao longo
da evolução.
Os principais achados da pesquisa são a nova técnica de crispr-Cas9 ampliou o campo de
neuroarqueologia possibilitando estudos de redes neurais e sua comparação com humanos
atuais.
Na entrevista é citado que homo sapiens possuem 61 variantes relacionadas aos neandertais,
onde 4 atuam no neurodesenvolvimento. 1 destas é o gene nova 1 utilizada nos mini-robôs,
processo chamado de arquealização. As respostas do experimento foram desenvolvimento
mais rápido inicialmente e uma proliferação mais lenta dos neurônios em taxa maior de
apoptose dos minicérebros causando um tamanho menor destes, e ocorreu a divisão celular
menos organizada gerou uma superfície mais convoluta. Além disso, a concentração de
proteínas ligadas a sinapses eram menores, indicando uma rede simplificada e menos eficaz
de transmissão de informações. o gene nova1 resulta em diferenças celulares e fisiológicas na
formação das conexões nervosas. É percebido que das variações extintas essas 61 variações
foram mantidas nas populações.
O quanto, onde e quando um gene é expresso é tão importante quanto a função bioquímica
do produto. Logo a expressão pode causar mudanças fenotípicas como nos tentilhões de
Darwin. A expressão cis regulatória pode possuir vários sítios para um mesmo gene, essa
modularidade pode gerar consequências diferentes no metabolismo e partes do corpo, a partir
de mutações ou deleções em sítios separados. A atuação da seleção natural nessas mudanças
na expressão gênica são cruciais para adaptação em ambientes, como ocorre nos peixes
esgana-gata e a diversificação dos bicos dos tentilhões nos diferentes nichos. Nos humanos
isso ocorre com a expressão do gene que origina a lactase possibilitou mais um recurso para a
sobrevivência humana. Alterações nos campos cis e trans do genoma podem ser mais
significativos devido as alterações ocorridas nos genes codificadores de proteína pode ou não
resultar em mudanças fenotípicas abruptas devido as substituições sinônimas serem mais
frequentes do que as não-sinônimas, estas sendo selecionada positivavente em seleção
adaptativa por novos ambientes e condições.
3. O sequenciamento de genomas humanos modernos e antigos contribuiu significativamente
para o entendimento de processos migratórios responsáveis pelo estabelecimento da
população europeia contemporânea. Com base nas recentes descobertas genômicas em escala
populacional, discorra sobre o conceito de “raça pura”, disseminada pelo nazismo para
justificar a supremacia da raça ariana e a prática da eugenia.
Eugenia pode ser definida como um movimento científico e social que foi iniciado por
Francis Galton no final do século 19. Como ciência, seu foco era o estudo da herança
biológica de características físicas e não físicas para a melhora da raça humana por meio de
seleção natural. Os movimentos sociais do século 20 utilizaram dessa narrativa para criar
movimentos discriminatórios sobre uma raça melhor e logo uma raça pura.
Por meio da paleogenética esse conceito foi degradado ao longo do tempo por cientistas,
além de movimentos populares na história da humanidade após o holocaltro. A raça pura
designada principalmente pela cor branca e traços finos no rosto são heranças dos Homo
neanderthalensis, no qual conviveram juntos como Homo sapiens e Homo denisovano,
ocorrendo cruzamentos sexuais entre os grupos encontradas nos DNAs humanos modernos.
Estas 3 espécies descritas vieram de uma migração do homo erectus originado na África após
a baixa de nutrientes para sua sobrevivência que se diversificaram de formas diferentes. Logo
o conceito de raça pura, é somente um ato preconceituoso, além desses caracteres não serem
predecessores homo sapiens, e sim de neandertais.
Além das evidências indicam que desde o homo erectus há a presença de melancia nas
células epiteliais, para a proteção de raios UV e contra a degradação do ácido fólico, um tipo
de vitamina B associada a defeitos de nascença. O Homo neanderthalensis, perdeu esse
fenótipo pelo seu habitat, a vivência em cavernas diminuiu a presença de luz primordial para
as vitaminas D e por seleção natural apenas os que possuíam pouca melanina sobreviveram.

Referências:
Laços de família: https://revistapesquisa.fapesp.br/lacos-de-familia/
Cérebro neandertal em laboratório:
https://revistapesquisa.fapesp.br/cerebro-neandertal-em-laboratorio/
Quem foram os primeiros europeus:
https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2019/08/quem-foram-os-primeiros-europe
us
LIMA, L. G. de A. A cor de pele em humanos: um caso de seleção natural e a contribuição da
genética no debate sobre raças no século XXI. Genética na Escola, São Paulo, v. 15, n. 1, p.
10–17, 2020. DOI: 10.55838/1980-3540.ge.2020.327. Disponível em:
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TEIXEIRA I, SILVA E. História da eugenia e ensino de genética. História da Ciência e
Ensino Construindo interface. http://dx.doi.org/10.23925/2178-2911.2017v15p63-80
TORRES T., MEYER D. Evolução do Gene parte 6.. p 10-13,
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