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Caso I

Paciente sexo feminino, 36 anos relatou diarreia persistente há meses e queixou-se de

sentir cólica intestinal algumas vezes. A paciente relata trabalhar em uma creche, tendo

contato direto com crianças. O médico solicitou alguns exames. No exame de fezes

apresentou esteatorreia. No exame sanguíneo, observou-se baixa quantidade de ferro e

vitamina B12. Perguntas:

a) Que possível doença o paciente apresenta? Qual o parasita?

R: Giardíase

Parasita o homem e vários animais domésticos ou silvestres.

b) Qual a possível forma de transmissão?

R: Ingestão de cistos presentes na água e nos alimentos

• A água consiste em um importante veículo para a transmissão do parasito, seja pela

ingestão direta ou indiretamente pelo consumo de alimentos ou bebidas preparados com

água contaminada, além de contaminação acidental durante as atividades recreativas

• Transmissão direta de pessoa a pessoa - por meio das mãos contaminadas

• comum em locais de aglomeração humana (creches, orfanatos, escolas, asilos, presídios

etc), especialmente, quando desprovidos de condições sanitárias adequadas

• Nas escolas e creches, as crianças parasitadas constituem fontes de infecção, podendo

transmitir o parasito as outras crianças e aos seus familiares, além de contaminarem o

Ambiente.

c) Quais as formas evolutivas esse parasita apresenta?

R: Formas evolutivas: cisto e trofozoíto

• Cistos:

• oval ou elipsoide

• mede aproximadamente 12 μm de comprimento

• Dois ou quatro núcleos

• resistentes a certas variações de temperatura e umidade e à produtos químicos

• forma responsável pela transmissão do parasito

• Trofozoítos:

• 10 a 20 μm de comprimento

• simetria bilateral
• contorno piriforme

• Quatro pares de flagelos

• forma responsável pelas manifestações clínicas da infecção

d) Quais medidas de profilaxia podem ser tomadas?

R: • Medidas de higiene pessoal (lavar as mãos)

• Destino correto das fezes (fossas, rede de esgoto)

• Proteção dos alimentos e tratamento da agua

• tratamento precoce do doente, procurando-se diagnosticar a fonte de infecção

(crianças sem sintomatologia, babás, manipuladores de alimentos etc.) e tratá-la.

Caso II

Menino, 4 anos, apresentando quadro clínico de dores abdominais e diarreia com várias

evacuações ao longo do dia apresentando muco e sangue além de tenesmo e febre

moderada. A mãe relatou morar em uma casa sem água encanada, sem banheiro, sem

tratamento de lixo e esgoto e não tinham acesso à água potável. No exame de fezes,

foram encontrados trofozoítos (com um núcleo) nas fezes diarreicas e hemácias.

Perguntas:

a) De que doença se trata? Qual o parasita?

R: Amebíase

Parasitas no homem pertencem a família Endamoebidae

Parasita monoxeno – apenas um hospedeiro

b) Qual foi a provável forma de transmissão da doença?

R: é transmitida através da ingestão de cistos maduros

• Pode ocorrer de forma direta ou indireta

Direta – de pessoa a pessoa

• por meio das mãos sujas contaminadas com matéria fecal durante a higiene anal, depois

das evacuações as mãos podem reter cistos de amebas, principalmente embaixo das

unhas

Indireta

• contaminação de alimentos pelas mãos sujas de um eliminador de cistos

• contaminação de alimentos com fezes humanas utilizadas como adubo

• veiculação dos cistos pela água poluída com dejetos humanos


c) Qual ou quais características permitiram que você identificasse de que doença se

Tratava?

R: Pelos sintomas, diagnósticos, e pela patogenia.

d) Quais medidas de prevenção podem ser tomadas?

R: Educação sanitária, Hábitos de higiene, Saneamento ambiental

Tratamento da água, Tratamento de esgoto ,Destruição dos cistos antes do lançamento das águas
em rios e lagos .

Identificação e tratamento das fontes de infecção.

Caso III

Paciente sexo masculino, 28 anos chegou ao pronto socorro devido a uma

convulsão. Logo após, relatou estar com dor de cabeça constante há dois meses,

que não cessava com analgésico. O paciente relata também ter enjoo e vômito,

que juntamente com as dores de cabeça, são um sinal de hipertensão

intracraniana. Durante o atendimento percebeu-se que o paciente apresentava

também rigidez no pescoço (sinal de meningite). Moradia com água encanada e

esgoto, rua com saneamento básico.

Perguntas:

a) Qual a possível doença o paciente apresenta?

R: Cisticercose

b) Com base em quais características você chegou à conclusão de que se tratava

dessa doença?

R:Pela Patogenia

• Neurocisticercose

• O cérebro humano pode ser invadido por um ou muitos cisticercos

(eventualmente mais de 2.000)

• fortes dores de cabeça, encefalite, meningite, epilepsia, hidrocefalia,

hipertensão intracraniana, convulsões e distúrbios psiquiátricos

c) Qual foi a possível forma de transmissão?

R: Ingestão acidental de ovos viáveis de T. solium

• Autoinfecção externa
Portador da T. solium elimina proglotes e ovos de sua própria tênia levando-

os à boca pelas mãos contaminadas ou coprofagia

• Autoinfecção interna

Ocorre durante vômitos ou movimentos retroperistálticos do intestino

Possibilita a presença de proglotes grávidas ou

ovos de T. solium no estômago.

• Heteroinfecção

Ingestão de alimentos ou água contaminados

com os ovos da T. solium.

Ciclo biológico

d) Qual o diagnóstico laboratorial feito nesse caso?

R: • Biópsias, necrópsia e cirurgias

• Exame de liquor, diagnóstico de imagem (neurocisticercose)

e) Qual o tratamento pode ser utilizado?

R: • Objetivo: redução da resposta inflamatória – corticosesteróides

• Em geral, apenas a observação, uso de drogas antiparasitárias e anti-

inflamatórios hormonais

• Eventualmente a cirurgia é possível

• Praziquantel e albendazol tem sido considerados eficazes na terapêutica da

neurocisticercose

• A maioria dos pacientes com neurocisticercose apresenta crises epilépticas, e

a administração de medicamentos antiepilépticos de primeira linha como

fenitoina e carbamazepina resulta, habitualmente, em controle adequado

dessas crises.

Caso IV

Paciente sexo feminino, 6 anos chegou no hospital com sua mãe apresentando os

seguintes sintomas: febre, dor de cabeça, calafrios, suores, fraqueza, falta de apetite, dor

muscular, tosse e diarreia. Durante a anamnese a mãe relatou que a criança tinha o

costume de brincar em um açude próximo à sua residência e ao examinar a criança,

observou-se pequenas pápulas na região dos pés. Foi solicitado exame parasitológico

onde encontraram ovos de casca dupla e transparente e com espícula.


Perguntas:

a) Qual a possível doença o paciente apresenta?

R: Esquistossomose

b) Com base em quais características você chegou à conclusão de que se tratava

dessa doença?

R: pelos sintomas, diagnostico, anammese, e pela patogenia

c) Qual foi a possível forma de transmissão?

R: • Penetração ativa das cercarias na pele e mucosa

• Pés e pernas, principalmente

• 10 e 16 horas luz solar e calor mais frequente - horário em que são vistas em maior

quantidade na água e com maior atividade

• Alimentos e água contaminados suco gástrico destrói penetração mucosa da

boca

• Locais onde a transmissão é mais frequente: focos peridomicialiares valas de

irrigação de horta, açudes (reservatório de água e local de brinquedo de crianças),

pequenos córregos

d) Que tratamento pode ser utilizado?

R: As duas drogas atualmente empregadas no tratamento da esquistossomíase

mansônica, oxamniquine e praziquantel, caracterizam-se por sua alta eficácia,

baixa toxicidade e fácil administração

Oxamniquine

• Baixa toxicidade

• Dose oral única

• Aumento da motilidade do parasito

• Inibição da síntese de ácidos nucléicos

Praziquantel

• Dose oral diária por 3 dias

• Lesiona o parasito com melhora da resposta imune

e) Cite duas formas de prevenção

R: • Saneamento básico

• As condições inadequadas de saneamento básico são o principal fator responsável pela


presença de focos de transmissão

• Combate aos caramujos

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