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Concentração Industrial e Bancária

Começamos, em 1870, a perceber a existência de uma civilização industrial.


A indústria começou a moldar a vida económica, e até as decisões políticas,
fazendo notar o ápice do Capitalismo Industrial. Este caracteriza-se por um
grande investimento na indústria, tendo como base uma clara distinção entre os
detentores do capital e o trabalho, representado pela mão-de-obra assalariada.

A Concentração Industrial
No decorrer do século XIX, as fábricas mais prósperas converteram-se em
grandes empresas, com várias sucursais e ramificações, envolvendo enormes
capitais.
É na segunda metade do século que a Concentração Industrial começa a acelerar,
e as grandes empresas tem como reforço a evolução da tecnologia, capaz de
resistir às crises.
Fruto desta dinâmica capitalista, constituíram-se dois tipos de concentrações
industriais: as verticais e as horizontais.
A concentração vertical consistia na integração, numa mesma empresa, de todas
as fases de produção, desde a obtenção de matéria-prima, à venda do produto.
Já a concentração horizontal, consistia numa associação de empresas com o
objetivo de evitar concorrência. Na Europa, este tipo de associações ficou
conhecido como cartel e difundiu-se bastante na Alemanha.
Quando combinados os dois tipos de concentração, constituíam-se grandes
grupos económicos, dando assim origem a multinacionais.

A Concentração Bancária
Os bancos tiveram um papel fundamental no crescimento económico do século
XIX. A sua atividade tornava possível a ampliação e a modernização das
indústrias.
O sistema bancário integrava-se na dinâmica do mundo industrial: na segunda
metade do seculo regista um forte crescimento, acompanhado da diminuição do
número de instituições. Os bancos mais poderosos constituíam uma rede de
sucursais no país e no estrangeiro, que permitiu uma centralização das poupanças
dispersas para o investimento lucrativo.
Os bancos participaram diretamente no desenvolvimento industrial, injetando
capitais próprios nas empresas, sobretudo nos setores da siderurgia e dos
transportes.
A Racionalização do Trabalho

O aumento da concorrência colocou aos empresários duas questões: produzir


com qualidade e produzir a baixo preço. Então, era necessário rentabilizar todos
os recursos materiais e humanos.
Depois de vários anos de estudo, Frederic Winslow Taylor publicou a obra
“Princípios da Direção Cientifica da Empresa”, onde expos o seu método para
otimizar do rendimento da fábrica. Este método ficou conhecido como
taylorismo, que se baseava na divisão máxima do trabalho, seccionado em
pequenas tarefas elementares e encadeadas.
Este trabalho mecanizado resultava na produção maciça de objetos iguais,
perfeitamente estandardizados, ou seja, uniformizados, de forma a permitir o
fabrico em série e a produção em massa.
A primeira pessoa a utilizar o método de Taylor foi Henry Ford, construtor de
automóveis que, em 1913, introduziu na sua fábrica uma linha de montagem
concebida segundo os princípios rígidos do taylorismo.
O ritmo de produção tornou-se alucinante, e, para compensar e incentivar os
operários, Henry Ford elevou os salários para o dobro da tabela corrente. Esta
medida elevou o nível de vida dos trabalhadores, permitindo-lhes comprar um
automóvel que, disponibilizado em prestações suaves, fez com que a empresa
recuperasse parte do montante despendido nos salários.
A visão empresarial de Henry Ford fez tanto sucesso que foi criada, sob a
designação de fordismo, uma nova forma de gerir as grandes empresas.
No entanto, os métodos taylorizados provocaram a contestação dos sindicatos e
também de muitos intelectuais, pois estes acreditavam que a racionalização
excessiva retirava toda a dignidade ao trabalho, transformando o operário num
mero autómato, escravo de uma cadeia de máquinas.

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