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Guia para estudos em Bioquímica Nutricional

Profª Sheila Cristina


Elaborado a partir das aulas de reforço em Bioquímica Aplicada à Nutrição,
no período de 05 à 09 de julho de 2021.

Olá turma! Estou muito feliz em poder montar esse guia de estudos em bioquímica para vocês. Como estamos
aplicando bioquímica à nutrição, para entendermos todos os processos metabólicos pelos quais o nosso organismo passa
para produzir energia, bem como compor sua forma física e de funcionamento, optei por abordarmos cada tópico
através de exemplos, que eu denomino casos clínicos.
Acho muito importante ressaltar que o estudo de bioquímica precisa ser constante em nossa vida profissional,
pois é extremamente amplo e diferente em cada situação que abordarmos. Sugiro que a partir dos conceitos mais
básicos, vocês comecem a aplicar em seu dia-a-dia, por exemplo: após o almoço, lembrem que vocês estão realizando
ciclo de glicólise e glicogênese, produção de energia e armazenamento em forma de glicogênio, respectivamente. Vejo
isso como uma forma de fazer da bioquímica parte do nosso dia e da nossa atuação profissional.
Desejo a vocês ótimos estudos! Lembrem que estou sempre aqui para auxiliá-las e que este guia é apenas
uma pitadinha de tudo que a bioquímica é em nossa vida e prática profissional.
Caso clínico 01 – GLICÓLISE E GLICOGENÓLISE

Mariana (nome fictício) está estudando para sua próxima


prova. Observe que ao lado do livro, na mesa, está uma xícara,
a qual tem como conteúdo café com leite com açúcar. Observe
algumas informações importantes sobre esta situação:
- Última refeição há 2h (carboidratos, proteínas e lipídios)
- Não realizou esforço físico após a última refeição
- Está bebendo café com leite com açúcar enquanto estuda

VAMOS ANALISAR AS PRINCIPAIS ROTAS BIOQUÍMICAS QUE ESTÃO ACONTECENDO NO


ORGANISMO DE MARIANA, PARA QUE O CÉREBRO RECEBA A ENERGIA NECESSÁRIA:
Glicólise Glicogenólise

A glicólise está acontecendo de forma constante, para fornecer energia para as sinapses. As moléculas de
glicose que estão entrando no ciclo da glicólise vem de duas fontes: do café com leite que ela está bebendo e
da glicogenólise. Após sua última refeição, Mariana armazenou glicose em forma de glicogênio nas células
hepáticas. Esse glicogênio está sendo degradado agora pela via da glicogenóliso e as moléculas de glicose que
estão send liberadas a partir dele, são direcionadas para as células que mais precisam de energia, entram no
ciclo da glicólise, forma piruvato, acetil-coa, passam pelo ciclo de krebs e geram ATP na fosforilação
oxidativa na membrana mitocondrial.
Caso clínico 02 – GLICÓLISE E GLICOGÊNESE

Joaquim está tomando seu café da manhã. Hoje, ele está


comendo cereais com leite, pão com geleia e suco de laranja.
A refeição de Joaquim contempla uma maior proporção de
carboidratos em relação aos outros nutrientes.
Após a refeição, duas principais rotas metabólicas estarão
prevalecendo no organismo dele:
Glicólise
Glicogênese

Glicólise vai acontecer para continuar


fornecendo energia para as atividades
basais e atividades de Joaquim.
Sua fonte de glicose será, principalmente,
dos alimentos que Joaquim está consumindo
no café da manhã.

Parte da glicose que não for utilizada neste


Momento pelo organismo, será destinada
Ao armazenamento.

A glicogênese acontece nas células hepáticas


e musculares. É uma forma de armazenar a
energia que não foi oxidada daquela refeição.
As moléculas de glicose são “colocadas”
nas células, e formam uma grande molécula,
chamada glicogênio.
Quando os estoques de glicogênio chegam
aos seu limite de armazenamento, e ainda
houverem moléculas de glicose para serem
armazenadas, estas são desviadas para a rota
de formação de triglicerídeos, e armazenadas
na forma de triglicerídeos, no tecido adiposo.
Caso clínico 03 – GLICÓLISE E GLICONEOGÊNESE

Bernardo estava fazendo uma trilha com amigos na praia e se perdeu. A


última refeição dele foi há 15 horas e pelo caminho ele apenas bebeu água.
Chegando a beira mar, de volta ao início da trilha, Bernardo já não sente
mais tanta fome, sente como se seu corpo tivesse sido alimentado.
Veja as principais rotas metabólicas que estão ativas no corpo dele neste
momento.

GLICONEOGÊNESE GLICÓLISE

As principais rotas metabólicas ativas nesse momento são, gliconeogênses e glicogenólise.


Após 10 horas sem ingestão de carboidratos, a gliconeogênse passa a acontecer, para suprir a necessidade de
glicose como combustível de energia para células do tecido cerebral, renal, cristalino, córnea ocular, testículos
e músculo em exercício. Até esse momento, quem cobre as necessidades de glicose é o glicogênio hepático,
porém a duração do uso de glicogênio hepático depende da quantidade de substrato (carboidratos) que o
indivíduo ingeriu. Além da quantidade, também é interfere a qualidade, o tipo de carboidrato ingerido.
A gliconeogênse vai gerar novas moléculas de carboidratos a partir de outros substratos: glicerol (vindo dos
triglicerídeos), lactato (liberado por hemáceas ou pelo músuclo esquelético em exercício) e alfa-cetoácidos
(derivados do metabolismo de aminoácidos do organismo).
Após formada a nova molécula de glicose, esta é enviada para as células e entra no ciclo da glicólise para
produção de energia.
É importante destacar que, neste momento, aproximadamente 10% da gliconeogênse acontece no rim, que
também pode fornecer novas moléculas de glicose para o organismo.
Nas próximas páginas, vocês
terão três resumos retirados do
livro “Bioquímica Médica Básica
de Marks”

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