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EXPERIMENTO Nº 3

DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DE IONIZAÇÃO CONDICIONAL DO VERMELHO DE


ALIZARINA (VA) VIA ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO
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1. Introdução
1.1 – Alizarina S
O reagente Vermelho de Alizarina S (VAS) ou 1,2-Dihidroxiantraquinona-3-sulfonato de Sódio é um
corante, cuja cor é uma função de pH, que muda de amarelo para vermelho entre os pH’s de 3,5 – 6,5 e de
laranja a violeta entre os pH’s 9,4 – 12 (Sigma-Aldrich) e apresenta a seguinte forma estrutural, neutra e
ionizada:

Figura 1 – VAS na forma ionizada e não-ionizada

Esse reagente possui diferentes aplicações como reagente em análises quantitativas, corante na indústria do
couro e algodão, e é um reagente com alta toxidade.

1.2 - Equação de Henderson-Hasselbalch


A equação de Henderson – Hasselbalch é derivada da constante de equilíbrio de ácidos, sendo ela usada
para o cálculo de pH de soluções tampões.
Podemos chegar a equação da seguinte forma, e partindo da seguinte equação:
HA(aq) ↔ H+(aq) + A-(aq)
[𝑯+ ][𝑨− ]
𝑲𝒂 =
[𝑯𝑨]
Aplicando a função logarítmica em ambos os lados:
[𝑯+ ][𝑨− ] [𝑨− ]
𝐥𝐨𝐠 𝑲𝒂 = 𝐥𝐨𝐠 = 𝐥𝐨𝐠[𝑯+ ] + 𝐥𝐨𝐠
[𝑯𝑨] [𝑯𝑨]
Rearranjando a equação chegamos a equação de Henderson – Hasselbalch:
[𝑨− ]
𝒑𝑯 = 𝒑𝑲𝒂 + 𝐥𝐨𝐠
[𝑯𝑨]
E em situações de equilíbrio, ou seja, quando [A-] = [HA] significa que pH = pKa.
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2. Resultados

Tabela 1. Modelo de calibração do pHmetro

pH E / mV Modelo
4.00 211.6 Inclinação -56.835
7.00 39.6 Intercepto 238.37
9.01 -69.4 R2 0.9951
9.21 -94.2
9.85 -106.4
10.01 -140.4

Figura 1. Gráfico do modelo de calibração do pHmetro.

Calibração do pHmetro
250,0

200,0 y = -56.835x + 438.37


R² = 0.9951
150,0

100,0
E / mV

50,0

0,0
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00
-50,0

-100,0

-150,0

-200,0
pH

É possível medir o potencial de uma célula eletroquímica através da equação de Nernst:

E = Eº – 0,0592/n * log [ B]b / [A]a ,

Sendo:

E = a variação do potencial da célula;

Eº = potencial padrão da pilha;

[B] = atividade do produto;

[A] = atividade do reagente.


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Para o eletrodo padrão de H+ a equação de Nernst pode ser rearranjada da seguinte forma:

E = K + 0,0592/n* log[H+] (eq.1)

Onde K é o somatório das constantes da equação.

Podemos relacionar a eq.1 com a equação da reta do tipo:

y = ax + b

Onde:

y = E;

ax = 0,0592/n* log[H+]

b = K.

Sabe- se que:

pH = - log[H+] ( eq.2)

Substituindo a eq.2 em eq.1, e considerando n = 1 (carga do cátion H+), temos:

E = K – 0,0592pH (eq.3)

Ao plotar a equação 3, obtemos um gráfico de inclinação negativa, e como a medida da diferença de potencial
de uma célula eletroquímica é baseada na equação de Nersnt.
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Figura 2. A) gráfico da absorbância X comprimento de onda para as amostras analisadas; B) Gráfico da


absorbância das espécies em 518 nm e 429 nm e da derivada primeira do pH com
as absorbâncias máximas.

Os gráficos representados na figura 2 mostram como a absorbância muda de acordo com a variação do pH, e
com isso é possível obter informações sobre o analito.
O gráfico A mostra um deslocamento batocrômico conforme a concentração da espécie ionizada do reagente
Alizarina S aumenta. E, também, é possível perceber dois pontos de absorbância máxima, sendo eles em 429
e 518 nm esses pontos indicam a concentração máxima das espécies envolvidas, sendo que em 429 nm
predomina a espécie protonada [HInd], de cor amarela, e em 518 nm predomina a espécie desprotonada
[Ind-], de cor vermelha, e o ponto isosbéstico, onde a concentração de [HInd] e [Ind-] estão próximas. Essas
mudanças observadas estão relacionadas a mudança das concentrações da espécie protonada [HInd] e
desprotonada [Ind-] do reagente, devido a mudança do pH do meio.
O gráfico B possui o objetivo de encontrar o ponto exato onde [HInd] = [Ind-]. O gráfico foi plotado
absorbância em função do pH, e, também, foi feita a derivada primeira, que permite encontrar que onde
[HInd] = [Ind-], nesse ponto é possível determinar o pKa do analito, pode-se concluir isso a partir da equação
de Henderson – Hasselbalch.
Através dos dados do gráfico B é possível determinar que o pKa = 5,72, que é próximo ao valor da literatura que varia
de 5,6 a 5,8.
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3. Referências

Moreira, E. M. (2011). Tratamento eletroquímico e eletroquímico irradiado do corante vermelho de alizarina S.

Alizarin Red S certified by the Biological Stain Commission 130-22-3. Sigmaaldrich.com, 2013.

PROF, O. et al. POTENCIALIDADES DO VERMELHO DE ALIZARINA S IMPREGNADO EM RESINAS PARA


SEPARAÇÃO E PRÉ-CONCENTRAÇÃO DE Cu, Zn e Mn EM MATRIZES SALINAS ANÍBAL DE FREITAS SANTOS
JÚNIOR. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/9990/1/Santos%20Junior.pdf>. Acesso em: 4 jan.
2022.

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