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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

Licenciatura em Ensino de Geografia

Disciplina: Organização e Gestão Escolar

1. Unidade Temática I: A Escola como Organização

1.1 Noção de Organização

As organizações são unidades sociais (ou agrupamentos humanos) intencionalmente


construídos e reconstruídos, a fim de atingir objectivos específicos.

1.2 Elementos da Organização

Composição - Conjunto de pessoas que a compõem (heterogénea - professores, alunos,


funcionários); Finalidades - Pretende atingir objectivos específicos e diferentes organizações
têm objectivos diferentes; (finalidade comum) ocupam os elementos que a compõem, ocupam
os filhos enquanto os pais trabalham, educar, transmitir conhecimentos; Diferenciação de
Funções - Estão estruturadas internamente de modo a que os seus elementos tenham tarefas
diferentes (há grupos diferentes e diferentes especializações em termos de trabalho);
Coordenação Racional Intencional - É a coordenação do funcionamento da organização; É
racional, porque não é aleatória, tem um conjunto mínimo de estruturas de coordenação e têm
definido intencionalmente diferentes estruturas; Continuidade através do tempo – Implica
continuidade e perpetuação através do tempo; Algo que perdura que continua através do tempo;
Fronteiras - Necessita de saber quem pertence ou não à organização; Na escola não é fácil
definir as fronteiras geográficas da organização (com culturas próprias a cada elemento);

Mas as organizações tentam delimitar fronteiras para definir quem lhe pertence e quem não lhe
pertence; O modelo que pertence à escola é idêntico a outras organizações (não no termo de
"empresa").
1.3 Origens e Evolução da Escola

Origem: Nas sociedades primitivas praticamente não existiam "escolas". Seu aparecimento foi
por duas razões:

 À transmissão de uma linguagem escrita;


 Formação de uma classe dominante (sacerdotal, profana - ambos os casos requerem ou
"necessitam" de transmissão de conhecimentos, práticas, saberes) - escola ocidental.
Primeiro tipo de escola, a familiar (instituição familiar), a família desempenha o papel de
transmissão de ofícios, conhecimentos ou saberes e socialização da geração jovem; A partir
do séc. VI até XVIII, a escola é basicamente, no ocidente, uma instituição religiosa; A partir
do séc. XVIII, o estado assume a escola como fazendo parte de uma das suas instituições.
Instituição: Escola, Igreja, Casamento, Família; Conjunto de valores, crenças,
conhecimentos que perduram ao longo do tempo, enraizados na nossa cultura colectiva; A
instituição normalmente está por trás de uma organização; - No Ocidente: A instituição
família desempenhava as funções da (actual) instituição escola; A partir do séc. XVIII a
escola passa a fazer parte do estado (igreja com monopólio da escola à escola estatal);

Na Grécia a escola não era uma instituição familiar (academia familiar); Séc. XII, com o
desenvolvimento económico surge a necessidade de criar documentos comerciais, actividades
económicas e artesãs; Séc. XVI, grandes inovações com os descobrimentos (escola de Sagres?),
necessidade de criar escolas militares e da marinha; Embora a igreja ainda detivesse o
monopólio da escola já havia indícios de mudança.

1.4. Quatro razões fundamentais que levaram ao aparecimento da escola como


instituição estatal

1- Primeira reforma protestante (Lutero - "A bíblia deveria ser interpretada livremente");
maior desenvolvimento da escola (os países protestantes têm muito menos analfabetismo);

2- Iluminismo (idade moderna); Descartes - bom senso (Discurso do Método); Razão humana
- importância da reflexão interior, do pensamento pessoal - vem dar importância à
escolarização; Despotismo absoluto - os reis eram absolutos;

3- Revolução Francesa - Momento importante da afirmação da igualdade, fraternidade,


formação igualitária, escola acessível a todos os cidadãos, oportunidades iguais;
4- Revolução Industrial - reconheceu-se que os operários, todos os indivíduos, tivessem uma
formação mínima para o desempenho das suas funções; necessidades de ocupar os filhos
enquanto os pais exercem as suas funções.

Surge a Escola Estatal, coordenada e dirigida pelo estado:

- Escola obrigatória;

- Escola gratuita;

- Escola laica (independente das escolhas religiosas);

- Escola universal.

Criam-se escolas em todas as localidades. No séc. XVIII não fazia sentido falar-se em escolas
privadas.

1.5. A importância das variáveis organizacionais na educação

1.5.1. O Movimento das Escolas Eficazes

Ensino há variáveis de tipo individual (psicologia), motivação das pessoas, seus interesses,
capacidades intelectuais; Educação há variáveis do tipo social (sociologia), situação
sócio/económica, educação, cultura, ambiente, família; Sucesso/Insucesso há variáveis do tipo
escolares/organizacionais (os problemas organizacionais são relativamente recentes). Anos
60: [EUA] 1966 Coleman, as escolas têm pouca influência sobre os resultados dos alunos, esses
resultados dependem essencialmente das condições sócio/económicas dos alunos (classe
social), "As escolas não fazem distinção".

Movimento das Escolas Eficazes - movimento contrário ao anterior. Num mesmo bairro, com
iguais condições sócio/económicas/culturais, escolas diferentes obtêm resultados diferentes
nos alunos. Estes resultados dependem da organização da escola. Havia escolas com
pouco/menor sucesso (por parte dos alunos) e escolas com maiores graus de sucesso - eficazes.
Características básicas: Liderança forte e esclarecida, do director em relação aos professores,
funcionários; Clima de expectativas positivas dos professores relativamente aos alunos (os
professores acreditam que os alunos são capazes de obter bons resultados), expectativas de que
os alunos teriam sucesso; Atmosfera ordenada e tranquila, ambiente com ordem e
tranquilidade, sem ser um ambiente rígido ou opressivo; Ênfase/enfoque nos aspectos
instrucionais, estas escolas dão muita importância às disciplinas clássicas (língua materna e
matemática - ler, escrever e contar); Orientação e avaliação regular (frequente e sistemática)
dos alunos, os professores vão regularmente acompanhando os alunos (tutores) e ajudando-os.

Vantagens: reconhecer que há escolas melhores do que outras em determinados aspectos.


Críticas: conservadorismo, i.e., acomodação a um modelo óptimo; excessivo culto da eficácia
(razões económicas sobrepõem-se às pedagógicas); currículo inflexível e uniforme para todos;
pouca inovação; valorização das disciplinas tradicionais.

Variáveis organizacionais - organização da escola (anos 60)

Edmons - chegou à caracterização das escolas eficazes. Ainda hoje, vários autores se debruçam
sobre as características das escolas eficazes. Movimento com muitos seguidores e muitos
críticos. Reconhecer a importância de vários aspectos e tentar transferi-las para outras escolas
- melhor sucesso.

Criticas ao modelo das Escolas Eficazes:

- Conservadorismo; tradicionalismo (é fácil mantê-las sem alteração);

- Currículo: não há inovação/alteração aos currículos;

- Há um culto da eficácia: as razões económicas/administrativas e de racionalização


sobrepõem-se às pedagógicas;

- Currículo igual/ideal para todos: estabelece-se um currículo igual a nível do país, das regiões,
é rígido, pouco flexível;

- Escolas que privilegiam a tradição, pouco a mudança, esquecem os valores, solidariedade,


capacidades de nível diferente de saber ler, escrever, contar.

2. UNIDADE TEMÁTICA II: Introdução a Gestão Escolar

Durante um tempo, a organização e gestão escolar eram concebidas tendo como referência as
teorias utilizadas pela ciência Administrativa. Assim, as organizações produtivas em uma
lógica capitalista visavam alcançar a eficiência e eficácia na obtenção do aumento do consumo
e, consequentemente, lucro. (LAKATOS,1997; MORGAN,1996). Entretanto, as instituições
educacionais diferem dos objectivos das organizações empresariais que visam a obtenção de
lucro quase a qualquer preço.

(Souza, 2001; 2007; Gouveia; Souza, 2004), defende que a gestão escolar pode ser
compreendida como um processo político, de disputa de poder, explícita ou não, no qual as
pessoas que agem na/ sobre a escola pautam-se predominantemente pelos seus próprios olhares
e interesses acerca de todos os passos desse processo

A organização escolar reúne pessoas interagindo entre si e age via estruturas e processos
organizativos próprios, com a finalidade de atingir seus objectivos de ensino e aprendizagem.
A escola para realizar esses objectivos necessita de uma gestão para a tomada de decisão e a
direcção e controle dessas decisões. Sendo assim, para (Libanêo 2013, p.88), a organização e
gestão visão:

Prover as condições, os meios e todos os recursos necessários ao ótimo funcionamento das


escolas e do trabalho e sala de aula;
Promover o desenvolvimento das pessoas no trabalho por meio da participação e fazer o
acompanhamento e avaliação dessa participação, tendo como referencia os objectivos de
aprendizagem;
Garantir a realização da aprendizagem de todos os alunos.

2.1. Conceituar a Gestão Escolar

Gestão Escolar é a forma de administrar a escola como um todo. Para um completo


desenvolvimento educacional, o profissional responsável pela área deve observar as
necessidades e particularidades de cada setor, promovendo uma melhor relação e
desenvolvimento das actividades.

Por outras palavras Gestão escolar- consiste num sistema de organização interno da escola,
envolvendo todos os sectores que estão relacionados com as praticas escolares. Desta forma, a
gestão escolar visa garantir um desenvolvimento socó educacional eficaz na instituição de
ensino.

2.3. Objectivos de Gestão Escolar


Uma boa gestão escolar envolve gerenciar bem os recursos humanos, materiais, físicos e
financeiros da instituição. Os principais objetivos envolvem sucesso na área pedagógica e
financeira, e, no fundo, todos os bons resultados estão interligados.

2.4. Pilares de Gestão Escolar

De acordo com a especialista em educação (HELOÍSA Luck 2006, p. 114)

A gestão escolar aborda questões concretas da rotina educacional e busca garantir que as
instituições de ensino tenham as condições necessárias para cumprir seu papel principal ensinar
com qualidades e formar cidadãos com as competências e habilidades indispensáveis para sua
vida e profissional.

Para desenhar tal função existem 6 pilares de Gestão Escolar a serem consideradas

2.4.1. Gestão Pedagógica

É o plano dos propósitos, conteúdos e métodos relacionados directamente á educação. É por


meio da gestão pedagógica que se define quais são os parâmetros de ensino – aprendizagem
que sua escola ira adotar. Portanto, é preciso analisar também as etapas que se precedem e
sucedem o momento do aprendizado em si.

2.4.2. Gestão Administrativa

Estabelece o cuidado e manutenção da estrutura da escola que garanta seu funcionamento,


o que inclui recursos físicos, materiais e financeiros.

Dentro deste processo se encontram desde o cuidado e manutenção patrimonial ate as rotinas
da secretaria. Basicamente, se trata de manter o ambiente organizado por meio de directrizes
que não atrapalhem, mas muito pelo contrario, permitem a fluidez e optimização da Gestão
Pedagógica.

Por isso a importância de manter o ambiente limpo, todos os materiais disponíveis e até as
tecnologias da informação adequadas que permitam melhorar o trabalho de todos no dia a dia.

Para escolas conservadoras, a gestão administrativa é suficiente. Porém os recursos são


apenas o cenário. A gestão adequada insere os alunos no centro de interesse e usa dos
recursos para atender aos objectivos centrais da educação.
2.4.3. Gestão Financeira

Enquanto a gestão administrativa aponta para as necessidades esturrais da escola, a gestão


financeira viabiliza esses recursos através das finanças que precisam estar equilibradas e
saudáveis.

Para isto, é preciso ter controle de contas a pagar e a receber, visualização clara de gastos fixos
e variáveis, medidas para problemas como o da inadimplência tonto quanto um trabalho
voltado á captação de novas matriculas.

Além de visão, na pratica também será preciso investir em softwares e ter profissionais aliados
de contabilidade e administração que permitam uma gestão segura dos recursos financeiros
da escola.

2.4.4. Gestão de Pessoas

Para que a escola funcione harmoniosamente diante de todos os pilares, como uma orquestra
em sinfonia, é preciso considerar toda a comunidade escolar, ou seja, todas as pessoas directa
ou indirectamente envolvidas.

Portanto, a gestão de recursos humanos inclui especialmente alunos, professores,


coordenadores, funcionários, fornecedores e pais. Em geral, todos aqueles que podem afetar
de alguma forma os objectivos estabelecidos.

Um outro ponto é que, apesar de que os gestores precisam desenvolver a visão do processo
completo, será preciso dividir os papeis de actuação mais próximos de cada função, entre
gestores, coordenadores e professores.

Diante das pessoas, é preciso se lembrar do papel da liderança que engaja e estimula a todos
dentro dos mesmos ideias, mas estipulando os papeis e funções de cada um.

Os lideres são capazes de manter o respeito e o entrosamento que favorece o trabalho em


equipe, sempre incentivando e orientando para extrair das pessoas.

2.4.5. Gestão da Comunicação


A comunicação está ligada directamente á gestão de recursos humanos. Afinal diz respeito á
troca entre transmissão e recepção da mensagem por pessoas.

Por mais intangível que pareça, é por meio de uma boa comunicação que muitos problemas são
evitados ou minimizadas. Se achar melhor, pode organizá – la entre interna e externa.

Entre alguns métodos que garantem a qualidade dessa gestão no ambiente escolar estão,
garantir que professores estejam alinhados e engajados com as propostas estão: a garantir que
os professores estejam alinhados e engajados com as propostas da escola, assim como os alunos
focados no aprendizado e pais conscientes de sua importância nos estudos dos filhos.

Apesar dos vários meios, o mais importante é garantir que as informações foram recebidas e
compreendidas pela outra ponta. Da mesma forma, saber ouvir e considerar as opiniões e
possíveis respostas que surjam a partir dai.

Na prática, as escolas podem se comunicar com a comunidade escolar através de murais,


aplicativos, e – mails ou reuniões. Exemplo: Quanto mais objectiva e generalizada a
informação, maior é a chance de usar método impessoal como um aplicativo.

Já um feedback comportamental sobre um aluno a seus pais ou mesmo ou uma orientação


voltada a um funcionário, devem ser feitas com maior cautela e de preferência pessoalmente.

2.4.6. Gestão de Tempo e Eficiência dos Processos

O tempo é um dos grandes recursos que precisam ser considerados para estabelecer
prioridades e garantir o foco no cumprimento de tarefas.

De acordo com pesquisas, os gestores escolares passam a maior parte de seu tempo imensos
em tarefas operacionais, enquanto apagam incêndios cotidianos. Já o plano médio e longo
prazo acabam sendo deixados para segundo plano, mesmo sabendo que este deveria ser foco
principal para os gestores.

Dessa forma, estabelecer listas de prioridades, funções bem delimitadas entre os colaboradores
e ainda desenhar processos assim como maneiras de automatiza-los no dia a dia, fazem parte
de usam gestão de tempo eficiente.
2.4.7. Conceito de Administração escolar

Para PARO (2002) é fundamental que a escola esteja balizada sentido. Na visão de Paro
administração, cujo o principal foco é atingir um determinado objectivo, faz – se primordial
entender o objectivo da escola, aliada aos aspectos políticos e democráticos.

PARO (2002) defende que a administração escolar – é a organização e aplicação das


condições essências de que uma instituição de ensino precisa para progredir cada vez mais em
busca da excelência educacional. Através dela é possível mobilizar alunos, pais e toda a equipe
para melhorar o processo de ensino e aprendizagem.

2.4.8. Importância da Administração escolar

O objectivo principal da administração escolar é garantir que todos os sectores da instituição


de ensino funcionem em harmonia. Sendo assim, é por meio dela que os objectivos das áreas
financeiras, pedagógicas, de marketing, entre outras, podem convergir para um ponto em
comum ao invés de apresentarem – se de forma dispersa.

2.4.9. A diferença entre a gestão da Administração Escolar

Muito além da sala de aula, uma instituição de ensino de qualidade é formada por diferentes
agentes e processos que tem impacto directo no aprendizado dos alunos para garantir que todos
os sectores estejam alinhados, é importante entender a diferença entre gestão e administração
escolar para criar uma educação cada vez melhor.

2.4.10. Gestão administrativa

O que é administração escolar?

A administração escolar – é o plano, da organização e aplicação dos recursos essenciais para


o funcionamento da instituição. Assim, a sua principal função é garantir o alinhamento dos
diversos sectores de modo que tenham as condições necessárias para alcançar os objectivos
gerais da escola.

Por isso, que a função da administração escolar é de controlar recursos como profissionais que
trabalham na instituição equipamentos e materiais necessários, recursos financeiros e o tempo
de todos os envolvidos.
As actividades realizadas envolvem o plano e coordenação de estratégias administrativas,
definição de orçamentos, metas e objectivos, organização e monitoramento de cronogramas e
calendários, delegação de actividades, entre outros.

Assim, é responsabilidade desta área lidar com as questões técnicas do plano estratégico,
controlando os processos internos e externos para que as acções sejam executadas, com a
melhor qualidade possível. Este trabalho é realizado pelo director da escola, que tem a missão
de actuar junto aos professores e alunos, alem de liderar as equipas administrativas que fazem
parte da instituição.

2.4.11. O que é gestão escolar?

Enquanto a administração é ligada á parte técnica, a gestão escolar é relacionada ao aspecto


humano da escola. Por isso, é a área responsável por dar significado aos recursos e direccionar
o modo como serão utilizados no dia a dia.

A gestão escolar, portanto, è voltada a incentivar a liderança, motivar a equipe para dar enfase
á qualidade do currículo e motivar a participação dos pais para garantir a qualidade do ensino.

Neste sentido, faz parte das suas actividades orientar os colaboradores sobre sua atuação,
mante-los motivados e promover o aprimoramento e a qualificação de cada um.

Assim, por oferecer uma visão ampla da escola, esta área é um dos elementos mais importantes
para que os sectores continuem organizacionais.

As principais funções da gestão escolar são:

 Atuar de maneira activa para garantir o acesso do aluno á escola;


 Criar medidas para assegurar a permanência de alunos e professores na instituição;
 Manter uma comunicação eficaz entre a escola e os responsáveis pelos alunos, comunidade
e corpo docente;
 Realizar a adequação do conteúdo pedagógico de acordo com a realidade local;
 Organizar as disciplinas, professores, turmas e espaços para garantir a qualidade das aulas.
Com isso, é possível abordar os aspectos concretos da rotina escolar e garantir que a instituição
tenha as condições necessárias para ensinar os alunos e formar cidadãos com habilidade e
competências desenvolvidas.

A gestão escolar também é responsabilidade do director da instituição, que precisa analisar as


necessidades de cada sector e levar em conta suas particularidades par criar uma relação mais
harmoniosa entre todos.

As tarefas relacionadas com o conceito de gestão escolar são:

 Reconhecer os esforços dos colaboradores;

 Manter o engajamento de toda a comunidade;

 Mediar conflitos;

 Estimular o aprimoramento profissional dos colaboradores;

 Aplicar treinamentos; e

 Incentivar a proatividade

NB: Em suma a gestão administrativa escolar é a organização, direcção e manutenção dos


recursos da escola, assim produzir os melhores resultados no processo de ensino e
aprendizagem. Ou seja, ela é a administração da escola de modo geral e a responsável por
manter tudo funcionado normalmente.

3. Unidade Temática III: Estrutura e a organização da educação escolar

3.1. Subsistema da Educação em Moçambique

3.2. Sistema

É um conjunto de elementos, partes ou órgão dinamicamente relacionados interdependente que


desenvolvem uma actividade ou função para atingir certos objectivos.

3.3. Educação

É um processo pelo qual a sociedade forma seus valores, membros, imagem em função dos
seus interesses. (GOLIAS, 1993)
Educação é toda influência que o ser humano recebe do meio ambiente, durante a sua existência
no sentido, de se adaptar as normas, valores sociais vigentes e aceites. (CHIAVENATO)

O sistema Nacional da Educação em Moçambique (SNE) teve a sua primeira versão publicada
em 23 de Março de 1983, assinada pelo Ex presidente Samora Moisés Machel, através da leia
04/ 83. Mais tarde surgiu a segunda versão que foi publicada em 06 de Maio de 1992, onde foi
assinada pelo Ex presidente Joaquim Alberto Chissano, pela lei 06 / 92 que revogou a lei 04/
92.

3.4. Sistema Nacional de Educação

Lei nº 4/83 de 23 de Março

Estrutura é constituído por: Composição ou subsistemas

 Subsistema de Educação Geral (SSEG), que compreende:

a) O ensino primário (1º Grau, da 1ª á 5 ª classes e o 2º Grau, 6ª e 7ª classes);

b) O ensino secundário (da 8ª á 10ª);

c) O ensino pré – aniversário (11ª e 12ª) também fazem parte a educação pré-escolar e o ensino
Especial vocacional.

 Subsistema de Educação de Adultos (SSEA), que compreende:


a) Ensino primário (1º nível: era dividida em 1º e 2º Graus que correspondem á 5ª e 7ª
classes respectivamente);
b) Ensino secundário (2º nível: compreende á 1ª classe);
c) Ensino Pré-Universitário (3º nível: corresponde á 12ª classe).
 Subsistema de Educação Técnico – profissional (SETEP), que correspondem:
a) Ensino elementar técnico – profissional;
b) Ensino básico técnico – profissional;
c) Ensino Médio técnico – profissional.
 Subsistema de Formação de professores (SSFP), correspondem: Nível Médio e
Superior
 Subsistema de Educação Superior (SSES);
 Os níveis, estrutura – se por quatro níveis nomeadamente: Primário, secundário, Médio e
superior.
 Ensino á Distância.
Objectivos do Sistema de Educação (SNE)

São apontados como grandes objectivos do SNE:

 Erradicação do analfabetismo:
 Introdução a escolaridade obrigatória;
 Formação de quadros para as necessidades do desenvolvimento económico e social e
da investigação cientifica, tecnológica e cultural.
O objectivo central do sistema é Formação do Homem Novo, isto é, um homem livre
do obscurantismo, da superstição e da mentalidade burguesa e colonial, um homem que
assume valores da sociedade socialista como, unidade nacional, o amor á prática e etc.,
(Boletim da República, 1983: art. 4).

3.5. Objectivos Gerais

São os objectivos gerais:

 Formar os cidadãos com uma sólida preparação politica, ideológica, cientifica, técnica,
cultural e física e uma elevada educação patriótica e cívica;
 Erradicar o analfabetismo de modo a proporcionar a todo o povo o acesso ao conhecimento
cientifico e o desenvolvimento pleno das suas capacidades;
 Introduzir a escolaridade obrigatória e universal de acordo com o desenvolvimento do país,
com o meio de garantir a educação básica e todos os jovens moçambicanos;
 Assegurar a todos os moçambicanos o acesso á formação profissional;
 Formar o professor como educador e profissional consciente e a profunda preparação
politica e ideológica, cientifica e pedagógica, capaz de educar os jovens e adultos nos
valores da sociedade socialista;
 Formar cientistas e especialistas altamente qualificados que permitam o desenvolvimento
da investigação cientifica de acordo com as necessidades do país (MAZULA, 1995: P.
181);
 Difundir através de ensino, a utilização da língua portuguesa contribuindo para a
consolidação da unidade nacional;
 Desenvolver a sensibilidade estética e capacidade artística das crianças, jovens e adultos
educando. os no amor pelas artes e no gosto pelo belo;
 Inserir profundamente as intuições de ensino na comunidade transformando – as em bases
revolucionarias para a consolidação do poder popular (idem).
3.6. Lei nº 6/92 de 6 de Maio

A lei educacional 6/92 de 6 de Maio, que alterou a Lei 4/83 de 23 de Marco, nela é afirmado
que o estado moçambicano apenas organiza e promove o ensino, como parte integrante da
acção educativa, nos termos definidos na Constituição República, qual seja, a de 1990 (Boletim
da República, 1992, art.1). A constituição de 1992 é sustentado pela Republica de
Moçambique, a educação constitui o direito e dever de todo o cidadão, cabendo ao Estado a
promoção do acesso, permaneceu inalterado, mas o que mudou foi a numeração dos artigos.

3.7. Estrutura, é constituído por:

Ensino Pré-escolar;

Ensino Escolar, que compreende:

Ensino Geral:

a) Primária (1º e 2º Graus: 1ª á 5ª classes e 6ª e 7ª classes respectivamente);


b) Secundário (1ª e 2ª ciclos da 8ª á 10ª classes e 11ª e 12ª classes respectivamente);
c) Técnico – Profissional, que compreende três (3) níveis: Elementar Técnico, Básico Técnico
e Médio;
d) Superior.

O ensino escolar, por sua vez, constitui cinco modalidade especiais: o ensino especial,
vocacional, de Adultos, á distância e a formação doas professores.

Ensino Extra-escolar.

3.8. Objectivos Gerais:


Proporcional o desenvolvimento integral e harmonioso da personalidade;
Inculcar na criança, no jovem e no adulto padrões aceitáveis de comportamentos: lealdade,
respeito, disciplina e responsabilidade;
Educar o cidadão a ter amor á pátria, orgulho e respeito pela tradição e cultura
moçambicanas;
Desenvolver conhecimentos sobre a saúde, nutrição e a proteção do meio ambiente;
Educar a criança, o jovem e o adulto para o respeito pelos órgãos e símbolos de soberania
nacional;
Educar a criança, o jovem e o adulto para o espirito da unidade nacional, paz, tolerância,
democracia, solidariedade e respeito pelos direitos humanos, em particular os direitos da
mulher e da criança;
Assegurar o conhecimento e o respeito pela Constituição da Republica de Moçambique;
Educar a criança, o jovem e o adulto para o espirito de cooperação internacional de
integração regional continental e mundial;
Promover a educação da rapariga;
Educar a criança, o jovem e o adulto para o respeito e preservação do meio ambiente e do
ecossistema;
Proporcionar uma formação básica nas áreas da comunicação ciências, meio ambiente e
cultural;
Desenvolver na criança, no jovem e no adulto habilidade e conhecimento de caracter
vocacional, que lhe permitam uma integração plena nas suas comunidades,
(INDE/MINED,2003: PP.18 -19)

3. 9 . ESCOLA

Na percepção de Guedes (2009), define o termo escola, como é lugar de ócio, espaço em que
os homens livres se juntavam para pensarem e refletirem sobre suas vidas. E temos afirmar que
Aristóteles previa a escola ao ar livre, onde o mestre e discípulos pudessem divagar sobre os
mais variados temas sem pretensão do prático e da pressa. Neste sentido, a arte da razão e do
saber, previa algo prazeroso, ou seja, Sapororis (sabor e razão).

Nesta fundamentação teórica a que saber que deveria ser fenomenal que inspira aos homens no
seu dia-a-dia no processo de ensino-aprendizagem. E atualmente o lugar concebido como
espaço da escola, verifica se uma diferença do mesmo espaço, que trata se de condições
avançadas. Para fazer fácil a comunicação entre as instituições, tem sido através do próprio
sistemas de aprendizagem, onde as sociedades frequentam nas tais escolas, assim como no
mundo moderno, atualmente a escola refere se ao estabelecimento público ou privado onde se
ministra sistematicamente, o ensino coletivo (FERREIRA, 2009).

Freire (2003), como citado em Dalbério (2008) os pais não devem ir a escola para receber
repreensões, advertências, reclamações ou trabalho, mas sim para participarem com os seus
saberes e experiências, para poder trazer bom rendimento na própria vida estudantil dos seus
educando nestas instituições, razão pela qual, são convocados para o acompanhamento dos
seus filhos em qualquer situação possa existir de forma que, estes compartilhem as decisões
sobre a orientação da educação no processo de aprendizagem.

Embora vimos alguns conceitos a respeito da escola, Gramsci (2000) citado em Taborda,
Petrenko e Monteiro (2009) consideram que a escola não é só o lugar, mas sim um instrumento
utilizado para formar intelectuais de diversos níveis. Por intelectuais Gramsci refere-se a todas
as pessoas que exercem funções de organização em diferentes frentes, nomeadamente: na
produção, na cultura ou na administração pública. Nesta perspectiva, a Escola Primária
Completa Canongola pode ser um instrumento para a formação dos quadros para servir melhor
a sua comunidade.

Contudo, consideramos também a apreciação relevante de Gramsci em reconhecer que a escola


somente pode oferecer o ponto inicial para o desenvolvimento de uma nova concepção do
mundo, visando a formação de um novo intelectual. Tal intelectual está relacionado ao
organizador que, além de elaborar e dar a organicidade as formas de pensar e compreender o
mundo, seria o responsável por sua veiculação em todos aspectos da sua própria sociedade, dai
que nasce a necessidade de haver um vínculo de parceria na escola em relação ao conselho
escolar.

Na perspectiva ainda do Gramsci (2000) como citado em Taborda; Petrenko e Monteiro (2009),
admite que a escola tanto pode atuar para a manutenção da ordem existente como para a
transformação do homem pelo processo de aprendizagem nos nossos sistemas de ensino,
dependendo da correlação entre a comunidade e a instituição de ensino, que dá suporte da
manutenção que a escola pode fazer é em relação na transparência de gestão das instituições
que culmine no melhor desempenho do conselho escolar na sua participação em
representatividade da comunidade. É escola porque dele ser justificado por uma justa
correspondência com todas as esferas da sociedade, assim como o órgão do conselho escolar
ao nível das escolas no ensino primário em Moçambique.
4. Órgãos de gestão escolar

Os órgãos de direcção, administração e gestão das escolas são:

 Conselho de Escola;
 Conselho pedagógico;
 Conselho administrativo;
 O director.

A todo o momento, por despacho fundamentado do membro do governo responsável pela área
da educação, na sequencia de processo de avaliação externa ou acção inspectiva que comprove
prejuízo manifesto para o serviço publico ou manifesta degradação ou perturbação da gestão
da escola, podem ser dissolvidos os respectivos órgãos de direcção, administração e gestão.

4.1. O Conselho de Escola

é o órgão de direcção estratégica responsável pela definição das linhas orientadoras da


actividade da escola assegurando a participação e representação da comunidade educativa em
articulação com os municípios no respeito pelas competências dos conselhos municipais de
educação. É composto pelos seguintes membros: representas do pessoal docente, dos pais e
encarregados de educação, dos alunos, da comunidade local. Em regra, o mandato dos
membros do conselho de escola tem a duração de quatro anos.

Conforme (REGEB, 2008), o Conselho da Escola é o órgão máximo do estabelecimento de


ensino, e que tem como funções de regular os princípios fundamentais das instituições de
ensino e as respectivas metas estabelecidas a vários níveis, tais como, central, orientações que
estão instituídas no topo e local onde abrangem ao nível da base, que à qualquer a realidade da
escola este órgão é estabelecido com o propósito de garantir o bom desempenho do mesmo na
gestão democrática, solidária e co-responsável.

4.1.1. Responsabilidades do conselho de escola:

O conselho escolar tem como atribuição a discussão de assuntos como o plano político-
pedagógico e as diretrizes e metas da escola. Além disso, são os responsáveis por criar e
planificar os projectos de apoio para a aproximação da relação escola-família-comunidade.

O conselho ainda precisa estar sempre atento à criação de soluções e alternativas para
problemas de natureza administrativa e pedagógica na escola. Todas as medidas tomadas
precisam ser aceitas em reunião com transparência e objetividade.
Essa participação é uma maneira de engajar todas as pessoas envolvidas na comunidade
escolar. Desse modo, o ambiente da escola passa a ser uma responsabilidade de todos e não
apenas do gestor, o que contribui para um ensino mais plural.

4.1.2. O conselho escolar possui diversas atribuições e todas as decisões devem ser
tomadas em conjunto, visando o aprimoramento dos processos da escola e sua rotina.
Entre as suas principais funções destacam-se:
 Criação do regimento escolar, buscando organizar os processos da escola e auxiliar nos
problemas não resolvidos que qualquer parte da comunidade escolar possa ter em relação
ao regimento anterior;

 Definição do calendário letivo;

 Tomada de decisões no âmbito pedagógico, financeiro e administrativo, além do


direcionamento das políticas públicas desenvolvidas no ambiente da escola e da definição
das metas a serem cumpridas;

 Publicação e transmissão de informações e decisões tomadas em relação às questões


pedagógicas, administrativas e financeiras a fim de assegurar sua competência;

 Fiscalização da legitimidade e acompanhamento das ações tomadas nos âmbitos já


citados;

 Mobilização em relação à busca de aperfeiçoamento da qualidade do ensino e da

5. O conselho pedagógico

É o órgão de coordenação e supervisão pedagógica e orientação educativa da escola,


nomeadamente nos domínios pedagógico – didáctico, da orientação e acompanhamento dos
alunos e da formação inicial e continua dos docentes e não docentes e é constituído por
exclusivamente por docentes.

5.1. Competências de conselho pedagógico

 Elaborar a proposta de projecto educativo e submeter ao director e ao conselho geral;


 Apresentar propostas para elaboração do regulamento interno e dos planos anuais,
semestral e trimestral de actividades e emitir parecer sobre os respectivos projectos;
 Emitir parecer sobre as propostas de celebração de contratos de autonomia;
 Elaborar e aprovar o plano de formação e de actualização do pessoal docente;
 Definir critérios nos domínios da informação e da orientação escolar e vocacional, do
acompanhamento pedagógico e da avaliação dos alunos;
 Propor aos órgãos competentes a criação de áreas disciplinares ou disciplinas de conteúdos
regional e local, bem como as respectivas estruturas programáticas;
 Definir princípios gerais nos domínios de articulação e diversificação curricular, dos
apoios e complementos educativos e das modalidades especiais de educação escolar;
 Adotar os manuais escolares, ouvidos os departamentos curriculares;
 Propor o desenvolvimento de experiencias de motivação pedagógica e de formação no
âmbito de agrupamento de escolas ou escola não agrupada e em articulação com
instituições estabelecidas do ensino superior vocacionados para a formação e a
investigação;
 Promover e apoiar iniciativas de natureza formativa e cultural;
 Definir os critérios gerais a que deve obedecer a elaboração dos horários;
 Definir os requisitos para a contratação de pessoal docente, de acordo com dispoto na
legislação aplicável;
 Propor mecanismos de avaliação dos desempenhos organizacionais e dos docentes, bem
como da aprendizagem dos alunos, credíveis e orientados para a melhoria da qualidade do
serviço de educação prestado e dos resultados das aprendizagens;
 Participar, nos termos regulamentados em diploma próprio, no processo de avaliação do
desempenho pessoal do docente.

6. O conselho administrativo – é o órgão deliberativo em matéria administrativo –


financeira da escola. O conselho administrativo é composto pelo director que preside,
pelo subdirector ou por um dos adjuntos do director por este designado para o efeito e
pelo chefe dos serviços de administração escolar ou quem o substitua.

6.1. Competências do conselho administrativo


Compete o conselho administrativo:
 Aprovar o projecto de orçamento anual, em conformidade com as linhas orientadoras
definidas pelo conselho geral;
 Elaborar o relatório de contas de agencia;
 Autorizar a realização de despesas e o respectivo pagamento, fiscalizar a cobrança de
receitas e verificar a legalidade da gestão financeira;
 Zelar a actualização do cadastro patrimonial.
7. O Director

É o órgão de administração e gestão da escola nas áreas pedagógica, cultural, administrativa,


financeira e patrimonial cabendo-lhe representar o agrupo da escola ou a escola não agrupada.

Compete ao director submeter á aprovação do conselho de escola o projecto elaborado pelo


conselho pedagógico.

Compete também ao director, depois de ouvido o conselho pedagógico:

 Elaborar e submeter á aprovação do conselho de escola as alterações ao regulamento


interno da escola, os planos anuais e trimestrais de actividades, o relatório anual de
actividades e as propostas de celebração de contratos de autonomia;
 Aprovar o plano de informação e de actualização dos docentes e não docentes, depois
de ouvido, no ultimo caso, o município.

7.1. Compete ainda ao diretor:

Definir o regime de funcionamento da escola;

 Elaborar o projeto de orçamento, em conformidade com as linhas orientadoras


definidas pelo conselho geral;
 Superintender na constituição de turmas e na elaboração de horários;
 Distribuir o serviço docente e não docente;
 Designar os coordenadores de escola ou estabelecimento de educação pré-escolar;
 Propor os candidatos ao cargo de coordenador de departamento curricular, eleitos
pelos respetivos departamentos de entre uma lista de três docentes;
 Designar os diretores de turma;
 Planificar e assegurar a execução das atividades no domínio da ação social escolar,
em conformidade com as linhas orientadoras definidas pelo conselho de escola;
gerir as instalações, espaços e equipamentos, bem como os outros recursos
educativos;
 Estabelecer protocolos e celebrar acordos de cooperação ou de associação com
outras escolas e instituições de formação, autarquias e coletividades, em
conformidade com os critérios definidos pelo conselho geral;
 Dirigir superiormente os serviços administrativos, técnicos e técnico-pedagógicos;

4.Unidade Temática IV: Clima organizacional no contexto escolar

De acordo com Gil (2011), no âmbito das Empresas têm ocorrido mudanças às quais têm
gerado indagações acerca do profissional de recursos humanos no que concerne a sua
importância ou não para as Empresas. Contudo, constata-se que estas dependem muito mais
que antes desses profissionais, tendo como foco, a exigência da excelência Organizacional
direcionada para a forma como as tarefas são realizadas e o tratamento dispensado ao seu
pessoal. E assim, a Gestão de Pessoas assume um papel de liderança para que o referido foco
seja alcançado.

O clima organizacional na escola influência desde a socialização dos estudantes ate a qualidade
do ensino, pois é composto pelas praticas, valores e concepções da instituição. por isso, é
importante que o director fique atento a esse factor para manter um ambiente agradável e
estimulante para todos.

No contexto Educacional, verifica-se a figura do Gestor Escolar o qual também assume um


papel fundamental de apresentar uma liderança pautada em contribuir para a excelência de
um ensino de qualidade e que zele por um tratamento digno a todos os seus liderados. Dessa
forma, o bom líder é aquele que além de suas competências aprimora constantemente seus
conhecimentos buscando sempre explorar o “novo, ” através de uma visão holística,
democrática, transformadora, eficiente e eficaz para melhor gerir as pessoas que estão sob a
sua liderança.
Muito mais do que alunos e professores, o ambiente escolar é formado pelo conjunto de
profissionais e membros da comunidade que buscam um único objectivo: garantir a melhor
educação possível ás crianças e jovens matriculados.

Administrar o clima passou a ser uma ação estratégica para todas as


organizações, especialmente para aquelas que se dizem comprometidas com a gestão
pela qualidade. Afinal, como se pode alcançar a qualidade dos produtos ou serviços se
não houver qualidade na vida pessoal e profissional de quem os faz, se não houver
qualidade no clima organizacional? O mesmo se aplica ás empresas voltadas para a
gestão participativa, já que a participação dos empregados, entre outras coisas,
pressupõe ouvi-lo, tanto em relação ás suas preocupações pessoais quanto profissionais”
(LUZ, 2003, p.3).

Um dos indicadores de uma liderança de sucesso, principalmente as que demonstram


comprometimento com uma gestão por excelência, indubitavelmente, é quando se observa a
qualidade do clima organizacional no interior da Organização, pois é exatamente o grau de
satisfação entre todos os envolvidos no processo que revela o nível que o líder e seus
liderados conseguiram chegar e como almejam continuar.
Nesse contexto, quando a Escola Pública, oportunista uma Gestão com base em princípios
verdadeiramente Democráticos, espera-se que o Gestor demonstre diariamente, o seu
comprometimento com uma educação de qualidade e competência para trabalhar o clima
organizacional, apresentando habilidades específicas para mediar conflitos, através de ações
pacíficas pautadas no amor e respeito mútuo envolvendo toda a comunidade escolar através
do desafio de “modelar o caminho pelo exemplo”.

Contudo, gerir conflitos não é fácil. E para que este processo tenha êxito, torna-se necessário
que o Gestor saiba discernir três coisas antes de agir: primeiro o que é essencial, em segundo,
o que é importante e em terceiro, o que é acidental. Nesse contexto, essencialmente o Gestor
precisa conhecer-se a si mesmo reconhecendo o seu tipo de personalidade e cultivar
relacionamentos saudáveis para que possa ser feliz.

Cultura organizacional representa as normas informais e não escritas que orientam o


comportamento dos membros de uma organização no dia a dia e que direcionam suas ações
para a realização dos objetivos organizacionais. (CHIAVENATO, 2005, p.126).

“Podemos depreender que cultura organizacional é o conjunto de crenças, valores,


costumes, rituais, slogans, mitos, tabus, tradições, sentimentos e comportamentos
compartilhados pelos membros de uma organização”. (LUZ, 2003. P.16).

O conceito Clima Organizacional refere - se aos aspectos organizacionais internos da empresa,


faz parte da qualidade do ambiente empresarial, influenciando comportamento dos
profissionais, positiva ou negativa. Sobre a avaliação desde ambiente, podemos afirma que:

É fundamental a existência de ambientes de trabalho que preservem a satisfação do funcionário


e o respeito ao ser humano. Assim, quanto maior for envolvimento do funcionário com a
organização maior será o seu comprometimento (MARCHIOR 2008, p.209).

Para CHIAVENATO (1994, p. 53), “O clima organizacional é favorável quando proporciona


satisfação das necessidades pessoais dos participantes, produzindo elevação do moral interno.
É desfavorável quando proporciona frustração daquelas necessidades”.
Para BERGAMINi (1997, p. 98), Clima Organizacional nada mais é do que indicador do nível
de satisfação (ou insatisfação) experimentado pelos empregados no trabalho. Entende-se por
factores de satisfação aqueles que demonstram os sentimentos positivos do colaborador em
relação ao trabalho.

Podemos observar sob o aspecto de tal colaboração, que a importância de avaliar o Clima
Organizacional no sentido de levantar opiniões que caracterizam uma representação da
realidade organizacional consciente, uma vez que retrata o que as pessoas acreditam estar
acontecendo em determinado momento. Pesquisas dessa natureza, tornam mais claras,
situações indesejáveis, estais alterações afectam negativamente o nível de satisfação dos
funcionários no ambiente organizacional.

O trabalho tem importância fundamental na vida do homem, ele se reflete em vários sentidos,
social, moral, religioso, amoroso, físico, psicológico e está relacionado a um oficio, uma
profissão, actividade, careira, futuro, ele é a ponte para que o homem produza algo grandiosa
para a sua vida.

3.1. Elementos que contribuem para um clima favorável na organização


O clima organizacional influencia. principalmente, na produtividade. Actualmente, as
empresas que não conseguem proporcionar um bom ambiente de trabalho para seus
colaboradores perdem talentos e não conseguem se destacar.

No entanto, há vários factores que contribuem bastante para um bom clima organizacional que
são:

1. Boa liderança
Uma liderança contribui para o bom clima organizacional, isso porque um mau líder
derruba a moral de qualquer equipe, pois miguem se sente bem ao receber ordens de
alguém que demonstra desprezo.
2. Processos e Padrões estruturados
Quando uma empresa tem processos e padrões estruturados, o colaborador se sente
valorizado e tem mais confiança na organização.
3. Flexibilidade e inovação
Os processos não podem ser engessados. Os colaboradores precisam se sentir livres
para inovar e evoluir.
4. Transparência em projectos e objectivos

Os projectos e os objectivos da organização devem ser transparentes. A transparência ajuda


os profissionais a compreenderem cm clareza a missão e os valores da empresa.

A transparência também ajuda os profissionais a compreenderem com clareza a missão e os


valores da empresa.

5. Politica de comunicação interna para o clima organizacional

Um dos maiores problemas de qualquer organização são os boatos. Eles destroem qualquer
clima organizacional. Entretanto, se a sua empresa tiver uma boa politica de comunicação
interna é direcionada para o clima organizacional.

6. Feedback do trabalho realizado

Se você deseja manter os colaboradores da empresa motivados, dê um retorno regular do


trabalho realizado por eles. Esse feedback serve para guiar os esforços deles na direção certa.

O maior problema de algumas das organizações é de não construir feedbacks. Trabalhar sem
nenhum tipo de avaliação é frustrante para o colaborador e pode levá – lo ao desinteresse pela
empresa- Por isso, para ajudá – lo a dar feedback, você pode realizar algumas avaliações de
desempenho regulares.

7. Recompensas para os colaboradores


É fundamental que a empresa reconheça talentos e recompensa os seus colaboradores
quando eles conquistam bons resultados. Quando essas bonificações são justas e
proporcionais, você terá profissionais mais focados e produtivos.
Para dar essas recompensas devem ser
 Financeiras;
 Dias de folga;
 Premiação;
 Cursos;
 Promoções.
8. Benefícios Corporativos

Outra maneira de contribuir para um bom clima organizacional é oferecer benefícios


corporativos. Já pensou como seria bom para seu colaborador saber que a empresa em
que ele trabalha oferece.

5.Unidade Temática V: Gestão escolar participativa

5.1. Gestão escolar participativa

Muito se discute acerca da importância de uma educação de qualidade, que nos conduza a
atos de aprender a aprender na vida. A escola é o espaço necessário à continuidade ao processo
de aprendizado que o aluno já construiu no ceio da família. A instituição escolar seja ela pública
ou privada tem o dever de educar com responsabilidade, princípios de ética, estimulando a
cidadania, desenvolvendo a democracia e o pensamento crítico para tornar o aluno um ser
atuante na sociedade. Nessa direcção, Silva (1996, p. 52) pontua a escola como um “ lugar que
representa a esperança, o desejo humano de aperfeiçoar-se, de mudar, de fazer-se e promover-
se o integralmente, o lugar social no qual a expectativa de mudança é o traço mais marcante”.
Assim, em um ambiente que proporcione alegria, respeito, atenção, compreensão,
colectividade, competência e, acima de tudo, compromisso e comprometimento ao que se faz,
tornar-se-á um espaço propício ao saber, ao conhecimento.

Lück (2006) afirma, ainda, que a gestão democrática só é fruto de prática desde que aconteça
uma gestão participativa. Percebemos que para se ter um resultado positivo, torna-se preciso
um plano colectivo bem elaborado, a fim de atender aos anseios da comunidade escolar.

Assim sendo, a sociedade espera que a escola de sua comunidade tenha uma gestão de
qualidade, que busque desenvolver metodologias que se enquadrem na realidade do aluno e a
partir deste efetivar mudanças positivas.
Na concepção democrático-participativa, segundo Libâneo (2004, p. 101), “o processo de
tomada de decisão se dá colectivamente participativamente”. Ainda para esse autor, a
organização e os processos de gestão pode assumir diferentes significados de acordo com a
concepção que se tem dos objetivos da educação em relação à sociedade e à formação dos
alunos.

Libâneo (2009) também afirma que existem diversas razões pedagógicas para os
alunos participarem na escola, e, além disso, existem inúmeras razões sociais e culturais que
contribuem neste processo de formação integral do aluno.

Entende se que “democracia é um regime de governo no qual o poder de tomar importantes


decisões políticas está com os cidadãos [...]”
(DALBÉRIO, 2008, p. 2).

Nesse sentido, a democracia na escola ocorre através da gestão democrática e para tanto, é
necessário que factos importantes aconteçam: a comunidade escolar (pais, alunos, funcionários
e professores) precisa querer participar e o gestor precisa descentralizar o poder.

Aceitar o que foi decidido por uma minoria, não valorizando assim, opiniões e ideias
dessas pessoas. Por isso, salienta - se que ao gestor cabe o perfil democrático, não autoritário,
desenvolvendo assim, condições para o processo democrático na escola (DALBÉRIO, 2008).

Nesta ótica, gestão democrática na escola significa participação efetiva da comunidade


escolar na tomada de decisões acerca de assuntos relacionados a instituições educacionais.
E existem duas formas bem conhecidas de se fazer parte de uma gestão participativa: os
conselhos escolares e os conselhos de classe. Os conselhos escolares estão legalmente
amparados por leis que regem a educação em nosso país. Na composição desses
conselhos, participam representantes de todos os segmentos, como docentes, educandos,
pais e funcionários.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (1996) em seu artigo 14, incisos I e II, “os sistemas
de ensino definirão as normas da gestão democrática conforme alguns princípios, dentre
eles: participação de docentes na elaboração do projeto pedagógico e participação da
comunidade escolar em conselhos escolares.”
A mesma lei ainda descreve que as instituições escolares possuem a incumbência de
“articular - se com as famílias e comunidade, criando processos de interação da sociedade
com a escola” (Art. 12, inciso VI). Na Lei de Gestão Democrática do RS (1995) “a participação
dos segmentos da comunidade escolar nos processos decisórios em órgãos colegiados” está
garantido em seu Art. 1º, inciso III. Já no Art. 4º, inciso I, II e III, garante a participação da
comunidade, já que a administração das escolas será exercida pelo director, vice -
director, coordenador pedagógico conselhos de classe participativos, os pais
conseguem ter uma boa visão da turma em que seu filho está inserido, quais os
problemas que a turma enfrenta e quais os pontos positivos da mesma e de cada aluno,
para que se possa colectivamente, criar soluções para sanar possíveis problemas. Existe
ainda, a possibilidade de execução do pré - conselho, momento em que a turma pode realizar
uma autoanálise, verificando pontos positivos e negativos, percebendo assim, o que é preciso
mudar e melhorar.
Com a possibilidade da gestão democrática, na medida em que todos participam, todos se
tornam responsáveis, assumindo colectivamente a decisão tomada.
Assim, o aluno se apropria daquele ambiente, sentindo então, que está inserido e que faz parte
da instituição, criando vínculos com a mesma, não depredando e estragando o lugar a que
pertence. Comentando o que foi mencionado, Libâneo (2009, p.330) aponta que “[...] o
exercício da cidadania não significa ausência de responsabilidade.

Uma vez tomadas as decisões coletivamente, é preciso pô-las em prática”. O autor comenta
ainda que, quando há participação da comunidade, a escola deixa de ser uma redoma,
um lugar fechado, saindo do pedestal e passa a ser um espaço com denominação de
comunidade educativa, que se relaciona com a sociedade civil, fazendo com que a comunidade
escolar se sinta responsável pelas decisões tomadas coletivamente.

Na mesma óptica, Lück (2006) comenta que uma gestão educacional democrática e
participativa está directamente ligada ao compartilhamento de responsabilidades no
processo de tomadas de decisões entre os de aprendizagem e de transformação das
práticas e, portanto, o poder da educação.”

A gestão escolar pode ser classificada em três áreas de funcionamento, que agem de forma
integrada. São elas:
Gestão Pedagógica: constitui os objetivos gerais e específicos para o ensino, de acordo com
a comunidade em que a escola está inserida, preparar os conteúdos curriculares e faz o
acompanhamento dos alunos, professores e equipe gestora.

Gestão de Recursos Humanos: São responsáveis pelo bom relacionamento dos pais, alunos,
comunidade, professores e equipe administrativa, com o intuito de garantir o bom
funcionamento da escola.

Gestão Administrativa: Cuida da parte física da instituição que é o prédio, também é


responsável pelos materiais e equipamento que a escola possui.

5.1. Gestão escolar participativa e democrática

Entende-se por gestão democrática o processo político onde as pessoas que atuam na escola
identificam problemas, planejam, discutem e avaliam as ações que visam o desenvolvimento
da escola.

De acordo com Lima, a gestão democrática é um fenômeno político, de governo, que está
articulado diretamente com ações que se sustentam em métodos democráticos.

Trata-se de uma perspectiva conceptual que focaliza intervenções democraticamente


referenciadas, exercidas por atores educativos e consubstanciadas em ações de (auto) governo;
ações que não apenas se revelam enquanto decisões político-administrativas tomadas a partir
de 33 contextos organizacionais e de estruturas de poder de decisão, mas que também
interferem na construção e recriação dessas estruturas e de formas mais democráticas de
exercer os poderes educativos no sistema escolar, na escola, na sala de aula, etc. (LIMA, 2011,
p. 19).

Portanto, a gestão democrática pode ser definida como um processo, onde são criadas as
condições necessárias para que todos os membros da comunidade escolar assumam um
compromisso e tenham responsabilidade nas tomadas de decisões.

Segundo Heloísa Luck (2006), podemos destacar algumas estratégias para facilitar a
participação:

1. Identificar as oportunidades apropriadas para a ação e decisão e decisão compartilhada;


2. Estimular a participação dos membros da comunidade escolar;

3. Estabelecer normas de trabalho em equipe, acompanhar e orientar sua efetivação;

4. Transformar boas ideias individuais em ideias coletivas;

5. Garantir os recursos necessários para apoiar os esforços participativos;

6. Prover reconhecimento coletivo pela participação e pela conclusão de tarefa.

Portanto, a participação é uma maneira de promover a aproximação entre todos os membros da


escola, buscando formas de garantir uma administração democrática.

É fundamental a participação da família, pois ela é a ponte que liga escola comunidade no
processo educativo.

A família e a escola têm um papel importante na construção dos valores da criança, pois ambas
são o alicerce da vida social do indivíduo.

Por ser referência na construção da identidade do indivíduo devem caminhar juntas, dessa
forma os resultados serão significativos na formação do sujeito. É necessária a participação dos
pais na educação dos filhos, família e escola devem caminhar juntas, buscando entender as
diversas situações que surgem na ambiente escola.

Essa parceria bem-sucedida só trará benefícios e sucesso para ambas as partes. É


responsabilidade da escola e dos pais transforma a criança em um adulto consciente de seus
direitos e deveres.

6. Unidade Temática VI: Escola como sistema social

Ao considerar a escola como sistema, se descreve como um todo composto partes que mantem
relações entre si,

As escolas são sistemas sociais abertos com cinco elementos ou subsistemas importantes: o
estrutural, o individual, o cultural, o político e o pedagógico.

Para (Kurt Lewin) O comportamento organizacional é uma função da interação desses elementos no
contexto do ensino e da aprendizagem.

O processo de ensino-aprendizagem é o cerne técnico do sistema social escolar; é um processo


complexo que pode ser proficuamente analisado sob três perspectivas: a comportamental, a cognitiva
e a construtivista.
O nosso sistema aberto de modelo escolar fornece uma base conceitual para a análise organizacional
e a resolução de problemas administrativos.

6.1. Perspectiva do Sistema Social Escolar

O conceito de sistema tem uma história rica tanto nas ciências físicas quanto nas sociais.

Tanto Alfred N. Whitehead (1925) quanto George C. Homans (1950) observaram que a ideia
de um todo organizado, ou sistema, ocorrendo em um ambiente é fundamental e essencial para
a ciência.

Um desenvolvimento significativo na análise do comportamento organizacional é a distinção


entre sistemas abertos e fechados.

Análises iniciais de sistemas da escola encaravam as organizações (GETZELS; GUBA, 1957)


como sistemas fechados – isto é, isolados do mundo exterior. Foram feitas explicações em
termos do funcionamento interno da organização, com pouca ou nenhuma atenção aos limites
externos no ambiente.

Marshall Meyer (1978, p. 18) argumenta: “[...] a questão dos sistemas abertos versus sistemas
fechados está fechada, pelo lado da abertura”.

6.2. Sistema Aberto Social Escolar: Uma Integração

A perspectiva de sistemas abertos foi uma reação ao pressuposto não realista de que em conta
a estrutura formal, essas duas perspectivas de sistemas são limitadas e incompletas.

É claro que os aspectos formais e informais, bem como a estrutura e as pessoas, são cruciais
para entender as organizações. Uma perspectiva de sistemas abertos fornece esse ponto de
vista.

Chester I. Barnard (1938) foi um dos primeiros a considerar ambos os prismas em sua análise
da vida organizacional intitulada Functions of the executive.

Coube a Talcott Parsons (1960), no entanto, salientar a importância do ambiente sobre a


organização e antecipar uma concepção da organização como sistema aberto – um sistema
social dependente e influenciado por seu ambiente.

O modelo de sistemas abertos tem o potencial de fornecer uma síntese por combinar as
perspectivas racionais e naturais.
(LAWRENCE; LORSCH, 1967). Na sua visão defende que as escolas são sistemas abertos,
confrontados com as restrições racionais e naturais que mudam à medida que as forças
ambientais mudam; negligenciar tanto os elementos racionais quanto os naturais é imprudente.

Richard Scott (1998, 2003). Defende vários pressupostos do sistema aberto social onde:

Os Sistemas sociais são sistemas abertos: as escolas são afetadas por normas estatais, política,
história e um leque de outras forças ambientais.

 o sistema social consiste em partes, características e atividades interdependentes que


contribuem com o todo e recebem contribuições dele: quando a diretora é confrontada por
solicitações dos pais por novos cursos, não só ela é afetada diretamente, como também os
professores e os alunos são afetados.
 Sistemas sociais têm a ver com gente: os professores agem com base em suas necessidades,
crenças e objetivos (motivações), bem como suas funções.
 Sistemas sociais são direcionados a objetivos: a aprendizagem e o controle dos alunos são
apenas dois dos muitos objetivos escolares, mas o objetivo central de qualquer sistema de
ensino é a preparação dos alunos para funções adultas.
 Sistemas sociais são normativos: as escolas têm regras e normas formais, bem como normas
informais que prescrevem o comportamento apropriado.
 Sistemas sociais são políticos: as escolas têm relações de poder que afetam inevitavelmente
as atividades de administradores e professores.

6.3. Elementos Essenciais Do Sistema Social Escolar

Os sistemas sociais apresentam os seguintes elementos:

 Estrutura;
 Individuo;
 Cultura;
 Politica;
 Ambiente.

6.3.1. Escola como Cultura

A escola como cultura tem muita aceitação a nível organizacional, empresas.


Características Gerais

As organizações são diferentes, cada escola é diferente de qualquer outra escola


(heterogeneidade entre escolas);

A especificidade própria de cada escola constitui a sua cultura que se traduz em diversas
manifestações simbólicas tais como valores, crenças, linguagem, heróis, rituais, cerimónias;

A qualidade de cada organização escolar depende do seu tipo de cultura: as escolas bem-
sucedidas são as que têm uma cultura forte;

Em termos de investigação, estuda-se o "interior" da cultura escolar, designadamente as


dimensões simbólicas, mágicas e subjectivas do funcionamento da escola; O que os membros
escrevem nos jornais, festas da escola, etc.;

As preocupações principais dos gestores deverão ser canalizadas para os aspectos simbólicos
(gestão do simbólico) já que a cultura pode (e deve) ser não só utilizada como também alterada;
O gestor deve andar na organização, falar com os membros, símbolos e rituais (não trabalhar
fechado no gabinete).

Antecedentes:

Esta teoria surge nos anos 80: são perspectivas mais recentes na organização das escolas. São
as empresas japonesas (e o seu sucesso) que fizeram despoletar esta teoria. Empresas com
cultura forte. A cultura forte está por detrás do sucesso, há um conjunto de valores, heróis,
mitos, símbolos partilhados pelos membros da empresa.

6.3.2. Escola como Política

- Caracteristicas gerais:

Todos os membros da organização devem participar nas decisões políticas.

As relações humanas são fundamentais nas negociações.

Relações humanas, preocupações psicológicas, noção de grupo – preocupações novas que


anteriormente não eram tidas em conta.
JOHN Dewey: a escola deveria preparar os alunos para a participação social/vida em
sociedade.

ANTÓNIO Sérgio: as escolas deveriam ser como "municípios"; comunidade escolar ¹


comunidade educativa (dentro da escola; professores, alunos, funcionários) ¹ (educação que se
processa fora da escola).

A escola é um sistema político em miniatura cujo funcionamento é análogo ao das situações


políticas existentes nos contextos macro-sociais;

- Os estabelecimentos de ensino são compostos por pluralidade e heterogeneidade de


indivíduos e de grupos que dispõem os objectivos próprios, poderes e influências diversas e
posicionamentos hierárquicos diferenciados. As diferenças entre os alunos é cada vez maior,
pluralidade de etnias/raças com interesses e objectivos próprios que vão tentar impor, a
harmonia é algo irreal;

- A vida escolar desenrola-se com base na conflitualidade de interesses e na consequente luta


pelo poder;

- Os interesses (de origem individual ou grupal) situam-se quer no interior da própria escola,
quer no seu exterior e influenciam toda a actividade organizacional. Interesses políticos por
trás da escolha de horários, entre professores, ou os próprios professores na luta do poder da
escola;

- As decisões escolares, tendo na base a capacidade de poder e de influência dos diversos


indivíduos e grupos, desenrolam-se e obtêm-se, basicamente, a partir de processos de
negociação, ao obter o poder, as decisões fazem parte de interesses próprios ou de negociações
entre grupos/membros;

Políticos que surgem do mesmo modo nas organizações (na base destes aspectos/perspectiva
de análise está a sociologia); Há interesses na escola, dos indivíduos ou dos grupos, utilizam a
escola para atingir os seus objectivos; As coligações são forma de atingir os objectivos que
individualmente são mais difíceis de atingir.
6.3.3. Escola como Ambiente

Quando falamos no ambiente escolar, esse assunto é ainda mais importante, principalmente
pelo impacto que o clima da instituição de ensino pode gerar no processo de aprendizagem dos
alunos. Por isso, é essencial que a sua escola esteja preparada para tornar o local mais saudável
e, consequentemente, mais produtivo para todos.

6.3.3.1. Factores Interferem Na Qualidade Do Ambiente Escolar

Infraestrutura

Garantir que os alunos tenham os espaços para realizarem atividades fora das salas de aula —
, seja uma quadra polidesportiva, um laboratório de ciências ou um local reservado para aulas
de teatro, por exemplo —, é essencial para o desenvolvimento completo dos estudantes.
Afinal, estudos indicam que a deficiência de infraestrutura influencia diretamente no
desempenho dos alunos.

Além disso, ter a certeza de que as cadeiras, mesas, quadro, enfim, toda a estrutura necessária
em uma sala de aula seja de qualidade. É preciso pensar também nas condições de trabalho do
professor, fornecendo o suporte necessário para que ele possa exercer sua função de forma
satisfatória.

Nesse caso, oferecer uma sala para o professor se planificar, realizar reuniões com colegas e
alunos, ou mesmo descansar durante os intervalos, é algo importante, assim como ter
computadores e um sistema que torne mais fácil a gestão do desempenho dos estudantes.

Avaliação do desempenho escolar

É fundamental que, regularmente, os professores se encontrem para realizar uma avaliação do


desempenho escolar como um todo. Desde o número de faltas, índices de aprovação até as
notas dos estudantes em provas e simulados, tudo precisa ser monitorado.

Assim, fica mais fácil planejar melhorias, traçar objetivos e monitorar o cenário. Tudo isso
garantindo que as ações necessárias para tornar o ambiente escolar mais saudável estão sendo
tomadas, como a realização de investimentos na parte física do colégio e o desenvolvimento
dos professores.
Equipe capacitada

Professores mais capacitados e motivados tendem a colaborar para um ambiente melhor, tanto
para o processo de ensino-aprendizagem, quanto para as relações interpessoais. Afinal, desse
modo, eles realizarão um bom plano das aulas, buscando diferentes maneiras de abordar um
assunto e, mais importante, vão se sentir motivados para ajudarem os alunos a superarem suas
dificuldades.

Investir em funcionários que entendam a importância de contribuir para o desenvolvimento dos


estudantes não apenas em sala de aula. Profissionais que sejam capazes de debater e discutir
entre eles e, principalmente, com os alunos, que se disponham a solucionar dúvidas, seja por
alguma matéria ou uma dúvida maior, como qual carreira seguir. Afinal, os professores também
fazem parte desse processo e devem estar capacitados para ajudarem os jovens de diferentes
formas.

Tecnologia implementada

Com tanta concorrência no mercado e alunos e pais cada vez mais exigentes, é importante que
a sua instituição de ensino esteja sempre em busca de evolução. Por isso, trazer inovações e
acompanhar as soluções ofertadas no mercado é sempre importante. Isso desde softwares e
soluções para a gestão de provas, notas e conteúdos, até ferramentas como tablets, por exemplo
—, que permitem uma experiência de aprendizado diferenciada, incentivando o engajamento
dentro de sala de aula.
Referências Bibliográficas

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Tutor: Aissa Firoza Madeira

Mestre em ciências de Educação

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