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BRUNER (1915-2016)
Bruner nunca deixou de respeitar a regra básica da ciência: é preciso começar por
observar os dados a partir dos quais se vão retirar as conclusões
Também na Psicologia Educacional: “se se quer saber como é que as crianças enfrentam
a aprendizagem numa situação escolar, então é preciso estudar crianças na sala de aula e
não estudar ratos e pombos numa gaiola”
1. TEORIA DE J. BRUNER
Posição consistente com a perspetiva cognitiva-gestaltista. O cognitivismo perspetiva
a aprendizagem como um processo interno, que envolve o pensamento, e que,
portanto, não pode ser observado diretamente.
“…para se compreender as partes, é preciso, antes, compreender o todo.”
O objetivo último do ensino é promover a “compreensão geral da estrutura de uma
matéria”.
Entender a matéria como “um todo relacionado”.
“ENTENDER A ESTRUTURA DE UM ASSUNTO É COMPREENDÊ-LA DE
UMA FORMA QUE PERMITE QUE MUITAS OUTRAS COISAS SE
RELACIONEM SIGNIFICATIVAMENTE COM ESSE ASSUNTO”
Formação de conceitos globais.
Construção de generalizações coerentes.
Quando assim é, a aprendizagem é muito mais duradoura e menos facilmente
esquecida.
Chama à sua posição uma teoria da instrução (ou do ensino) e não uma teoria da
aprendizagem.
Porque é prescritiva e não descritiva: prescreve antecipadamente como um assunto
pode ser melhor ensinado.
“demonstra as regras relativas aos meios mais eficazes de atingir conhecimentos”
“estabelece critérios e fixa condições para os satisfazer”
► Por exemplo:
Teoria da aprendizagem diz que as crianças de 6 anos ainda não estão prontas para
compreender o conceito de reversibilidade.
Teoria da instrução prescreve a melhor maneira de guiar a criança a adquirir este
conceito, quando tiver a idade suficiente para o compreender.
2. TRÊS ESTÁDIOS NA REPRESENTAÇÃO DO MUNDO
1. Respostas motoras (enactive) – 0/3 anos; a criança privilegia a ação como forma
de representar a realidade (tocar, manipular, cortar, deslocar para conhecer).
2. Icónico – 3-9/10 anos; vigência de um sistema de representação visual do mundo
e do recurso a imagens esquematizadoras; memória visual muito concreta e
específica.
3. Simbólico - forma mais elaborada de representação da realidade, recorre à
linguagem.
a. Motivação;
b. Estrutura (estruturação dos conhecimentos);
c. Sequência (otimização das sequências de apresentação do material);
d. Reforço (natureza e ritmo de recompensas e punições no processo de
ensino-aprendizagem).
4. MOTIVAÇÃO
► Especifica as condições que predispõem um indivíduo para a aprendizagem
► Quais as variáveis críticas, especialmente nos anos pré-escolares, que ajudam a
motivar a criança e lhe permitem aprender?
► “Vontade de aprender inerente”;
► Não exclui como importante a noção de reforço (recompensa externa);
► Mas só através da motivação intrínseca se sustem a vontade de aprender;
► Curiosidade;
► Impulso para adquirir competência;
► Reciprocidade (trabalhar cooperativamente);
► Motivações intrínsecas são em si mesmas recompensadoras e, por isso,
Autossuficientes;
► Professor deve gerir e aumentar a motivação, facilitando e regulando a exploração
de alternativas (para a aprendizagem e resolução de problemas);
► 3 fases da exploração de alternativas:
Ativação: necessário um certo grau de incerteza para as crianças
ativarem/iniciarem a exploração (não muito fácil / não muito difícil);
Manutenção: devem sentir que a exploração guiada pelo professor é menos
arriscada e mais significativa;
Direção: devem saber qual o objetivo e se falta muito ou pouco para o alcançarem.
5. ESTRUTURA
Qualquer assunto ou tema, pode ser organizado de uma forma ótima para poder ser
transmitido e compreendido por praticamente qualquer aluno;
A estrutura de qualquer corpo de conhecimentos pode ser caracterizada em 3 aspetos:
6. SEQUÊNCIA
Sequência em que o material é apresentado;
Ensinar envolve levar o aluno através de uma determinada sequência, formada pelos
vários aspetos da matéria;
Para Bruner a melhor sequência para ensinar qualquer matéria é
provavelmente partir da representação motora para a icónica até à simbólica (uma
vez que se trata da mesma sequência inata do desenvolvimento intelectual):
Mensagens sem palavras; ação sobre o material;
Exploração de diagramas e representações pictóricas;
Mensagem simbólica, pela palavra.
7. REFORÇO
► Para atingir a mestria de um problema, temos de receber feedback sobre o
que estamos a fazer;
► A altura em que o reforço é dado é crucial para o sucesso na aprendizagem:
► Avaliação: feedback.
► O reforço deve também ser dado de forma compreensível para o aluno.
9. IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS
► O ensino deve ir no sentido do simples para o complexo
► Devem integrar-se os conhecimentos novos em conhecimentos já estruturados
► A aprendizagem tem que ser significativa para o sujeito, ser compreendida e não
apenas memorizada;
► Possibilidade de organizar um currículo, aos níveis pré-escolar e
escolar, que se adeque à ordem de sucessão dos estádios que
comporta a teoria;
► O emprego do método da descoberta – centrando-se na
“estimulação do pensamento ativo” – constitui uma das
implicações pedagógicas mais ricas;
► Permite uma maior intervenção do aluno no processo de aprendizagem;
► Confere ao aluno maior confiança nos resultados da sua aprendizagem;
► Permite usar a mente de uma forma mais ampla do que a
mera memorização;
► Currículo em espiral”
► A aprendizagem, para um qualquer aluno, pode sempre iniciar-se
no ponto em que se encontre e todas as vezes que (re)inicie a
aprendizagem de um tema;
• Em cada estádio de desenvolvimento a criança tem uma forma
característica de ver o mundo e explicá-lo a si própria;
► O currículo deve ser organizado em espiral. e, o
mesmo tópico deve se ensinado a vários níveis e a
abordagem deve ser feita em círculos concêntricos
cada vez mais alargados e profundos;
► O ensino deve acompanhar o desenvolvimento da
criança: a aprendizagem começaria por
experiências ativas, como a manipulação de
objetos, para depois passar ao estudo das
representações dos objetos e, mais tarde, aos
conceitos mais complexos e abstratos;
► Organização de currículo consentâneo com as etapas do desenvolvimento cognitivo;
► Papel do professor
► Entender como os seus alunos pensam para adequar os métodos de ensino