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Respostas e Comentários
1- Esta paciente portadora de asma em uso crônico de corticóide, em pós-operatório e que
desenvolve hipotensão, letargia, hipoglicemia e hipercalemia develevantar a suspeita para
insuficiência adrenal. Lembre que pacientes em uso decorticóide, quando submetidos a
cirurgia devem ter reajuste da dose destemedicamento (dobrar a dose).2- Teste de
estimulação rápida com ACTH (teste de cortrosina). Pico de cortisol >20µg/dL exclui o
diagnóstico; valores menores 20µg/dL confirma o diagnóstico.
3-
TRATAMENTO DA CRISE ADRENAL
Medidas gerais1) Colher amostra de sangue para hemograma, dosagens bioquímicas e
hormonais (cortisole ACTH)2) Corrigir depleção de volume (com solução glicofisiológica),
desidratação, distúrbioseletrolíticos e hipoglicemia3) Tratar a infecção ou outros fatores
precipitantes
Reposição de glicocorticóides1) Administrar hidrocortisona, 100 mg EV inicialmente, seguidos
de 50 mg EV de 4/4 horas,durante 24 horas. Depois, reduzir a dose lentamente nas próximas
72 horas, administrandoa droga a cada 4 ou 6 horas EV.2) Quando o paciente estiver tolerando
alimentos por via oral, passar a administrar oglicocorticóide VO e, se necessário, adicionar
fludrocorticortisona (0,1 mg VO)
Mulher com 25 anos de idade deu entrada no Setor de Emergência apresentando quadro de
dor abdominal e febre há 24 horas. Relata quea dor, no momento, localiza-se no quadrante
inferior direito do abdome e que foi precedida de desconforto abdominal difuso, náuseas
eanorexia. Ao exame físico, encontra-se corada, eupnêica, acianótica, anictérica, hipohidratada
(+/4+) e febril (38°C). apresenta abdomedifusamente doloroso à palpação superficial e
profunda principalmente em fossa ilíaca direita. À compreensão do quadrante
inferioresquerdo, refere dor mais intensa no quadrante inferior direito. O sinal de Blumberg
era positivo.
A peristalse se encontrava débil à ausculta abdominal. Os aparelhos respiratório e cardíaco
estavam normais. Nega sintomas urinários ealterações ginecológicas. Última menstruação há
13 dias.
1- Qual o diagnóstico mais provável? Cite quatro dados semióticos que podem ser encontrados
neste
paciente.2- Qual a sequência propedêutica mais adequada para o caso?
3- Submetido à cirurgia sem intercorrências peroperatórias, no quinto dia de pós-operatório, o
pacienteapresenta piora clínica, com febre de 38,5°C e distensão abdominal. Qual a principal
hipótese diagnóstica?
Qual a conduta mais adequada?
Respostas e Comentários:
1. De acordo com os dados clínicos, a hipótese diagnóstica é de abdome agudo inflamatório. O
diagnóstico etiológico maisprovável é apendicite aguda
Sinais semiológicos (guarde os principais):• Sinal de Blumberg: descompressão dolorosa.• Sinal
de Rowsing: deslocamento de gases do colo esquerdo para o hemicolo direito, provocando dor
na fossa ilíaca
direita nos casos de apendicite aguda.• Sinal de Dumphy: dor desencadeada pela percussão
abdominal ou a referida quando se solicita ao paciente para tossir.• Sinal de
Lapinsky: compressão do ceco contra a parede posterior do abdome, enquanto se manda o
doente elevar o
membro inferior direito estendido; nos apêndices retrocecais, principalmente, surgiria dor
provocada pela compressão doapêndice entre o músculo psoas e a mão do examinador.
• Sinal de Lenander: diferença de temperatura axilo-retal > 1ºC (retal > axilar).• Sinal do
Obturador: dor epigástrica à rotação interna da coxa direita flexionada sob decúbito
dorsal.• Sinal do Psoas: dor à extensão seguida de abdução da coxa direita, com o paciente em
DLE (apendicite retrocecal).• Sinal de Murphy: não se obtém som timpânico (pela presença de
exsudato) na zona apendicular. Todas as manobras e
sinais auxiliam, mas nenhum deles isoladamente, sem outros dados clínicos e laboratoriais,
fazem o diagnóstico deapendicite aguda.
• Manobra de Sloan: levantamos a perna direita do paciente sem flexionar o joelho, mais
compressão da zona apendicular.Teoricamente, a compressão do apêndice entre a mão e o
músculo psoas aumenta a dor.
2- Hemograma Completo; Proteína C Reativa; Urina tipo I; Rotina radiológica para abdome
agudo; Ultrassonografiaabdominal e se necessário TC de abdome.
3- Abscesso intra-abdominal. Conduta: internar e solicitar hemograma completo; proteína C
reativa. Radiografia de tórax emPA e Perfil. Urina tipo I e urinocultura. Hemoculturas (3
amostras). Avaliar ferida operatória; ultrassonografia abdominal e TCde abdome.
Diagnóstico definitivo: abscesso em fossa ilíaca direita de 6 cm de diâmetro.Conduta: drenar
por punção transparietal guiadapor TC e prescrição de ATB com cobertura para gram-negativo
e anaeróbio. Reexplorar cirurgicamente a cavidade abdominalse necessário.
Respostas e comentários
1. Parotidite.2. Antibioticoterapia de amplo espectro com cobertura para Staphylococcus
aureus.Vancomicina é uma escolha adequada. Higiene da cavidade oral e caso haja formação
deabscessos, impõe-se a drenagem.A parotidite pós-operatória – uma infecção estafilocócica
rara mas grave da glândula parótida –é limitada quase exclusivamente a pacientes idosos,
debilitados e desnutridos, com higieneoral precária. Aparece na segunda semana do pós-
operatório e está associada ao usoprolongado de sonda nasogástrica. Os fatores
desencadeantes são desidratação e higiene oralprecária, e a patogenia consiste numa redução
da atividade secretora da glândula, comespessamento das secreções parotídeas, que se
tornam infectadas por estafilococos oubactérias Gram-negativas da cavidade oral. Isto resulta
em inflamação, acúmulo de células queobstruem os ductos de grande e médio calibre e, no
decorrer do tempo, formação de váriosabscessos pequenos. Estes abscessos lobulares,
separados por faixas fibrosas, podemdissecar através da cápsula e expandir-se para os tecidos
periglandulares, comprometendo ocanal auditivo, pele superficial e pescoço. Se não for
tratada neste estágio, a doença podeproduzir insuficiência respiratória aguda por obstrução
traqueal.Clinicamente, a parotidite apresenta-se como dor espontânea ou à palpação no
ângulo damandíbula. Com a progressão, surgem febre alta e leucocitose e há tumefação e
eritema naregião parotídea. A parótida geralmente apresenta uma consistência firme e,
mesmo após aformação de abscessos, a flutuação é incomum.A profilaxia inclui uma taxa
hídrica adequada, não usar anticolinérgicos, redução dotraumatismo durante a intubação e, o
mais importante, boa higiene oral (gargarejos frequentes,irrigação da boca e outras medidas
para lavagem e umedecimento da boca).