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Uma gestão de stock eficiente pode ter um grande

impacto na margem de lucro de um negócio. Descubra


os métodos que existem, como escolher o mais
adequado e dicas para fazer uma boa gestão.
Já se deparou com produtos fora do prazo, stock antigo parado no seu armazém, quebras de stock frequentes
ou simplesmente precisa de reduzir os seus custos de armazenamento? Tudo isto são boas razões para se
dedicar à implementação de um método de gestão de stock.

Um método de gestão de stock implica a monitorização de todos os produtos armazenados para impedir que
haja falhas que impeçam a produção de uma empresa ou a impossibilidade de fechar vendas ou realizar
serviços.

Uma boa gestão de stock garante um aprovisionamento adequado, ou seja, que não há nem excesso nem
falta de stock para o seu nível de atividade. Assim, não existe desperdício nem se perdem oportunidades de
gerar receita, aumentando a sua margem de lucro e a rentabilidade da empresa.

Porquê implementar um método de gestão de stock?


Tal como mencionámos anteriormente, um bom método de gestão de stock vai ajudar a aumentar a margem de
lucro de uma empresa. Aumentar a margem de lucro significa que há um aumento da receita, uma redução de
custos ou os dois. Assim, a implementação de uma logística de aprovisionamento eficaz permite:

 Evitar o desperdício de dinheiro graças a produtos fora de prazo: este ponto é especialmente importante
para negócios que dependem de produtos perecíveis, ou seja, que têm um prazo de validade. Estes negócios
estão sujeitos a que os seus produtos não sejam escoados dentro do seu prazo de validade, originando
desperdício;

 Reduzir os custos de armazenamento: no caso de produtos não perecíveis, uma boa gestão de stock impede
que haja stock parado, seja porque a sua procura é sazonal, ou porque deixou de existir. Assim, estes produtos
não continuam a ocupar espaço de armazenamento que pode ser ocupado por produtos que efetivamente têm
procura e geram lucros para a empresa;

 Otimizar o retorno do seu investimento: algo que só é possível quando se tem uma boa noção de quais são
os produtos com maior procura, de forma a que consiga garantir que os tem sempre disponíveis no seu stock,
garantido também que tem espaço para os armazenar. Assim, não corre o risco de perder receita por rutura de
stock ou por não ser capaz de perceber a quantidade que ainda tem disponível de um determinado produto.

5 dicas para fazer uma boa gestão de stock


Antes de passarmos à fase de apresentação dos métodos de stock que existem, é importante estabelecer
alguns princípios que deve garantir, independentemente do método que vai implementar. São eles:

 Ter procedimentos claros e responsabilidades atribuídas: para evitar falhar na aplicação do método


escolhido, é importante que defina de forma clara qual o procedimento a implementar com as respetivas rotinas
de verificação e que atribua responsabilidades a cada membro da equipa;

 Identificar de forma clara cada tipo de produto: todos os produtos que façam parte do seu stock devem estar
identificados, seja de forma manual ou com um código de barras. Desta identificação deve fazer parte
informação como a origem, lote, fornecedor ou prazo de validade. Assim, evita troca de produtos, facilitando o
seu acompanhamento e controlo de quantidades disponíveis;

 Criar um método de registo dos artigos recebidos: falhar neste ponto é o primeiro passo para perder o
controlo de toda a logística de gestão de stock. Isto porque uma falha neste ponto pode criar erros, seja por
vender e dar saída de produtos que não estão registados no seu sistema ou porque não tem a informação
correta do stock disponível;

 Registar e controlar as datas de validade dos produtos perecíveis: para que não haja desperdício de
produtos ao ultrapassar o seu prazo, é imprescindível que tenha um bom controlo das suas datas de validade
para garantir que escoa todos estes produtos a tempo;
 Monitorizar de forma regular: a gestão de stock não é algo que se faz uma vez, é algo que depende de rotinas
e procedimentos que são aplicados diariamente. Uma pequena falha pode gerar grandes perdas a longo prazo.

5 principais métodos de gestão de stock


Tendo tudo isto em mente, passamos então para analisar os principais métodos de gestão de stock que
existem:

1. FIFO e LIFO
FIFO é o acrónimo de First In, First Out que, em português quer dizer “primeiro a entrar, primeiro a sair”. Já
LIFO é o acrónimo de Last In, First Out que, em português, significa “último a entrar, primeiro a sair”. Estes
são dois sistemas contabilísticos populares que se baseiam na forma como os produtos se movimentam
dentro do armazém.

O método FIFO é um sistema útil para empresas que vendem primeiro o stock mais antigo. Ou seja, os
produtos que entraram primeiro no armazém, serão também os primeiros a serem vendidos ou utilizados na
produção. Este sistema é essencial para negócios que trabalham com produtos perecíveis, ajudando a manter
todo o stock o mais atualizado e fresco possível.

O método LIFO é oposto ao FIFO já que o stock mais recente é o primeiro a ser vendido ou utilizado na
produção. Este sistema não pode ser usado em negócios que utilizam produtos perecíveis, já que pode gerar
um grande desperdício.

2. Quantidade Mínima do Pedido


A quantidade mínima do pedido (Minimum Order Quantity) é o menor número de unidades que uma empresa
está disposta a vender a um único cliente de uma só vez. Este método é muito comum em negócios que
fazem vendas por atacado a outros negócios, e não tão comum para negócios que vendem ao consumidor final.

Com este sistema, apenas precisa de garantir que tem este número mínimo que exige para que um cliente faça
uma encomenda. Este sistema permite um melhor fluxo de caixa e também limitar os seus custos de
armazenamento.

3. Quantidade Económica do Pedido


A quantidade económica do pedido (Economic Order Quantity) é um cálculo que permite às empresas
perceber qual é o tamanho ideal de um pedido, de forma a que estas consigam responder à procura dos
seus consumidores sem incorrerem em gastos excessivos. Ou seja, este valor permite minimizar os custos de
aquisição e armazenamento dos produtos.

Independentemente daquilo que o seu negócio vende, encontrar este valor para todos os produtos que compra
irá garantidamente, afetar a sua margem de lucro. No entanto, este é um cálculo complexo cujo benefício
resultante poderá não ser suficiente para compensar o trabalho extra. 

Este cálculo é mais vantajoso para negócios cuja atividade consiste na transformação de matérias primas
noutros produtos. Isto porque estes negócios têm de ter em conta custos variáveis como o valor de aquisição
das matérias-primas, produção e alterações na procura pelos seus produtos.

4. Análise ABC
A análise ABC é um método de gestão de stock que determina o valor de cada produto no seu stock com
base na importância que cada um tem para a rentabilidade do seu negócio. Ele ajuda-o a entender quais
são os produtos que mais contribuem para a sua margem de lucro e de que forma.

Assim, este método implica a classificação e agrupamento dos seus produtos em três categorias com base
na sua procura e custo:

 Categoria A: produtos mais valiosos mas que também têm menor procura;

 Categoria B: produtos cujo valor é menor que os da categoria A mas a sua procura é superior;
 Categoria C: produtos de baixo valor mas com elevada procura. Cada venda individual destes produtos não
tem tanta importância para um negócio como as vendas de um produto da categoria A ou B, mas o seu elevado
volume de vendas faz com que estes produtos sejam críticos para a margem de lucro de um negócio.

Assim, a análise ABC permite identificar a “quantidade certa” que um negócio deve ter em stock de cada
produto, para que este consiga aumentar a sua receita com relativamente pouco esforço no que toca ao
armazenamento e gestão de stock.

5. Previsão da Procura
A previsão da procura (ou projeção de vendas) permite perceber a quantidade de cada produto que deve ter em
stock para fazer face à procura e necessidades dos seus clientes.

Este sistema é de mais fácil aplicação em negócios que já levam algum tempo de atividade visto que terão mais
dados históricos de vendas que poderão ajudar nesta previsão. Para empresas novas será necessário um maior
estudo do mercado já que não dispõem de tantos dados históricos de vendas próprias.

Assim, este método permite determinar qual é a quantidade mínima que deve ter em stock de cada
produto e definir processo de aprovisionamento sempre que o stock estiver abaixo deste número. Estas
previsões devem ser revistas trimestralmente de forma a manter as quantidades mínimas atualizadas, visto
poderem sofrer alterações ao longo do tempo.

É importante perceber que existem várias formas de gestão de stock. Para descobrir o melhor para o seu
negócio, deve ter em consideração as circunstâncias da sua operação e perceber qual o método que melhor se
adequa à sua atividade e aos seus os recursos humanos, financeiros e tecnológicos.

Não adianta querer implementar um método de gestão de stock que exige uma rotina de monitorização que não
é possível de incorporar no seu negócio.

Para o ajudar a reduzir o erro humano e evitar falhas em algum dos procedimentos que pretende implementar,
considere adotar um software que facilite o controlo e monitorização do seu stock e ajude a automatizar
procedimentos.

9 estratégias para uma gestão eficaz de stocks


  
Se quer que o seu negócio cresça, saiba que uma gestão eficiente do seu stock
faz toda a diferença na rentabilidade da sua empresa, na imagem da sua marca
e nos níveis de satisfação dos seus clientes. Investir na melhoria contínua
deste processo deve ser uma prioridade para todas as empresas que lidam com
stocks.
Uma eficiente gestão de stocks:
Evita que os produtos se estraguem

Produtos como comida, medicamentos ou cosméticos têm um prazo de validade. Se não fizer uma boa gestão deste tipo de

stocks, arrisca-se a que os produtos não sejam escoados dentro do prazo, perdendo dinheiro com mercadoria que não pode

vender.

Reduz a probabilidade de ter stock parado

Existem produtos que pode já não conseguir vender, não porque tenham expirado, mas porque são sazonais ou simplesmente

deixaram de ter procura por parte dos consumidores. Uma gestão de stocks eficaz permite-lhe antecipar-se a estes cenários,

evitando que encha o seu armazém com produtos que o mercado já não absorve.

Diminui os custos de armazenamento

Armazenar uma grande quantidade de artigos que não consegue escoar, ocupa espaço de armazém – um espaço que tem

custos e que dificulta a entrada dos produtos realmente importantes para as suas vendas.

Ajuda-o a fazer crescer o seu negócio

Uma gestão de stocks eficaz é aquela que lhe permite otimizar o seu investimento garantindo que tem disponíveis os artigos

com maior procura. Verdadeiro suporte às suas vendas, ajuda-o a não perder um negócio por indisponibilidade ou ineficiente

rastreabilidade de um produto. A gestão de stocks tem em conta muitas variáveis e é altamente personalizável de acordo

com a dimensão, a área e a estratégia de cada negócio. Contudo, apesar destas diferenças, é importante que as empresas

invistam na diminuição do erro humano na gestão de stocks através da adoção de ferramentas tecnológicas, mas também de

metodologias que otimizem todas as fases do processo. Qualquer que seja a ferramenta escolhida, estas estratégias vão

ajudá-lo a otimizar a gestão dos seus stocks e a tornar o seu negócio mais rentável.

Comece por:

1. Definir processos e responsabilidades

A melhor forma de evitar falhas e de manter os seus stocks organizados é através da definição de um processo de controlo.

Estabeleça um método, defina rotinas de verificação e atribua responsabilidades claras a cada membro da equipa. Por

exemplo, estabeleça que, de cada vez que um artigo é vendido, determinado colaborador deve atualizar o stock disponível na

loja.

2. Registar os artigos assim que são recebidos

Logo que recebe uma encomenda, faça o seu registo. Por mais ocupado que esteja com todos os aspetos do seu negócio,

esquecer esta rotina é um dos primeiros passos para perder o controlo de todo o processo. Se vender um artigo antes de ele
estar devidamente registado, muito provavelmente irão ocorrer erros sucessivos cuja origem será mais difícil de rastrear e

com consequências que lhe poderão custar muito dinheiro.

3. Identificar cada tipo de artigo

Seja de forma manual, através de código de barras ou de outro sistema, cada um dos produtos em stock deve estar

identificado em termos de código de produto, quantidade, descrição ou outros detalhes relevantes – como a origem, o lote ou

o fornecedor. Uma correta etiquetagem facilita a identificação dos artigos, evita trocas de produtos, e torna mais fácil o seu

rastreamento e controlo das quantidades disponíveis.

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4. Controlar as datas de validade

Nos produtos com datas de validade, o controlo rigoroso é essencial. Registe as datas em que os produtos expiram e faça a

gestão do espaço físico do seu armazém de forma a que o acesso aos produtos que expiram primeiro seja facilitado. Uma das

formas de controlar eficazmente os stocks de acordo com as datas de validade dos artigos é através de software que permite

a gestão de stocks por lotes. A gestão de lotes – fundamental na indústria alimentar e farmacêutica – segue o princípio da
gestão de stocks, onde o produto que sai em primeiro lugar é aquele que está mais próximo do fim do seu prazo de validade

(FEFO – First Expire First Out).

5. Monitorizar regularmente e atuar de imediato

O controlo dos seus stocks deve ser feito em tempo real, de forma a que consiga agir rapidamente no caso de encontrar

algum erro. Faça verificações de qualidade regulares e não espere por uma grande encomenda para corrigir qualquer falha

encontrada. Um erro detetado apenas quando a mercadoria já estiver nas mãos do cliente será muito mais difícil de resolver

e pode mesmo comprometer a credibilidade da sua marca.

6. Estabelecer um plano de emergências

Por mais organizado que seja o seu processo de gestão de stocks, mais cedo ou mais tarde vão surgir problemas (ver caixa).

Pense no que pode correr mal e prepare um plano para fazer face a todos esses desafios. Tenha em consideração os seguintes

aspetos:

 Que impacto terá o problema na globalidade do seu negócio?


 Que passos deverão ser seguidos para resolver o problema?
 Que alterações deverão ser feitas para diminuir os riscos de nova ocorrência?
7. Manter um bom relacionamento com os seus fornecedores

Uma boa gestão de stocks tem muito a ver com a sua capacidade de agir rapidamente e adaptar-se às mudanças. Por isso,

quer precise de devolver um produto que não está a conseguir escoar de forma a ter espaço para outro, adquirir outro

produto mais rapidamente do que o habitual, ou resolver um problema de falta de qualidade de um artigo, precisa de ter uma

boa relação com os seus fornecedores. Se existir uma relação de confiança, mais facilmente um fornecedor o ajudará a

resolver qualquer problema ou a responder a um pedido extra. Além disso, aspetos como quantidades mínimas por

encomenda ou descontos de quantidade podem ser negociados e uma boa relação facilita esse processo.

8. Planear com eficácia

PEstimar a procura é um dos aspetos mais importantes – e também um dos mais difíceis – no que diz respeito à gestão de

stocks. São muitas as variáveis envolvidas, e por isso, fazer uma estimativa rigorosa do que deve ter em stock não é uma

ciência exata. Contudo, qualquer que seja o seu negócio, há aspetos que deve ter em conta:

 Vendas do ano anterior


 Taxa de crescimento do ano corrente
 Sazonalidade
 Tendências do mercado
 Vendas já asseguradas através de contratos
9. Fazer uma “limpeza” regular

Com alguma regularidade separe os artigos obsoletos ou que tem armazenados há demasiado tempo. Embora não seja a

situação ideal, qualquer negócio tem em algum momento artigos que não consegue escoar. Organize uma venda especial,

faça uma promoção, doe os artigos as instituições ou aos funcionários – o importante é o espaço que vai ganhar no seu

armazém, poupando dinheiro e libertando prateleiras para os produtos que fazem sentido para a sua estratégia comercial.

Conheça os seus clientes e mime os clientes VIP

Perceber quais as preferências individuais de seus clientes permitir-lhe-á saber o que eles precisam e adequar a oferta aos

seus desejos e necessidades. Há consumidores que preferem o desconto imediato, outros que valorizam mais a possibilidade

de pagar a prestações, outros ainda que só compram na época de saldos. Pergunte, investigue, analise os hábitos de consumo

dos seus clientes. Ter um Software de Gestão Stocks que lhe forneça informação associada à ficha de cada cliente e em que

além dos dados pessoais lhe permita aceder ao seu histórico de compras, modos de pagamento e outras informações, é uma

excelente forma de conhecer os seus clientes para lhes oferecer benefícios diferenciados que sejam capazes de superar as

suas expectativas. Se os clientes fiéis representam uma fatia muito expressiva das suas receitas, eles merecem, pelo menos,

um tratamento diferenciado. Invista em ações que façam os seus clientes mais leais sentir-se especiais, apostando no envio

de newsletters exclusivas, coupons de desconto e vantagens de um clube de fidelidade. Antecipe ofertas exclusivas e invista

em conteúdo personalizado.

A gestão de stocks lida com diversos problemas que podem ter um impacto muito negativo para um negócio que não seja

capaz de os antecipar e de se preparar devidamente. Estes são alguns dos desafios com que poderá ter de lidar na gestão de

stocks da sua empresa. Pense em cada um deles e defina estratégias para os enfrentar:
 Um erro de cálculo leva a que não tenha produto suficiente para alimentar a procura;
 O seu negócio atravessa um problema de liquidez e não consegue adiantar capital para adquirir stock;
 As suas vendas disparam sem que estivesse à espera e fica sem produto disponível;
 O seu armazém não tem espaço suficiente para acomodar os artigos em alturas de pico de procura (por exemplo,
no Natal);
 Um produto deixa repentinamente de ter procura e tem em stock uma grande quantidade de produto que não
consegue vender;
 O seu fornecedor descontinuou o produto sem o avisar e a sua empresa já tem encomendas feitas.
2.1.Controlo de Stocks O gestor deve então ter como meta alcançar uma
gestão económica de stocks o que implica, após conhecer a evolução dos seus
stocks, desenvolver previsões da evolução destes e tomar decisões de quanto
e quando encomendar pretendendo oferecer um serviço de qualidade ao
mínimo custo (Reis, 2008). Um dos métodos de previsão dos consumos mais
comum utiliza dados estatísticos de uma série de valores em estudo que foram
verificados (histórico), e na determinação da reta da tendência desses mesmos
valores, que indicará qual a previsão para um próximo período de tempo.
Contudo, para Reis (2008) é importante não esquecer que a precisão dos
números não deve esconder a incerteza das hipóteses e os riscos que daí
derivam, devendo por isso ter em consideração que uma previsão eficaz exige
o conhecimento e uma análise crítica do ambiente envolvente e da sua
evolução a curto, médio e longo prazo, analisar bem os produtos estudados e o
seu ciclo de vida considerando ainda a sua política de distribuição. Com a
utilização dos dados históricos, pode-se ainda calcular a previsão dos
consumos através do método das médias aritméticas, do método dos mínimos
quadrados ou do método das médias móveis, sendo estes os mais utilizados
(Reis, 2008). Outros métodos de previsão, sem se recorrer a dados históricos,
passam por conhecer a opinião dos vendedores e representantes e dos
clientes, aplicando-se este método principalmente às vendas. Para se
conseguir realizar uma gestão eficiente e económica é imprescindível conhecer
com a mínima precisão o nível de stocks, existindo por isso dois modelos de
controlo de stocks, o modelo revisão continua que verifica a quantidade
disponível de cada produto continuamente, proporcionando um controlo mais
apertado dos níveis de stocks dos produtos dado que as encomendas podem
ser colocadas na altura adequada por forma a evitar ruturas de stocks; e o
modelo de revisão periódica que verifica a quantidade disponível apenas em
determinados períodos, sendo este modelo usado quando existe um grande
número de produtos que é fornecido pelo mesmo fornecedor e para a qual
existe vantagem em fazer as encomendas na mesma altura resultando daí uma
redução dos custos de transporte e de processamento das encomendas
(Gonçalves, 2012). O autor Carvalho (2010) defende que o modelo de revisão
contínua favorece uma monitorização constante dos níveis de stock
conseguindo evitar situações de rutura pois como a procura e o prazo de
entrega são variáveis, existe a possibilidade de tal cenário se proporcionar. Já
Costa, Dias, & Godinho (2010) afirmam que com o modelo da revisão periódica
é necessário salvaguardar-se a incerteza na procura durante um intervalo de
tempo mais dilatado

2.2.Os métodos limites de gestão económica dos stocks A gestão de stocks


tem como principal objetivo a minimização dos custos e a satisfação do cliente,
assim sendo, o gestor de stocks tem como missão determinar em que
momento se deve proceder a uma nova encomenda e que quantidade deve
então ser encomendada, de modo a que o fornecimento de artigos se faça
como o mínimo custo total (Carvalho J. C., 2010). Existindo então duas opções,
o método do ponto de encomenda - Fixação da quantidade a encomendar - e o
método da periocidade fixa de encomenda - fixação da periocidade da
encomenda. Estas opções constituem os métodos limites da gestão económica
dos stocks, existindo outros que poderão ser concebidos procurando conciliar
vantagens de ambos (Reis, 2008). O método do ponto de encomenda consiste
em fazer uma nova encomenda sempre que o stock atingir um determinado
nível, denominado ponto de encomenda, e que é previamente fixado, tendo
como principal vantagem, para Reis (2008), o seu automatismo reduzindo o
tempo investido na decisão, mas por outro lado a sua utilização torna-se de
difícil aplicação quando surgem variações de consumo, tendo que ser alterado
o ponto de encomenda para evitar situações de rutura. O ponto de encomenda
pode ser calculado da seguinte forma

Equação 1 – Método do Ponto de Encomenda: Quantidade a encomendar


(Fonte: Reis, 2008)1 Quando se aplica o método da periocidade fixa assume-
se que o período de tempo de aprovisionamento é constante, variando a
quantidade a encomendar de cada vez, aplicando a seguinte fórmula calcula-se
a quantidade a encomendar (Reis, 2008)

Equação 2 - Método da Periocidade Fixa: Quantidade a encomendar (Fonte:


Reis, 2008)2 Além destes métodos existem ainda outros modelos para o
cálculo da quantidade a encomendar tendo em consideração a minimização
dos custos, existindo os modelos determinísticos que têm como pressupostos o
facto da procura e da oferta serem conhecidas e constantes e os modelos
estocásticos que se aplicam quando a procura e/ou oferta têm um
comportamento incerto o que aumenta a complexidade da gestão de stocks,
sendo necessário lidar com a possibilidade de existir rutura de stock tornando-
se por isso fundamental stock de segurança que quanto maior for o maior é a
probabilidade de ele conseguir absorver as variações imprevisíveis (Carvalho J.
C., 2010). Neste contexto, o conceito de nível de serviço tem uma enorme
importância para dimensionar o stock de segurança a constituir, sendo o nível
de serviço a probabilidade de a empresa ter disponível a quantidade procurada,
no momento procurado. Quanto maior for o nível de serviço que a empresa
quer prestas aos seus clientes, maior será o stock de segurança. 1 K: consumo
mensal previsto / d: prazo de entrega / S: Stock de segurança / 2 P:
periocidade de aprovisionamento / A: Stock existente em armazém / G:
quantidade encomendada ainda por entrega

2.3.Análise ABC A elevada variedade de artigos e do número de unidade de


cada um que constituem os stocks levam a que o gestor deva prestar uma mais
cuidada gestão aos que se revelam de maior importância em valor financeiro
recorrendo por vezes à análise ABC que se baseia na Lei de Pareto ou lei dos
20 x 80, o que significa que cerca de 20% do número total de artigos existentes
em armazéns corresponde aproximadamente a 80% do valor financeiro
investido em stocks. (Reis, 2008). Este método permite classificar um conjunto
de artigos em 3 classes - classe A, classe B e classe C (Carvalho J. C., 2010).
Classe A – compreenderá cerca de 20% dos artigos que representam
aproximadamente 80% da faturação total. São os artigos mais importantes pela
sua elevada procura e/ou valor monetário. Devem ser estabelecidos níveis de
serviço mais elevados e adaptar-se o modelo de revisão continua. Classe B –
compreenderá cerca de 30% dos artigos que representam 15% da faturação
total. Classe C – compreenderá cerca de 50% dos artigos que representam
aproximadamente 5% da faturação total. Em termos financeiros são pouco
relevantes. São aqueles produtos que contribuem com uma pequena
percentagem dos custos, sendo pouco relevantes em termos financeiros, mas
que representam um elevado número de produtos (Gonçalves, 2012). Para
Zermati (2000) para aplicar o método ABC classifica-se os artigos em stock por
ordem dos valores decrescentes dos consumos anuais e acrescentamos ao
nível de cada um deles o montante do seu consumo anual com os montantes
dos consumos anuais dos artigos que o precedem, seguindo os seguintes
passos: 1º. Artigos em stock são ordenados por ordem decrescente dos
valores financeiros; 2º. Acumulam-se esses valores acrescentando ao valor de
cada um o montante dos valores dos artigos que o precedem; 3º. Dividem-se
os valores acumulados para cada um dos artigos pelo valor total, calculando a
sua percentagem. A análise ABC de stocks é uma técnica simples mas que se
tem revelado como uma ferramenta de gestão de grande valor na identificação
dos produtos de stocks com maior importância (Gonçalves, 2012, p. 4)

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