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PRIMEIRAS NOÇÕES
Necessidades humanas. Bens da vida. Interesses. Classificações
● Bens da vida → bens que se destinam a ser utilizados pelo ser humano para suprir suas
necessidades humanas (de sobrevivência e desenvolvimento)
● Interesse → a razão que se coloca entre o ser humano e o bem da vida
○ A posição do ser humano em relação a um bem da vida para atender a uma
necessidade humana
○ Razão positiva: interesse sobre um bem da vida
○ Razão negativa: falta de interesse sobre um bem da vida
○ O titular do interesse é o ser humano e o objeto do interesse é o bem da vida
○ Classificação do interesse:
■ Individual: razão entre ser humano e o bem da vida e eminentemente
individual
■ Coletivo: razão entre ser humano e bem da vida analisada a partir de
um grupo
■ Difuso: razão entre ser humano e bem da vida analisado a partir de
aspecto indefinido e indeterminado
Lide e processo
A Antiguidade do processo
● Características gerais:
○ Subjetividade → dilui com o passar do tempo (religiosidade/normas escritas)
○ Influência religiosa
○ Quem tinha o poder político ou era delegado (de poder) podia julgar
● Antiguidade:
○ Julgar → exercício do Poder. Quem julga usa um poder concedido pelo Estado
ou por um particular → exercício do poder implícito na história
○ Egito → faraó (detentor do poder político) julgava com base em aspectos
subjetivos (não havia normas de conduta, o faraó decidia de acordo com sua
vontade)
○ O detentor do poder político exerce sua influência na atividade de julgar
○ Um detentor do poder político, quando julga um litígio, se legitima perante os
demais
○ Poder está relacionado à Legitimidade, ele legitima
● Assírios:
○ Novas escritas (Código de Hammurabi)
■ Definem parâmetros a quem julgava → diminui a subjetividade
○ Componente religioso → tira a subjetividade → presente nas normas de
conduta
○ Problema da Diferença das Interpretações Religiosas → natureza jurídico-
teológico (um juiz aplica uma lei de Deus de uma forma e outro aplica a
mesma lei de outra forma)
○ Componente religioso → substitui as normas originárias de quem detém o
poder político. Atividade de julgar e componente religiosos se convergem
● Fenícios → Processos para resolver questões comerciais]
● Grécia Antiga:
○ Platão e Aristóteles → direito público (do Estado)
○ Influência do Estado → atividade de julgar como atividade do Estado
● Processo Germânico
○ Inicia-se após a queda de Roma
○ Extremamente rudimentar em comparação com a Cognitio Extraordinária
○ Ding como titular da jurisdição → assembleia popular dos homens livres,
chefiada pelo chefe da tribo (o mais tarde Senhor Feudal)
○ Causas de menor importância → Dings menores presididas por um delegado
do chefe
○ Inteiramente oral
○ Perante a coletividade, a Ding, a assembleia (semelhante a um júri)
○ Senhor feudal (chefe da Ding) → dirigia trabalhos e orientava o procedimento
da Ding de acordo com procedimentos anteriores
○ Processo:
■ O autor e o réu falavam seus argumentos e apresentavam provas
perante a Ding
■ Verificação da prova → as partes juravam o que diziam e eram
submetidas a ordálias, provas físicas (por a mão no fogo, queimar com
óleo) e quem não cumprisse a tarefa não teria razão. Ambos cumprem
→ combate até a morte
○ Não existia recurso, pois o senhor feudal que presidia a Ding
○ Havia punição para a parte perdedora, definida pela Ding
○ Resquícios do processo germânico → o juramento e o júri
○ Resultado da mistura de instituições do período da Cognitio Extraordinária do
processo romano com as instituições incitas ao processo germânico
● Processo Canônico
○ Influência da Igreja e do processo romano da Cognitio Extraordinária →
fundamental para a manutenção e perpetuação do processo romano
○ 1088 → primeira universidade em Bolonha: ênfase ao processo romano.
Irnério funda a Escola dos Glosadores e Acurrio a Escola dos Pós-Glosadores
■ Escola dos Glosadores → estudo dos textos romanos com foco em sua
interpretação e com menor ênfase na prática forense
■ Escola dos Pós-Glosadores → estudo dos textos romanos dando maior
ênfase à prática forense
○ Disputa entre o estudo do direito canônico e o romano → confronto entre a
religião e a política
○ Surge o direito fruto da mistura de instituições do direito romano, germânico,
canônico, romano-barbárico e contribuição de glosadores e pós-glosadores →
Processo Romano Canônico
○ Processo Romano Barbárico x Processo Romano Canônico
● Processo Comum Medieval
○ Influência dos comerciantes a procura de segurança → centralização do poder
político por uma legislação que decorre do rei
○ É o Processo Romano Canônico + Legislações
○ Se aplica a todas as causas em relação a todas as causas que não tivessem uma
relação própria
○ Formalista, Inteiramente escrito e lento (desanimava as partes do processo)
○ Papa Clemente V cria o Procedimento Sumário → processo que buscava
suprimir solenidades, procurando uma maior oralidade
■ Buscava diminuir o formalismo e a morosidade do processo comum
3.DA JURISDIÇÃO
Teoria da Jurisdição
Teoria da Jurisdição
A palavra e suas acepções
● Iurisdicione
● Atividade humana que consiste em dizer o direito para solucionar um litígio
● Pré-requisitos / Pressupostos para a Jurisdição:
○ Um litígio a ser resolvido
○ Um ordenamento jurídico com base no qual se resolverá o conflito
○ Uma autoridade estatal com poder para dizer o direito e, assim, compor o
conflito:
■ Autoridade deve ser estatal, pois o direito a ser aplicado para compor o
conflito necessita de legitimidade
● A jurisdição é um prolongamento da função legislativa do Estado e a pressupõe → o
direito proporciona os parâmetros de aplicabilidade
● O papel do Parlamento (Legislativo) é elaborar normas gerais e abstratas que
posteriormente serão concretizadas, individualizadas e particularizadas pela Jurisdição
● Jurisdição → função inerente a própria soberania do poder estatal
● Acepções do vocábulo “jurisdição”:
○ Autoridade estatal sobre um determinado espaço territorial → não importa se
essa autoridade é legislativa, executiva ou judiciária
○ Órgão de poder judiciário = justiça → “jurisdição trabalhista, militar…”
○ Sentido de competência → “o processo se encontra sob jurisdição do juiz”
A Tutela Jurisdicional
● É o encargo que tem o Estado de promover a pacificação dos conflitos de interesses
mediante a incidência da lei ao caso concreto de modo a dar a cada um o que lhe é
devido.
● Quem define a tutela jurisdicional é a própria parte, essa pode exigir do Estado:
○ Decisão (Sentença) que ponha fim ao litígio → Tutela Jurisdicional de
Conhecimento – é a tutela jurisdicional que resulta do pedido da parte autora
ao Estado-juiz para que se profira uma decisão (sentença) que componha o
litígio, sendo que para tanto, o Estado-juiz deverá conhecer do litígio
examinado a pretensão do autor e a resistência à pretensão pelo réu
■ Tutela Jurisdicional de Conhecimento Meramente Declaratória → É a
tutela jurisdicional de conhecimento que resulta de pedido da parte
autora ao Estado-juiz para que se profira uma decisão (sentença) que
declare acerca da existência, inexistência ou modo de ser de uma
relação jurídica ou acerca da autenticidade ou falsidade de um
documento. É a obtenção de certeza jurídica do Estado
■ Tutela Jurisdicional de Conhecimento Condenatória → É a tutela
jurisdicional de conhecimento pela qual a parte autora pede ao Estado-
juiz a prolação de uma decisão (sentença) que condene o réu a uma
prestação de dar, fazer ou não-fazer. Busca-se a condenação do réu
■ Tutela Jurisdicional de Conhecimento Constitutiva → É a tutela
jurisdicional de conhecimento pela qual a parte autora pede ao Estado-
juiz a prolação de uma decisão (sentença) que, modificando uma
situação jurídica em andamento, venha a criar uma nova situação
jurídica.
○ Atos de Execução → Tutela Jurisdicional de Execução – é a tutela pela qual
a parte autora exequente pede ao Estado-juiz tutela jurisdicional consiste na
prática de atos de execução destinados a concretizar um comando contido em
sentença proferida no processo de conhecimento (execução por título judicial)
ou em documento ao qual a lei atribui eficácia executiva (execução por título
extrajudicial)
○ Medidas Cautelares (Preventivas) para resguardá-la de um perecimento de um
direito em razão da demora → Tutela Jurisdicional Cautelar – é a tutela
jurisdicional na qual a parte autora [requerente] pede ao Estado-juiz a adoção
de medidas cautelares ou preventivas destinadas a resguardar a parte de
eventual demora no processo de conhecimento ou no processo de execução
■ Deve-se observar dois requisitos para a aplicação de medidas
cautelares: Fumus boni iuris [se aquilo que alega a parte encontra
respaldo na lei]; Periculum in mora [o perigo na demora]
○ Ordem à Autoridade Pública → Tutela Jurisdicional Mandamental – tutela
jurisdicional na qual a parte autora [impetrante] pede ao Estado-juiz que emita
uma ordem dirigida a uma autoridade pública [impetrado]
Princípios da Jurisdição
● Princípio da Investidura
○ Só é investido de autoridade jurisdicional nos poderes do juiz aquele que for
regularmente investido na condição de juiz segundo as regras constitucionais e
legais aplicadas ao caso
○ Decorre da ideia de que o juiz exerce uma parcela do poder estatal soberano
● Princípio da Indelegabilidade da Jurisdição
○ É vedado, ao juiz, delegar a quem quer que seja a sua atividade → o juiz deve
exercer a atividade jurisdicional pessoalmente, sendo vedado delegar sua
atividade
○ Decorre da ideia de que é vedado a qualquer dos poderes delegar suas
atribuições
● Princípio da Aderência da Jurisdição a um Território (Princípio da Territorialidade)
○ A jurisdição exercida por um magistrado encontra limites de natureza
territorial ao qual ela se adere
● Princípio da Extraterritorialidade
○ A jurisdição de um estado só vai a não ter uma característica extraterritorial
● Princípio da Inevitabilidade
○ A jurisdição é um resultado do próprio poder estatal soberano e nesse contexto,
ela se impõe por si mesma independentemente de eventual pacto entre as
partes para a aceitação do resultado do processo
● Princípio da Inafastabilidade
○ A todos é garantido o acesso ao Poder Judiciário, que não pode se recusar a
prestar a jurisdição a quem venha legalmente postular a tutela jurisdicional
● Princípio de Juiz Natural
○ A todos é garantido o acesso ao Poder Judiciário por meio de um juiz
independente e imparcial indicado segundo as regras constitucionais e legais
aplicáveis ao caso
○ É uma resposta ao juiz de exceção → aquele que é formado para julgar um
caso específico
● Princípio da Inércia
○ Os órgãos do poder judiciário são por sua própria natureza inertes, somente
agindo por iniciativa das partes
○ Só agem quando provocados
● Princípio do Dispositivo
○ A propositura da ação (pedido ao autor ao Estado-juiz de tutela jurisdicional)
está condicionada à vontade da parte
○ Similar ao Princípio da Inércia, mas não iguais
● Princípio do Impulso Oficial
○ Uma vez proposta a ação, o Estado se encarrega de dar impulso (andamento)
ao processo, não permitindo a paralisação injustificável do processo no tempo
● Princípio do Devido Processo Legal
○ O processo é o meio público de resolução de litígios, e nesse contexto, esse
processo deve seguir todos os parâmetros legais necessários para que seja
julgado de acordo com a lei
● Princípio do Contraditório
○ As partes, na busca da verdade, deve se sujeitar à dialética do processo
(reciprocamente se contradizem no processo)
○ As duas partes devem se contradizer dentro do processo
○ O que o contraditório objetiva é evitar surpresas durante o processo
○ Beneficia ambas as partes do processo
○ Está inserido no contexto da ampla defesa
○ Deve haver uma cooperação recíproca entre as partes (não haver surpresas de
ambos os lados)
○ Previsto na Constituição no art 55
● Princípio da Ampla Defesa
○ As partes do processo devem ter inteira liberdade de defender os fundamentos
que motivam sua participação jurídica processual
○ As partes podem usar todos os meios previstos em lei e defendidos pelo direito
para sustentar seu argumento
○ Pressupõe observância aos termos da lei
○ À todos é assegurada no processo o direito a ampla defesa (tanto o réu quanto
o autor)
○ Defender a sua pretensão ou a resistência da pretensão utilizando os meios
legais disponíveis
○ Sofre restrições quanto à instância o processo pode chegar (Ex: não pode
chegar ao STF se não possuir matéria para tal)
○ Previsto na Constituição no art 55
● Princípio da Imparcialidade
○ O Estado-juiz é imparcial
○ É requisito fundamental para o processo
○ Dele deriva a suspeição por impedimento do juiz
○ O impedimento afasta o juiz do processo
○ A suspeição de parcialidade não tira o juiz do processo, se nenhuma das partes
o pedir
● Princípio da Isonomia entre as Partes (Princípio da Paridade de Armas)
○ As partes devem ser tratadas, no processo, igualmente → igualitariamente
○ Não cabe ao Estado-juiz oferecer algo a uma das partes e negá-la à outra → as
partes devem ter o mesmo tratamento
○ Os mesmo direitos que o autor tiver, o réu deve ter, e vice-versa
○ Art 7° do CPC
● Princípio da Publicidade dos Atos Processuais
○ Todos os atos processuais devem ser públicos
○ O processo é um meio público de resolução de litígios, e nesse contexto, ele
deve ser transparente → as partes devem ter plena ciência de como se dá o
processo que vai resolver o seu litígio
○ Qualquer pessoa deve ter acesso a eles, ressalvados os que tramitam em
segredo de justiça
○ Para preservar a vida íntima das pessoas, a publicidade e afastada
● Princípio da Motivação das Decisões Judiciais
○ O juiz deve motivar/fundamentar as suas decisões
○ É nula a decisão do juiz que não contenha a sua motivação
● Princípio da Lealdade e Boa fé Processual
○ O processo é meio público de composição da lide, e nesse contexto, as partes
devem para se alcançar uma maior eficácia à composição do litígio, se portar
com lealdade e boa fé, tendo compromisso com o Estado-juiz, e com a ideia de
que é necessária a composição do litígio
○ Não criando embaraços à tramitação do processo
○ CPC Art 5° → Aquele que de qualquer forma participa do processo deve
comportar-se de acordo com a boa fé
○ CPC Art 6° → Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que
se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva
Aspectos/Elementos da Jurisdição
Noções Introdutórias
● O Estado moderno quando busca concretizar o seu papel (manter as condições de vida
e sociedade), ele realiza três funções:
○ Legislativa – Poder Legislativo → o Estado tenta elaborar de forma genérica as
normas de conduta que regulam a vida na sociedade
○ Administrativa – Poder Executivo → o Estado, aplicando as leis, gerencia a
vida do próprio Estado e consequentemente busca a realização do bem comum
○ Judiciária – Poder Judiciário → o Estado, na pessoa do juiz, aplicando as leis
para compor os conflitos de interesses
● A atividade da função Administrativa e Judiciária do Estado advêm da Legislativa
Jurisdição e Legislação
Jurisdição e Administração
Espécies de Jurisdição
Vedações da Magistratura
4.DA AÇÃO
A problemática da Ação: Principais Doutrinas, Evolução e seu Conceito
Noções Introdutórias:
● É a teoria de A. Wach
● A ação existe concretamente, caso-a-caso:
○ Se o autor tem razão, no caso concreto, ele tem a ação
○ Se a sentença a ser proferida entender que tem razão, então o autor tem a ação
○ Se a sentença entender que não tem razão em sua postulação, então ele não tem
a ação
○ O Autor só terá a ação se, no caso concreto, a sentença entender que ele tem
razão
○ Se ele não te ação, possui-se então uma pretensão infundada
● A definição de ação é, de certa forma, um Efeito Sanfona, onde é autônoma, mas é
subordinada ao direito material
● Wach comete seu “pecado capital” que consistem em não explicar o processo:
○ Ele ignora o processo, não trata da trilogia (não explica o processo que se
formou) → como pode ter processo sem ação?
● A diferença principal está no papel do juiz, papel que o juiz desempenhava no âmbito
das teorias concretistas e no âmbito que desempenha nas teorias abstratas da ação:
○ Nas concretistas:
■ Ele examinava os requisitos formais (pressupostos processuais)
■ Presentes os requisitos formais, ele examinava no âmbito das condições
da ação (se o pedido do autor era um pedido possível, se havia interesse
de agir e, por fim, se as partes eram legítimas)
■ Se presentes as condições da ação, o autor tinha razão na sua ação
○ Nas abstratas:
■ O juiz examinava os requisitos formais (pressupostos processuais)
■ Presentes esses requisitos, ele examinava as condições da ação (se o
pedido do autor era um pedido possível, se havia interesse de agir e, por
fim, se as partes eram legítimas)
■ Se presentes as condições da ação, só então ele analisa o mérito da
causa (se o autor tem ou não razão na sua ação)
As Condições da Ação
● As condições da ação são requisitos que o exercício do direito de ação deve observar
para que se profira uma decisão (sentença) de mérito → não são requisitos que a ação
deve observar (porque é abstrata), mas sim seu exercício
● Considerando a Doutrina Atual (CPC/73), são 3 as condições da ação:
○ Possibilidade Jurídica do Pedido → é a condição da ação que diz respeito à
pretensão do autor, ou seja, para que se profira uma sentença de mérito, a
pretensão (pedido) do autor deve ser um pedido que encontre respaldo na
norma
○ Interesse Processual (ou Interesse de Agir) → é a condição da ação que diz
respeito ao interesse na própria composição do litígio, ou seja, a tutela
jurisdicional que o Estado-juiz vai outorgar o autor deve servir para compor
um litígio
■ Se não há um litígio a ser composto, logo não há condição para a ação
○ Legitimação para Agir (ou Qualificação para Agir ou Legitimidade das Partes)
→ as partes, no processo, devem ser legítimas, ou seja, o autor deve ser o
titular da pretensão levada ao conhecimento do Estado-juiz e o réu deve ser a
parte legítima da resistência oposta à pretensão do autor
■ Legitimidade da parte autora → Legitimidade Ativa
■ Legitimidade da parte ré → Legitimidade Passiva
■ Tanto no polo ativo quanto no passivo, as partes devem ser igualmente
legítimas
Carência da Ação
● Não fala mais em condições da ação → o fato de legislador não ter dito não quer dizer
que o instituto não exista
● Retira a possibilidade jurídica do pedido como condição da ação → CPC/2015, art.
485: condições da ação no novo código (considera apenas a legitimidade e o interesse
processual)
○ Repercussão da Mudança:
■ Decisão acerca do mérito, coisa julgada material
■ O juiz vai ter que analisar o mérito do pedido, analisa a procedência ou
improcedência daquele pedido (o juiz deve elaborar uma decisão para
indeferir o processo)
■ Antes do CPC/2015, do juiz poderia extinguir o processo nas
preliminares, entretanto, com o novo CPC, o juiz deve julgar em mérito
acerca da improcedência de um pedido
Cumulação de Ações
● Duas ou mais ações (pedidos) podem se cumular em um único processo, dando origem
a um fenômeno chamado de cumulação de ações ou de pedidos
● Cada pedido que a parte formula ao Estado-juiz é como uma nova ação, porque a parte
quer uma resposta para cada um dos pedidos
● O fundamento para isso é o princípio da economia processual
● Ex: um pedido de declaração da paternidade + um pedido de prestação alimentícia
● CPC/2015, art. 327 → trata da cumulação de ações e seus requisitos
Requisitos
5.DO PROCESSO
Do Processo
Classificações do Processo
● Reflete a tutela e a ação, já que ele é o instrumento pelo qual o Estado-jurisdição vai
outorgar a tutela jurisdicional que vai ser iniciada pela atenção, sendo classificado em:
○ Processo de Conhecimento:
■ Processo de Conhecimento Meramente Declaratório: é o processo que
vai resultar da ação de conhecimento meramente declaratória
■ Processo de Conhecimento Condenatório: é o processo que vai resultar
da ação de conhecimento condenatória
■ Processo de Conhecimento Constitutivo: é o processo que vai resultar
da ação de conhecimento constitutiva
○ Processo de Execução: é o processo que vai resultar da ação de Execução
○ Processo Cautelar: é o processo que vai resultar da ação cautelar
○ Processo Mandamental: é o processo que vai resultar da ação mandamental
Defesa do Réu
● Sujeito que é da relação processual (autor-juiz-réu), o réu deve sempre ser chamado a
integrar a relação (citação do réu)
● Na citação do Réu, ele é convocado para integrar a relação processual, instaurado o
contraditória, tem a oportunidade de se defender. Portanto, há sempre a necessidade,
em todo processo, de se trazer o réu para a relação processual, instaurar o contraditório
● O réu deve sempre ter a oportunidade de se defender, entretanto é livre para se
defender ou não no processo (Revelia, o réu não comparecer para compor a relação
processual) → a ausência da defesa do réu não é o que acarreta na nulidade do
processo, mas sm a falta de oportunidade do réu se defender
● Enquanto o autor é titular do direito de ação, o réu é titular do direito de defesa ou de
exceção → um direito sugere o outro, o direito de ação o autor promove a instauração
do contraditório e tem-se o direito de defesa ou de exceção do réu
● Há um ponto em comum entre o direito de ação do autor e o de defesa do réu: o fato
de que tanto o autor quanto o réu serem credores da tutela jurisdicional do Estado. A
partir da citação, o réu também se torna credor
● O direito de ação e de defesa possuem a mesma natureza: são direitos subjetivos,
públicos, autônomos e abstratos
● Há também uma diferença fundamental entre o direito de ação e de defesa, ela está no
objeto material → no direito de ação é a pretensão do autor e no de defesa é a
resistência à pretensão
● O Direito de Defesa tem Natureza:
○ Subjetiva: pois fica a critério do seu sujeito a possibilidade de se defender; está
condicionado à vontade do réu
○ Pública: porque é exercido em face do Estado, além de ser um direito regido
por normas do direito público → porque o princípio da ampla defesa e do
contraditório estão previstos na constituição federal
○ Autônoma: porque ele é um direito distinto do direito material do réu
○ Abstrata: porque a sua existência não está condicionada a razão do réu, ou seja,
ele existe mesmo se o juiz entender que o réu não tem razão alguma (existe
abstratamente)
● Formas de se Exercitar o Direito de Defesa:
○ Defesa contra o Processo
■ Direta: exercida com a finalidade de alcançar extinção do processo sem
resolução de mérito (ex: réu alega ilegitimidade da parte)
■ Indireta: embora não acarrete a extinção do processo sem resolução de
mérito, conduz a uma dilatação no tempo do processo (ex: réu acha que
o juiz é suspeito)
○ Direito contra o Mérito: contra elementos da relação processual com o objetivo
de alcançar a extinção do processo sem resolução de mérito ou, pelo menos,
dilatar o processo no tempo. É dirigida contra a própria pretensão do autor
■ Direta: réu impugna a própria pretensão direta do autor
■ Indireta: a parte não obstante reconhecer como verdadeiros os fatos
alegados pelo autor, opõe outros fatos que obstam a consecução dos
efeitos pretendidos pelo autor
Das Exceções
● Em relação às exceções, tem-se o emprego desse vocábulo em algumas acepções:
○ Como sinônimo de Defesa do Réu → sentido mais amplo do vocábulo
“exceção” – qualquer defesa do réu
○ No sentido de Defesa contra o Processo → não mais como qualquer defesa do
réu, mas agora como um sinônimo de uma defesa do réu contra o processo.
Nesse caso ela pode ser:
■ Peremptória: é a mesma coisa que a defesa contra o processo do réu
direta → o réu quando a exerce busca alcançar a extinção do processo
sem a resolução de mérito
■ Dilatória: é a mesma coisa que a defesa contra o processo indireta →
aquela em que o réu não tem interesse em extinguir o processo mas
busca uma dilatação do processo no tempo
● No CPC/73, se previu apenas 3 tipos de exceções dilatórias:
Incompetência do Juiz, Impedimento do Juiz, Suspeição do Juiz
● No CPC/2015, não se fala mais em exceção, nem dilatória nem
peremptória, passando a chamar apenas de Arguição,
Impedimento e Suspeição do Juiz (a incompetência d juiz agora
é dita apenas por simples petição)
O que é Mérito?