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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

GRUPO 2

SETTING E CONTRATO EM PSICANÁLISE

Aline Soares Monteiro R.A.:320102337

Camila Magalhães Neumann R.A.:320201255

Eduarda Cristina Dias Selestino R.A.:920105558

Ingrid Katherine Tavares R.A.:320100609

Lucas Felipe Balduino R.A.:320101577

Lucilene de Fátima Viana Fiuza R.A.:320107739

Robert de Almeida Ribeiro R.A.:320102292

Shayane Silva Oliveira Chaves R.A.:320102648

Thamires Aparecida da Silva R.A.:320104153

Vitória Silva dos Santos R.A.: 320102159

1
INTRODUÇÃO

O presente relatório tem a proposta de abordar duas temáticas de uma


perspectiva psicanalítica, fazendo uso de materiais propostos em sala de aula, como
por exemplo vídeos, slides e demais conteúdos teóricos que servirão de suporte na
discussão.
Para iniciarmos, é importante conceituar os pontos a serem tratados, de uma
maneira sucinta e direta, o setting consiste no espaço em que o analista oferece
para estruturar a análise reunindo técnicas psicanalistas ao ponto de desenvolver a
relação terapêutica. (BARROS, 2013)
Diante disso, podemos identificar que o setting é como se organiza a sessão
de análise, ou seja, é a criação de um espaço para que o paciente conte seus
problemas, dúvidas, queixas etc.
Nesse mesmo contexto e com a mesma ideia, a autora mencionada acima
nos relata que,

Nesse campo são englobados todos os elementos organizadores


do setting: o espaço físico de atuação, o contrato estabelecido para
seu desenvolvimento, assim como os princípios da própria relação,
transferencial e contratransferencial, estabelecida entre analisando e
analista. (BARROS,2013)

Dentro do setting identificamos alguns alicerces importantes, tais como:


ASSOCIAÇÃO LIVRE, ABSTINÊNCIA, NEUTRALIDADE, ATENÇÃO FLUTUANTE,
AMOR À VERDADE, todas essas questões são essenciais para que haja o
funcionamento completo da sessão terapêutica.
O setting não se limita apenas ao consultório clínico como normalmente
costumamos a pensar, é necessário que o analista se atente a singularidade do
analisando fazendo com que a FALA e ESCUTA seja o seu principal meio de
trabalho independente do lugar que ocorra a sessão.
O contrato se dá com base no setting (enquadre). A entrevista inicial tem a
finalidade de apresentar as características de cada um e instalar uma atmosfera
empática. O contrato exige a definição de papéis e função, na ordem consciente e
inconsciente.

2
Discussão

A discussão é pautada nos artigos teóricos e no episódio da série ‘’Sessão de


Terapia’’ passado em sala de aula. O episódio relata a história de Tony e o
preconceito vivido em seu cotidiano.
A sessão ocorre em um apartamento, com sofá, cadeiras, mesas, divã,
cafeteira etc. Lugar esse constituído como setting ‘’ No campo psicanalítico,
o setting é um espaço que se oferece para propiciar a estruturação simbólica dos
processos subjetivos inconscientes, reunindo as condições técnicas básicas para a
intervenção psicanalítica’’ (Barros, 2013).
Tendo em vista, a situação de pandemia relatada na série, as sessões de
Tony com o seu terapeuta Caio eram realizadas de forma online, trazendo uma nova
perspectiva no que se refere ao atendimento clínico. Lacan deixa claro isso, quando
‘’dissocia a psicanálise de definições tradicionais como as relativas ao setting’’
(Estevão, 2015, p. 06)
Isso defere do lugar onde a sessão pode ocorrer, importa mais o que se faz
como prática do que o lugar físico, desde que haja o respeito as condições éticas o
espaço de escuta em psicanálise pode ocorrer em ambientes diversos, é necessário
apenas que o analista entenda a singularidade do sujeito.

Na medida em que ele escuta a singularidade do sujeito e orienta-se


por uma ética que coloca a singularidade como guia, uma vez que o
desejo é sempre singular.
(Estevão e Metzger, 2015, p. 74)

O contrato é o acordo inicial possível, que indica o que um significa para o outro e
qual tratamento será oferecido. O paciente deve entender e estar de acordo com o
combinado.

Nas sessões de terapia com o Tony o contrato teve como fundamento estabelecer
uma troca de acordo entre o Caio e o Tony, pois podemos analisar durante as
sessões de Tony que de início, o fato de não terem estabelecido uma forma de
pagamento para as sessões, Tony não concordava em fazer as sessões de terapia
de forma gratuita.

3
Estabeleceram como contrato que Tony entregaria ao Caio marmitas que sua mãe
fazia como forma de complementar a renda familiar, assim seria a forma de
pagamento pelas sessões de terapia que o Tony afirmou que não teria condições
financeiras de realizar os pagamentos em dinheiro.

4
Conclusão

O desenvolvimento do relatório proporcionou que o grupo tivesse um contato


mais aprofundado dos temas estudados, maior compreensão e esclarecimento dos
assuntos abordados em sala de aula, através de pesquisas, leituras de artigos
relacionados, episódio da série e materiais disponibilizados, que foram fundamentais
na etapa da discussão para formular as articulações entre prática e teoria.
O que nos permitiu sair um pouco do campo teórico, e enxergar como de fato
se constitui o contrato e o setting dentro da visão psicanalista. Baseado nisso, foi
possível ter a percepção de que o ambiente (setting) e o acordo (contrato) deferem
do consultório e da visão financeira como estamos acostumados a pensar. É
necessário apenas que haja um lugar de fala e escuta e que o analista entenda a
singularidade de cada sujeito respeitando a ética dentro da visão psicanalista.

5
Referências

BARROS, Glória. O setting analítico na clínica cotidiana. Estudos de


Psicanálise, n. 40, p. 71-78, 2013.

Estevâo, I & Metzger, C. (2016) Acompanhamento terapêutico: táticae,


estratégia e política. A Peste: Revista de Psicanálise e Sociedade, v. 7, p. 69-79

MIGLIAVACCA, Eva Maria. Breve reflexão sobre o setting. Boletim de


psicologia, v. 58, n. 129, p. 219-226, 2008.

ZIMERMAN, D.E. , Manual de técnica psicanalítica, 2004.

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