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NEURO-ONCOLOGIA

Antigamente, o índice de complicações e mortalidade após neurocirurgias era alto. Agora, com a tecnologia – o
microscópio cirúrgico, técnicas microcirúrgicas introduzidas por Gazi Yasargil e a anatomia neurocirúrgica levantada
por Albert Rothon – é possível realizar ressecção das lesões cerebrais praticamente sem sequelas.

TIPOS DE TUMORES CEREBRAIS

➔ A grande maioria dos tumores cerebrais são secundários


(metástases de CA de mama, de pulmão etc).

TUMORES PRIMÁRIOS
Originam-se das meninges, das células de sustentação, dos vasos e da neuroglia.
Não metastatizam fora do crânio (OBS.: podem metastizar dentro do SNC)
Causa desconhecida

Qual o tumor cerebral mais comum? Metástases.


Para qualquer alteração neurológica (cefaleia de início recente/ quadros epilépticos) no idoso no
idoso e jovem deve-se pensar em tumor cerebral e fazer rastreamento com exames de imagem.

Qual o tumor primário mais comum? Gliomas (graus I a IV).


As células da glia são células de sustentação. Classificado de
graus I a IV conforme a OMS, sendo o I benigno e curável com
ressecção completa; II, III, IV malignos com evoluções diferentes.

Qual o tumor beningo mais comum? Meningiomas.


Derivados das células da aracnoide. Dependendo da sua localização (ex. convexidade cerebral), é
possível sua ressecção completa e cura; enquanto que <1% dos meningiomas são anaplásicos e malignos.
A neurofibromatose tipo II leva a meningiomas múltiplos recidivantes.

Aula do Dr. Robson (2021) por Joelma Torres


BENIGNO VS. MALIGNO

➔ Schwannoma do Acústico: tumor benigno derivado das células de


Schwann do ramo vestibular do NC VIII (vestibulococlear) cuja clínica é
uma perda progressiva da audição, com ou sem zumbido.

QUADRO CLÍNICO
É completamente variável e depende de:

• Localização – ex.: tumor no lobo temporal esquerda pode iniciar com problema de fala.
• Evolução de sintomas - ex.: um rápido crescimento tumoral exaure rapidamente os mecanismos
compensatórios da doutrina de Monroe-Kellie, podendo gerar sintomas de hipertensão intracraniana; a
maioria das evoluções são progressivas, mas se queixa súbita, pode significar sangramento intratumoral.
• Tipo histológico

CASO CLÍNICO 01
HDA: Paciente apresenta episódios de perda de força e formigamento em MSE,
com duração de aproximadamente 2 minutos, 4 a 5x/dia de início há 1 ano.
Comentário: Síndrome neurológica fugaz é característica de síndrome epiléptica. Durante
investigação em TC, foi identificada lesão próxima da área motora no lado direito.

MÉTODOS
MAPEAMENTO CEREBRAL (NEURONAVEGAÇÃO)

➔ Melhorou a segurança de pacientes submetidos a cirurgias cerebrais


minimamente invasivas ao possibilitar a localização exata de onde está a
lesão, quando se coloca o marcador sobre o crânio no paciente.

A tela do navegador mostra, através de imagens radiológicas, para onde


este marcador está apontando – e se é para a lesão (em amarelo) ou se
tem outras estruturas no caminho, como tratos (em azul).

Aula do Dr. Robson (2021) por Joelma Torres


NEUROESTIMULADOR

➔ Estimulação do córtex cerebral, com o paciente acordado,


possibilita comandos – ex.: segundo a imagem, mover os
dedos quando estimula a área motora da mão; em pacientes
com tumores na área da fala, é possível mapear essa área e
tirar a lesão com segurança.

CASO CLÍNICO 02
HDA: Cefaleia de forte intensidade. No momento em seguimento ambulatorial.
Comentário: É comum! Se for um grande tumor e apenas cefaleia, pode-se pressupor
crescimento lento e conformação dos fatores compensatórios de Monroe-Kellie.

DIAGNÓSTICO
• TC de crânio Espectroscopia
• RNM de crânio
o Convencional
o Espectroscopia – marcador metabólico, como a colina, está
elevados nos tumores devido à alta replicação celular.
o Perfusão – quanto mais maligno, mais vermelho (perfundido).
o Tratografia

Tratografia Perfusão
TRATAMENTO CLÍNICO
Se paciente sabidamente com tumor evolui com piora progressiva ou se há edema visível nos exames de imagem levando
a algum sintoma: dexametasona e proteção gástrica
Prescrever anticonvulsivante? Não.
Apenas se houver quadro suspeita ou presença de crise epiléptica.

TRATAMENTO ADJUVANTE
Após o tratamento cirúrgico, quando este for indicado, os adjuvantes são:

• Radioterapia
• Radiocirurgia
• Quimioterapia

Aula do Dr. Robson (2021) por Joelma Torres


PROGNÓSTICO
Basicamente depende do tipo histológico.
O tumor mais grave é o glioblastoma multiforme, com média de expectativa de vida de
8-12 meses, mesmo com tratamento cirúrgico e adjuvante. No futuro, espera-se
terapia alvo-molecular a partir de estudos imunoistoquímico desses tumores.

Boa prova! E vamos de férias...

Aula do Dr. Robson (2021) por Joelma Torres

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