Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
com/rosanarox/tf56d52elzy1e5ni
Gêneros narrativos
Criado com um pouco de travessura
ROSANA ROX 09/05/22, 18:10 HS
Características e funcionamento
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O QUE É NARRATIVA
Objetivos
Semana 1
Semana 3
pesquisadores
Semana 5
Semana 6
Semana 7
Semana 8
Revisão
Semana 9
Prova
E INTERPRETAÇÃO
Buscou-se, assim, "não apenas o que o texto queria dizer” mas ou imaginativo.
também
"como" o texto se construía e se organizava para conseguir 5ª) Cada uma das duas formas de pensamento oferece
significação.
caminhos distintos de fornecer experiências de
construção da realidade.
OS GÊNEROS DO DISCURSO:
pensamento cientifico
Bakhtin, ao problematizar a questão dos gêneros do discurso, 6ª) Em Atos de significação, Bruner procura
evidencia justamente a oposição entre a concepção de língua demonstrar que é a cultura e não a biologia que
inscrita na gramática.
e lança mão delas sempre que
necessário.
do processo de comunicação.
para a ação.
O GÊNERO NARRATIVO
9ª) Bruner aproxima-se muito de Bakhtin, pois este argumenta
que não aprendemos palavras descontextualizadas (neutras),
Consiste em narrar, como o nome já diz, um fato ou uma história aprendemos e utilizamos palavras impregnadas de
de ficção, que conta um enredo, onde, em geral, existe uma intencionalidade, tal como Bruner afirma acontecer com as
situação inicial, a modificação da situação inicial, um conflito, o narrativas - mesmo as de crianças pequenas.
DE INTERPRETAÇÃO
LEITURA ORAL
Fragmentos Curtos
https://www.youtube.com/watch?v=Sd4KIj5Drcs
DA LITERATURA BRASILEIRA
A Hora da Estrela,
da Narrativa
Antes do Baile Verde,
do desenvolvimento cognitivo.
Capitães da Areia,
Machado de Assis
enredo
personagens
pelo cinema.
Pensamento narrativo e
Mas, para que o leitor ou ouvinte se sinta atraído e até mesmo
entenda toda a situação, ela precisa ter uma estrutura e
narrativas orais
elementos essenciais ao desenvolvimento
da história.
FORMAÇÃO HUMANA: O PENSAMENTO
A narrativa começa com a introdução, que é seguida pelo
NARRATIVO E O PENSAMENTO CIENTÍFICO
desenvolvimento e o clímax. Finalmente, a história termina
com uma conclusão ou desfecho, que coloca um ponto final nas INTEGRADOS
aventuras do personagem e nas expectativas do leitor.
Entendemos por pensamento narrativo a narrativa criada pelo
Situação Inicial :Quando o narrador contextualiza o leitor: como as proposições derivadas da história narrada. O ser
apresenta os
humano em contato com a
e espaço.
personagem. A ideia é formar uma trama com os b) Convencimento do interlocutor fornecendo provas empíricas;
acontecimentos,
c) Causalidade (se x, então y);
os
autores concluem encerrando a trama com um desfecho Já o pensamento narrativo estaria na outra ponta, com as
favorável
seguintes características:
Podemos dizer que Bruner entende verossimilhança tal qual A habilidade de narrar, sendo específica do ser humano e sua
Aristóteles:
inteligência, é parte integrante da sua competência linguística e
[...] é evidente que não compete ao poeta narrar exatamente o simbólica.
que aconteceu;
mas sim o que poderia ter acontecido, o possível, segundo a Narrar contribui para a estruturação da experiência
verossimilhança
humana, pois “organizamos nossa experiência e nossa memória
ou a necessidade (BRUNER, 2001, p.43).
principalmente através da narrativa” (Bruner 1991, 14, 21)
de certas situações.
encontradas tanto no nível de sentenças como também na
narrativa como um todo, e permitem compreender a estrutura
O estereótipo pode nos servir como ferramenta de análise. interna das narrativas. A análise funcional destaca que, uma série
Tomando o cotidiano como descrito acima, imaginemos a de elementos colocados numa ordem temporária ainda não
seguinte situação: um novo vizinho se muda para seu prédio. constituem uma narrativa, mas apenas uma descrição.
Automaticamente, seu cérebro aciona sua memória, que busca Para que seja constituída uma narrativa, é necessaria uma
situações parecidas em que haja uma pessoa com tais função, ou seja, um
características. Histórias internas são acionadas, histórias motivo pelo qual ela é contada, um interesse de ordem pessoal.
- Se for uma história com referências negativas, provavelmente : “Trata-se em geral da questão
criará um estereótipo negativo, a proposição, esse cara é um de se procurar um banheiro e encontro grandes dificuldades em
viciado.
achar um.
está
dele. Estava ...”
relacionado ao pensamento científico; eles são duas instâncias 2. A orientação (“orientation”, quem? quando? o quê? onde?), que
opostas. Nós defendemos que não, de uma narrativa pode dá
derivar uma proposição e esta guiar uma ação do sujeito. Um referências do local, hora, da cena e das pessoas envolvidas;
exemplo didático para tanto é a construção de estereótipos. exemplo: “Ontem
Basta fazermos um exercício mental para percebemos como eu sonhei que minha mãe mudou-se para Paris, e eu arrumei um
estes pensamentos estão relacionados e como sua articulação
apartamento
pode servir de base para criarmos a representação da cultura, da para ela lá num prédio velho e alto, no qual eu subi pelo elevador
sociedade e, claro, de nós mesmos; ou seja, a nossa ....”.
algum modo ele caiu, e eu o perdi. Mas não me lembro como ...
de repente eu
Narrativas orais: formas e funções percebo que ele está em cima de um muro amarrado e eu estou
embaixo na rua
Este texto discute as narrativas orais como uma espécie de gritando: “Não precisa chorar, eu vou pegar você”.
comunicação cotidiana, abordadas sob duas perspectivas 4. A avaliação (“evaluation”. qual reação?), que está ligada ao foco
complementares:
central.
As formas e as funções.
Numa outra contribuição (1972), Labov aprofunda o conceito de
avaliação,
discurso. Esse
classificando tipos diferentes. A avaliação deixa de ser um gesto padrão é abdutivo no sentido de que algo é introduzido como
isolado,
supostamente
feito num instante exato e único da narrativa, para estar (e verdadeiramente) relevante, e cuja relevância (que pode variar
presente de forma
de
noite passada
do carro e (ha!ha!ha!) eu vi que no lugar das latinhas amarradas O Brasil que o romantismo(re)criou
no párachoque (ha!ha!ha!) tinha um ciclista (rir)”.
5.Uma solução ou um resultado (“result”, qual o desfecho?). No Este artigo discute a construção do conceito de nação pelos
sonho
intelectuais brasileiros, do período denominado Romantismo.
mãe: “Não
Também engraçado.”
Narrativas orais: formas e funções (Michael
Hanke)
2. A função argumentativa
uma função
esses reais ou ficcionais"
de criar evidências ou uma licença de inferir para uma exposição (HANKE, 2003, p. 118)
ou um
complexo de exposição-conclusão. Assim, se conclusões são PARA QUE SERVEM AS NARRATIVAS ORAIS?
tiradas a partir
Como produto arcaico da cultura humana, as narrativas servem
delas, elas servem como dado ou exposição.
para:
As três formas da inferência lógica, segundo Peirce, a indução, - Perpetuar rituais, culturas, maneiras
dedução
de ser e de fazer de uma sociedade.
e abdução, são relevantes devido a sua universalidade, uma vez - Elaboração de angústias, medos e
que estão
conflitos humanos.
portanto, nas
narrativas cotidianas.
AS PESQUISAS SOBRE AS
1. padrão dedutivo,
NARRATIVAS ORAIS
pois o argumento é colocado em primeiro lugar e a narrativa Trabalhar com narrativas orais implica pensar nas
assume uma
histórias familiares, nas tradições orais que passam de
2. Num segundo padrão a narrativa funciona como ponto de Implica lembrar que, lá atrás, contar histórias não era
partida inicial,
apenas uma prática cotidiana, era um ofício comum do
do qual algo é derivado. Aqui a narrativa serve como dado (ou qual muitos se encarregaram e através do qual foram
exposição), da
repassados ensinamentos e lições de vida.
3. O terceiro padrão estabelece uma conexão entre a narrativa e CONTANDO NARRATIVAS ORAIS
os
Quando conta uma história,
hipotética, a
revela não apenas o lado
qual é transformada numa relevância temática ao longo do poético do que sabe, mas
experiências tecidas
escravidão. São esses
A síntese
O Romantismo fortaleceu a concepção de uma nação através da
A orientação
ideia de mestiçagem e da liberdade literária, mas silenciou os
O episódio
sentidos sobre a escravização.
inesperado
A avaliação
SOBRE A CONSTRUÇÃO SOCIAL DA
realidade. (OCHS)
deram início ao processo
de construção da nação e,
constrangimentos públicos
entreteram muito!
O sentido político e/ou cultural assumidos pela ideia de
PARA REFLEXÃO
período.
Indicação de videoaula.
https://www.youtube.com/watch?v=aJDl_Tn_K1w
OS INTELECTUAIS BRASILEIROS E
IDEIA DE NAÇÃO
formas políticas autoritárias como democráticas, ou
liberais e conservadoras.
Independência literária,
historiografia nacional,
Como os diferentes grupos sociais podem
de diferenciação dos
interesses?
ECOS E REPERCUSSÕES DO
vez, isto é: re (outra vez) mais latum
NAÇÃO
vezes é trazido outra vez por alguém que ou
Os sentidos
foi testemunha ou teve notícia do acontecido.
advindos da
O conto, no entanto, não se refere só ao
(re)criação da nação
acontecido. Não tem compromisso com o
brasileira pelo
evento real. Nele, realidade e ficção não têm
Romantismo ecoam
limites precisos. Um relato, copia-se; um
e repercutem até os
conto, inventa-se” (GOTLIB, 1990, p. 8)
Karnal
Contos Fantásticos
https://www.youtube.com/watch?v=O1e-Tr0gRZo
situações absurdas, inexplicáveis que fogem à normalidade,
https://www.youtube.com/watch?v=sQYLxZNdBYY
Contos de Terror
Machado de Assis
Graciliano Ramos
funcionamento e exemplos
Baleia
CONCEITOS DE ALGUNS
Mario de Andrade
(1809 – 1849).
Feliz aniversário
de extensa, verbosa,
Sem enfeite
pormenorizada...”
nenhum
CRÔNICA
Alfredo Bosi,
O que é crônica?
do imaginário.”
compensação, sorrateira, recuperar com a outra
Nelson Rodrigues
PARA REFLEXÃO
Contribuições da Análise de como uma série [...] de pontos de deriva possíveis, oferecendo
Discurso Francesa e da lugar à interpretação. É nesse espaço que se pretende trabalhar
a análise de discurso".
Objetivos de aprendizagem
-Inconsciente
Compreender que as narrativas são geradas a partir de -outro (pequeno outro, segundo Lacan)
Formações
Formações
Discursivas
Esquecimento nº 2
CONTRIBUIÇÕES DA AD PARA OS
DISCURSO
Convém explicitar ainda que estas três regiões são, de certo
-Desconstrução da noção de linguagem
modo, atravessadas e articuladas por uma teoria da subjetividade
transparente, neutra.
(de natureza psicanalítica).
língua e a AD alia a este conceito o real da história. Juntos, estes pontual, tudo o atravessa, tudo o
dois reais trabalham para a construção de sentidos do objeto de excita, tudo o agita, tudo o choca,
descritível como uma série [...] de pontos de deriva possíveis, a não valorizar nem a
• Sujeito moderno.
• Sujeito da experiência.
e acontecimento.
• Os aprendizados que as
e Informação
toca.
• Sujeito da Informação.
fabricação da opinião
subjetivas do autor.
significam habitualmente.
(LAROSSA, 2002, p. 4)
Para Reflexão.
ver no recorte:
comprar comida.
de narração, já que essa ideia, apesar
RECORTE E ANÁLISE
As classificações extra e intradiegéticas
pra você. Aí, depois ele foi lá, pegô" estado puro no texto.
SCHMID
NARRATOLOGIA: CONCEITUAÇÃO E
Explícito
ASPECTOS HISTÓRICOS
-Status diegético
-Hierarquia Primário
-Pessoalidade pessoal
alimentava o desejo de possuir a propriedade.
-Homogeneidade compacto
-Habilidade onisciente – Conhecedor Limitado Fixação espacial convoca alguns velhos companheiros de prosa
Onipresente
que o ajudarão nessa empreitada.
-Acessibilidade à
consciência dos
DIVISÃO DAS RESPONSABILIDADES
personagens expressos
Padre Silvestre ficaria com a parte moral e as citações latinas
-Confiabilidade confiável
TIPOS DE NARRADOR
-Implícito
Arquimedes, com a composição tipográfica;
-Não diegético
-Terciário
Lúcio Gomes de Azevedo Gondim, com a composição literária;
-Pouco marcado
-Fixo em um espaço
A Paulo Honório caberia traçar o plano, introduzir na “história
específico
rudimentos de agricultura e pecuária”, arcar com as despesas e
-Impessoal
colocar seu nome na capa.
-Difuso
-Subjetivo
PAULO HONÓRIO: ELE MESMO
-Fixo em um espaço
ESCREVE A HISTÓRIA
específico
Porém, como seus colaboradores foram
-Não expresso
desanimando ou desviando o curso dos
-Não confiável
planos arquitetados para a história, Paulo
É importante conhecer sobre as tipologias de narrador para sobre São Bernardo, que começa mostrando
que compreenda qual a função deste da narrativa e reconhecer as dificuldades enfrentadas para a
sozinho.
FRAGMENTO
FRAGMENTO
SOBRE A OBRA
Introdução a São Bernardo - Alguns ❖ Para alguns estudiosos, o personagem é o único capaz de
contar sua própria história, pois “por mais fragmentário ou
acontecimentos especiais contestável que seja, o conhecimento de si mesmo pela
INTRODUÇÃO A SÃO BERNARDO: ALGUNS
introspecção é o único válido".
ACONTECIMENTOS ESPECIAIS
2014. p. 8)
Romance moderno, São Bernardo apresenta um narrador que faz CONCEITO DE LENDA
Narrando em primeira pessoa a sua própria história, o que, de geração a outra pela oralidade, ou seja, pela fala.
acordo com Genette (1979, p. 247), o caracteriza como um Cada país ou região tem suas lendas próprias, ainda que muitas
narrador extradiegético-homodiegético, deixa explícita sua vezes as origens sejam incertas e mesclem traços culturais de
condição de quem constrói sua narrativa com grande cuidado.
outros povos.
incongruências, naturais quando a gente fala sem pensar que Para Eliade (1963/2000), o foco de todo mito é o
aquilo vai ser lido. Reproduzo o que julgo interessante. Suprimi começo das coisas, a sua origem. O mito
diversas passagens, modifiquei outras” (RAMOS, 1981, p. 77) funda-se em um modelo exemplar, fixando-o e
CONCEITO DE FÁBULA
cabe preservar a verdadeira história, a história
FERRAGINI, 2014, p. 3)
FUNÇÕES TEXTUAIS
-As 100 melhores lendas do folclore brasileiro
transcendem a capacidade de
-Fábulas de La Fontaine
criação de uma intriga verossímil.
e ideologias.
O GÊNERO ÉPICO
culturais.
históricos ou maravilhosos.
Y GASSET, (1947)[2009])
nacionalismo com o caráter maravilhoso.
perspectivas de percepção.
Personagem: construção,
características e organização
A ARTE E A VISÃO ARTÍSTICA
Vozes do deserto.
gravando-lhes na alma a
Ana Maria Machado retoma a trajetória de Capitu, recriando e universalizado no que pensa, no que fala e na sua
-VOZES DO DESERTO
sentido do existir para o leitor.
negro. A narrativa evidencia que o leitor não tem acesso às 1. O personagem possui vida autônoma?
histórias narradas pela protagonista; a escritora põe em 2. Mesmo depois de criado, o personagem
evidência o mundo interior de Scherazade e das demais permanece sendo uma marionete ao gosto
privilégio de conhecer o seu modo de olhar a realidade 3. O personagem como objeto, pode ser
Tendo em vista o modo de representação da mulher em cada Podemos pensar também que o personagem é a
uma das etapas da trajetória da literatura de autoria feminina encarnação de alguém recortado da realidade do
brasileira, as protagonistas dos romances A audácia dessa escritor, mesmo tendo sido inventado pelo autor, o
mulher e Vozes do deserto evocam imagens de mulher que personagem aparece como figura independente do
excedem o script básico das representações mais recorrentes do seu criador e tem vida própria entre seus pares. Sendo
feminino.
elemento fundamental que regula a coesão do texto,
palavra escrita, a substituição da degradação da mulher Segundo Corrêa (2008, p. 49), “a literatura escorre no
cometida por ideologias como a patriarcal, e reproduzida na campo do imaginário, inicialmente na criação do autor,
REESCRITA DE CLÁSSICOS
sua vida própria e até mesmo em obra autobiográfica, a
Esses romances, oriundos dos clássicos, focalizam personagens escrita é na verdade o lugar em que se fala da falta, como
femininas que se negam a enquadrar-se nas hierarquias de uma das maneiras de passar pela castração”.
personagens e dão vozes a eles, permitindo observá-los a literatura, morada da escrita e do sujeito, acolhe as
A MULHER NOVECENTISTA
revoluções do discurso anterior são o
AS MULHERES DE MACHADO
senhorial, porém de forma mais tímida.
obediente, ou seja,
muita maestria. Capitu já era um embrião
de um lar harmonioso.
Ambas as personagens representam uma revolução sobre os
sentidos de ser mulher na sociedade novecentista.
AS MULHERES DE MACHADO
Beauvoir (1980)”
AS MULHERES DE MACHADO
(ZOLIN, 2011, p. 104).
AS MULHERES DE MACHADO
O PERSONAGEM NO GÊNERO NARRATIVO
obrigações, enquanto subjugada a uma ordem mantém sua autonomia frente ao leitor e na
social.
narração literária ele se torna o elemento
estereótipo de mulher.
como entidades com vida de certo modo autossuficiente,
O QUE ENSINAM?
determinado mundo narrativo.
sentimentos e emoções, aprendendo que eles repercutem e não há nenhuma relação de pressuposição entre personagem,
Espaço e literatura
casuais.
macro espaço
o sol fresco de um fim de tarde, brilhante, num céu com poucas
micro espaço - cenários(construídos pelo homem, interferência nuvens e passarinhos voando.
da cultura) e natureza
Trata-se de um espaço homólogo.
cenário ou natureza
1.6 Estabelecer contraste com as personagens.
+
Por exemplo, suponhamos que o protagonista tenha perdido sua
clima psicológico=ambiente
mãe, devido a uma
extensão/vivencia/fruição=paisagens
terrível infecção. No momento do enterro, temos o seguinte
disputa por posse ou ocupação=território
espaço: sol, céu azul, poucas nuvens,
Espaço e literatura: introdução à topoanálise Através de índices impregnados no espaço, o leitor atento
percebe os caminhos seguintes da
1 As funções do espaço
narrativa.
da
a mesma ocupa.
quarto de Fernando
maior verossimilhança.
Muitas vezes, o
2.3 Fantasista
Exemplo dessa
personagem.
etc.
É sempre interessante
essa quebra da situação inicial e qual o efeito de sentido que ele Em princípio, temos duas categorias de paisagens: a natural: que
provoca dentro da narrativa.
sofreu pouca ou nenhuma
O desenvolvimento da narrativa atinge um ponto em que não há influência do homem; a cultural: que sofreu muita influência do
mais possibilidade de
homem.
Após o clímax, segue-se naturalmente o desfecho, a conclusão literária. O cenário ou a natureza transformar-se-ão em
do texto.
território quando houver uma disputa por
fim da narrativa?
3 Topografia literária
Às vezes, o texto pode ser dividido em dois grandes espaços, tais infinito e um futuro infinito, deve descobri-lo e, laboriosamente,
3.3 Microespaços
Nesse caso, toma-se por base a característica específica dos dois MEMÓRIA-FRAGMENTO
3.4 Cenário
(BRAGANÇA, 2012, p. 100)
Geralmente, são os espaços onde o ser humano vive. Através de “A memória apresenta-se, assim, como
3.5 Natureza
transmitindo-o”.
Por natureza, entendem-se os espaços não construídos pelo (BRAGANÇA, 2012, p. 100)
montanha, a colina, o vale, a praia, etc. “Para escrever o testamento, temos, como desafio, constituir
sentidos
3.6 Ambiente
do passado, o que exige um trabalho artesanal e laborioso. Dessa
Na perspectiva da topoanálise, o ambiente se define como a forma,
paisagem é aquela que diz ser ela uma extensão de espaço que (BRAGANÇA, 2012, p. 101)
se coloca ao olhar.
MEMÓRIA-ARQUIVO
DESAFIOS DA INTERPRETAÇÃO HERMENÊUTICA
“A falência da memória como pulsão viva da comunidade, a “Narrativas de formação, orais e escritas, trazem a força da
falência da
linguagem
experiência coletiva e da narração, levam à constituição dos humana e da reconstrução pessoal/coletiva como processo
lugares da
essencialmente formador. A narração é prenhe de significados
memória, nos quais a história “enquadrada” vai ser perpetuada”.
para
E PROCESSOS IDENTITÁRIOS
conceitos e as questões que se
“O olhar para o passado e a narrativa desse passado favorecem a foram desdobrando não consistem
busca
em um constructo teórico prévio ao
unidade. A
em uma formulação que se deu ao
constrói a
(BRAGANÇA, 2012, p. 130)
partir de imagens do passado e de projetos de futuro que se
abrem,
Revisão
※※※※※※