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FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO FRANCISCO


CIÊNCIAS POLÍTICAS E TEORIA GERAL DO ESTADO
DIREITO

JEYELLE SILVA CORDEIRO


JOSÉ ELSON DA SILVA VERNECK
LENYR MARYANNA HAIDAR SANTOS
THAMIRYS BRANDÃO DA CONCEIÇÃO
VITÓRIA CELESTE DEUS DA SILVA

A IDEOLOGIA POLÍTICA E SOCIOECONÔMICA DO COMUNISMO: contornos


históricos e conceituais

Pedreiras – MA
2021
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JEYELLE SILVA CORDEIRO


JOSÉ ELSON DA SILVA VERNECK.
LENYR MARYANNA HAIDAR SANTOS
THAMIRYS BRANDÃO DA CONCEIÇÃO
VITÓRIA CELESTE DEUS DA SILVA

A IDEOLOGIA POLÍTICA E SOCIOECONÔMICA DO COMUNISMO: contornos


históricos e conceituais

Trabalho apresentado ao 1° período do Curso de


Direito da Faculdade de Educação São Francisco –
FAESF, cidade de Pedreiras/MA, como requisito
para à obtenção de nota, na disciplina Ciência
Política e Teoria Geral do Estado.

Professor: Alexandre Fonseca Alves da Costa.

Pedreiras – MA
2021
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RESUMO

O presente trabalho se propõe a explanar os elementos históricos e conceituais que deram


origem ao comunismo bem como seu avanço ao longo dos anos. Por tanto, a pesquisa assume
por objetivo principal identificar os fatores históricos e conceituais que ao longo dos anos têm
sustentando a ideológica do comunismo como fator político, social e econômico. Nesse
sentido, a pesquisa pontua que a ideológica política do Comunismo tem seu marco no ano de
1848, de forma mais precisa, a partir dos estudos de Marx e Engels com a publicação da obra
“O Manifesto Comunista”. A partir desse cenário, o mundo se abriu as teorias de Karl Marx e
sua busca pela igualdade de direitos a todos. Como percurso metodológico para elaboração
dessa pesquisa fez-se uso de uma pesquisa bibliográfica a partir de trabalhos literários
publicados, bem como artigos e livros que tratam da questão proposta.

Palavras-chave: Comunismo. Política. Ideologia.


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................4

2 IDEAIS DE COMUNISMO NO DECORRER DA HISTÓRIA DA SOCIEDADE........5

2.1 Comunismo: perspectiva conceitual..................................................................................8

2.2. Principais líderes comunistas..........................................................................................12

2.3. Principais países de ideologia comunista.......................................................................14

2.4 A ideologia comunista no Brasil......................................................................................16

3 CONCLUSÃO......................................................................................................................19

REFERÊNCIAS...................................................................................................................20
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1 INTRODUÇÃO

A discussão que permeia a questão das formulações de teorias políticas é, em grande


medida, abrangente e complexa. Isso porque cada formulação teórica exige profundo
conhecimento e embasamento literário para compreensão dos fatores que perpassam tanto em
marcos históricos quanto conceituais.
Por tanto, o presente trabalho tem por tema maior o Comunismo, e na necessidade de
delimitar a temática, buscamos uma abordagem que torna evidencia a questão da ideologia
política e socioeconômica do comunismo, a partir dos contornos históricos e conceituais que
se apresentaram ao longo da história.
Desse modo, a pesquisa assume por problema de investigação a seguinte questão:
quais os fatores históricos e conceituais que têm sustentado a ideologia política do comunismo
como estratégia socioeconômica? No anseio de buscar respostas a essa situação, a pesquisa
assume como principal objetivo o de identificar os fatores históricos e conceituais que têm ao
longo dos anos, sustentando a ideológica do comunismo como fator político, social e
econômico.
Não distante a isso, elencou-se alguns objetivos secundários de forma que a pesquisa
se tornasse mais completa em sua estrutura, a saber: mapear as noções conceituais do
comunismo a partir da literatura pesquisada; bem como, evidenciar os fatores históricos que
permeiam o marco de introdução do comunismo como ideologia política; e por fim, pontuar
as implicações do comunismo no cenário brasileiro.
Quanto a importância da pesquisa para o contexto acadêmico-cientifico, é justificado
por entender que discussões que permeiam a forma política como fator socioeconômico tem
muito a colaborar para o desenvolvimento pleno da sociedade, bem como entender as
questões que envolvem o fenômeno do comunismo como ideologia política. Nesse sentido, a
pesquisa utilizou de autores que em algum grau fosse capaz de contribuir com a discussão
desse trabalho. A exemplo temos: Karl Marx (1996) e Friedrich Engels (1990) entre outros
autores mais contemporâneos.
No que compreende a metodologia adorada para essa pesquisa, essa foi construída por
meio de uma abordagem bibliográfica de caráter histórico-conceitual. Por tanto fez-se uso de
um recorte temporal que permeio o marco da implantação do comunismo como ideologia
política a partir do ano de 1848 com os estudos de Marx e Engels. A pesquisa foi construída a
partir de fatores históricos, permeando os principais líderes e países envolvidos nesse
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processo, bem como uma abordagem teórica conceitual a fim de tornar o trabalho mais
didático e compreensivo.

2 IDEAIS DE COMUNISMO NO DECORRER DA HISTÓRIA DA SOCIEDADE

A discussão que gira em torno dos fatos históricos do surgimento do Comunismo


como projeto político tem sido em grande medida essencial para o entendimento do que
entendemos por política na contemporaneidade. Desse modo, nessa seção será discutido sobre
os elementos históricos que deram origem ao comunismo bem como seu avanço ao longo dos
anos.
Segundo as concepções de alguns estudiosos entre eles podemos citar Karl Marx, as
ideologias voltadas para a doutrina comunista, iniciou desde a antiguidade, no qual afirma que
as primeiras sociedades humanas eram todas comunistas. Diante do exposto, percebe-se que
essas ideologias comunas remontam desde o período pré-histórico, ou seja, período
considerado por Marx, estado natural do homem, pois não existia o Estado e as classes
sociais. Estudos minuciosos realizados pelo referido autor, traz uma retrospectiva de todas as
sociedades desde o período paleolítico ao seu período atual, século XIX, abordando as
relações econômicas e sociais das sociedades de todos os tempos. (ROSSI, 1974).
Marx afirma que o período nômade da história da humanidade, cerca de 4.000 anos
A.C. o chamado (comunismo primitivo), havia um espírito de coletivismo, um exemplo disso,
era através da caça compartilhada por todos, o compartilhamento da mesma terra, e ainda, não
havia propriedades privadas. Nessas comunidades primitivas as pessoas sempre se
preocupavam umas com as outras, em prover as necessidades uns dos outros. (BASTOS,
CARVALHO, 1945).
Posteriormente, no período aproximadamente de 10.000 (a.c.) os seres humanos
passam a viver em tribos, compostas por clãs, estas, por sua vez, pode-se constatar esse
espirito coletivo também, por exemplo, os recursos naturais eram divididos por todo o grupo,
para a garantia da sobrevivência de todos, não havia propriedade privada dos meios de
produção. E, em relação a vida econômica do clã a mesma, era dirigida por todos em comum,
coletivamente, tanto a caça como a pesca, como a preparação e o consumo dos alimentos,
tudo se fazia em comum. (BASTOS, CARVALHO, 1945).
Uma das primeiras ideologias que se aproximam das premissas da doutrina comunista,
foram originados pelo filósofo Platão (428/429 a.c), em seu livro “A República” de acordo
com as suas ideias já permeava o conceito de igualdade social no que diz respeito a ideia de
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abolição da sociedade privada e da família, pois com isto era possível acabar com os conflitos
existentes entre o Estado e o cidadão particular, fortalecendo assim futuramente a criação
desta ideologia comunista. (ROSSI, 1974).
Com o passar dos tempos, especificamente nos períodos da Idade Média essa
ideologia comunista sofreu algumas reformulações. Com as descobertas territoriais as
colonizações foram inevitáveis, com o surgimento da agricultura, a terra passa a ser um objeto
de desejo do homem, com o crescimento das cidades e da mão de obra escrava, essa ideologia
se tornava a cada dia mais distante, passando da coletividade dos índios por exemplo para
relação de escravismo. A mão de obra passou a ser o modo de produção, características
marcantes da Grécia e Roma. (ROSSI, 1974).
No período da história medieval, que compreende os séculos XI ao século XV, o
feudalismo começa a ser implantado e difundido, a terra passou a pertencer aos senhores
feudais e os servos trabalhavam no cultivo dessas terras em troca de uma parte dessa
produção. Esta relação entre servo e senhor feudal perdurou por um certo período na história
da humanidade, porém, devido as grandes mudanças que ocorreram, entre eles podemos citar
o aumento da população e o retorno das atividades comerciais, esse sistema sofreu alguns
impactos e começou a se romper gradativamente. (SOUSA, 2017).
Entre os séculos XII e XV, pode-se destacar alguns grupos religiosos liderados por
Joaquim de Fiore, o Franciscano Frei Dolcino e o protestante Thomas Munzer, começaram a
pregar argumentos para contribuir com o comunismo, entre eles está um conceito de
igualdade e de partilha entre os indivíduos, instituindo o repúdio à propriedade privada e aos
bens materiais, dando mais valor à vida em comunidade onde todos vivem de forma
semelhante, neste períodos é importante destacar alguns movimentos surgiram tais como a
revolução camponesa que tinha como foco principal a busca de justiça social.
Com a crise feudal no século XV e o grande enriquecimento da igreja foram os
grandes propulsores de movimentos inspirados das Escrituras com fortes traços religiosos no
qual tinham como objetivo, abolir as desigualdades, a supressão da classe nobre, isso, somado
a revolta dos camponeses foram mecanismos de justiça social, ou seja, ideias de comunismo
da época. A origem do capitalismo mercantilista, marca assim, o fim do sistema feudal e da
idade média. (SOUSA, 2017).
Com o início da Idade Moderna, e com surgimento do capitalismo, através do sistema
mercantil, no qual se baseava na união de diversos aspectos da economia, trouxe a ascensão
de uma nova classe, a burguesia. No Século XVI exatamente entre os anos de (1478-1535)
surge um filósofo que contribui para o fortalecimento do comunismo se destacando como um
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dos pioneiros do comunismo contemporâneo Thomas More que criou o livro “Utopia” com o
intuito de criticar a ideia de propriedade privada onde o mesmo defende a abolição da
propriedade privada, a subordinação dos direitos individuais aos direitos coletivos, como base
da convivência harmônica entre os homens. (SOUSA, 2017).
De acordo com o Pensamento de More (1516) esta visão seria a única forma de
alcançar realmente o progresso social e a prosperidade. Ele defende que o homem não deveria
trabalhar mais do que 6 horas por dia e que toda a riqueza alcançada seria dividida de forma
igual entre todos os indivíduos de uma sociedade e ninguém poderia ter posse de bens
materiais ou qualquer outra propriedade até mesmo a própria casa não deveria ser do
indivíduo.
No contexto da guerra civil inglesa, ideais comunistas também apareceram no século
XVII, através de movimentos revolucionários radicais, entre eles podemos citar um dos mais
importantes: dois grupos trabalhadores urbanos e camponeses conhecidos como (os
niveladores e os cavadores), que receberam este nome pelo fato de que os homens cavavam e
plantavam durante um ano em um terreno público e depois eles colhiam e distribuíam aos
pobres no qual reivindicavam o fim das propriedades privadas e igualdade de riquezas
coletivas. As Revoluções inglesas foram vistas como uma experiência histórica que marcaram
e estimularam diversas práticas comunistas. (SOUSA, 2017).
Conforme a evolução social capitalista, foram surgindo inspirações voltadas para o
comunismo. No decorrer dessas tentativas de explicação sobre as desigualdades, surge a
tendência marxista de Karl Marx e Friedrich Engels, inspirados pelo método dialético
Hegeliano e uma interpretação histórico social. As ideias e concepções dos referidos autores
representam o ponto crucial da mais contundente crítica da sociedade burguesa e da forma de
produção capitalista no contexto social dessa época. Assim, a economia inglesa foi o ponto de
partida para as teorias marxistas. (MARX, 2001).
No século XIX, ocorria a ascensão de um novo sistema capitalista, através da
Revolução Industrial, surgindo uma nova classe, a do Proletariado, no qual trouxe várias
mudanças para o sistema econômico e social, pois a população desse período vivia em
condições de miséria e exploração. Essa Revolução foi na verdade um divisor de águas no
qual, trouxe vários avanços e progressos. Industriais e comerciais.

A Revolução proclamou: 1) igualdade de todos os cidadãos; 2) exagerada liberdade


de pensar, falar, escrever; 3) supremacia e autonomia do povo, (3°. Estado) pondo
de lado os privilégios da nobreza (1 º. estado) e do cléro (2º. estado); 4) usurpação
dos bens do clero, patrimônio dos pobres. Daí uma nova ordem de coisas, sendo
prejudicados os operários. A revolução fez subir ao poder um terceiro estado; isto
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favoreceu a que os proletários pensassem num quarto estado, em que eles


dominariam. (ROSSI, 1974, p. 16)

Intelectuais como Karl Marx e Friedrich Engels buscaram soluções propondo sistemas
políticos e econômicos ao modelo capitalista, no intuito de solucionar os problemas que
atingiam as sociedades europeias. Dentre eles podemos citar as proposições comunistas
embasadas pela teoria marxista. Conforme a evolução histórica das relações políticas
socioeconômicas, podemos perceber que as ideias de comunismo só foram mais fortes e
definidas por meio desses estudiosos considerados os fundadores do Socialismo Cientifico.
Outra revolução considerada um importante marco histórico para o comunismo foi a
Revolução Russa, também conhecida como Revolução de Outubro de 1917, foi o primeiro
partido declaradamente comunista. Operários e camponeses derrubaram o Estado autocrático
Russo, expropriaram terras, fábricas e demais locais de trabalho, resultando assim na guerra
civil russa no qual através dela surgiram a União das Repúblicas Socialistas, e o
estabelecimento da propriedade privada da terra abolida antes pertencentes aos nobres
aristocratas, no qual detinham o poder político da época, passando para os camponeses.
Através dessa grande Revolução foi decidido ainda, que os operários passariam a ter
autoridade sobre as fábricas.

2.1 Comunismo: perspectiva conceitual

Nesta unidade propomos mostrar de maneira simplificada a conceituação da palavra


Comunismo, bem como sua trajetória e evolução histórica desde a sua origem até o momento
em que se findou, trazendo algumas concepções teóricas embasadas nas ideologias marxistas,
bem como algumas características e contribuições dessa doutrina para o entendimento
político, econômico e social da sociedade contemporânea.
O significado do termo comunismo, vem do latim “communis” (comum + ideias,
crenças) ou “universal” é uma doutrina social, no qual se pode e deve restabelecer o que se
chama de Estado natural, em que todos teriam o mesmo direito a tudo, mediante a abolição da
propriedade privada segundo a visão de Marx. É uma ideologia política e socioeconômica na
qual estabelece uma igualdade social, tendo como princípio básico esta ideia de sociedade
igualitária na qual a mesma vive sem o estabelecimento de classes sociais, até porque tudo
será de todos onde se prega o fim do próprio Estado. (ENGELS, 1990).
A doutrina comunista tem a finalidade de abolir as desigualdades, atribuindo o meio
de produção como propriedade de todos. Isto fica claro nas palavras de Engels “É um sistema
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segundo o qual a terra deve ser um bem comum dos homens cada um deve trabalhar e
produzir de acordo com as suas capacidades, e gozar e consumir de acordo com as suas
forças” (ENGELS, 1990 p. 65).
A palavra Comunismo apareceu pela primeira vez na imprensa em 1827, quando
Robert Owen se referiu a socialistas e comunistas. Segundo Owen, esses consideravam o
capital comum mais benéfico do que o capital privado, trazendo uma reflexão de repudio ao
sistema capitalista da época. Os termos socialismo e comunismo foram usadas como
sinônimos durante todo o século XIX, no entanto com o passar do tempo Vladimir Lenin
entendia que que o termo socialismo já estava desgastado. Isto fica explicito nas palavras de
Spindel (1989, p. 05):

Após a I Guerra vemos ressurgir uma Internacional Socialista (dominada pelos


partidos sociais-democratas, notadamente pelo alemão) e uma Internacional
Comunista (comandada pelos bolchevistas russos). A partir deste momento,
podemos falar de movimento socialista e movimento comunista como coisas
distintas.

O termo Comunismo surgiu com mais ênfase e definição através das obras de Karl
Marx (O capital) e Friedrich Engels (Manifesto Comunistas), onde ganhou força e poder, os
escritores eram alemães, e foram os grandes precursores dessa ideologia, até então vista
apenas como uma ideologia utópica. Esse passou a ser mais utilizado a partir do ano de 1840
quando a filosofia marxista surgiu na Europa. As ideias de Marx e Lenin foram a base comum
para o surgimento do ideal comunista.
O comunismo tem como ideologia o estabelecimento de uma sociedade igualitária,
sem classes sociais e apátrida, ou seja, sem intitulação de nacionalidade, baseada na
propriedade comum e no controle dos meios de produção e da propriedade em geral. Pois
segundo a concepção de Marx “a história de toda sociedade até hoje é a história de lutas de
classes” (MARX, 1996, p.66). Embora essa preposição dependa de um estudo aprofundado da
história de todos os tempos, Marx se preocupava com a sociedade de sua época, no qual
desenvolveu suas ideias embasadas em um contexto social capitalista e na modernidade.
Diante disso, Marx afirmou que “a nossa época, a época da burguesia, caracteriza-se,
entretanto, por ter simplificado os antagonismos de classe. A sociedade vai se dividindo cada
vez mais em dois grandes campos inimigos […]: burguesia e proletariado”. (MARX, 1996,
p.67). Isso também fica explicito nas palavras de Rossi, 1947, p. 14, quando ele diz que a
Revolução trouxe grandes avanços, no entanto; “(..) originou esta odiosa divisão da sociedade
em duas classes hostis: um número relativamente pequeno de capitalistas riquíssimos e um
número imenso de assalariados- caracterizados pela antítese "capital e trabalho".
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O marxismo está situado dentro do socialismo, esta corrente de pensamento foi criada
por Karl Marx e Friedrich Engels. Esse pensamento baseia-se na desigualdade em relação a
uma classe opressora e uma oprimida, para eles o opressor era a burguesia que detém os
meios de produção e as riquezas e a parte oprimida é o proletariado, que nada possui além da
força braçal que no caso era vendida como mercadoria ao proprietário do capital.
É importante compreendermos aqui este breve resumo de que segundo Marx (2008) é
o socialismo como sendo uma etapa para se chegar ao comunismo. Existem três processos
para se chegar à sociedade ideal de acordo com a visão comunista: primeiro a superação do
capitalismo através da revolução, decorrente da tomada de poder pelo proletariado; em
seguida, o socialismo seria estabelecido; e por fim se chegaria ao comunismo. O comunismo
só pode existir após o estabelecimento do sistema socialista.
O socialismo Maximiano lançou uma proposta ousada de mudança categoricamente ao
buscar na luta de classes e no materialismo histórico, meios racionais de mudança. Partindo
dessa premissa, a experiência comunista parte de um pressuposto comum onde a desigualdade
social gera problemas que se desdobram em questões como a violência, a miséria e as guerras.
As principais características do modelo de sociedade comunal proposto nas obras de Marx e
Engels eram a inexistência das classes sociais, as necessidades de todos as pessoas supridas e
pôr fim a ausência do Estado. Marx entende que com essas necessidades supridas, deixam de
existir as classes sociais, e portanto, não existe mais a necessidade do Estado. (MARX, 2008).
Em outras palavras percebemos através das ideologias dos precursores que as
desigualdades só seriam suprimidas a partir do momento em que as classes subordinadas
tomassem o controle do poder. Controlando o Estado eles teriam uma missão que marcaria a
história que seria a promoção de mudanças favoráveis dando fim as desigualdades sociais e
econômicas. Esse modelo de governo “socialista” seria guiado pelo interesse dos
trabalhadores e ao longo do tempo, reforçaria práticas e costumes em favor do comunismo.
(MARX, 1996).
De acordo com o pensamento socialista, o comunismo só aconteceria realmente no
momento em que o Estado (que era visto como uma instituição de controle), fosse extinto em
favor de uma sociedade na qual os bens e riquezas fossem divididos igualitariamente a todos
que contribuíssem com o seu trabalho.
A teoria que dá base a construção da ideologia comunista falado anteriormente tem
como ponto de partida a análise minuciosa feita pelos referidos autores da Sociedade
capitalista de sua época. Segundo ele, a propriedade privada dos meios de produção
características fundamental do capitalismo, só existe com a apropriação da mais-valia pela
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classe dominante, ou seja, a exploração do homem pelo homem é fundamental ao sistema


capitalista, no qual defendia que em uma sociedade sem classes sociais essa exploração não
aconteceria.
Marx (2008) tentou demonstrar que o sistema capitalista sempre iria haver injustiça
social, exemplando que a única forma de uma pessoa ficar rica e ampliar sua fortuna é
explorando trabalhadores, o capitalismo é “selvagem” segundo Marx (2008, p. 144), “a causa
do lucro é que o trabalho produz mais do que é exigido para seu sustento” ou seja segundo o
autor o trabalhador produz mais para o seu patrão do que para seu próprio custo de vida em
sociedade, apresentando dessa forma um regime econômico de exploração, tendo como lei
fundamental a mais-valia.

A força vendida pelo operário ao patrão vai ser utilizada não durante 6 horas, mas
durante 8, 10, 12 ou mais horas. A mais-valia é constituída pela diferença entre o
preço pelo qual o empresário compra a força de trabalho (6 horas) e o preço pelo
qual ele vende o resultado (10 horas por exemplo). Desse modo, quanto menor o
preço pago ao operário e quanto maior a duração da jornada de trabalho, tanto maior
o lucro empresarial. (SOUZA, 2015, p. 51).

Diante disso, podemos constatar que quanto menor o preço que o empregador pagar ao
operário e quanto maior a duração da jornada de trabalho, maior será o lucro empresarial, ou
seja o operário mediante uma maior quantidade de produção cada vez mais se empobrece, se
tornando uma mercadoria de menor valor conforme a sua produção, valorizando assim, a
mercadoria por ele criada. “Assim, quanto mais o mundo das coisas aumento de valor, mas o
mundo dos homens se desvaloriza” (SOUZA, 2015, p 51).
Souza (2015, p. 52) traz o trabalho como uma espécie de alienação ao sujeito, pois
todo trabalho é alienado mediante produção de um objeto alheio. O raciocínio de Marx é
muito simples: “ao criar algo fora de si, o operário se nega no objeto criado. É o processo de
objetificação”.
É importante destacarmos também a importância da obra “O Manifesto Comunista”,
um dos mais famosos tratados políticos que teve uma grande influência no mundo. Esse
tratado tinha sido encomendado pela Lida dos Comunistas também conhecida por Liga dos
Justos, era uma organização internacional que reunia artesãos e operários europeus em
meados do século XIX, quatro meses antes da explosão Revolução de fevereiro na França.
O documento propôs grandes mudanças do pensamento político da época, no qual
tentava organizar uma revolução dos operários, com a objetivo de formar uma sociedade
igualitária. Elaborada pela liga dos Comunistas e produzido pelos pensadores Karl Marx e
Friedrich Engels, foi publicado pela primeira vez em 21 de fevereiro de 1848, no qual ficou
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muito conhecida na história por ser um dos tratados políticos que influenciaram o mundo
todo. A obra apresenta toda a organização da doutrina comunista, bem como os propósitos, e
os objetivos da Liga dos Comunistas. (MARX, ENGELS, 2001).
O manifesto foi criado durante uma época no qual o sistema capitalista e burguês era
predominante, mostrando visivelmente a desigualdade social entre burguesia e proletariado.
Os escritores do documento pontuaram-no descrevendo minunciosamente todo o contexto
histórico e as formas de opressão social causadas pela burguesia. Além do mais, mostraram a
importância de existir uma revolução para acabar com um poder centralizado assim como o
que aconteceu com o poder da monarquia e da igreja, ou seja, esse poder concentrado á
apenas um governo por anos, pois através das lutas e revoluções dando a liberdade econômica
foi conquistada para todos. (MARX, ENGELS, 2001).
É importante salientar, que o documento “o manifesto” foi escrito em um contexto de
grande processo de lutas, em especial as Revoluções de 1948, essa revolução durou cerca de
um ano, alcançando alguns países, tais como Itália e França, depois Renânia, Prússia e, em
seguida Áustria e Hungria. Traz também, uma crítica severa em relação ao modo de produção
capitalista, além da maneira como a sociedade foi pensada e organizada no seu contexto.
Sendo um dos objetivos do manifesto criar uma base de organização para a Revolução
proletária buscando assim o estabelecimento de uma sociedade igualitária. (MARX,
ENGELS, 2001).
Resumidamente o Manifesto comunista foram as reivindicações exigidas pela Liga
dos Comunistas que consistiam em as reformas sociais daquela sociedade tão oprimida e
explorada. Essas mudanças buscavam ainda, a redução da jornada de 12 horas de trabalho
para 10 horas diárias, reivindicavam também o voto universal, que até então competia apenas
aos homens, entre outras reivindicações e formas de conscientização aos trabalhadores
daquela época sobre suas situações sociais e históricas, fazendo-os refletir. (MARX,
ENGELS, 2001).
Esse imenso império, exerceu influencia em boa parte do mundo em praticamente todo
o século XX, no entanto, seu poder foi perdendo a força na transição da década de 1980 a
1990. Especificamente após a guerra mundial em que a Alemanha foi derrotada pelo Reino
Unido e demais forças aliadas, através disso iniciou-se uma fase de revisão das concepções
fundamentadas nas ideologias anteriores construídas, significando assim, a volta ao
capitalismo. (ROSSI, 1974).
É relevante destacar, que com a queda do muro de Berlim foi considerado o marco do
fim do Comunismo no mundo, o qual deu abertura para a expansão do capitalismo pelo leste
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da Europa. A ideologia marxista manteve-se sob outros modelos como na China, Cuba,
Coreia do Norte. A sociedade idealizada por Marx e Engels nunca chegou a ser
implementada, embora o sistema socialista tenha sido adotado em alguns países, o sistema
comunista que é a fase final nunca chegou a ser atingindo. Porém há países hoje, que guiam
seus governos sobre os preceitos do comunismo, embora a doutrina comunista de fato não
tenha sido adotada.

2.2. Principais líderes comunistas

Karl Marx (1818-1883) como referido no decorrer deste trabalho foi um dos grandes
precursores do movimento comunista, filósofo, economista e revolucionário alemão do século
XIX, defendia que o capitalismo era radical e instável, e através disso desenvolveu, um estudo
sobre a teoria política, econômica e social de sua época. Descreveu diversos conceitos entre
eles podemos citar a mais-valia; luta de classes, trazendo o socialismo como necessidade
histórica e substituição do capitalismo. Suas principais obras foram: Manifesto do Partido
Comunista (1848), O Capital (1867 volume I).
Outro precursor e parceiro intelectual de Marx foi Friedrich Engels (1820-1895) foi
um teórico revolucionário prussiano, nascido na Alemanha, que junto com Karl Marx fundou
o chamado Socialismo Científico ou o também chamado marxismo. Foi coautor de muitas
obras com Marx, entre ela está O Manifesto Comunista sendo a mais conhecida. Após a morte
de Karl Marx, Engels ajudou a publicar, os dois últimos volumes de O Capital, principal obra
de seu amigo e colaborador. O mesmo escreveu livros de profunda análise social. Algumas
obras exclusivas suas foram: A origem da família, da propriedade privada e do Estado (1884).
Do socialismo utópico ao socialismo científico (1890).
Vladimir Ilich Lênin (1870-1924) revolucionário comunista russo, teórico e político, o
mesmo aderiu as ideologias de Marx e Engels no final do século XIX, para a transição ao
socialismo em países como a Rússia de economia pré-capitalista, foi chefe de governo da
mesma e por último até sua morte da União Soviética. Socialista unipartidário,
ideologicamente marxistas, no qual suas teorias políticas passaram a ser chamadas de
leninismo. Este, assumiu a liderança da facção bolchevique, considerado o Partido Operário
Social Democrata Russo. Foi o primeiro a liderar a União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS).
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Josef Stalin (1879-1953), líder soviético durante a II Guerra Mundial, revolucionário


comunista e político soviético de origem georgiana, ingressou nas ideologias marxistas e,
como Lênin, amargou anos de desterro na Sibéria. Governou a União Soviética (URSS) no
ano de 1920 até sua morte, servindo como Secretário Geral do Partido Comunista de 1922 a
1952, e como primeiro-ministro de seu país de 1941 a 1953. Presidiu inicialmente um
unipartidário, tornando-se o ditador da União Soviética. Ligado, ideologicamente as
interpretações leninista e de Marx, suas políticas ficaram conhecidas como stalinismo. Um
dos vencedores da 2 Guerra Mundial (1939-1945), foi o responsável pela criação do bloco
socialista da Europa Oriental e participou com os Estado Unidos na Guerra Fria, Morrendo
em 1953.
Leon Trotsky (1879-1940) foi um revolucionário bolchevique e intelectual marxista,
organizou o Exército Vermelho e, após a morte de Lenin, rival de Stalin na disputa pela
hegemonia do Partido Comunista da União Soviética (PCUS). Tornou-se figura central da
vitória bolchevique na Guerra Civil Russa (1918–1922). O mesmo desempenhou um
importante papel político, foi Ministro do Povo para os negócios estrangeiros e organizador
do Exército vermelho mencionado acima. Fundador e membro do PCUS e gerente da
Revolução Bolchevique. Cotado como provável sucessor de Lênin, defendia a exportação da
revolução comunista para toda a Europa.
Tsé-tung (1893-1976) Líder da Revolução Chinesa (1949), adequou as ideologias de
Marx e Engels para um país não apenas agrário e semifeudal, mas com profundos resquícios
do colonialismo. Sua contribuição teórica e prática ao desenvolvimento do marxismo começa
pelo modelo da guerrilha rural, de base camponesa, sob o conceito da guerra popular
prolongada. No poder, o mesmo alternou iniciativas de inspiração soviética, como a
industrialização forçada na campanha do Grande Salto à Frente (1957-1959), nos anos finais
de sua vida, abandonou a extrema esquerda, representada pela Guarda Vermelha, e restaurou
a autoridade do PC. Seu sucessor, Deng Xiaoping, deu início às reformas que incorporaram ao
sistema capitalistas, sem tocar no monopólio do poder político.
Che Guevara (1928 - 1967), figura principal do século XX que ajudou a colocar o
comunismo no poder, foi um revolucionário marxista, médico, autor, guerrilheiro, diplomata e
teórico militar argentino. Uma das figuras mais importante da Revolução Cubana, tornando o
seu rosto uma contracultural de rebeldia e insígnia global na cultura popular. Nos anos 1961 a
1965 em Cuba atuou na elaboração da reforma agrária e ocupou o cargo de ministro da
Indústria. O mesmo ajudou a instaurar um novo regime político/unipartidário e socialista no
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sistema cubano, que dura até os dias atuais. Che Guevara lutou por sociedades mais justas em
países como Congo, Bolívia e Guatemala.
Fidel Castro (1926-2016), foi político e revolucionário e governou a Republica de
Cuba, nos anos 1959 a 1976, e logo após como primeiro-ministro em 1976 a 2008, e
subsequentemente como presidente. Politicamente, era nacionalista e marxista-leninista. Ele
também em 1961 até 2011, serviu como primeiro Secretário do Partido Comunista Cubano.
No qual durante sua administração, a mesma se tornou um Estado socialista unipartidário, em
relação a indústria e os negócios todos foram nacionalizados, e reformas socialistas foram
implementadas em toda a sociedade cubana.

2.3. Principais países de ideologia comunista

Muitos intelectuais afirmam que a queda do muro de Berlim foi um momento que
ocorreu o fim do comunismo no mundo. No entanto segundo algumas pesquisas percebemos
que existem cinco países que guiam seus governos sob os preceitos do comunismo, nesta
unidade iremos explanar cada pais descrevendo algumas posições que trazem possíveis
aproximações dessas nações aos ideais comunistas.
Os países tais como a China, Coreia do Norte, Cuba, Transnístria e Vietnã, tendo
alguns feito manutenções dos seus sistemas, no que tange aos diferentes processos de
adaptação para a sobrevivência das ideologias comunistas nas últimas décadas. Nos dias
atuais temos a China, considerada o país que mais flexibilizou dentro da ideologia comunista,
embora utilizou de censura e restrições dos direitos de sua população e pregam por práticas
socialistas. (RIBEIRO, 2021).
O país permite ainda, algumas introduções de elementos típicos de mercado, através
disso a mesma foge dos preceitos comunistas no que tange a economia. A china tem outros
partidos além do comunista, suas eleições são abertas em todo país, porém as nomeações
políticas são controladas pelo Partido Comunista, existindo poucas oposições contrárias ao
partido que detém o poder. Politicamente, a China ainda segue a doutrina comunista, no
entanto, economicamente possuem algumas divergências, bem como as disparidades de
riquezas, se afastando assim, do ideológico comuna. É importante salientar que no ano de
2004 a mesma alterou a constituição dando reconhecimento a propriedade privada.
(RIBEIRO, 2021).
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Cuba é o único país nas américas de doutrinas comunistas, isso se deu através da
revolução de 1953, no qual o governo foi tomado por Fidel Castro e seus associados. Diante
disso em 1965, o pais se tornou comunista se unindo com a União Soviética. No mesmo
período que criava laços estreitos com a União Soviética, acontecia nos Estados Unidos a
proibição do comercio para Cuba. Devido ao colapso da União Soviética em 1991, o país
cubano não teve escolha em buscar novos subsídios financeiros e comerciais com outros
países. No ano de 2008, o irmão de Fidel Castro, Raúl Castro, assumiu como presidente, após
a entrega do cargo por Fidel. O país proíbe sua população a terem contato com o mundo
capitalista e por isso se mantém atrasado em diversas situações sociais e econômicas.
(RIBEIRO, 2021).
O Laos tornou-se um país comunista no ano de 1975, oficialmente a República
Democrática Popular do Laos, sendo apoiada após a Revolução pelos países do Vietnã e
União Soviética. O governo deste país é direcionado por generais militares que aderiram ao
sistema de partido único embasados por premissas marxistas. No Entanto, em 1988 o país
começou a permitir formas de propriedade privada, aderindo assim, em 2013 a Organização
Mundial do Comércio. (RIBEIRO, 2021).
Já a Coreia do Norte é o país que aplica o modelo mais radical sobre o preceito
comunista, é considerado o país mais stalinista e fechado. Durante a Segunda guerra mundial
o Japão ocupou a Coreia, e logo após a guerra foi ocupado pela Russos e americanos. Através
dessa divisão da antiga Coreia, fragmentada, em 1948, segundo os interesses geopolíticos
tanto dos EUA quanto da União Soviéticas (URSS), dando através disso o surgimento da
República Democrática Popular da Coreia (Coreia do Norte) e a República da Coreia (Coreia
do Sul).
A criação desses dois países ocorreu durante a Conferencia de Potsdam, sendo o
momento estabelecido com marco divisório, passando-se a se chamar de Yalta e Ptstan.
Podemos destacar que através deste marco duas nações autônomas foram criadas, cada uma
com suas ideologias diferentes, tendo a Coreia no Norte um sistema comunista, apoiada pela
União soviética e Coreia do Sul, com o sistema capitalista, apoiada pelos Estados Unidos.
(RIBEIRO, 2021).
Em 1954 acontece a divisão do Vietnã em uma conferência de 1954 que se seguiu à
Primeira Guerra da Indochina. Essa divisão até então era considerada apenas temporária, o
Vietnã do Norte se tornou um país comunista recebendo assim, apoio da União Soviética, e o
Vietnã do Sul aderiu ao sistema democrático, tendo apoio dos Estados Unidos. (RIBEIRO,
2021).
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Após duas décadas de guerra, essa divisão do Vietnã foi unificada e no ano de 1976, o
mesmo como país unificado tornou-se comunista. O Vietnã passando-se a ser um país
comunista, obteve diversas mudanças em relação à economia. (RIBEIRO, 2021).

2.4 A ideologia comunista no Brasil

O comunismo surgiu no Brasil e foi influenciado desde o fim do século XIX pela


chegada de ideias anarquistas no país chegando ao auge com a greve geral de 1917, foi uma
greve da indústria e do comércio brasileiro, ocorrida em julho de 1917 em São Paulo, durante
a Primeira Guerra Mundial, promovida por organizações operárias de inspiração anarquista
aliadas à imprensa libertária. Foi a primeira greve geral da história do Brasil, e durou 30 dias.
Conforme Sena Júnior (2016, p. 51), cita:

Os fundadores do Partido Comunista do Brasil vieram todos do anarquismo


revolucionário, influenciados pela Revolução de Outubro na Rússia, convencidos de
que uma forte organização política era indispensável para a concretização da
revolução socialista.

No ano de 1919 começaram as primeiros tentativas voltadas ao comunismo através do


jornal A Liberdade, n.º 29, de abril de 1919, no qual foi publicado um programa voltado para
um partido comunista, ao qual trazia reivindicações anarquistas. O Movimento comunista no
Brasil cresceu a partir do momento em que foi fundado em março de 1922 o PCB (Partido
Comunista- Seção Brasileira da Internacional Comunista), embora sua imprensa foi divulgada
desde janeiro daquele ano, através da revista Movimento Comunistas da imprensa local da
época:

Este mensário, órgão dos Grupos Comunistas do Brasil, tem por fim defender e
propagar entre nós o programa da Internacional Comunista. Dentro dos modestos
limites das nossas possibilidades, pretendemos torná-lo um repositório mensal
fidedigno de doutrina e informação do movimento comunista internacional. (SENA,
2016, p. 52).

Percebe-se através desta colocação, observações sobre ideias socialistas, anarquistas e


comunistas publicadas através do PCB, trazendo algumas características embasadas em
referências à Revolução Russa e à sociedade soviética. Nota-se que a doutrina foi essencial
para o contexto político do país.
Foi a partir do comunismo que diversos partidos foram criados, intensificando assim a
participação política social brasileira. O movimento se consolidou na luta contra o fascismo
no período entre guerras contra a repressão durante o governo de Getúlio Vargas, em 1935
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ocorreu a Intentona Comunista que foi uma tentativa de golpe contra o governo de Vargas
partindo da reunião de militares e do Partido Comunista do Brasil (PCB).
Segundo Vargas o movimento foi considerado ilegal, perseguindo a todos os que eram
considerados comunistas. No entanto, após a abertura democrática o partido foi considerado
legal, porém o presidente Eurico Gaspar Dutra novamente proibiu sua atuação. No governo de
Jânio Quadros é novamente legalizado e proibido a partir do Golpe Militar de 1964. As
referidas experiências das Ditaduras do Brasil utilizaram o Partido Comunista Brasileiro para
justificar o fechamento do regime.
No governo de Vargas o conhecido Plano Cohen atribuído aos comunistas foi brecha
ao qual encontraram uma justificativa para restringir as liberdades políticas. No ano de1964 a
Ditadura Militar afirma ter livrado o Brasil do comunismo justificando as prisões, torturas,
perseguições e assassinatos o fato que estudantes eram perigosos para o Estado brasileiro.
Embora nunca tenha causado uma grande ameaça à sociedade, o comunismo no Brasil foi
muitas vezes usado para explicar as interferências da extrema-direita. O Partido Comunista
Brasileiro (PCB), está fraco, e o PCdoB, atualmente, é o partido comunista que mais atua na
política do país. Para se ter ideia, em 2017, Eduardo Bolsonaro, deputado do Partido Social
Liberal (PSL), criou um projeto de lei que visa incriminar o comunismo no Brasil.
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3 CONCLUSÃO

Podemos concluir que a sociedade idealizada pelos pensadores Marx e Engels


nunca foi implementada com sua totalidade em nenhum país. Mesmo o sistema
socialista tenha sido adotado por alguns países, até então nenhuma delas conseguiu
chegar a etapa final o comunismo.
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REFERÊNCIAS

BASTOS, Abguar. CARVALHO, José Zacarias de - L. Segal, Principios de Economia


Politica, Ediciones Fuente Cultural, Mexico. In: Introdução ao Estudo do Marxismo.
Editorial Calvino Ltda, Rio de Janeiro, 1945, pgs. 296-329

ENGELS, Friedrich. Princípios de Comunismo e Outros Textos. São Paulo, Mandacaru,


1990.

MARX, K. 1818-1883: Manifesto do Partido Comunista. Friedrich Engels; tradução de


Sueli Tomazzini Cassal. Porto Alegre: L&PM, 2001, 132p (coleção L&PM Pocket).

MARX, K. O capital: crítica da economia política – o processo de produção do capital. Rio


de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.

MARX, K.; ENGELS, F. 1996. "Prefácio à edição russa de 1882". In: NOGUEIRA, M. A.
(org.). O manifesto do partido comunista. Petrópolis: Vozes.

MARX, K; ENGELS, F. Manifesto do partido comunista. São Paulo: Martin Claret; 2014
4.
RIBEIRO, Clara, 2021 Atualidades: Os 5 países comunistas do mundo
https://noticiasconcursos.com.br/atualidades-os-5-paises-comunistas-do-mundo/ acessado em
11/04/2021.

ROSSI, P. Agnelo. Vice-Diretor das Faculdades Campineiras. A Filosofia


do Comunismo. 1947. Editora Vozes LTDA, Petrópolis, R. J. Rio de Janeiro - São Paulo.

SANTOS, Wigvan Junior Pereira dos. "Utopia"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/utopia.htm. Acesso em 08 de abril de 2021.

SENA JÚNIOR, C.Z., ed. Capítulos de história dos comunistas no Brasil [online].
Salvador: EDUFBA, 2016, 285 p. ISBN: 978-85-232-1873-7.
https://doi.org/10.7476/9788523218737.

SOUSA, Rainer Gonçalves. 2017 "Comunismo"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/historiag/comunismo.htm. Acesso em 08 de abril de 2021.

SOUZA, Ricardo Luiz Socioantropologia / Ricardo Luiz de Souza. Muriaé: Faculdade de


Minas, 2015. 77 p.

SPINDEL, Arnaldo. O que é comunismo? 18. ed. São Paulo: Editora Brasiliense, (1989)
(Coleção primeiros passos).

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