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PROVA 2 PSICOPATOLOGIA GERAL I

Personagem observada: Mônica Geller da série Friends

Psicopatologia da personagem: Neurose Obsessiva

O termo neurose obsessiva foi criado por Freud em 1986, para caracterizar um
distúrbio que produz sofrimento psíquico e aponta para os impasses do sujeito
com o seu desejo inconsciente e se compõe juntamente com a histeria, o que
chamamos de neuroses de transferência. Essa, se constitui como fixação rígida
predominante da fase anal. A neurose obsessiva, apresenta uma necessidade
de controle excessiva e possui as 3 instâncias psíquicas (ID, Ego e Superego),
característica das neuroses. Ela, diz respeito ao segundo tempo edípico, do
amor, nesse o indivíduo perde a garantia do primeiro, e tem horror à perda do
segundo amor. Por consequência, o paciente diagnosticado como neurótico
obsessivo apresenta comportamentos onde busca se moldar para corresponder
ao amor do outro. Tem poucos objetos de escolha, afim de tentar controlar o que
vem de fora, para assim garantir algo de bom para oferecer ao outro, o que
podemos ver claramente na personagem escolhida, Mônica Geller, ao longo do
texto a seguir podemos chegar a hipótese desse diagnóstico.

A personagem, Mônica, tem 30 anos, é casada há 3 anos e é filha mais nova de


um casal suburbano de NY que, acreditava ser infértil até terem o primeiro filho
homem. Mônica, superou o sobrepeso há 10 anos quando foi chamada de gorda
pelo homem que, eventualmente, tornou-se seu marido. Neste mesmo período,
decidiu que se tornaria chef. Uma vez magra e recuperada do sobrepeso, a
personagem domina a cozinha e desenvolve as necessidades de controle por
limpeza, de ser a melhor anfitriã e de estar sempre certa, não admitindo errar,
principalmente diante de seus pais. Antes de se casar, queixava-se
constantemente de estar solteira e temia chegar aos 40 anos sem estar casada.
Foi diagnosticada como infértil após 1 ano tentando engravidar e optou pela
adoção, sendo contemplada com 2 filhos gêmeos. Após o nascimento dos filhos,
muda-se para o subúrbio com sua nova família. Ao mesmo tempo que necessita
estar sempre certa, ainda se mostra dependente da aprovação do outro que
legitime seu trabalho. Já expressou verbalmente sua necessidade de
reconhecimento em diversos momentos, como “eu sou sempre a anfitriã”, “nas
festas de chá de mentira eu servia o melhor “ar””, e em ações que a levem a
essa conclusão, como quando faz doces para os vizinhos de forma que eles
passem a gostar dela. A personagem é muito competitiva, controla todos os
aspectos possíveis de sua vida (limpeza, organização, comida, estudos) e dos
outros, quando pode. Como quando “controlou” a vida amorosa de sua colega
de apartamento quando esta se julgava incapaz de tomar boas decisões. Ela
repete constantemente para si e para os outros a fala “eu sei”, demonstrando
domínio sobre o máximo de assuntos que consegue. Já adulta e formada no
ensino médio, toma a iniciativa de fazer aulas para adultos, onde responde às
próprias perguntas e sugere alterações no cronograma do professor. Antes de
se mudar para sua nova casa, ajuda sua amiga a arrumar mudanças de forma
sistemática e controlada, sempre tomando iniciativa na organização, afirmando
ser a pessoa mais competente para aquela função. Dessa forma, faz por si e
pelos outros, mostrando grande capacidade para a empatia, o que reflete
também sua constante atitude de colocar os desejos e realizações daqueles com
quem convive sempre acima dos seus. Em uma discussão com seu noivo, que
critica sua massagem, mostra ficar animada apenas quando este à diz que, “se
houvesse um prêmio na categoria “melhor massagem ruim” ela ganharia”,
indicando os traços de necessidade de atenção e reconhecimento, que vêm com
a ausência de falhas. Em outro momento, seu noivo arruma a casa e troca os
móveis do lugar acidentalmente e teme que essa fique furiosa com ele; mas
durante uma conversa, Mônica revela que gostou dele ter feito aquilo por ela,
tendo o seu desejo compreendido.

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