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ANA CAROLINA GONÇALVES LEITE

Relatório Final do Estágio Básico

(Plantão Psicológico)

Feira de Santana

2023
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ANA CAROLINA GONÇALVES LEITE

Relatório Final do

Estágio de Plantão Psicológico

Trabalho da disciplina de Estágio Básico, como


requisito para avaliação do curso de psicologia do 6º
semestre/noturno, da Faculdade Anísio Teixeira, com
execução na empresa Lutiner, em Feira de Santana, com
docência de Thais Bastos.

Feira de Santana

2023
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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO ----------------------------------------------------------- 04
2. INTRODUÇÃO---------------------------------------------------------------- 05
3. DESCRIÇÃO DO ESTÁGIO ----------------------------------------------- 07
3.1 Campo do estágio --------------------------------------------- 08
3.2 Organização e funcionamento do estágio---------------- 09
3.3 Atividades realizadas na prática---------------------------- 10
4. BASES TEÓRICAS------------------------------------------------------------- 12
5. ANÁLISE CRÍTICA DA EXPERIÊNCIA ---------------------------------- 14
6. REFERÊNCIAS------------------------------------------------------------ 15
7. Anexos --------------------------------------------------------------------------- 16
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1. APRESENTAÇÃO

Neste presente relatório será apresentado as diversas atividades


desenvolvidas no Estágio Básico; onde está dividido entre apresentação;
introdução, dando início à base teórica do trabalho; descrição do estágio, como
os objetivos do estágio, seu funcionamento, materiais trabalhados, autores
estudados, local onde ocorreu e as bases teóricas, onde foi desenvolvido o
conteúdo, com base nos textos trabalhados. Logo em seguida as referências
que foram usadas e as atividades desenvolvidas durante a primeira unidade do
semestre.
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2. INTRODUÇÃO

O plantão psicológico, como uma abordagem de atendimento de


emergência e apoio emocional imediato, não possui uma data de criação
específica, pois sua evolução ocorreu ao longo do desenvolvimento da
psicologia como uma disciplina profissional. No entanto, nota-se que o conceito
de oferecer suporte psicológico em situações de crise e emergência tem raízes
que remontam às primeiras décadas do século XX.

A psicologia clínica e a psicologia aplicada começaram a se desenvolver


e ganhar reconhecimento durante o século XX, principalmente em resposta às
necessidades da sociedade em tempos de guerra, desastres naturais e outras
situações de crise. Durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo,
psicólogos foram mobilizados para fornecer apoio emocional aos soldados e
civis afetados pelo conflito.

A ideia de disponibilizar serviços de apoio psicológico de curto prazo,


especialmente em situações de emergência, gradualmente evoluiu ao longo do
tempo para se tornar o que hoje é chamado de plantão psicológico. Sua
popularização e formalização como uma prática comum na psicologia ocorreu
ao longo das décadas seguintes, à medida que a profissão de psicólogo se
expandiu e se diversificou.

Levando em consideração o intuito do estagio básico, ele tem como


objetivo inserir o aluno em atividades práticas, favorecer a reflexão sobre a
atuação profissional, promover discussões sobre conceitos citados em sala,
proporcionar atividades de observação e melhoria da ecuta atenta à quem
necessitar do atendimento, para assim proporcionar confinidade a atuação
profissonal.

Especificamente se tratando sobre o estágio supervisionado básico de


Plantão Psicológico, podemos citar a importância dessa prática, que contribui
para sensibilizar e mobilizar futuros profissionais da área da psicologia,
praticando a escuta atenta que desempanha um papel fundamental na prática
dos psicológos pois é através dela que os psicólogos podem entender
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verdadeiramente seus clientes, fornecer apoio adequado e orientação


terapêutica eficaz, promovendo assim o bem-estar emocional e psicológico.
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3. DESCRIÇÃO DO ESTÁGIO

O estágio foi desenvolvido com base no suporte emocional e psicológico


imediato aos funcionários da empresa. Foi dividido em dois momentos,
inicialmente a parte teórica de conhecimento da abordagem, o que é e como
funciona e em seguida a forma prática, com encontros, roda de conversa,
dinâmicas e disponibilidade para caso surgisse alguma demanda e
necessitassem da escuta. Após as leituras, fichamento, treinamento da escuta
com hole-play dos casos e momentos de tirar dúvidas em sala de aula, ainda
dentro da própria instituição de ensino, Faculdade Anísio Teixeira.

O intuito principal da prática dentro da empresa foi fornecer aos funcionários


um espaço de escuta e acolhimento, com o tema principal sobre trabalho em
grupo como fator de proteção para a saúde mental, levando eles a uma
reflexão e tomada de consciência de ações e atitudes, além de proporcionar o
desenvolvimento de habilidades nos estagiários voltadas para a prática
psicológica e refinamento da escuta.
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3.1 CAMPO DO ESTÁGIO

O estágio foi realizado na Lutiner Lanandele, localizada na BR-324, 874 - Subaé,


Feira de Santana - BA, 44077-670, tendo também inicialmente a parte teórica na
sede da Faculdade Anísio Teixeira, localizado na Rua Gov. Juraci Magalhães,
222 - Ponto Central, Feira de Santana – BA.
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3.2 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO ESTÁGIO

O estágio acontece toda quinta-feira, com início às 14:30 horas e término às


16:30 horas, realizando os encontros na empresa quinzenalmente. Durante as
aulas teóricas falamos sobre o surgimento, a importância e como é feito o
plantão psicológico, foi solicitado pela professora um fichamento sobre o texto
PLANTÃO PSICOLÓGICO: AMPLIANDO POSSIBILIDADES DE ESCUTA,
também testamos e modificamos dinâmicas que poderíamos ser usadas nos
encontros. Além da parte de cronograma e montagem dos encontros que já
foram citadas, como escolha do tema e atividades que iriam ser realizadas, foi
elaborado pelos próprios estagiários, com pequenas intervenções da
professora, caso fosse necessário.
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3.3 ATIVIDADES REALIZADAS NA PRÁTICA

Os encontros da prática foram divididos em 3 seguidos durante o final do


mês de setembro. No início tínhamos algumas ideias em mente para ser levado
a eles em conversas e ouvir deles temas que achassem validos levar, porém
achamos ideal começarmos levando informações a eles e momentos
descontraídos para estabelecer confiança.

1° encontro (14/09): Nos apresentamos e falamos qual seria o intuito das


visitas e para o que estaríamos disponíveis. Como quebra-gelo fizemos uma
dinâmica de apresentação, utilizando uma bola. A dinâmica consistia em ir
passando a bola e cada um dizia seu nome e o que gostavam de fazer, em
seguida eles deveriam repassar a bola para alguém que lembrasse o nome e o
que a pessoa citou gostar, com objetivo de promover a integração, fortalecer os
relacionamentos interpessoais e levar a eles a importância de prestar atenção
no outro e tentar compreende-lo, na intenção de ajudar.

2° encontro (21/09): O segundo encontro foi realizado pensando ainda


em desenvolvermos essa aproximação com eles e levando mais conhecimento
sobre a importância de cuidarmos da nossa saúde, não apenas mental, mas
também como física e para isso levamos uma profissional da área da nutrição.
A nutricionista Cindy Ellen, pós-graduanda em transtorno do espectro autista
falou um pouco sobre a importância de uma boa alimentação para a promoção
do bem estar. Após a palestra realizamos com eles uma brincadeira chamada
telefone sem fio, para reforçarmos a ideia do porque estamos presentes na
empresa, para escuta-lo.

3° encontro (28/09): No terceiro encontro finalizamos os encontros


durante toda quinta, para passarmos a realizar apenas quinzenalmente.
Apresentamos a eles o cronograma do encontro, introduzindo a dinâmica sobre
o que é saúde mental. Para essa dinâmica distribuímos papel e caneta a todos
e consistia em eles escreverem palavras ou frases que para eles significavam
saúde mental, feito isso eles botavam esse papel em uma caixa e em seguida
retiramos alguns para ler.
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De forma consecutiva realizamos a palestra sobre setembro amarelo e o


suicídio. Em seguida ensinamos exercícios de respiração em casos de crises
de ansiedade, palestra da profissional de Educação Física, Nanda Belmiro,
realizando um breve alongamento e dando continuidade sobre a importância de
tratar corpo e mente para uma saúde adequada. Por fim, realizamos mais uma
dinâmica de forma descontraída e engraçada para reforçar o quão é valido
escutar o outro, percebe-lo, compreender que talvez possamos estar passando
pelo mesmo. A dinâmica constituía-se em 4 pessoas formarem um circulo
virados de costas um para o outro, mas de frente ao restante das pessoas e
citassem coisas que eles gostavam, não gostavam ou tinham medo e quem se
identificasse com aquilo iria até eles para abraça-los de forma coletiva.

4° encontro (05/10): Esse encontro aconteceu no espaço da FAT, com


intuito de fazer a supervisão do encontro passado, receber feedbacks, discutir
sobre analise que fizemos durante as atividades anterior e organizar como
seria o próximo encontro. Nos organizamos e realizamos mais uma simulação
para começarmos de fato a prática do plantão psicológico na empresa.

5° encontro (19/10): Fomos para a Lutiner, a gestão da empresa fez a


divulgação da presença da nossa equipe e ficamos na sala de descanso
aguardando caso alguém tivesse o interesse e precisasse desse acolhimento.
Uma colaboradora foi a procura do atendimento e escolheu uma do grupo para
aquela escuta.

Após o 5° encontro, no dia 26 de outubro, que foi a supervisão do


atendimento feito por uma das estagiarias na empresa, tentamos dar
continuidade no intuito do estágio que seria o plantão feito na empresa, porém
não tivemos retorno de inscrições para o atendimento. Por não haver aderência
e acolhimento da proposta na empresa da Lutiner, focamos em desenvolver
nossas habilidades de escuta com simulações de casos e demandas possíveis
de chegar a nós em uma atuação de plantão.

Nos demais encontros do dia 09 e 23 de novembro, fizemos simulações


que foram de extrema importância para nosso aprendizado e desenvolvimento
de habilidades que não tínhamos tanta aproximação. Praticar a escuta é
essencial para formação do profissional da psicologia e percebemos que a
escuta qualificada é realmente terapêutica para o paciente.
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4. BASES TEÓRICAS

É nítido que qualquer local de trabalho é um ambiente que sobrecarrega os


colaboradores com o excesso de demandas, jornadas de trabalho
absurdamente longas, prazos curtos e outros itens que contribuem para a
pressão sobre esse colaborador.

Além de que essa sobrecarga pode refletir negativamente tanto no físico


quanto psicologicamente, pois o corpo humano tem seus limites e ultrapassa-
los aumenta as chances de manifestar doenças psíquicas com consequências
irreversíveis. De acordo com Dejours; Abdoucheli; Jayet (1994, p.127), “O
sofrimento implicará, sobretudo, um estado de luta do sujeito contra as forças
ligadas à organização do trabalho, que o empurram em direção à doença
mental”.

Devido a esse adoecimento, uma das formas de promover a saúde e de ajudar


o trabalhador a lidar com suas demandas de estresse e problemas no trabalho
é oferecer um serviço de Acolhimento Psicológico, evitando que esse
colaborador venha apresentar uma crise.

Crise: “alteração, desequilíbrio repentino, estado de dúvida e incerteza,


tensão, conflito” (Cunha,1982, p.228)

Mesmo existindo os fatores anteriormente falados, o Plantão Psicológico na


empresa vai além das demandas surgidas no local de trabalho, como é citado
por Bertani (2006), fala-se muito em qualidade de vida, mas com esse mundo
de consecutivos avanços e frenética necessidade de acompanhá-los, não há
tempo para viver com qualidade. Assim fazendo refletir sobre o quanto o dia a
dia afeta a saúde mental quando não se está preparado para enfrentar
mudanças que irão surgir.

O plantão psicológico, segundo Yamamoto; Oliveira; Campos (2002) se


apresentam como um espaço que favorece a experiência, tanto do cliente
como do plantonista, no qual o psicólogo se posiciona como alguém disposto,
presente e disponível e não apenas como detentor do saber técnico. Os
plantonistas precisam ouvir com empatia, oferecendo suporte emocional, em
uma troca sincera e humanizada.

O plantonista não está atuando para solucionar os problemas do cliente, visto


que será inviável compreender todo o contexto da demanda em um
atendimento breve, levando em consideração as palavras de Rogers (1987), se
atendermos a complexidade da vida humana com olhar justo, temos que
reconhecer que é altamente improvável que possamos reorganizar a estrutura
da vida de um indivíduo.
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Para Schmidt (2004) o Plantão Psicológico é pensado e praticado,


basicamente, como um modo de acolher. A escuta oferecida pelo serviço é tida
como cuidado, seu foco principal é situar o tipo de relação que o homem
estabelece com o mundo e consigo mesmo. Possibilitando ao homem novas
formas de ser no mundo, dando sentido a sua existência através do auxílio
oferecido pelo Plantão e também à diminuição de sua angústia (OLIVEIRA,
2014).
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5. ANÁLISE CRÍTICA DA EXPERIÊNCIA

O estágio de plantão psicológico visa a nos treinar nossa escuta e oferecer


suporte emocional imediato a pessoas que estão passando por situações de
crise, estresse ou emergências emocionais. Esta prática é muito importante em
certos contextos, mas também apresenta desafios e limitações que merecem
uma análise crítica.

Como prós, pode-se citar a questão da escuta, que realmente é o melhor


estágio para treinar essa capacidade, a atenção de perceber cada mínimo
detalhe trazido por aquela pessoa, sem julgamento, sem sugestões, apenas
escutar e compreender. Esse estágio deixa o aluno preparado não apenas para
um futuro profissional na atuação de plantão, mas para qualquer outra atuação
ou abordagem dentro da área da psicologia.

Estamos aprendendo até mesmo com erros simples do dia a dia, que não
diretamente está relacionado ao plantão, mas da forma que abordamos tais
temas, como se preparar para o imprevisto e particularmente citando sobre o
quanto essa prática me fez trabalhar no nervosismo ao falar em público.

Citando os contras, temos como principal tópico, a falta de aderência. Como foi
previsto e citado no relatório parcial, não tivemos acolhimento do nosso
objetivo por falta de demanda. Porém não deixamos de desenvolver e aprender
o objetivo do plantão psicológico, de saber escutar sem julgamento, de forma
rebuscada e precisa, mesmo não sendo no formato de plantão, tivemos a
oportunidade de praticar essas habilidades.

Em resumo, o estágio de plantão psicológico desempenha um papel valioso


para os alunos ao fornecer um aprendizado mais prático dos estágios básicos e
evolução das técnicas que são vistas em sala de aula.

Fazendo uma breve autoavaliação, considero meu desempenho vem sendo


evoluído ao longo dos dias. Mesmo com a dificuldade de locomoção de uma
cidade para outra, que afeta outras razões, sinto que foi o estágio que mais me
atrai e me trouxe gás para permanecer, devido a forma que ele está sendo
desenvolvido, sendo mais prático e se aproximando do papel real do psicólogo.

Muito importante citar o quanto o estágio me proporcionou conhecimento não


apenas sobre a modalidade de atendimento, mas sim sobre diversas questões
sociais e funcionamento de centros de serviços públicos.
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6. REFERÊNCIAS

Mahfoud, M. (1999). Plantão psicológico: Novos horizontes. São Paulo:


Companhia Ilimitada. Morato, H. P. T. (1999)

Aconselhamento psicológico centrado na pessoa. São Paulo: Casa do


Psicólogo. Nunes, B. (2002).

Heidegger & ser e tempo. Rio de Janeiro: Zahar. Rogers, C. R. (1961). Tornar-
se pessoa, Sio Paulo: Martins Fontes. Rogers, C. R. (1987).
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7. ANEXOS
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