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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1° VARA

CRIMINAL DA COMARCA DE CORONEL FABRICIANO/MG

PROCESSO N°: 0005863-31.2022.8.13.0194

PABLO JUNIO MACHADO DE ASSIS, brasileiro, por seu advogado que essa subscreve,
vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 403, §3° do código
de processo penal, apresentar alegações finais, com o objetivo de demonstrar a incidência do
acusado.

DOS FATOS

Ofertada denúncia dia 08 de julho de 2022 pelo crime no art. 121, § 2º, II e IV, c/c 14,
inciso II, ambos do Código Penal, recebida denúncia dia 08 de julho de 2022, apresentada
resposta a acusação dia 23 de julho de 2022, audiência de instrução ocorreu dia 15 de
setembro de 2022 em que consta nos autos que no dia 22 de junho de 2022, por volta das
14h00, na Rua Pedro Nolasco, altura do n.º 343, Centro, nesta cidade e comarca, o
denunciado, em pleno gozo do seu direito constitucional à legítima defesa, tentou disparar
contra Douglas Wagner Machado Souza, não vindo o crime a se consumar por circunstâncias
alheias à vontade do denunciado.

Segundo apurado, nas circunstâncias de tempo e lugar supramencionados, o


denunciado, após previamente ser previamente ameaçado injustamente pela suposta vítima
veio a tentar disparar contra ela para que pudesse defender seu próprio direito à vida.
Além disso, houveram ameaças mútuas, o que reforça a tese da legítima defesa, pelo
simples fato de que o acusado teve a falsa percepção da realidade no momento do fato de que
a outra parte poderia agredi-lo. Após os fatos, a Polícia Militar foi acionada e logrou êxito em
abordar o denunciado na Rua Doutor Querubino, centro desta cidade, onde o acusado não
ofereceu nenhuma resistência à sua prisão colaborando a todo momento com as autoridades
policiais.
DO MÉRITO

Mesmo que não houvesse fundamentos para a rejeição da denúncia o acusado


deve ser absolvido sumariamente pelo MM. Juízo, haja vista os fatos descritos não
constituírem ato criminoso por ausência de elemento do crime.

A priori, deve ser ressaltado que a suposta vítima sempre teve comportamento


violento. A suposta vítima, no dia do ocorrido, teve uma discussão com o
acusado, sendo que no meio da discussão, a suposta vítima, de forma repentina e sem
motivo aparente, ameaçou a vida do acusado gerando-lhe assim um sentimento de
medo.

O acusado por sua vez, com o intuito único de se livrar da iminente agressão,
que poderia ser fatal, não pensou outra vez e tentou efetuar disparos a fim de cessar a
iminente ameaça ao sem bem jurídico, pois esta era a única forma de defesa ao seu
alcance.

Sobre a legitima defesa o artigo 25 do Código Penal é claro, in verbis:

Art. 25 – Entende-se em legitima defesa quem, usando moderadamente dos meios


necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

Bitencourt, ensina que:

Define-se a agressão como a conduta humana que lesa ou põe em perigo um


bem ou interesse juridicamente tutelado. (…) A reação deve ser imediata à agressão,
posto que a demora na repulsa descaracteriza o instituto da legitima defesa.

No caso em testilha, o acusado apenas se defendeu da iminente agressão da


suposta vítima, pois caso não o fizesse poderia ter perdido seu bem jurídico de maior
valor, a vida, como se percebeu, o acusado utilizou-se dos meios que estavam ao seu
alcance de forma necessária e moderada, restando comprovada a legitima defesa.

Assim, o acusado deve ser absolvido por ausência de elemento do crime


(antijuridicidade) nos termos dos artigos 23, inciso II e 25, ambos do Código
Penal Brasileiro.

DAS QUALIFICADORAS

1. MOTIVO FÚTIL

Doutro modo, inatacável a incorreção do pedido de aplicação da qualificadora do


motivo fútil. Vê-se, pois, que, no momento do bar, existiu ofensas mútuas.
Assim, equivocadamente, almeja a majoração da pena, decorrência do motivo fútil,
confundindo, porém, com a ausência de razão para evento morte.
Dessarte, a qualificadora do motivo fútil deve ser rechaçada, por ocasião da pronúncia.

2. RECURSO QUE DIFICULTOU A DEFESA DA VÍTIMA

Quanto à forma de execução, disserta a exordial acusatória tratar-se de tentativa de


homicídio qualificado, haja vista que o Acusado se utilizou de meio que inviabilizou a defesa
da vítima
Descreve a denúncia que ele ameaçou primeiro, foi quando o Douglas entrou na loja,
mas antes de prosseguir, é preciso destacar que o acusado se defende dos fatos, contra esse
imputados. Esse foi, a propósito, o único episódio, trazido pelo Órgão Ministerial, que, na
visão dele, traduz a qualificadora supracitada.
Dessarte, o fator surpresa é inerente à qualificadora em referência. Isso, nem de longe,
é mencionado na denúncia, o que descarta o sucedâneo daquela. Afinal de contas, os
contendores estavam em acalorada discussão.

DOS PEDIDOS

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