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A dissertação de vestibular

Do que é constituída a dissertação?


Com a língua portuguesa podemos elaborar os mais diversos textos. Variando o propósito, as
condições de interlocução e os tipos. É como se as “construções textuais” nos oferecessem
alguns traços básicos para que pudéssemos fazer a distinção entre elas.

A “peça” principal pela à qual é preciso se estar atento para identificar uma dissertação é a
argumentação, mas não é incomum que esses textos se valham também do relato e da
exposição, em menor medida. A dissertação é uma forma de apresentar argumentos e ter por
base um ponto de vista a ser defendido.

Subjetividade x objetividade
Um traço característico dos textos com base na argumentação é a busca pela objetividade.

Ex. 1: “Eu acho o Brad Pitt bonito”

Uma afirmação assim é de difícil comprovação. Como provaríamos ao leitor que o Brad Pitt é
realmente bonito? A afirmação pertence ao universo do gosto pessoal, do achismo e do
sentimento. Mesmo isso sendo afirmado mil vezes, precisaríamos contar com a crença do
interlocutor. Isso acontece porque foi feito uma interpretação do mundo, utilizando
exclusivamente o plano subjetivo da análise.

Ex. 2: “Dado que temos um padrão de beleza frequentemente reiterado pelas propagandas e
pelos discursos cotidianos que estabelecem como ideal estético os homens brancos, loiros e
de olhos claros, é bem possível que boa parte da população considere bonito um homem
como Brad Pitt.”

As informações estão bem explicadas, o que foi afirmado é passível de comprovação no


mundo externo. Não são mais apenas sentimentos, existe a possibilidade de colhermos provas.
Estamos, portanto, no plano objetivo da análise, porque as afirmações podem ser discutidas e
verificadas com evidências do mundo real.

Artigo de opinião X dissertação de vestibular


Na dissertação, teremos como base um ponto de vista, uma afirmação que deverá ser passível
comprovação. Será então, um texto com tendências à objetividade (exceto quando a proposta
se encaminhar para o plano subjetivo, como gosto pessoal).

Considere que todo o contexto da discussão deverá ser apresentado para que qualquer pessoa
com informações mínimas sobre os pressupostos da produção desse texto seja capaz de
compreender as ideias nele defendidas. No entanto, se pendermos mais para a subjetividade,
correremos o risco de escrever outro gênero: o artigo de opinião.

 Opinião: é relativa do campo do julgamento, gosto pessoal


 Ponto de vista: é científico e analítico, depende mais de provas concretas, de
verificação na realidade.

Editorial e texto de blog X dissertação de vestibular


O editorial difere da dissertação porque seu contexto de produção também é distinto. O
público leitor é bem definido: aquele que costuma ler essa mídia específica. A diferença é
conhecer o perfil dos leitores, se adequando em termos linguísticos. Na dissertação de
vestibular, o leitor é universal.

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