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SOBRE O AUTOR Professor há mais 15 anos, mestre e doutor pela UFMG, já atuou
em todas as áreas acadêmicas de uma Universidade e por isso co-
nhece bem a realidade dos alunos: foi coordenador de curso, dire-
tor de área acadêmica, pró-reitor acadêmico, diretor de faculdade

Especialista em metodologia cientí ca, já ajudou centenas de alu-


nos tanto em sala de aula como por meio de seu canal no Youtube
- Prof. Evandro Queiroz - Pesquisa sem Místério

Seu método é utilizado por professores e instituições no ensino da


metodologia cientí ca na graduação, nos programas de especiali-
zação, mestrado e doutorado

Conheça meu curso exclusivo

https://evandroqueiroz.com/pesquisasemmisterio/
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APRESENTAÇÃO
Seja bem vindo a esse e-book! Se você chegou até aqui é porque está inte-
ressado em aprender a fazer a primeira parte de seu projeto de pesquisa ou
da versão nal de seu trabalho

Independente se está na graduação, especialização, mestrado ou doutora-


do, as orientações e dicas que encontrará aqui irão te ajudar a construir
uma bela introdução

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Inicialmente, solicito que memorize três palavras e que o tempo todo em


que estiver escrevendo a introdução lembre-se delas: Objetividade, Coerên-
cia e Lógica

A Objetividade signi ca a capacidade de em poucas laudas apresentar os 5


elementos da introdução, sem que seja super cial ou dispersivo

A Coerência diz respeito a habilidade de escrever os parágrafos de sua in-


trodução de maneira harmoniosa, onde uma ideia esteja ligada a anterior e
que faça a transição de forma clara e precisa

A Lógica trata da capacidade de raciocínio na construção de cada uma das


partes da introdução com qualidade cientí ca

Inicialmente parecerá difícil começar a escrever, principalmente se você


ainda não teve uma experiência semelhante, pois no mundo cientí co a
maneira de escrever é diferente do mundo literário. Em geral, você escreve-
rá algumas vezes até que o resultado nal que perfeito

Entretanto, o esquema de escrita da introdução que demonstro nesse e-


book vai te ajudar a construí-la mais rápido. O segredo é escrever o todo
em partes com orientações claras sobre como fazer cada uma delas

Aqui irá aprender os 5 elementos que deve conter uma introdução e o que
colocar em cada parte, a saber: contextualização, problematização, ques-
tões norteadoras/hipóteses e relevância

Boa leitura! Se precisar, tire as suas dúvidas comigo pelas redes sociais ou
por e-mail.

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POR QUE ESCREVER UMA INTRODUÇÃO?
ALGUMAS DICAS ANTES DE COMEÇAR
A introdução é a primeira parte textual do seu projeto de pesquisa ou da
versão nal de seu trabalho. Ela possui importância especial pois é por meio
dela que o seu avaliador ou orientador terá a dimensão do que é o seu tra-
balho. Nesse sentido, ela pode ser considerada como o aperitivo da sua
pesquisa.

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Diferença na introdução na fase de projeto e na versão nal do trabalh

Uma primeira questão a esclarecer diz respeito as diferenças entre a intro-


dução do projeto de pesquisa e do trabalho nal. E a resposta é a seguinte:
uma introdução bem feita durante a fase de projeto pode ser aproveitada na
íntegra na fase nal do trabalho. O único cuidado é modi car os tempos
verbais utilizados na apresentação das questões norteadoras, dos objetivos
e da relevância. Durante a fase de projeto, os verbos estão no futuro, pois
indicam ações que serão feitas. Já na versão nal os verbos estão no pas-
sado, indicando que a pesquisa já foi realizada. Veja o exemplo

Fase da pes- Exemplo de objetivo:


quisa
Projeto "Nesse sentido, essa pesquisa terá como objetivo evidenciar as
relações estabelecidas entre o cuidador domiciliar e o paciente,
durante os cuidados paliativos.”

Versão nal Dessa forma, essa pesquisa teve como objetivo evidenciar as rela-
ções estabelecidas entre o cuidador domiciliar e o paciente, duran-
te os cuidados paliativos.”

São cuidados simples, mas importantes, que conferem a característica tem-


poral adequada a cada fase de seu projeto

Diferença entre a introdução de TCC, dissertação e tes

Outra coisa a se perguntar é a diferença da escrita da introdução em cada


momento acadêmico. Será que existe diferença entre a introdução de um

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TCC, de uma dissertação ou de uma tese? Se você preza por qualidade, a


resposta é não! Os elementos que serão apresentados podem ser utilizados
perfeitamente em qualquer tipo de trabalho. Em geral, o que acontece é a
banca avaliadora ser mais ou menos rigorosa de acordo com o grau aca-
dêmico que está em jogo. Dessa forma, espera-se maior maturidade de um
doutorando quando comparado a um mestrando, da mesma forma que se
espera mais do mestrando do que do graduando

Diferença da introdução em estudos qualitativos, quantitativos ou estudos


de revisão de literatur

Independente do tipo de pesquisa que irá desenvolver (qualitativa, quantita-


tiva ou estudos de revisão) os elementos que devem estar contidos em uma
introdução são os mesmos
O que pode mudar são alguns termos. Por exemplo, em estudos qualitativos
é comum utilizar “questões norteadoras”, enquanto em estudos quantitativos
utiliza-se “hipóteses”. Para os estudos de revisão de literatura, você deve
estar atento ao tipo de estudos que estão sendo revisados. Se forem artigos
qualitativos, utilize a expressão “questões norteadoras”. Se forem artigos
quantitativos, utiliza a expressão “hipóteses"

A questão central é apresentar o seu objeto de estudo!

O mais importante é concentrar-se no que é o fundamental para sua intro-


dução: apresente com clareza o seu objeto de pesquisa!!! É isso que seus
avaliadores ou orientadores querem ver!!!

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O seu objeto de pesquisa é a parte que escolheu dentro da grande área de


estudo que está envolvida em seu projeto ou trabalho nal. Ele, normalmen-
te, é apresentado antes da sua problematização, antes de apresentar as
questões norteadoras ou hipóteses
No esquema a seguir é possível veri car o momento correto de apresentar
o objeto de pesquisa. Logo ao nal da escrita da problematização, deixando
claro para seu leitor no que focará. A apresentação do objeto de pesquisa
faz parte da problematização

Esquema de intro- O que colocar


dução
Tema Geral Cuidados paliativos
Contextualização A evolução dos cuidados paliativos no mundo e no Brasil e
os aspectos epidemiológicos

Objeto de pesquisa Cuidados paliativos no domicílio

Problematização A di culdade das famílias quando tem que assumir um pa-


ciente em cuidados paliativos dentro do próprio domicílio:

- objeto de pesquisa: os cuidadores domiciliares de pacien-


tes em cuidados paliativos

Objetivo Evidenciar os sentimentos vivenciados por esses cuidado-


res
Relevância Após concluída, a pesquisa contribuirá com sugestões para
abordar as di culdades apresentadas pelos cuidadores

A partir dessas considerações iniciais podemos avançar agora para os pró-


ximos capítulos, onde será apresentado cada elemento que deve conter
uma introdução.

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A CONTEXTUALIZAÇÃO DA INTRODUÇÃO
É HORA DE FALAR DO TODO!
A contextualização é a primeira parte e, em geral, ocupará a metade do es-
paço reservado para a introdução. Se a sua introdução tiver duas laudas,
com certeza a contextualização ocupará uma delas
O segredo para começar a contextualização é imaginar a gura de um funil.
onde colocamos o grande volume em cima, e ele deixa passar pouco a
pouco, saindo do outro lado um volume menor, mais apurado. Assim deve
ser a introdução: colocamos na parte de cima a grande área, que será ltra-
da e terá em sua saída o objeto de pesquisa dentro daquela área escolhida.

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GRANDE ÁREA

OBJETO DE PESQUISA

A contextualização deve ser, de acordo com o desenho acima, a parte que


apresentará ao seu leitor os elementos importantes da sua grande área de
pesquisa. Você deverá apresentar de maneira objetiva, coerente e lógica os
principais elementos da sua grande área de estudo que irão dar suporte ao
seu objeto de pesquisa. Assuntos como a história do tema, principais con-
ceitos, dados epidemiológicos, legislação, entre outros, podem ser o subsí-
dio da contextualização.
Você poderá falar de apenas um dos assuntos, se achar pertinente, ou um
pouco de cada, para que seu leitor entenda o cenário geral de sua pesqui-
sa. No exemplo de cuidados paliativos, poderia-se falar da história dos cui-
dados paliativos no mundo, da legislação pertinente ao tema no Brasil, dos

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principais conceitos envolvidos e apresentar dados epidemiológicos para


demonstrar a grandeza do tema
Mas lembre-se: seja objetivo. Não é hora de aprofundar o tema! A tarefa de
aprofundar o tema é do capítulo de referencial teórico

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A PROBLEMATIZAÇÃO NA INTRODUÇÃO
CHEGOU A HORA DE AFUNILAR O SEU TEMA!
Até esse momento da introdução você falou em linhas gerais sobre assun-
tos importantes que considerou pertinente para explicar o seu objeto de
pesquisa. Agora é a hora de fazer a transição entre a contextualização e o
objeto de pesquisa - é o que chamamos de problematização.

E não é tão fácil assim! Muitos se perdem nesse momento e não conse-
guem apresentar o afunilamento de ideias, tão importante para prosseguir
com a introdução.

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O macete é pensar em algo que é problema dentro da grande área que


apresentou na contextualização da introdução. Escolha um elemento para
problematizar e que tenha sentido para seu objeto de pesquisa.

Vamos aos exemplos para melhor entendimento. Imagine que sua grande
área seja qualidade de vida e promoção da saúde, ou seja, a importância
que bons hábitos de vida tem na manutenção da saúde. Vamos imaginar
também que seu objeto de pesquisa é a baixa adesão das pessoas para
hábitos de vida saudáveis como, por exemplo, a atividade física e a ali-
mentação saudável. A problematização está entre a grande área e o objeto
de pesquisa, e o segredo é construir um texto que leve uma coisa a outra.
Vamos à problematização considerando esse exemplo:

“Apesar da mídia incentivar tanto os hábitos de vida saudá-


veis e dos pro ssionais de saúde enfatizarem tanto isso
com as pessoas, o que percebe-se é o aumento de condi-
ções e morbidades relacionadas a hábitos de vida. Proble-
mas como a obesidade e o sedentarismo continuam cres-
cendo em nossa sociedade a ponto de se tornarem ques-
tões de saúde pública. Cabe entender porque as pessoas,
mesmo com tanta informação disponível, não aderem a há-
bitos de vida saudáveis.”

Percebeu a transição entre a grande área e o objeto de pesquisa no exem-


plo acima? Isso é a problematização! Em geral, ela poderá ocupar de 1 a 3
parágrafos de acordo com o tema que tenha escolhido para a sua pesqui-
sa.

Lembre-se então: a problematização é a apresentação ao seu leitor de uma


fatia da grande área de pesquisa na forma de problema, que pode gerar
um estudo cientí co.

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OS QUESTIONAMENTOS DA PESQUISA
PERGUNTAR AJUDA SEU LEITOR A TE ENTENDER!
Os questionamentos sobre seu objeto de pesquisa recebem o nome de
“questões norteadoras” nos estudos qualitativos e são chamados de “hipó-
teses” nos estudos quantitativos. Nos estudos de revisão pode ser um ter-
mo ou outro, dependendo do tipo de artigos que estão sendo revisados.

Em geral, esses questionamentos são colocados em forma de pergunta,


logo após a apresentação do objeto de pesquisa. Mas para que colocar
uma pergunta no texto da introdução? Não poderia falar disso sem fazer
questionamentos? É claro que sim. Mas se não zer as perguntas você cor-
rerá o risco de deixar dúvidas para o seu leitor sobre o que está pesqui-
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sando. Então jogue a seu favor: faça as perguntas e deixe os questiona-


mentos bem claros!

Para fazer bons questionamentos é preciso que pare para pensar no seu
objeto de pesquisa que, nesse momento da introdução, já foi apresentado
ao seu leitor no nal da problematização. Leia a sua introdução novamente
até aqui, foque no seu objeto de pesquisa, concentre-se e comece a fazer
perguntas que possam ser respondidas por meio de uma pesquisa.

Voltemos ao exemplo que dei acima de baixa adesão das pessoas a hábi-
tos de vida saudável. Que perguntas você faria sobre isso? Veja algumas
possibilidade abaixo:

- Por que as pessoas, mesmo tendo tanta informação disponível,


não mudam seus estilos de vida para se tornarem mais saudáveis

Será que a informação produzida não está conseguindo produ-


zir efeitos? Ela está mal elaborada? A linguagem não está adequada

Será que a baixa adesão é porque as pessoas não tem tempo


ou disponibilidade na vida atual delas?

É problema de sensibilização, porque elas se acham saudáveis


e não precisam se preocupar com isso

Cada uma dessas perguntas pode gerar bons projetos de pesquisa! Eu


posso escolher uma delas para me orientar como um objetivo principal, ou
posso escolher algumas delas ou todas, para construir o meu projeto de
pesquisa.

No momento de construir os questionamentos é sempre bom dividir com


outra pessoa as suas ideias para ver se estão claras para ela também.
Bons questionamentos também fazem parte do sucesso de sua pesquisa.

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OS OBJETIVOS DE SUA PESQUISA


NA DÚVIDA TRABALHE COM UM OBJETIVO ÚNICO!
Os objetivos ou o objetivo de sua pesquisa devem estar expressos na sua
introdução de maneira clara, para que seu orientador ou avaliador entenda
o que pretende fazer em seu estudo
Objetivos devem ser escritos de forma simples sem textos longos ou com-
plicados. Lembre-se que está sendo avaliado, e que quando deixa os objeti-
vos bem entendidos está facilitando sua vida
O segredo aqui é associar o seu objetivo, ou objetivos, às perguntas que
acabou de construir. Tente fazer um objetivo para cada uma de suas ques-

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tões. Veja os exemplos de objetivos baseados nos exemplos de questões


construídas no capítulo anterior
• Questão: Por que as pessoas, mesmo tendo tanta informação disponível,
não mudam seus estilos de vida para se tornarem mais saudáveis
• Objetivo: Identi car os motivos que levam as pessoas a não mudarem
seus estilos de vida para se manterem saudáveis
• Questão: Será que a informação produzida não está conseguindo produzir
efeitos? Ela está mal elaborada? A linguagem não está adequada
• Objetivo: avaliar a efetividade da comunicação em saúde na promoção de
estilos de vida saudáveis
• Questão: Será que a baixa adesão é porque as pessoas não tem tempo
ou disponibilidade na vida atual delas?
• Objetivo: Associar o tempo de vida das pessoas com hábitos de vida sau-
dáveis
• Questão: É problema de sensibilização, porque elas se acham saudáveis
e não precisam se preocupar com isso
• Objetivo: Evidenciar as percepções que as pessoas tem sobre ser saudá-
vel e a necessidade de mudança de estilos de vida

Cada um desses objetivos pode gerar uma pesquisa. No caso de dúvidas,


escolha apenas um e apresente a sua introdução com objetivo único. Se
quiser trabalhar com objetivos especí cos, escolha o que quer deixar como
geral e os que quer deixar como especí cos. Para isso, veja o que está con-
tido dentro do outro. O maior será o objetivo geral, e os outros serão os es-
pecí cos
Mas repito: na dúvida escolha um só objetivo para se comprometer!!

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A RELEVÂNCIA DE SUA PESQUISA


CHEGOU A HORA DE VENDER SEU PEIXE!
A relevância de sua pesquisa deve ser apresentada na parte nal de sua in-
trodução. É onde é mais lógico escrever sobre ela, pois seu leitor já terá en-
tendido seu tema, visto seu problema e entendido seu objetivo
Tem pessoas que preferem apresentar a relevância antes de colocar o obje-
tivo, o que para mim não faz nenhum sentido. Como vou julgar a relevância
de um trabalho se ainda não sei o que a pessoa quer fazer? Se ainda não li
os seus objetivos? Por isso deixe a relevância para o m.

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A relevância também pode ser descrita como a importância do seu projeto


de pesquisa
É a hora de vender o seu peixe e o macete é pensar: quando seu trabalho
estiver pronto, quando sua pesquisa estiver concluída, qual é o benefício
que ela terá deixado? Qual a contribuição dela
Essa é a relevância do seu trabalho! Toda pesquisa deverá deixar um lega-
do social, ou administrativo, ou assistencial, etc
Pense no que a sua proposta de pesquisa deixará de legado. Pode ser em
novas tecnologias, em novas formas de fazer as coisas, em melhorias de
processos para as pessoas, em elementos de gestão dos serviços, em be-
nefícios diversos
Seja objetivo e não viaje na maionese! Imagine coisas possíveis e seja sin-
cero

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