Esta exposição apresenta 80 pinturas a óleo de Celeste Ferreira inspiradas no trabalho do pintor americano Edward Hopper, conhecido por retratar cenas solitárias e pessoas isoladas. As pinturas pequenas de Ferreira captam pessoas em seus dias, sozinhas ou em grupos pequenos, e sugerem narrativas através de suas poses e ambientes. Muitas das pinturas também fazem referência à presença da própria pintura através de quadros dentro das cenas ou cavaletes.
Esta exposição apresenta 80 pinturas a óleo de Celeste Ferreira inspiradas no trabalho do pintor americano Edward Hopper, conhecido por retratar cenas solitárias e pessoas isoladas. As pinturas pequenas de Ferreira captam pessoas em seus dias, sozinhas ou em grupos pequenos, e sugerem narrativas através de suas poses e ambientes. Muitas das pinturas também fazem referência à presença da própria pintura através de quadros dentro das cenas ou cavaletes.
Esta exposição apresenta 80 pinturas a óleo de Celeste Ferreira inspiradas no trabalho do pintor americano Edward Hopper, conhecido por retratar cenas solitárias e pessoas isoladas. As pinturas pequenas de Ferreira captam pessoas em seus dias, sozinhas ou em grupos pequenos, e sugerem narrativas através de suas poses e ambientes. Muitas das pinturas também fazem referência à presença da própria pintura através de quadros dentro das cenas ou cavaletes.
Na presente exposição intitulada "Loneliness - Tributo a Edward Hopper" Celeste Ferreira
apresenta-nos oitenta óleos (30cmx23cm) realizados em 2015 e 2016 , alguns dos quais estiveram presentes na sua última exposição individual que teve lugar no Museu de Ovar entre maio e junho do ano passado, e, outras que lhe dão continuidade. Natural é agora o tributo a este pintor americano, porque, desde há muito tempo que o trabalho de Celeste Ferreira se detinha nas pessoas por vezes transformadas em personagens, em atitudes e reflexões, mas sobretudo em pausas. Edward Hopper (1882-1967) é conhecido em parte como o pintor de cenas solitárias, pessoas debruçadas sobre si próprias, sozinhas, isoladas em casa, ou isoladas dos outros no bulício da atividade urbana, recorrendo a um contexto cromático muito particular. Quando em 2003 Celeste Ferreira se apresentou individualmente na SNBA, já nesse tempo era o olhar sobre os outros e as suas histórias que sustentava as pinturas, mesmo quando estas evocavam temas mitológicos, narrativas antigas ou histórias novas. O conjunto de obras que agora podemos ver são telas pequenas que funcionam como cenas separadas e poderiam fazer parte de um guião para um filme. Na realidade poderíamos em hipótese combinar as obras e desenvolver diversas narrativas, mas, ficaríamos sempre com alguns tópicos principais: a figura, o retrato, a atitude, o isolamento, o enquadramento e a fragmentação do espaço plástico, a utilização de cores contrastantes e o desenho de contorno colorido. As pessoas surpreendem-nos no seu dia a dia: cruzam-se connosco na rua, duas mulheres vestidas de preto caminham lado a lado, outras pessoas saem de uma porta ou passam por detrás de uma escada; estão sentadas à mesa de um café ou em casa mergulhadas nos seus pensamentos; outras estão deitadas a dormir e a sonhar. Algumas folheiam imagens, leem, assim como olham pela janela. Se o desdobramento de planos e o detalhe decorativo, assim como a intensidade cromática nos remetem vinculativamente ao fauvismo, em particular Matisse, é na apropriação muito simplificada do cubismo que revisitamos as figuras, com exceção para um ou dois retratos de abordagem mais realista. Interessante é a referência constante à presença da pintura, pois muitos dos espaços interiores (salas, cafés, ateliers) e exteriores (rua) são pontuados por quadros que funcionam como janelas, ou pelo cavalete que outros esconde, ou ainda habitam a sala, tal como a obra que representa uma grande pintura rasgada a vermelho debaixo da qual está sentada uma figura masculina. Celeste Ferreira opta por mostrar o visitante que vai ao atelier ou à galeria, e, não tanto o artista no seu espaço de trabalho, mas, o que se torna evidente é que em muitas das obras existe uma convivialidade com a pintura. Por vezes, as obras retomam ainda temas anteriores como os amantes, ou as tais histórias como aquela em que o anjo de azul descansa as suas asas, que estão penduradas na parede, e que é uma excelente metáfora do tempo presente. Para finalizar, o percurso de Celeste Ferreira tem-se pautado pela abordagem da figura que no presente ciclo de pinturas se encontra exposta na claridade do quotidiano. As pessoas são captadas na economia das suas tarefas simples, na amplitude das dores e sonhos profundos, na intimidade dos seus atos, revelando um pouco, senão muito do quotidiano de todos nós.