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Instrumentos

endodônticos
 São ferramentas metálicas empregadas como agentes mecânicos na instrumentação de canais radiculares
 Eles são classificados em 2:

1) Aço inoxidável: são os que utilizamos mais em laboratório. Eles são menos flexíveis
2) Níquel-titânio: são acionados a motor. São mais flexíveis, fazendo a curvatura com mais
facilidade

 Principal diferença: capacidade de se deformar e voltar a forma que existia antes

Podem ser classificados quanto:

 Acionamento:

 Manuais: tem cabo e são coloridos de acordo com o calibre. São padronizados, ou seja, todas as marcas
possuem a mesma cor para o mesmo calibre
 Mecanizados: são as limas de níquel-titânio. Não há um padrão, cada fabricante vai fazer de um jeito

 Ao desenho da parte do trabalho

 São utilizados para cada tipo de situação clínica. Temos os:


 Farpados
 Tipo K: são as mais usadas, fazem tanto lima quanto alargamento
 Tipo Hedstrom
 Especiais

 Ao tipo de movimento executado

 Limas: possibilitam o movimento de introdução do instrumento e raspagem das paredes laterais


 Alargadores: funcionam girando, fazendo com que o espaço se torne um pouco maior

 A natureza da liga metálica

 Aço inoxidável: menor capacidade de flexão


 Níquel-titânio: mais capacidade de flexão, sendo mais indicado para canais cursos

 Processo de fabricação

 Torcidos: é torcido ao redor do próprio eixo, criando filetes de corte, onde escoam a dentina e esmalte. Com isso,
esses debris sobem em direção a coroa do dente, evitando enviar esses debris para o ápice radicular
 Usinados: tem função de cortar, e os debris também sobem em direção a coroa

Ligas metálicas

 Ligas metálicas são materiais obtidos pela fusão de dois ou mais metais e, em alguns casos, por elementos não
metálicos
 As imperfeições ou defeitos cristalinos exercem grande influência na resistência mecânica, na propriedade elétrica e
química do metal ou liga
 Aço inoxidável: são ligas de ferro que contém teores de cromo acima de 12%. Tem cromo (caráter protetor a liga) e
níquel (aumenta a resistência ao calor, corrosão e tenacidade)

Propriedades mecânicas dos instrumentais endodônticos

 Resistência mecânica: é o quanto ele aguenta de força até o seu cisalhamento. Ele vai quebrando aos poucos, até se
romper de vez
 Força: direção (vertical, horizontal e oblíquo), sentido (baixo, cima, esquerda, direita) e intensidade da força em que
estamos utilizando. São grandezas vetoriais muito importantes para nós
 Tensão (T=F/A): é o atrito. Depende do quanto o instrumento toca nas paredes dentárias. Se o instrumento é muito
resistente, ele deforma a dentina. No contrário, ele pode fraturar
 Deformação: tudo deforma quando entra dentro do canal. Devemos preocupar com deformações intensas, em que
rompem o limite da resistência. O ideal é o que sofre deformação elástica para fazer o seu papel e, quando
retornarmos ele, ele volta para a forma original
 Elasticidade: capacidade de se deformar e voltar para a forma original
 Rigidez: temos a torção (é algum material em que torcemos em sentido horário com uma mão e anti horário com
outra – há torção na lima, pois torço ela ao redor do próprio eixo e, se romper a força mecânica, posso fraturar),
flambagem (resultante de movimento do instrumento quando submetido a uma determinada força. É resultante de
uma força que nós mesmos aplicamos, em que ela vai se “argolar”, possibilitando uma fratura)

 O rígido não se deforma, pois tem maior resistência mecânica

Nomenclatura

 Cabo: é a extremidade pela qual se empunha um instrumento endodôntico


 Haste
 Corpo: é a parte do instrumento que se estende desde o cabo ou haste de acionamento até a extremidade da ponta.
É ele que varia quando o instrumento varia de tamanho
 Intermediário: parte do corpo que se estende do cabo ou da haste de acionamento até a parte de trabalho
 Parte de trabalho: parte do instrumento que se estende desde a ponta até o término da haste de corte. Representa a
soma dos compimentos da ponta e da haste de corte
 Ponta: é o extremo do instrumento com perfil cônico. Pode apresentar seção reta transversal cilíndrica ou poligonal.
Normalmente é cortante
 Haste de corte: é a porção da parte de trabalho que se estende da ponta até o intermediário
 Aresta ou fio lateral de corte:é o gume da cunha (aresta) de instrumentos cortantes. A característica mais importante
da cunha é o ângulo da cunha ou ângulo do fio de corte (gume)
 Eixo do instrumento: linha central na direção axial do instrumento. Sempre que o instrumento sai do eixo, ele está
sofrendo forças laterais que estão tirando ele do eixo

Instrumentos tipo K

 São fabricados a partir de fios metálicos de aço inoxidável ou de Ni-Ti


 A forma final dos instrumentos tipo K é obtida empregando-se a torção ou a usinagem
 Apresentando-se nos tamanhos 18mm, 21mm, 25mm e 31mm

Limas tipo Hedstroem

 Essas limas são fabricadas por usinagem a partir de fios metálicos de aço inoxidável de seção reta transversal circular
 Apresentando-se nos tamanhos , 21mm, 25mm, 28mm e 31mm
 Faz apenas limagem

Alargadores de Gates Glidden

 Alargador é uma ferramenta de corte para alargar furos


 Indicação: preparo de segmento cervical de canais radiculares
 Tem que girar no sentido horário, pois o anti horário não corta
 São feitos de forma que a ponta dele não corta
 Ele sempre deve parar no terço médio
 Tem maior resistência, mas fratura com bastante facilidade em um certo ponto que é facil de remover a parte
fraturada

Alargadores Largo

 Indicação: alargamento ou retificação do segmento cervical achatado de canais radiculares (desgaste anticurvatura)
 Diferente do alargador Gates por ser mais cumprido. Corta muito mais que o Gates, precisando de mais cuidado
 Desgaste anti curvatura: vai fazer o instrumento entrar mais reto, desgastando a dentina, fazendo menos curva e
fraturando menos
 Desobstrução de canal que já foi feito
 Ponta também não é cortante
 Além de cortar mais, são mais calibrosos

 Alguns problemas do alargador largo:


i. Não conseguimos usar ele com refrigeração, correndo risco de esquentar e causar danos ao ligamento periodontal
ii. Devemos sempre usar por poucos segundos e já remover
iii. Sempre devemos nos atentar a instrumentos velhos
iv. Risco de rasgos radiculares
v. Elevação da temperatura na superfície externa do dente
vi. Velocidade de rotação
vii. Velocidade de avanço
viii. Profundidade de furação (penetração)
ix. Perda de corte
x. Falta de resfriamento do instrumento
xi. Pequena espessura da parede dentinária
xii. Pode causar injúrias ao periodonto e ao tecido ósseo

Conclusão: é de fundamental importância entender as propriedades físicas e forma dos instrumentos endodônticos
para evitar iatrogenias e aplicar o instrumento correto em cada caso clínico

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