Você está na página 1de 69

USINAGEM

CONVENCIONAL
GEOMETRIA DA PARTE ATIVA DAS
FERRAMENTAS DE CORTE
PROF. PEDRO L. F. DO AMARAL
2011 - 2
PARTES DA FERRAMENTA
NOMENCLATURA FERRARESI
PARTES DA FERRAMENTA
NOMENCLATURA STEMMER
ÂNGULOS MEDIDOS NO PLANO NORMAL
AO GUME DA FERRAMENTA
ÂNGULO DE INCIDÊNCIA
– Ângulo de incidência principal (αn):
• Evitar o atrito entre a superfície transitória da peça e o
flanco da ferramenta,
• Permitir que o gume penetre no material e corte
livremente.
– Sua grandeza depende:
• Da resistência do material da ferramenta,
• Da resistência e da dureza do material da peça a ser
usinada.
INFLUÊNCIA DO ÂNGULO DE INCIDÊNCIA
SOBRE A VIDA DA FERRAMENTA
ÂNGULO DE INCIDÊNCIA DA FERRAMENTA
E ÂNGULO EFETIVO DE TRABALHO
– Na usinagem de roscas:
• Ângulo de incidência efetivo é igual ao de incidência
principal (esmerilhado na ferramenta) menos o ângulo de
hélice.
ÂNGULO DE INCIDÊNCIA DA FERRAMENTA E
USINAGEM DE FACEAMENTO

– N a operação de faceamento:
• Os ângulos de incidência principal e secundário ficam
trocados,
• A montagem deve ser bem centrada pois:
– Se a ferramenta ficar abaixo do centro, o ângulo de
incidência principal cresce à medida que a ferramenta se
aproxima do centro da peça e ainda resulta um núcleo não
usinado.
– Se a ferramenta fica acima do centro, o ângulo da incidência
principal diminui à medida que a ferramenta se aproxima do
centro da peça, acabando por haver forte atrito no flanco.
ÂNGULO DE INCIDÊNCIA DA FERRAMENTA E
USINAGEM DE FACEAMENTO
ÂNGULO DE INCIDÊNCIA SECUNDÁRIO α’n
– Tem as mesmas funções e é afetado de forma
idêntica que o ângulo de incidência principal.

Efeito da montagem acima ou abaixo do centro sobre o ângulo de incidência


efetivo de trabalho.
PORTA-FERRAMENTA PARA MONTAGEM
INCLINADA DA FERRAMENTA
ÂNGULO DE INCIDÊNCIA DE 1 E 2 FLANCO
RECOMENDAÇÕES PARA ÂNGULO DE FOLGA
OU INCIDÊNCIA
ÂNGULO DE SAÍDA DO CAVACO γn

– INFLUI:
• Na força e na potência necessária ao corte,
• No acabamento da superfície usinada,
• N o calor gerado.

– DEPENDE:
• Da resistência do material da ferramenta,
• Da resistência do material a usinar,
• Da quantidade de calor gerado pelo corte
• Da velocidade de avanço.
ÂNGULO DE SAÍDA DO CAVACO (γn) E O
DOBRAMENTO DO CAVACO
RECOMENDAÇÕES PARA ÂNGULO DE SAÍDA
RESISTÊNCIA E DUREZA DO MATERIAL A
USINAR.
– Menor ângulo de saída para materiais mais
duros.
– Maior ângulo de saída para materiais macios.
• Exceção latão

– O ferro fundido é menos resistente do que o aço


no entanto exige menor ângulo de saída devido
a pressão do cavaco sobre a ferramenta se dá
mais próxima ao gume na usinagem do fofo.
INFLUÊNCIA DA DISTRIBUIÇÃO DA
PRESSÃO DO CAVACO SOBRE A
SUPERFÍCIE DE SAÍDA.
INFLUÊNCIA DO ÂNGULO DE SAÍDA ΓN
SOBRE A DIREÇÃO DA PRESSÃO.
RELAÇÃO ENTRE O ÂNGULO DE SAÍDA
DO CAVACO E TEMPERATURA DA
FERRAMENTA.
• A temperatura influi na vida da ferramenta.
• Cada material possui um valor de temperatura
crítica, acima da qual se verifica uma grande
redução de dureza.
MATERIAL TEMPERATURA CRÍTICA
Carbonetos sinterizados (metal duro) 1000º C
Ligas Fundidas 700ºC
Aço rápido com 12%Co 600ºC
Aço rápido com 8% Co 540ºC
Aço rápido comum 520ºC
Aço ferramenta 200-250ºC
FATORES A CONSIDERAR NO
PROJETO DA FERRAMENTA
– Quantidade de calor gerado pelo processo de
corte;
– Ponto da ferramenta em que este calor é
gerado mormente;
– Condições de dissipação de calor pela própria
ferramenta e pelo fluído de refrigeração;
– Temperatura crítica do material da ferramenta.
FATORES A CONSIDERAR NO
PROJETO DA FERRAMENTA
• Quantidade de calor gerado pelo processo de
corte:
– O trabalho de dobramento do cavaco diminui com o
aumento do ângulo de saída.

• Ponto da ferramenta em que este calor é gerado:


– Materiais de difícil usinagem, apresentam a zona de
maior pressão próxima ao gume da ferramenta (maior
aquecimento na quina em que a área de dissipação é
mínima).
FATORES A CONSIDERAR NO
PROJETO DA FERRAMENTA
• Condições de dissipação de calor pela própria
ferramenta e pelo fluído de refrigeração:
– Se o aquecimento provocar o amolecimento do
material se reduz o ângulo de saída, a fim de
aumentar-se a área de dissipação.
– No caso de materiais de boa usinabilidade o calor é
gerado longe do gume a área de dissipação é
grande.Pode-se aumentar o γn aumentando a
facilidade de saída do cavaco e diminuindo-se o calor
gerado
• Temperatura crítica do material da ferramenta:
– Estas considerações são mais importantes para o
HSS
CORRELAÇÃO ENTRE ÂNGULO DE
SAÍDA E TEMPERATURA NA QUINA DA
FERRAMENTA.
O ângulo de saída afeta a área de
dissipação de calor.
RELAÇÃO ENTRE AVANÇO E
ÂNGULO DE SAÍDA DO CAVACO
• Maiores avanços(cortes mais pesados) exigem
menores ângulos de saída.
• Menor avanço maior pode ser o ângulo de
saída.
– ENTRETANTO PARA AVANÇOS MUITO PEQUENOS
FAZ- SE O CONTRÁRIO, POIS:
• Com pequenos avanços a zona de pressão se situa muito
próxima ao gume(maior aquecimento e desgaste).
• O acabamento resulta melhor com ângulos de saída
pequenos.
O ÂNGULO DE SAÍDA NEGATIVO FAZ COM QUE A
SOLICITAÇÃO DO GUME DA FERRAMENTA SEJA
MAIS DE COMPRESSÃO DO QUE DE
CISALHAMENTO.
INCONVENIENTES DO ÂNGULO DE SAÍDA
NEGATIVO

• Menor qualidade do acabamento da superfície usinada;


• Necessidade de maior força e potência de usinagem;
• Maior calor gerado na ferramenta.

– Entretanto:
• O ângulo negativo faz com que o contato entre o
cavaco e a ferramenta se de mais afastado do
gume;
• O metal duro tem uma temperatura crítica muito
elevada;
• O acabamento superficial melhora com o aumento
da velocidade de corte.
ÂNGULO MEDIDO NO PLANO DO GUME DA
FERRAMENTA Ps

O ângulo de inclinação λs
tem as seguintes funções:

• Controlar a direção de saída


do cavaco;

• Proteger a quina da ferramenta


contra impactos;

• Atenuar vibrações
O ÂNGULO DE INCLINAÇÃO DETERMINA A
DIREÇÃO DE SAÍDA DO CAVACO.

Ângulo de direção do gume de 90º


O ÂNGULO DE INCLINAÇÃO PROTEGE A QUINA
DA FERRAMENTA, EM CORTES INTERROMPIDOS.
COMPONENTE PASSIVA DA FORÇA DE CORTE
EMPURRA A FERRAMENTA PARA TRÁS.
O ÂNGULO DE INCLINAÇÃO NEGATIVO
EMPURRA A PEÇA PARA TRÁS
O ÂNGULO DE INCLINAÇÃO POSITIVO PUXA A
PEÇA PARA A FERRAMENTA
FERRAMENTA DE DESBASTE. ÂNGULOS
MEDIDOS NO PLANO DE REFERÊNCIA
ÂNGULOS MEDIDOS NO PLANO DE
REFERÊNCIA DA FERRAMENTA Pr.
• Ângulo de direção do gume da ferramenta κr (ângulo
de posição ou de rendimento):
– Distribui as tensões de corte favoravelmente no início e no
fim do corte;
– Diminui a espessura do cavaco e aumenta o comprimento
atuante do gume;
– Aumenta o ângulo de quina εr , aumentando sua resistência
mecânica e a dissipação de calor;
– Produz uma força passiva na ferramenta, eliminando
vibrações;
– Influi na direção de saída do cavaco.
INFLUÊNCIA DO ÂNGULO DE DIREÇÃO DO GUME
NAS CONDIÇÕES DE INÍCIO E DE FINAL DE CORTE.
INFLUÊNCIA DO ÂNGULO DE DIREÇÃO DO GUME
NAS CONDIÇÕES DE INÍCIO E DE FINAL DE CORTE.
RELAÇÃO ENTRE O AVANÇO ESPESSURA DO
CAVACO E ÂNGULO DE DIREÇÃO DO GUME

• A espessura do cavaco para um avanço f


em mm/rot e um ângulo Kr de direção é
dado pela relação:
– h=f.sen Kr onde:
– h = espessura do cavaco
– ap = profundidade de corte
– f = avanço
– Kr = ângulo de direção do gume
RELAÇÃO ENTRE O AVANÇO ESPESSURA DO
CAVACO E ÂNGULO DE DIREÇÃO DO GUME

• A espessura do cavaco, para um mesmo avanço f


diminui, em função da diminuição do ângulo de direção
do gume. Um pequeno ângulo Kr provoca:
• 1. Cavaco mais fino e mais largo. Distribuição da força
de corte num comprimento maior do gume aumentando
a vida da ferramenta, exceto para materiais de difícil
usinabilidade.
• 2. Permite aumentar o avanço, diminuindo o tempo de
usinagem.
f= h/sen Kr = avanço
b= ap / sen Kr largura de usinagem
RELAÇÃO ENTRE O AVANÇO, ESPESSURA DO
CAVACO E ÂNGULO DE DIREÇÃO DO GUME.
ÂNGULO DE QUINA
Κr < 90º PROVOCA UMA FORÇA PARA
TRÁS DA FERRAMENTA
O ÂNGULO DE DIREÇÃO DO GUME INFLUI NA
DIREÇÃO DE SAÍDA DO CAVACO
DIFERENÇA ENTRE κr = ÂNGULO DE DIREÇÃO DO
GUME DA FERRAMENTA E κre = ÂNGULO DE DIREÇÃO
EFETIVO DO GUME DA FERRAMENTA

• O ÂNGULO DE DIREÇÃO DO GUME SECUNDÁRIO κ’r


• Função:
– Permitir que apenas uma pequena parte deste gume
entre em contato com a superfície usinada, evitando
vibrações.
RAIO DE QUINA DA FERRAMENTA rε
• Une os gumes principal e secundário
• O objetivo principal de se utilizar um raio de arredondamento é a
melhoria do acabamento superficial, em virtude da conformação ou
corte das cristas de rugosidade decorrentes do avanço da ferramenta
sobre a peça.
– Reduz a espessura do cavaco na quina.
• Se muito pequeno apenas a parte final do cavaco é
reduzida.
• Se muito grande reduz gradualmente a espessura
do cavaco diminuindo a pressão específica na
quina e a quantidade de calor gerado.
– Inconveniente:
» - Induz a vibrações devido aumento do comprimento
de contato e espessura desuniforme do cavaco.
» Aumenta de 5 a 20% a potência de corte.
ASPECTO IRREGULAR DEVIDO A QUINA
AGUDA
EFEITO DA QUINA ARREDONDADA
ACABAMENTO IDEAL – CHANFRO NO GUME
SECUNDÁRIO
RAIO DE QUINA DA FERRAMENTA rε

• Emprego de uma curva de concordância:

– Reforça a quina
– Diminui a espessura do cavaco,
– Diminui conseqüêntemente, a pressão específica
sobre a quina da ferramenta
RAIO DE QUINA DA FERRAMENTA MUITO
PEQUENO
RAIO DE QUINA DA FERRAMENTA GRANDE
RAIO DE QUINA DA FERRAMENTA

• Em torneamento, o acabamento de uma superfície


(desde que não sejam usados avanços muito
pequenos), pode ser calculado pela fórmula aproximada:
• Rt = f2 / (8.re)
– onde:
• Rt - Rugosidade Rt [mm]
• f - Avanço [mm/rot]
• re - raio de ponta [mm]
RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS

• O raio de ponta recomendado para ferramentas de aço


rápido é o maior dos seguintes valores:
• quatro vezes o avanço, ou seja, re = 4.f;
• um quarto da profundidade de corte, ou seja, re = ap / 4;

• Para ferramentas de metal duro, devido a menor
tenacidade, recomendam-se
• normalmente a metade dos valores do raio de ponta dos
utilizados com aço rápido.
EMPREGO DE UM ÂNGULO DE CHANFRO NA
QUINA DA FERRAMENTA
EMPREGO DE UM ÂNGULO DE CHANFRO NA
QUINA DA FERRAMENTA

• Vantagens do chanfro em relação à curva de concordância:

– Raramente induz a vibrações;

– Praticamente não aumenta a força e a potência de corte

– Oferece melhor acabamento.


QUEBRA CAVACOS
DISTÂNCIA DO QUEBRA-CAVACOS Bn

• Muito pequena, cavaco dobra excessivamente:


– Cavaco quebra muito miúdo.
– Força e potência aumentam,
– Maior solicitação do gume (quebra).
• Muito grande, cavaco não dobra o suficiente
para quebrá-lo.
• A DISTÂNCIA CORRETA DEPENDE DO AVANÇO E
DA PROFUNDIDADE DE CORTE E DO TIPO DE
MATERIAL.
DIMENSÕES RECOMENDADAS PARA QEBRA-
CAVACOS PARALELOS E ANGULARES

Avanço f 0,15-0,30 0,31-0,44 0,45-0,64 0,65-1,0 >1

Profundidade
Raio rB 0,25-0,65 0,8-1,6 0,8-1,6 0,6-1,6 0,8-1,6
de corte

Altura hB 0,25 0,4 0,5 0,75 0,75

0,4-1,4 1,6 2,0 2,8 3,2 -

1,5-6,5 2,4 3,2 4,0 4,8 4,8

Distância
6,6-13 3,2 4,0 4,8 4,8 4,8
lBn

13,1-20 4,0 4,8 4,8 5,6 5,6

>20 4,8 4,8 5,6 6,0 6,3


ALTURA hB DO QUEBRA-CAVACOS
• Suficiente para dobrar o cavaco até a ruptura.
• 10% da distância do quebra-cavacos para materiais com
elasticidade média –aços carbono até uma resistência à
tração de 600N/mm2
• 20% da distância do quebra-cavacos para materiais de alta
elasticidade –aços carbono com mais de 05% de C e
resistência à tração superior a 600N/mm2.
QUEBRA CAVACO
QUEBRA CAVACO
QUEBRA CAVACO
QUEBRA CAVACO
QUEBRA CAVACO
QUEBRA CAVACO
SAÍDA DO CAVACO
SAÍDA DO CAVACO
SAÍDA DO CAVACO

Você também pode gostar