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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, Bahia, Brasil)


______________________________________________________________________________________________Andrade, Claudemir de Jesus

Canta Galo/ Claudemir de Jesus Andrade; Ilustrações Claudemir de Jesus Andrade - 1. ed. - Bahia: Opará, 2014. -
(Coleção Potyra)

ISBN 978-85-67182-20-9

1. Literatura infantojuvenil I. Andrade, Claudemir de Jesus II. Título III. Série


07-4396 CDD-028.7
_________________________________________________________________________________________
Índices para catalogo Sitemático:

1.Literatura infantil 028.7


2.Literatura infantojuvenil 028.7

1ª edição - 2014
Revisado conforme a nova ortografia

Coordenação do projeto: Kárpio Márcio de Siqueira


Editora Responsável: Camila Gabrielle da Silva

Opará
Rua da Gangorra, 503
48601-050 - Paulo Afonso - BA (Brasil)
Tel: (75) 3281-3344
O Autor

Meu nome é Claudemir Jesus de Andrade, nascido

dia 21 de junho de 1982. Moro na Aldeia Canta-

Galo, município de Banzaê – BA. Sou filho caçulo do

casal Isidoro Marculino de Andrade e Joana

Florência de Jesus, descendente legítimo do povo

Kiriri.

Sou casado com Solange Marinalva de Jesus, tenho

três filhos Dhenyffer, Jeferson e Glenda Lethylin.

Estudei no Colégio Estadual Flaviano Dantas do

Nascimento e me formei em 2008. Sou professor de

Artes na minha própria aldeia, com muito orgulho

de ser um professor indígena.

Hoje sou muito feliz por ter uma excelente

habilidade com as artes, nos desenhos, nas pinturas

e na escrita. Eu acredito na minha capacidade e

tenho certeza que no futuro serei um bom exemplo

por lutar pela educação e por ter mostrado meu

esforço pro meu povo.


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M in h a m ã e , Jo a n a F lo rê n c ia

d e Je s u s , d iz ia q u e q u a n d o e ra

m a is jo v e m , h a v ia u m a g ru ta

p ró x im a ao lu g a r onde e la

m o ra v a .

C e rta v e z , o u v iu um g a lo a

c a n ta r e te v e a c u rio s id a d e d e

ir a té lá , p o is n ã o h a v ia c ria ç õ e s

d e g a lin h a n a re g iã o .
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Q uando ela falava sobre o galo

para algum as pessoas, ninguém

acreditava, porque ela era um a

pessoa brincalhona.

No entanto, alguns colegas

aceitaram acom panhá-la até a

gruta, m esm o sem acreditar.


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No dia seguinte, foram

procurar o tal galo. Estavam

todos ansiosos, brincando e

cantando para passar o tem po.

No m eio do cam inho, m inha

m ãe foi logo dizendo:

- Quem tiver com m edo que

volte e aqueles que não

tiverem , se preparem para

correr.
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Já h a v ia e s c u r e c id o quando

e le s c h e g a r a m a o d e s t in o .

E ra um lu g a r fe c h a d o com

m u it a s se rra s e m a ta s ao

r e d o r . A q u e le s q u e s e d i z ia m

c o r a jo s o s f ic a r a m c o m m u it o

m e d o , p o is n ã o s a b ia m o q u e

ir ia m e n f r e n t a r n a q u e la n o it e .
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Pouco te m p o d e p o is , o g a lo

com eço u a c a n ta r. C a n to u a

p rim e ira vez, c a n to u d u as,

c a n to u trê s e p a ro u . E le s

p e rg u n ta v a m u m a o o u tro s e

a lg u é m e s ta v a v e n d o o g a lo ,

m as to d o s d iz ia m que não,

a p e n a s o u v ia m o c a n to .
9

P a ra a su rp re sa d e to d o s, o

g a lo e o se u c a n to e ra m

in v isív e is e n in g u é m p o d e ria

v ê -lo n a q u e la n o ite a o lu a r.
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E assim , ao clarão da lua, eles

foram em bora assustados,

deixando alguns pertences para

trás de tanto m edo.

A partir daquele dia, eles nunca

m ais voltaram lá, a não ser a

m inha m ãe, que ficou pensativa

no que tinha acontecido e

resolveu voltar no dia seguinte.

C hegando lá, ainda assustada,

ela dizia:
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- C a n ta g a lo ! C a n ta g a lo !

M as nada do g a lo ca n ta r.

E n tã o , e la vo lto u p a ra ca sa

d ize n d o ca n ta g a lo . E , p o r e sse

m o tivo , su rg iu o n o m e C a n ta -

G a lo , q u e fo i d a d o à A ld e ia d o

p o vo K iriri, e a té h o je é

re co n h e cid o d e sd e os m a is

ve lh o s.

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