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GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PIAUÍ-UESPI


CAMPUS DOM JOSÉ VASQUEZ DIA – BOM JESUS/PI
COORDENADORIA DO CURSO DE: DIREITO
DISCIPLINA: LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO JURÍDICA - BLOCO – 1º - 2022.2
Prof.º: RÔMULO LIMA

Resenha Crítico- Figuras de Linguagem no Contexto Jurídico

Aelma dos S. Cunha de Freitas - Matricula Nº 1086004


Carlos Eduardo de Carvalho – Matrícula Nº 1086009
Josele de Carvalho Silva – Matrícula 1086016
Tatiano Ribeiro dos Santos - Matricula Nº 108606

Bom Jesus – PI
2023
RESENHA CRÍTICA

A Língua Portuguesa é um universo a ser explorado. O Português Jurídico ou


Português aplicado ao estudo do Direito é uma disciplina do curso de direito, que
como o próprio nome já sugere é um português voltado à seara jurídica. Sua matéria
de estudo além de abranger regras gramaticais da língua portuguesa em sua órbita
de abrangência de cunho jurídico, desde o léxico e vocabulário, passando pela
sintaxe da concordância e regência até desembocar na semântica: sentido das
palavras na linguagem jurídica.
Além de questões gramaticais a matéria engloba um rol de outros assuntos que não
são vistos no ensino do português tradicional. Expressões latinas estão presentes no
direito tornando-o esmerado e erudito. O vocabulário é imprescindível nesse estudo,
a enunciação do discurso, redação jurídica e até mesmo a formatação do parágrafo
são assuntos inerentes ao estudo desses.

FIGURAS DE LINGUAGEM NO CONTEXO JURIDICO.

CONCEITO:
As figuras de linguagem, como são chamadas no Brasil, são algumas estratégias
aplicadas, pelo escritor, ao texto para conseguir diferentes efeitos na interpretação.
Elas podem, de acordo com Bechara (2009), ser de ordem semântica, fonológica ou
sintática, por isso, dividem-se: Figuras de palavras, Figuras de pensamento
Figuras de sintaxe.
As figuras de linguagem são amplamente utilizadas no cotidiano das pessoas e na
literatura.
AS FIGURAS DE PALAVRAS

Também chamadas de figuras de semântica, elas são oito: metáfora; metonímia;


comparação ou símile; perífrase ou antonomásia; sinestesia; sinédoque; alegoria e
catacrese.
Metáfora: ocorre quando há a comparação implícita de dois elementos que
tenham características em comum. A comparação deve ser subentendida.
Metonímia: ocorre quando há a substituição de uma palavra por uma de sentido
próximo. Pode ser dito o efeito no lugar da causa, a parte no lugar do toda a marca
no lugar do produto, o autor no lugar da obra.
Comparação: como o próprio nome já sugere, é a comparação explícita entre dois
elementos. Sempre deve haver um conectivo comparativo (como, tal qual, que nem)
para que esta figura de palavra ocorra.
Perífrase: ocorre quando aparece uma expressão simbólica que indique, de maneira
indireta, algo que poderia ser diretamente dito com poucas palavras.
Sinestesia: Ocorre quando do texto misturam-se as sensações expressas pelos
sentidos humanos (tato, olfato, paladar, audição e visão).
Sinédoque: é caracterizada pela substituição de um termo por outro que pode ou
ampliar ou reduzir seu sentido. O termo referido pode ser o singular ao invés do
plural, a classe ao invés do indivíduo ou a parte no lugar do todo.
Alegoria: Trata-se de um conjunto criado para transmitir uma mensagem de maneira
figurada.
Catacrese: Ocorre quando se utiliza uma palavra para nomear outra coisa porque,
para este, não há nome específico.

AS FIGURAS DE PENSAMENTO

São construções usadas para que a expressividade da mensagem seja enfatizada.


Elas são oito: antítese; apóstrofe; eufemismo; gradação; hipérbole; ironia; paradoxo
e prosopopeia. Elas podem causar emoção a partir da alteração do sentido
semântico da frase.
Antítese: caracteriza-se pela aproximação de conceitos contrários.
Apóstrofe: ocorre quando o emissor chama uma pessoa ou algo personificado,
criando uma conexão.
Eufemismo: ocorre quando usamos uma palavra para suavizar um termo que pode
ser desagradável, polêmico ou impactante.
Gradação: ocorre quando há um encadeamento crescente ou decrescente de ideias
que suaviza ou intensifica uma mensagem.
Hipérbole: ocorre quando há exagero na mensagem, propositalmente.
Ironia: ocorre quando se transmite intencionalmente o contrário do que se quer,
satirizando uma pessoa ou situação.
Paradoxo: é também chamado de oximoro e ocorre quando há a associação de dois
conceitos que se contradizem.
Personificação: também chamada de prosopopeia, ela ocorre quando se dá
características humanas a seres inanimados ou irracionais.

AS FIGURAS DE SINTAXE

Também são conhecidas como figuras de construção. As principais são nove:


pleonasmo; anáfora; anacoluto; elipse; zeugma; assíndeto; polissíndeto; hipérbato e
silepse. Elas enfatizam o aspecto sintático e provocam mudanças na estrutura da
oração.
Pleonasmo: também chamado de redundância, ocorre quando usamos
excessivamente palavras que por vezes não são necessárias.
Anáfora: mais comum na linguagem literária, ocorre quando repetimos uma ou mais
palavras no início de versos, orações ou períodos.
Anacoluto: ocorre mais na fala, quando ocorre uma interrupção para antecipar um
termo que seria dito depois, desconectando-o da oração.
Elipse: ocorre mais na fala e se caracteriza pela omissão de um termo da oração,
mas isso não prejudica a compreensão da frase.
Zeugma: é a omissão de algum termo da oração já citado anteriormente sem
prejudicar a compreensão da frase.
Assíndeto: ocorre quando há ausência de conectores para ligar as palavras ou
frases.
Polissíndeto: ocorre quando há uso excessivo de conectores para ligar as palavras
ou frases.
Hipérbato: ocorre quando há uma inversão brusca da colocação natural das palavras
da sentença, trocando a ordem das mesmas.
Silepse: ocorre quando há uma concordância ideológica e não uma concordância
gramatical. A concordância se dá de acordo com a ideia que se pretende transmitir.
A linguagem complexa é uma marca do profissional do direito, entanto quando
exagerada por muitos termos técnicos, jargões e do latim, mostra-se arcaica. Não é
proveitoso falar difícil para ser bem visto e entendido. Por isso, a proposta é
demonstrar que uma simplificação da linguagem do direito vem a ser mais acessível
e a evitar obstáculos que se formam quanto à interpretação, assim como no
entendimento ao se quer dizer. A linguagem usada nos tribunais brasileiros, embora
seja a norma culta da língua portuguesa ,não é de fácil entendimento para a maioria
dos cidadãos. A linguagem jurídica deve ser objetiva e clara, tanto por parte dos
juízes como por parte dos advogados. Publicada a decisão qualquer pessoa deveria
entendê-la, sem precisar de explicação de profissionais da área. No dia-a-dia dos
tribunais, a extinção do seu uso ainda soa distante. Ao contrário, flui entre doutores.
Um dialeto que aprendido nas salas de aula do curso de Direito, ganhas novos
falantes, em nome da vaidade e da tradição. Os truques advêm de citações em
latim, mesóclises e outras pirotécnicas verbais. Mais do que jargão, o Juridiquês
tornou-se inimigo da justiça e aparece como uma das principais queixas da
população sobre a justiça.

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