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A perspectiva biológica

Ver artigo principal: Psicologia biológica

O caduceu de Asclépio é apenas uma cobra enrolada em um bastão. O erro cometido acima é
bastante comum todavia, já que por ignorância, algumas entidades ligadas a medicina acabam
utilizando o símbolo do Caduceu, o bastão do deus Hermes, símbolo visto em áreas voltadas
ao comércio e a comunicação. Enquanto símbolo da psicologia médica é usado juntamente
com o emblema da psicologia, a letra grega "psi" = Ψ

A base do pensamento da perspectiva biológica é a busca das causas do comportamento


no funcionamento dos genes, do cérebro e dos sistemas nervoso e endócrino. O
comportamento e os processos mentais são assim compreendidos com base nas
estruturas corporais e nos processos bioquímicos no corpo humano, de forma que esta
corrente de pensamento se encontra muito próxima das áreas da genética, da
neurociência e da neurologia e por isso está intimamente ligada ao importante debate
sobre o papel da predisposição genética e do meio ambiente na formação da pessoa.
Essa perspectiva dirige a atenção do pesquisador à base corporal de todo processo
psíquico e contribui com conhecimento básico a respeito do funcionamento das funções
psíquicas como pensamento, memória e percepção.[11]

O campo contemporâneo da biopsicologia ou neurociência comportamental concentra-


se nas causas físicas que sustentam o comportamento. Por exemplo, psicólogos
fisiológicos usam modelos animais, geralmente ratos, para estudar os mecanismos
neurais, genéticos e celulares que fundamentam comportamentos específicos, como
aprendizagem e memória e respostas de medo.[21] Neurocientistas cognitivos investigam
os correlatos neurais de processos psicológicos em humanos usando ferramentas de
imagem neural, e neuropsicólogos conduzem avaliações psicológicas para determinar,
por exemplo, aspectos específicos e extensão do déficit cognitivo causado por dano
cerebral ou doença. O modelo biopsicossocial é uma perspectiva integrada para a
compreensão da consciência, do comportamento e da interação social. Assume que
qualquer comportamento ou processo mental afeta e é afetado por fatores biológicos,
psicológicos e sociais dinamicamente inter-relacionados.[22]

A psicologia evolucionista examina a cognição e os traços de personalidade de uma


perspectiva evolutiva. Essa perspectiva sugere que adaptações psicológicas evoluíram
para resolver problemas recorrentes em ambientes ancestrais humanos. A psicologia
evolucionista oferece explicações complementares para as explicações mais proximais
ou de desenvolvimento por outras áreas da psicologia: isto é, ela se concentra
principalmente sobre perguntas mais últimas do tipo "por quê?", em vez de aproximar a
questões do tipo "como?". Questões "como?" são abordadas mais diretamente pela
pesquisa de genética comportamental, que visa compreender como os genes e o
ambiente impactam o comportamento.[23] Assim, a genética do comportamento costuma
enfatizar mais as diferenças individuais, como nas psicopatologias, ao invés das
características evolutivas gerais da espécie. Nessa perspectiva, pesquisas de
herdabilidade são conduzidas para indicar o grau de contribuição de fatores inatos e
adquiridos à constituição da mente, enfatizando o debate natureza versus criação. O
esforço de síntese entre esses diferentes níveis de análise, de interação genética ao
ambiente físico e sociocultural, é buscado atualmente na área chamada de sociobiologia.
[24]
Novos fatores estão sendo descobertos como pontes de conexão, tal como a
epigenética do comportamento.[25]

Psicologia médica
Ver artigo principal: Psicologia médica

O processo saúde-doença tem uma atenção especial e pode ser compreendido de


diferentes formas além do direcionado ao tratamento do distúrbio mental propriamente
dito. Inicialmente abordado pela psicopatologia, advinda da distinção progressiva do
objeto da neurologia e psiquiatria, e consolidação destas como especialidades médicas,
a percepção da importância dos fatores emocionais no adoecimento e recuperação da
saúde já estavam presentes na medicina hipocrática e na homeopatia, contudo foi
somente em meados do século XX que surgiram aplicações da psicologia nas
intervenções clínicas atualmente denominadas por medicina psicossomática, psicologia
médica, psicologia hospitalar e psicologia da saúde.[26]

A perspectiva psicodinâmica
Ver artigo principal: Psicologia dinâmica

Segundo a perspectiva psicodinâmica, o comportamento é movido e motivado por uma


série de forças psíquicas internas, e descreve a mente com base em conceitos de energia,
tensão, instintos, pulsões e desejos, como as necessidades internas de um lado e as
exigências sociais de outro.

A perspectiva psicodinâmica ficou mais conhecida na forma da teoria psicanalítica, a


partir dos trabalhos do médico vienense Sigmund Freud (1856-1939) com pacientes
psiquiátricos; mas ele acreditava serem esses princípios válidos também para o
comportamento normal. O modelo freudiano é notoriamente reconhecido por enfatizar
que a natureza humana não é sempre racional e que as ações podem ser motivadas por
fatores não acessíveis à consciência. Além disso, Freud dava muita importância à
infância, como uma fase importantíssima na formação da personalidade. A teoria
original de Freud, que foi posteriormente ampliada por vários autores mais recentes e
influenciou fortemente muitas áreas da psicologia, tem sua origem não em experimentos
científicos, mas na capacidade de observação de um homem criativo, inflamado pela
ideia de descobrir os mistérios mais profundos do ser humano.[11]

A perspectiva analítica
Ver artigo principal: Psicologia analítica

Em reação à perspectiva psicodinâmica, Carl Gustav Jung começou a desenvolver um


sistema teórico que chamou, originalmente, de "Psicologia dos Complexos", mais tarde
chamando-o de "Psicologia Analítica", como resultado direto de seu contato prático
com seus pacientes. Utilizando-se do conceito de "complexos" e do estudo dos sonhos e
de desenhos, esta corrente se dedica a entender profundamente aos meios pelos quais se
expressa o inconsciente. Nessa teoria, enquanto o inconsciente pessoal consiste
fundamentalmente de material reprimido e de complexos, o inconsciente coletivo é
composto fundamentalmente de uma tendência para sensibilizar-se com certas imagens,
ou melhor, símbolos que constelam sentimentos profundos de apelo universal, os
arquétipos: da mesma forma que animais e homens parecem possuir atitudes inatas,
chamadas de instintos, considera-se também provável que em nosso psiquismo exista
um material psíquico contendo alguma analogia com os instintos.

A perspectiva comportamentalista
Ver artigo principal: Behaviorismo

A perspectiva comportamentalista procura explicar o comportamento pelo estudo de


relações funcionais interdependentes entre eventos ambientais (estímulos) e fisiológicos
(respostas). A atenção do pesquisador é assim dirigida para as condições ambientais em
que determinado indivíduo enquanto organismo se encontra, para a reação desse
indivíduo a essas condições, para as consequências que essa reação lhe traz e para os
efeitos que essas consequências produzem. Os adeptos dessa corrente entendem o
comportamento como uma relação interativa de transformação mútua entre o organismo
e o ambiente que o cerca na qual os padrões de conduta são naturalmente selecionados
em função de seu valor adaptativo.[27] Trata-se de uma aplicação do modelo
evolucionista de Charles Darwin ao estudo do comportamento que reconhece três níveis
de seleção - o filogenético (que abrange comportamentos adquiridos hereditariamente
pela história de seleção da espécie), o ontogenético (que abrange comportamentos
adquiridos pela história vivencial do indivíduo) e o cultural (restrito à espécie humana,
abrange os comportamentos controlados por regras, estímulos verbais, transmitidos e
acumulados ao longo de gerações por meio da linguagem). A Análise do
Comportamento, ciência que verifica tais postulados teóricos, baseia-se sobretudo em
experimentos empíricos, controlados e de alto rigor metodológico com animais que
levaram ao descobrimento de processos de condicionamento e formulação de muitas
técnicas aplicáveis ao ser humano. Foi uma das mais fortes influências para práticas
psicológicas posteriores, a maior no hemisfério norte atualmente. Destaca-se das demais
correntes da Psicologia por não se fundamentar em abordagens restritamente teóricas e
pela exclusiva rejeição do modelo de pensamento dualista que divide a constituição
humana em duas realidades ontologicamente independentes, o corpo físico e a mente
metafísica - ou seja, nessa perspectiva processos subjetivos tais como emoções,
sentimentos e pensamentos/cognições são entendidos como substancialmente materiais
e sujeitos às mesmas leis naturais do comportamento, sendo logo, classificados como
eventos ou comportamentos encobertos/privados. Tal entendimento não rejeita a
existência da subjetividade, como popularmente se imagina, mas destituí a mesma de
um funcionamento automatista. As práticas terapêuticas derivadas desse tipo de estudo
estão entre as mais eficientes e cientificamente reconhecidas[carece  de fontes] e são, portanto,
preferencialmente empregadas no tratamento de transtornos psiquiátricos. O modelo de
estudo analítico-comportamental é também vastamente empregado na Farmacologia
moderna e nas Neurociências.

A perspectiva humanista
Ver artigo principal: Psicologia humanista
Em reação às correntes Comportamentalista e Psicodinâmica, surgiu nos anos 50 do
século XX a perspectiva existêncial-humanista, que vê o homem não como um ser
controlado por pulsões interiores nem por condições impostas pelo ambiente, mas como
um ser ativo e autônomo, que busca, conscientemente, seu próprio crescimento e
desenvolvimento, apresentando uma tendência à auto realização. A principal fonte de
conhecimento da abordagem psicológica humanista é o estudo biográfico, com a
finalidade de descobrir como a pessoa vivencia sua existência e entende sua
experiência, por meio de um introspeccionismo. Ao contrário do Comportamentalismo,
que valoriza a observação externa, a perspectiva humanista procura um entendimento
holístico do ser humano e está intimamente relacionada à epistemologia
fenomenológica. Exerceu grande influência sobre a psicoterapia.[11]

A perspectiva cognitiva
Ver artigo principal: Psicologia cognitiva

A "virada cognitiva" foi uma reação teórica às limitações instrumentais do


comportamentalismo que excluía a análise inferencial da investigação psicológica. O
foco central desta perspectiva é o pensar humano e todos os processos baseados no
conhecimento - atenção, memória, compreensão, recordação, tomada de decisão,
linguagem etc. Moldar o comportamento do paciente através da reflexão para adequá-lo
à realidade pelo questionamento retórico e a reorganização de crenças. A perspectiva
cognitivista se dedica assim à compreensão dos processos cognitivos que influenciam o
comportamento - a capacidade do indivíduo de imaginar alternativas antes de se tomar
uma decisão, de descobrir novos caminhos a partir de experiências passadas, de criar
imagens mentais do mundo que o cerca - e à influência do comportamento sobre os
processos cognitivos - como o modo de pensar se modifica de acordo com o
comportamento e suas consequências. Logo, nota-se que apesar de fortemente
influenciada pelo Comportamentalismo, posto que técnicas terapêuticas envolvem, na
maioria das vezes, a planificação de metas de condicionamento operante, a Psicologia
Cognitivista retoma o modelo convencional das demais correntes psicológicas por
afirmar a existência de uma dicotomia entre processos mentais e comportamentais,
ainda que reconhecendo uma interdependência entre eles.

A perspectiva evolucionista
Ver artigo principal: Psicologia evolucionista

A perspectiva evolucionista procura, inspirada pela teoria da evolução, explicar o


desenvolvimento do comportamento e das capacidades mentais como parte da
adaptação humana ao meio ambiente. Por recorrer a acontecimentos ocorridos há
milhões de anos, os psicólogos evolucionistas não podem realizar experimentos para
comprovar suas teorias, mas contam somente com sua capacidade de observação e com
o conhecimento adquirido por outras disciplinas como a antropologia e a arqueologia.[11]

A perspectiva cultural
Ver artigo principal: Psicologia cultural-histórica

Já em 1927 o antropólogo Bronislaw Malinowski criticava a psicologia - na época a


psicanálise de Freud - por ser centrada na cultura ocidental. Essa preocupação de
expandir sua compreensão do homem além dos horizontes de uma determinada cultura é
o cerne da perspectiva sociocultural. A pergunta central aqui é: em que se assemelham
pessoas de diferentes culturas quanto ao comportamento e aos processos mentais, em
que se diferenciam? São válidos os conhecimentos psicológicos em outras culturas?
Essa perspectiva também leva a psicologia a observar diferenças entre subculturas de
uma mesma área cultural e sublinha a importância da cultura na formação da
personalidade.[11]

A perspectiva social
Ver artigo principal: Psicologia social

A psicologia social é composta por diversas teorias e práticas, sendo que, de forma
geral, seu ensino nos cursos de graduação em Psicologia também não apresentam uma
congruência de diretrizes. Em discussões mais calorosas a respeito do tema sobressai a
busca por uma forma de atuação com compromisso social, o que acaba desencadeando à
procura por teorias e metodologias de intervenção social.[28]

Seu início se deu nos Estados Unidos no período pós-guerra, já em nosso país o
desenvolvimento desta foi condicionado por um conjunto de determinações históricas
que condicionaram seus fundamentos e suas características. O contexto histórico no
qual surgiu a sistematização dos estudos dos fenômenos psicossociais (I Guerra
Mundial) impulsionou a necessidade de compreender as crises pelas quais a sociedade
estava passando, seus pontos de ruptura e reconstrução, e impacto sobre os indivíduos
da mesma.

A força da pesquisa do viés pragmático e seus procedimentos experimentais chegou a


seu ponto mais forte durante a segunda Guerra Mundial. O intuito da psicologia social
norte-americana na época era encontrar fórmulas de adequamento individual perante a
sociedade. Em toda América Latina, incluindo o Brasil, foi possível notar as influências
norte-americanas nos estudos, pesquisa e formação de profissionais da área da
psicologia social, porém, apenas na década de 60 foi fundada a Associação Latino-
Americana de Psicologia Social (ALAPSO), cujas atividades, inicialmente, tomaram a
psicologia social norte-americana como referencial.

A criação da ABRAPSO (Associação Brasileira de Psicologia social, 1980), ocorreu a


partir da mobilização de pesquisadores brasileiros, como um ato de rompimento com a
psicologia social norte-americana. Ela abre uma vertente da psicologia social no Brasil,
cujas pesquisas se voltam para o debate sobre problemas sociais, econômicos e
políticos.[29]

Segundo o cientista Gustave Le Bon, a psicologia social possui uma proposição básica
de entendimento, sendo que os indivíduos que compõem um grupo, por mais distintos
que sejam no caráter individual, passam a compartilhar ideais e tomam suas atitudes
baseadas em uma mente coletiva, puramente distinta de suas crenças e diretrizes
individuais.[30]

Uma série de experimentos importantes para a Psicologia Social foram os experimentos


de conformidade de Solomon Asch, de 1951. Considerado um dos pais da psicologia
social, Asch dedicou grande parte de sua carreira ao estudo da influência que os outros
podem ter em nosso comportamento, com uma série de pesquisas que visavam provar
que os indivíduos tendem a submeter-se a pressão de um grupo.
As cartas usadas no experimento. A carta da esquerda é a linha de referência e a da direita
mostra as três linhas para comparar

Os experimentos consistiam em unir um grupo de pessoas em que todos os


participantes, exceto um, eram cúmplices do pesquisador. Algumas linhas eram
mostradas a eles, e o pesquisador pedia que cada um indicasse duas linhas do mesmo
tamanho. Embora a resposta correta fosse muito evidente, os cúmplices selecionavam a
linha que era visivelmente menor como se fosse a opção correta, fazendo com o que o
sujeito que estava de fato sendo avaliado sentisse uma forte pressão do grupo para
responder a mesma opção. Asch constatou que a maioria dos sujeitos experimentais
acabou trocando sua resposta, entretanto, quando dados a opção de responder de forma
privada, o número de pessoas que escolheram a linha errada diminuiu
consideravelmente, permitindo que o pesquisador concluísse que a influência se
manifestava pelo fato de os outros participantes verem sua resposta.[31]

Dessa forma, a ação de concordar com o grupo ocorre pois o indivíduo é convencido,
pela unanimidade das respostas, de que eles estão corretos, o que é chamado de
“conformidade informacional”. Contudo, o indivíduo também pode sentir-se
pressionado a concordar por temer ser repreendido pelo grupo por destoar, chamado de
“conformidade normativa”.[31]

Assim, a psicologia social representa o estudo científico da psicologia dos indivíduos


nas suas relações com outros indivíduos, sendo influenciados ou agindo sobre eles, uma
vez que o ser humano pensa e sente de determinada maneira por sua condição de ser
social, e o mundo em que vive é, em parte, produto da maneira como pensa.[30]

A perspectiva biopsicossocial e a multidisciplinaridade


Ver artigo principal: Modelo biopsicossocial

A enorme quantidade de perspectivas e de campos de pesquisa psicológicos


corresponde à enorme complexidade do ser humano. O fato de diferentes escolas
coexistirem e se completarem mutuamente demonstra que o ser humano pode e deve ser
estudado, observado, compreendido sob diferentes aspectos. Essa realidade toma forma
no modelo biopsicossocial, que serve de base para todo o trabalho psicológico, desde a
pesquisa mais básica até a prática psicoterapêutica. Esse modelo afirma que o
comportamento e os processos mentais humanos são gerados e influenciados por três
grupos de fatores:
 Fatores biológicos - como a predisposição genética e os processos de mutação que
determinam o desenvolvimento corporal em geral e do sistema nervoso em particular,
etc.;
 Fatores psicológicos - como preferências, expectativas e medos, reações emocionais,
processos cognitivos e interpretação das percepções, etc.;
 Fatores socioculturais - como a presença de outras pessoas, expectativas da sociedade
e do meio cultural, influência do círculo familiar, de amigos, etc., modelos de papéis
sociais, etc..[32]

Para ser capaz de ver o homem sob tantos e tão distintos aspectos a psicologia se vê na
necessidade de complementar seu conhecimento com o saber de outras ciências e áreas
do conhecimento. Assim, na parte da pesquisa teórica, a psicologia se encontra (ou
deveria se encontrar) em constante contato com a fisiologia, a biologia, a
etologia(ciência dos costumes), a neurologia e às neurociências (ligadas aos fatores
biológicos) e à antropologia, à sociologia, à etnologia, à história, à arqueologia, à
filosofia, à metafísica, à linguística à informática, à teologia e muitas outras ligadas aos
fatores socioculturais.

Um exemplo dessa multidisciplinaridade é a epistemologia na psicologia. O conceito é


originário da filosofia, e se refere ao conhecimento humano. É a área da filosofia que
busca entender a origem, estruturação, validação e sustentação do conhecimento e, por
isso, acaba sendo um conceito muito utilizado na psicologia. A epistemologia na
psicologia procura entender a validação e a qualidade dos conhecimentos adquiridos
através do estudo da relação entre sujeito e o objeto de estudo, além da busca do homem
sobre o conhecimento do mundo e de si mesmo, tornando-o cada vez mais complexo.
Assim, isso torna possível a existência das diversas correntes teóricas da psicologia,
como a psicanálise e o behaviorismo, que dizem coisas variadas sobre seus objetos de
estudo: a partir da epistemologia, foi possível validar o conhecimento obtido por essas
correntes.

Assim, a noção do “eu” passou por grandes transformações, desde conceitos baseados
na religião até conceitos elaborados por grandes filósofos como René Descartes,
Immanuel Kant e Auguste Comte. A corrente positivista, elaborada por Comte, por
exemplo, teve grande importância epistemológica para a psicologia e reinou absoluta
por vários anos na psicologia. Além disso, essa teoria, baseada em quatro correntes
centrais (o empirismo, o reducionismo cartesiano, o mecanicismo e o determinismo), foi
responsável pela consolidação da psicologia experimental, assim como determinou o
status de ciência instrumentalizada e sistematizada à psicologia.

Além disso, a concepção de ciência surgiu a partir da necessidade de se entender e


explicar as coisas que aconteciam. Algumas ideias sobre o mundo eram criadas
baseadas no que era observado pelas pessoas ou ideias passadas por gerações eram
reproduzidas. Com o passar do tempo, explicações racionais, baseadas em métodos e
experimentos foram comprovando e identificando ordens que descreviam leis,
nascendo, assim, a ciência, uma nova forma de produzir conhecimento e conclusões.

No trabalho prático a necessidade de interdisciplinaridade não é menor. O psicólogo, de


acordo com a área de trabalho, trabalha sempre em equipes com os mais diferentes
grupos profissionais: assistentes sociais e terapeutas ocupacionais; funcionários do
sistema jurídico; médicos, enfermeiros e outros agentes de saúde; pedagogos;
fisioterapeutas, fonoaudiólogos e muitos outros - e muitas vezes as diferentes áreas
trazem à tona novos aspectos a serem considerados. Um importante exemplo desse
trabalho interdisciplinar são os comitês de Bioética, formados por diferentes
profissionais - psicólogos, médicos, enfermeiros, advogados, fisioterapeutas, físicos,
teólogos, pedagogos, farmacêuticos, engenheiros, terapeutas ocupacionais e pessoas da
comunidade onde o comitê está inserido, e que têm por função decidir aspectos
importantes sobre pesquisa e tratamento médico, psicológico, entre outros.

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