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Se quisermos que ao longo da vida os alunos mante- 8. Procure levar a turma a pesquisar o desperdício na
nham atitudes consistentes em relação ao melhor uso dos cantina da escola e a discutir as possibilidades de dimi-
recursos, temos de dar a eles razões para isso. Acredito que nuição do lixo com alimentos.
essas razões possam ser expostas da seguinte maneira: 9. Peça que seus alunos proponham recursos que
• A reciclagem do lixo propicia economia de papel, vi- possam ser poupados em classe. Muitas vezes as crian- O que posso fazer com ele?
dro e alumínio para as indústrias e, por conseguinte, ças surpreendem com as observações de desperdício
colabora para a nossa própria economia. Isso porque, na escola.
ao economizar, a indústria pode, ao menos em prin- 10. Estimule seus alunos a criar uma campanha
cípio, abater esse custo dos preços.
• Colaborando com a reciclagem estamos dando às
contra o desperdício a ser propagada em toda a escola.
A campanha, além de usar argumentos persuasivos,
Cássia D’Aquino
prefeituras das cidades condições de baratear seus deve envolver a criação de cartazes, slogans, jingles etc. Educadora com especialização em crianças, pós-graduada em Ciências Políticas,
gastos com o recolhimento de lixo. Esse barateamen- 11. Montagem de exposição. Os alunos poderão é autora de artigos e livros sobre educação financeira. Criadora e coordenadora do Programa
to, de novo em princípio, pode vir a significar menores pesquisar, coletar e expor moedas antigas ou de outros de Educação Financeira em inúmeras escolas do país, é Membro Correspondente da International Association
impostos e, portanto, mais dinheiro para as famílias. países. Essa exposição ficará aberta à visitação dos pais for Citizenship, Social and Economics Education (IACSEE), organização com sede na Inglaterra.
• Várias entidades beneficentes estão se valendo do e de outros alunos da escola, provocando, assim, a so-
dinheiro conseguido por meio do recolhimento e da Site da autora: www.educacaofinanceira.com.br
cialização do conhecimento.
venda de materiais recicláveis para levar adiante seus 12. Exercícios de matemática podem ser criados
projetos sociais. Isso significa menos pobreza no país. tomando como base os valores das cédulas e moedas.
• Caso a classe já tenha participado de algum projeto As atividades podem incluir exercícios de troco, des- Ilustrações - Orlando Pedroso
de reciclagem, deve discutir como foi participar (o que membramento ou cálculo das quantias somadas por
funcionou e o que não funcionou) e como ele pode diferentes cédulas ou moedas. Exemplo: “Qual o re-
ser melhorado. sultado da soma de uma cédula de 20 reais, uma de
Suplemento didático ELABORADO PELA AUTORA
• Por fim, colaborar com a reciclagem é poupar o mun-
5 reais, 4 moedas de 25 centavos e oito de 50 centa-
do (a natureza, o planeta etc.) do desastre de rios,
vos?” Ou, ainda: “1 real corresponde a 100 centavos.
mares e ar poluídos.
R$ 23,78 correspondem a quantos centavos?”
5. Converse com os alunos a respeito dos recursos
Professor: Não perca a chance de informar a seus alu-
que eles consideram ser desperdiçados em seus lares e
nos que fazer dinheiro custa dinheiro. Segundo dados do A obra POR QUE TRABALHAR COM
no mundo. Inicialmente, faça uma breve exposição sobre
o assunto. Verifique que ideia, exatamente, seus alunos
Banco Central, produzir uma moeda de cinco centavos, O LIVRO GANHEI UM DINHEIRINHO –
por exemplo, custa doze centavos. Apesar dos custos, Desde muito cedo, e cada vez mais precocemente,
fazem do que seja desperdício. Em seguida, separe a as crianças manifestam interesse pelo uso do dinheiro. O QUE POSSO FAZER COM ELE?
turma em grupos. Peça que cada grupo crie uma lista a principal vantagem das moedas é a durabilidade.
A propósito, professor, as moedas de R$ 0,01, em fun- De maneira prática, este livro apresenta à compreensão
de desperdícios e apresente para o restante da classe as As bases da relação com o dinheiro são construídas
ção do seu alto custo de fabricação e baixa circulação, do leitor os aspectos básicos relacionados à feitura de
conclusões a que chegaram. ainda na infância. Evidente que nada é tão definitivo em
6. Duas das melhores ideias que já vi sobre desperdí- deixaram de ser cunhadas em 2004. A despeito disso, um orçamento. Numa perspectiva que considera a im-
relação à falta de jeito para lidar com as finanças que não se
cio foram ventiladas por alunos. Uma garota contrapôs as moedinhas nesse valor que permanecem circulando portância de se educar para uma lida responsável e ética
possa, no decorrer da vida, consertar e aprender. Mas o ideal
em uma redação “o que é feito na minha casa” a “o que ainda são aceitas. do dinheiro, a criança é levada a perceber que o prazer
13. Origami, a arte oriental de dobradura de papel, é receber, ainda criança, educação em relação ao dinheiro.
pode ser feito para mudar”. Um garoto desenvolveu seu de poupar é semelhante ao que se obtém ao gastar di- No passado recente do Brasil, vivido sob o pesadelo
texto a partir da seguinte provocação: “Como será que além de ser um excelente exercício de coordenação, nheiro. Além de reconhecer a dualidade desses prazeres,
costuma contar com a entusiasmada adesão dos alunos. inflacionário, qualquer tentativa de planejamento finan-
podemos melhorar isso?”. incitando a convivência com o melhor de cada um, o ceiro, por sério e bem-intencionado que fosse, tinha
Aliás, a reflexão sugerida pelo aluno remete a uma A produção de uma carteira de origami servirá para livro convoca o leitor à doação de tempo e talento.
reforçar a importância dos cuidados no manuseio das resultados desanimadores. Se não era possível saber o
questão desconfortável: se é tão simples não desperdi-
cédulas para não danificá-las. A confecção de envelopes que esperar da economia para o dia seguinte, que dirá
çar/reutilizar/reciclar, por que tão pouca gente o faz?
destinados à distribuição do dinheiro para gastar, doar e planejar os passos para os próximos cinco ou dez anos.
A resposta também não é confortável: não faz porque TEMAS ABORDADOS
tem gosto de obrigação. Todo mundo sabe que deve poupar será igualmente bem-vinda. Naquele ambiente, preparar as crianças para lidar
fazer. O que este garoto fez foi inverter, muito inteligen- 14. A confecção de um bloquinho feito de papel reutili- com dinheiro de forma planejada simplesmente não fa-
zável favorecerá o controle dos alunos sobre seus gastos. • Querer x Precisar • Orçamento • Planejamento zia sentido. Afinal, como uma das funções da educação
temente, essa premissa: o que nós podemos fazer?
Professor: O que importa, aqui, é evitar o apelo 15. Liste com os alunos as instituições locais que • Doação • Poupança • Empatia • Talento • Bancos financeira é ensinar a preparar e cumprir um orçamento,
moralista. As luzes devem ser jogadas sobre as possibi- aceitam doações de tempo, talento e dinheiro. É muito • Mesada • Reconhecimento de cédulas e moedas era inimaginável que esta intenção pudesse se processar
lidades concretas, realistas, de cooperação, participação importante que essas instituições executem com real efi-
e envolvimento dos alunos. ciência as atividades sociais. Convidar pais que realizem
7. Nessa mesma direção uma classe experimentou, com trabalhos voluntários a darem depoimentos vai ajudar a
sucesso absoluto, a adoção do lema “Nosso futuro depen- turma a descobrir e perseguir modelos de valores e com-
de de nossas ações”. Vale como tema para redação. portamentos cada vez mais saudáveis e solidários.
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