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Etimologia
A palavra psicologia significa
literalmente, "estudo da alma" (ψυχή,
psyché, "alma" - λογία, logia, "tratado",
"estudo").[8] A palavra em latim
psychologia é creditada ao humanista
croata Marko Marulić em seu livro,
Psichiologia de ratione animae humanae,
datado dentre o século XV e século
XVI.[9] Em sua origem latina, o termo
psychologia designava estudos ou
estudiosos da obra de Aristóteles De
Anima (Sobre a Alma). O sentido
moderno de psicologia surgiu na
Alemanha no século XVIII e tornou-se
ciência com Wilhelm Wundt.[10]
Introdução
A psicologia é a ciência que estuda o
comportamento e os processos mentais
dos indivíduos (psiquismo). É geralmente
definida como o estudo científico do
comportamento e dos processos
mentais, isto é, estuda todos os actos e
reacções observáveis, mas também
processos como os sentimentos, as
emoções e as representações mentais
que não podem ser observadas
directamente. Cabe agora definir tais
termos:[11]
História
Wilhelm Wundt (sentado) e seu grupo no seu laboratório psicológico, o primeiro desse tipo. Wundt é creditado pela
criação da psicologia como um campo de investigação científica independente da filosofia e biologia.
Perspectivas históricas
"A psicologia possui um longo passado,
mas uma história curta".[13] Com essa
frase descreveu Hermann Ebbinghaus,
um dos primeiros psicólogos
experimentais, a situação da psicologia -
tanto em 1908, quando ele a escreveu,
como hoje: desde a Antiguidade
pensadores, filósofos e teólogos de
várias regiões e culturas dedicaram-se a
questões relativas à natureza humana - a
percepção, a consciência, a loucura.
Apesar de teorias "psicológicas" fazerem
parte de muitas tradições orientais, a
psicologia enquanto ciência tem suas
primeiras raízes nos filósofos gregos,
mas só se separou da filosofia no final
do século XIX.
O primeiro laboratório psicológico foi
fundado pelo fisiólogo alemão Wilhelm
Wundt[14] em 1879 tendo publicado seu
livro "Principles of Physiological
Psychology" em Leipzig, na Alemanha.
Seu interesse se havia transferido do
funcionamento do corpo humano para os
processos mais elementares de
percepção e a velocidade dos processos
mentais mais simples. O seu laboratório
formou a primeira geração de
psicólogos. Alunos de Wundt
propagaram a nova ciência e fundaram
vários laboratórios similares pela Europa
e os Estados Unidos. Edward Titchener
foi um importante divulgador do trabalho
de Wundt nos Estados Unidos. Mas uma
outra perspectiva se delineava: o médico
e filósofo americano William James
propôs em seu livro "The Principles of
Psychology (1890)" - para muitos a obra
mais significativa da literatura
psicológica - uma nova abordagem mais
centrada na função da mente humana do
que na sua estrutura. Nessa época era a
psicologia já uma ciência estabelecida e
até 1900 já contava com mais de 40
laboratórios na América do Norte[11]
Estruturalismo
Perspectivas atuais
Segue uma descrição sucinta das
principais correntes de pensamento que
influenciam a moderna psicologia. Para
mais informações, ver os artigos
principais indicados e ainda psicoterapia.
A perspectiva biológica
O caduceu de Asclépio é apenas uma cobra enrolada em um bastão. O erro cometido acima é bastante comum
todavia, já que por ignorância, algumas entidades ligadas a medicina acabam utilizando o símbolo do Caduceu, o
bastão do deus Hermes, símbolo visto em áreas voltadas ao comércio e a comunicação. Enquanto símbolo da
psicologia médica é usado juntamente com o emblema da psicologia, a letra grega "psi" = Ψ
O campo contemporâneo da
biopsicologia ou neurociência
comportamental concentra-se nas
causas físicas que sustentam o
comportamento. Por exemplo,
psicólogos fisiológicos usam modelos
animais, geralmente ratos, para estudar
os mecanismos neurais, genéticos e
celulares que fundamentam
comportamentos específicos, como
aprendizagem e memória e respostas de
medo.[21] Neurocientistas cognitivos
investigam os correlatos neurais de
processos psicológicos em humanos
usando ferramentas de imagem neural, e
neuropsicólogos conduzem avaliações
psicológicas para determinar, por
exemplo, aspectos específicos e
extensão do déficit cognitivo causado
por dano cerebral ou doença. O modelo
biopsicossocial é uma perspectiva
integrada para a compreensão da
consciência, do comportamento e da
interação social. Assume que qualquer
comportamento ou processo mental
afeta e é afetado por fatores biológicos,
psicológicos e sociais dinamicamente
inter-relacionados.[22]
A psicologia evolucionista examina a
cognição e os traços de personalidade
de uma perspectiva evolutiva. Essa
perspectiva sugere que adaptações
psicológicas evoluíram para resolver
problemas recorrentes em ambientes
ancestrais humanos. A psicologia
evolucionista oferece explicações
complementares para as explicações
mais proximais ou de desenvolvimento
por outras áreas da psicologia: isto é, ela
se concentra principalmente sobre
perguntas mais últimas do tipo "por
quê?", em vez de aproximar a questões
do tipo "como?". Questões "como?" são
abordadas mais diretamente pela
pesquisa de genética comportamental,
que visa compreender como os genes e
o ambiente impactam o
comportamento.[23] Assim, a genética do
comportamento costuma enfatizar mais
as diferenças individuais, como nas
psicopatologias, ao invés das
características evolutivas gerais da
espécie. Nessa perspectiva, pesquisas
de herdabilidade são conduzidas para
indicar o grau de contribuição de fatores
inatos e adquiridos à constituição da
mente, enfatizando o debate natureza
versus criação. O esforço de síntese
entre esses diferentes níveis de análise,
de interação genética ao ambiente físico
e sociocultural, é buscado atualmente na
área chamada de sociobiologia.[24]
Novos fatores estão sendo descobertos
como pontes de conexão, tal como a
epigenética do comportamento.[25]
Psicologia médica
A perspectiva psicodinâmica
A perspectiva analítica
A perspectiva comportamentalista
A perspectiva comportamentalista
procura explicar o comportamento pelo
estudo de relações funcionais
interdependentes entre eventos
ambientais (estímulos) e fisiológicos
(respostas). A atenção do pesquisador é
assim dirigida para as condições
ambientais em que determinado
indivíduo enquanto organismo se
encontra, para a reação desse indivíduo
a essas condições, para as
consequências que essa reação lhe traz
e para os efeitos que essas
consequências produzem. Os adeptos
dessa corrente entendem o
comportamento como uma relação
interativa de transformação mútua entre
o organismo e o ambiente que o cerca na
qual os padrões de conduta são
naturalmente selecionados em função
de seu valor adaptativo.[27] Trata-se de
uma aplicação do modelo evolucionista
de Charles Darwin ao estudo do
comportamento que reconhece três
níveis de seleção - o filogenético (que
abrange comportamentos adquiridos
hereditariamente pela história de seleção
da espécie), o ontogenético (que abrange
comportamentos adquiridos pela
história vivencial do indivíduo) e o
cultural (restrito à espécie humana,
abrange os comportamentos
controlados por regras, estímulos
verbais, transmitidos e acumulados ao
longo de gerações por meio da
linguagem). A Análise do
Comportamento, ciência que verifica tais
postulados teóricos, baseia-se
sobretudo em experimentos empíricos,
controlados e de alto rigor metodológico
com animais que levaram ao
descobrimento de processos de
condicionamento e formulação de
muitas técnicas aplicáveis ao ser
humano. Foi uma das mais fortes
influências para práticas psicológicas
posteriores, a maior no hemisfério norte
atualmente. Destaca-se das demais
correntes da Psicologia por não se
fundamentar em abordagens
restritamente teóricas e pela exclusiva
rejeição do modelo de pensamento
dualista que divide a constituição
humana em duas realidades
ontologicamente independentes, o corpo
físico e a mente metafísica - ou seja,
nessa perspectiva processos subjetivos
tais como emoções, sentimentos e
pensamentos/cognições são entendidos
como substancialmente materiais e
sujeitos às mesmas leis naturais do
comportamento, sendo logo,
classificados como eventos ou
comportamentos encobertos/privados.
Tal entendimento não rejeita a existência
da subjetividade, como popularmente se
imagina, mas destituí a mesma de um
funcionamento automatista. As práticas
terapêuticas derivadas desse tipo de
estudo estão entre as mais eficientes e
cientificamente reconhecidas[carece de
fontes
A perspectiva humanista
Em reação às correntes
Comportamentalista e Psicodinâmica,
surgiu nos anos 50 do século XX a
perspectiva existêncial-humanista, que
vê o homem não como um ser
controlado por pulsões interiores nem
por condições impostas pelo ambiente,
mas como um ser ativo e autônomo, que
busca, conscientemente, seu próprio
crescimento e desenvolvimento,
apresentando uma tendência à auto
realização. A principal fonte de
conhecimento da abordagem
psicológica humanista é o estudo
biográfico, com a finalidade de descobrir
como a pessoa vivencia sua existência e
entende sua experiência, por meio de um
introspeccionismo. Ao contrário do
Comportamentalismo, que valoriza a
observação externa, a perspectiva
humanista procura um entendimento
holístico do ser humano e está
intimamente relacionada à epistemologia
fenomenológica. Exerceu grande
influência sobre a psicoterapia.[11]
A perspectiva cognitiva
A "virada cognitiva" foi uma reação
teórica às limitações instrumentais do
comportamentalismo que excluía a
análise inferencial da investigação
psicológica. O foco central desta
perspectiva é o pensar humano e todos
os processos baseados no
conhecimento - atenção, memória,
compreensão, recordação, tomada de
decisão, linguagem etc. Moldar o
comportamento do paciente através da
reflexão para adequá-lo à realidade pelo
questionamento retórico e a
reorganização de crenças. A perspectiva
cognitivista se dedica assim à
compreensão dos processos cognitivos
que influenciam o comportamento - a
capacidade do indivíduo de imaginar
alternativas antes de se tomar uma
decisão, de descobrir novos caminhos a
partir de experiências passadas, de criar
imagens mentais do mundo que o cerca -
e à influência do comportamento sobre
os processos cognitivos - como o modo
de pensar se modifica de acordo com o
comportamento e suas consequências.
Logo, nota-se que apesar de fortemente
influenciada pelo Comportamentalismo,
posto que técnicas terapêuticas
envolvem, na maioria das vezes, a
planificação de metas de
condicionamento operante, a Psicologia
Cognitivista retoma o modelo
convencional das demais correntes
psicológicas por afirmar a existência de
uma dicotomia entre processos mentais
e comportamentais, ainda que
reconhecendo uma interdependência
entre eles.
A perspectiva evolucionista
A perspectiva cultural
A perspectiva social
As cartas usadas no experimento. A carta da esquerda é a linha de referência e a da direita mostra as três linhas para
comparar
A perspectiva
biopsicossocial e a
multidisciplinaridade
A enorme quantidade de perspectivas e
de campos de pesquisa psicológicos
corresponde à enorme complexidade do
ser humano. O fato de diferentes escolas
coexistirem e se completarem
mutuamente demonstra que o ser
humano pode e deve ser estudado,
observado, compreendido sob diferentes
aspectos. Essa realidade toma forma no
modelo biopsicossocial, que serve de
base para todo o trabalho psicológico,
desde a pesquisa mais básica até a
prática psicoterapêutica. Esse modelo
afirma que o comportamento e os
processos mentais humanos são
gerados e influenciados por três grupos
de fatores:
Crítica
O status científico
A psicologia é frequentemente criticada
pelo seu caráter "confuso" ou
"impalpável". O filósofo Thomas Kuhn
afirmou em 1962 que a psicologia em
geral estava em um estágio "pré-
paradigmático" por lhe faltar uma teoria
de base unanimemente aceita, como é o
caso em outras ciências mais maduras
como a física e a química.
Especializações
A Resolução CFP 13/07 institui a
Consolidação das Resoluções relativas
ao Título Profissional de Especialista em
Psicologia e dispõe sobre normas e
procedimentos para seu registro.[39]
Psicologia Escolar/Educacional;
Organizacional e do Trabalho;
Psicologia de Trânsito;
Psicologia Jurídica;
Psicomotricidade;
Psicologia do Esporte;
Psicologia Clínica;
Psicologia Hospitalar;
Psicopedagogia;
Psicologia Social;
Neuropsicologia.
Ver também
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Psicologia hospitalar
Psicologia jurídica
Psicologia médica
Psicologia social
Psicopedagogia
Psicoterapia
Psique
Psiquiatria
Teoria da personalidade
Vitimologia
Notas
1. Apesar da forte associação com a
psicanálise e outras formas de
psicologia profunda, outras escolas
de pensamento também estudam o
inconsciente, como os behavoristas
que consideram-no como
condicionamento clássico e
condicionamento operante, enquanto
os cognitivistas estudam conceitos
como inconsciente adaptativo,
memória implícita, automaticidade e
mensagem subliminares.
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