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Trabalho de sociologia

&
Antropologia
1. Como observado, a decolonialidade busca construir um pensamento afastado da
matriz colonial estabelecida, desta forma, como a construção de um direito decolonial
nos ajuda a interpretar os problemas da atualidade?
Ao adotar uma perspectiva decolonial, rompemos com a visão eurocêntrica e colonizada do
direito, permitindo-nos questionar as estruturas legais e normativas que perpetuam desigualdades e
opressões. Através da desconstrução da matriz colonial, somos capazes de examinar criticamente os
problemas contemporâneos, como o racismo, o sexismo, a desigualdade econômica e a degradação
ambiental, sob uma nova ótica.
A construção de um direito decolonial leva em consideração as vozes e perspectivas
historicamente marginalizadas, buscando restabelecer a justiça e a dignidade para aqueles que foram
silenciados e oprimidos. Isso implica em reconhecer e valorizar os saberes e práticas jurídicas
tradicionais de comunidades indígenas, afrodescendentes e outras minorias, que foram
historicamente subjugados pela lógica colonial.
Além disso, o direito decolonial nos ajuda a entender que as questões atuais estão intrinsecamente
ligadas ao legado do colonialismo. Percebemos que as estruturas econômicas globais, as políticas
migratórias restritivas e os conflitos territoriais são reflexos de uma ordem mundial moldada pela
exploração e dominação coloniais

2. De acordo com o estudado, a cultura africana esta fortemente inserida dentro das
manifestações culturais e da própria sociedade brasileira, desta forma, como pode ser
explicado através do prisma da sociologia os casos de racismo e intolerância
religiosa?
A sociologia compreende que os casos de racismo e intolerância religiosa são enraizados em
estruturas sociais complexas, que moldam as percepções e as interações humanas. A herança
cultural africana, que contribuiu significativamente para a formação da sociedade brasileira, é
frequentemente alvo de discriminação e estigmatização. Estereótipos negativos associados às
religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda, alimentam atitudes preconceituosas e
intolerantes.
A persistência do racismo está relacionada à construção histórica de uma hierarquia racial, que
privilegiou a “branquitude” em detrimento das populações negras. A cultura africana, ao ser
marginalizada e invisibilizada, é usada como base para justificar a inferiorização e a discriminação.
Esses padrões de dominação são reproduzidos e perpetuados por meio de estruturas sociais, como a
segregação espacial, a desigualdade econômica e a exclusão política.
Além disso, a intolerância religiosa se manifesta como uma forma de controle social, no qual
sistemas de crenças diferentes são desvalorizados e deslegitimados. A cultura africana, presente nas
religiões de matriz africana, enfrenta resistência e rejeição por parte daqueles que veem essas
práticas como ameaças às crenças hegemônicas. A falta de compreensão e o desconhecimento sobre
essas religiões alimentam a intolerância e os ataques.
3. Majoritariamente, o Brasil foi colonizado por europeus, isto moldou a maneira
como algumas regiões foram estabelecidas e a cultura na qual estão inseridas, assim,
de que forma as migrações europeias permitem avaliar os fenômenos sociais nas
comunidades colonizadas por europeus?
As migrações europeias contribuíram para a formação de diferentes comunidades no Brasil, cada
uma com características distintas. A partir da avaliação dos fenômenos sociais nessas comunidades
colonizadas por europeus, é possível observar a influência da cultura, dos valores e das tradições
trazidas pelos colonizadores. Por exemplo, em regiões onde houve uma maior concentração de
imigrantes alemães, italianos ou poloneses, é possível identificar traços culturais específicos que
influenciaram a organização social e os costumes locais, como seu desenvolvimento geralmente
acima da média, formação de sociedade bilíngue (o idioma de origem e o idioma local), novas
técnicas de agropecuária, marcenaria e construções civis e eventos tradicionais que remetem suas
origens e costumes europeus.
Além disso, as migrações europeias também tiveram um impacto na estrutura socioeconômica
dessas comunidades. Muitos imigrantes europeus trouxeram consigo habilidades e conhecimentos
técnicos que contribuíram para o desenvolvimento de setores econômicos específicos, como
agricultura, indústria e comércio. Essa influência econômica moldou as relações de trabalho, a
distribuição de renda e as dinâmicas sociais nas comunidades colonizadas.
Outro aspecto relevante é o papel das relações de poder dentro dessas comunidades. Em muitos
casos, os imigrantes europeus estabeleceram uma elite social e econômica dominante, enquanto as
populações locais foram submetidas a uma posição subordinada. Essas dinâmicas de poder ainda
podem ser observadas atualmente, refletindo as desigualdades e as hierarquias sociais estabelecidas
durante o processo de colonização.

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