Você está na página 1de 23

Universidade Federal da Paraíba

Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes

Departamento de Psicologia

Investigação e Desenvolvimento de Metodologia de Avaliação dos Riscos Ergonômicos

Psicossociais

Cássio Felipe Bandeira de Brito

João Pessoa

2022
2

Universidade Federal da Paraíba

Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes

Departamento de Psicologia

Investigação e Desenvolvimento de Metodologia de Avaliação dos Riscos

Ergonômicos Psicossociais

Trabalho de Conclusão de Curso realizado


sob orientação do Prof. Dr. Anísio José da
Silva Araújo e apresentado ao Departamento
de Psicologia da Universidade Federal da
Paraíba para obtenção do título de bacharel
em Psicologia (formação de psicólogo)

Cássio Felipe Bandeira de Brito

João Pessoa

2022
3

Investigação e Desenvolvimento de Metodologia de Avaliação dos Riscos

Ergonômicos Psicossociais

Cássio Felipe Bandeira de Brito

Banca examinadora:

__________________________________________________________

Prof. Dr. Anísio José da Silva Araújo (Orientador)

Universidade Federal da Paraíba

___________________________________________________________

M.e. Romero Cardoso Oliveira

Universidade Federal da Paraíba

__________________________________________________________

M.a. Valéria Nicolau de Sousa

Universidade Federal da Paraíba


4

Dedico esse trabalho de conclusão a todos meus familiares, Meus professores, ao


Romero e professor Anísio e a minha noiva.
5

Deixar que os fatos sejam fatos naturalmente, sem que sejam forjados para
acontecer, deixar que os olhos vejam os pequenos detalhes lentamente, deixar que as cruzes
que lhe circundam, estejam sempre inertes, como móveis inofensivos, para lhe servir quando
for preciso, e nunca lhe causar danos sejam eles: morais, físicos ou psicológicos

Chico Science
6

Agradecimentos

Agradeço a todos meus familiares que sempre me apoiaram mesmo quando os deixei

para correr o mundo em busca de ganhar a vida, pouco a pouco vou ganhando essa batalha;

Agradeço também aos meus professores que tanto me ajudaram e ensinaram; Ao Romero que

se não fosse por sua pesquisa essa apresentação não aconteceria; Ao professor Anísio que

aceitou ser meu orientador; e a minha noiva Gabriella que tanto tem me apoiado nessa

caminhada.
7

Sumário

RESUMO__________________________________________________________ 8

INTRODUÇÃO_____________________________________________________10

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS______________________________13

RESULTADOS_____________________________________________________16

CONCLUSÃO______________________________________________________21

REFERÊNCIAS____________________________________________________22
8

Resumo

Com o Decreto nº 8373/2014 criou-se a obrigação às empresas de comunicar

ao estado informações trabalhistas, previdenciárias e tributárias de forma unificada no

Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas

(eSocial). Em 2019 houve o acréscimo de informações acerca de riscos psicossociais e

ergonômicos. Surgiu assim esse plano de trabalho que visou a criação de uma metodologia de

avaliação dos riscos ergonômicos psicossociais e cognitivos no contexto do eSocial. O início

dessa pesquisa se deu com a premissa de fazer uma revisão sistemática sobre questionários de

importância para a criação desta metodologia. Após esta etapa houve um refinamento dos

textos encontrados, começando assim uma catalogação das questões encontradas nos textos

remanescentes. Ao final dessa primeira parte foram selecionados 25 questionários com o total

de 685 questões, divididas entre 15 secções cada uma a respeito de um tema de relevância.

Em seguida prosseguimos analisando as questões, unificando as questões de temas similares

e questões iguais ou parecidas, concluindo ao final com uma quantidade de 154 questões

distribuídas em 10 secções e a criação de duas metodologias, uma longa e uma curta.

Palavras-chave: Ergonomia; psicossocial; e-social; questionário


9

Abstract

Decree No. 8373/2014 created the obligation for companies to report labor, social

security and tax information to the state in a unified manner in the Digital Bookkeeping

System for Tax, Social Security and Labor Obligations (eSocial). In 2019, information on

psychosocial and ergonomic risks was added. Thus, this work plan emerged, aimed at

creating a methodology for evaluating ergonomic, psychosocial and cognitive issues in the

context of eSocial. The beginning of this research took place with the premise of making a

systematic review on the interests of importance for the creation of this methodology. After

this step, the texts found were refined, thus starting a cataloging of the issues found in the

remaining texts. At the end of this first part, 25 visitors were selected with a total of 685

questions, divided into 15 sections each on a theme of religious worship. Then we continued

analyzing the questions, unifying the questions of similar and equal or exactly the same

themes, concluding in the end with a quantity of 154 questions distributed in 10 sections and

the creation of two methodologies, one long and one short.

Palavras-chave: Ergonomics; psychosocial; e-social; quis


10

Introdução

O governo Brasileiro tem instituído diversas formas de informatizar o controle de

dados referentes a questões fiscais e tributárias. O Decreto nº 8373/2014 instituiu o Sistema

de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) que,

além de verificar questões tributárias, passou a cobrar informações sobre aspectos

trabalhistas, incluindo a saúde ocupacional. Com isso, as empresas foram obrigadas a

comunicar ao governo diversas informações trabalhistas, previdenciárias e tributárias de

forma unificada. Assim, os riscos associados à ergonomia também ganharam espaço no

Manual de orientação do eSocial (Esocial, 2019) sob a rubrica "S-2240: Condições

Ambientais do Trabalho – Fatores de Risco". Em 2019, as empresas foram obrigadas a enviar

informações referentes a cinco categorias de "risco ergonômico" (RE): biomecânicos (ex:

postura sentada por longos períodos, trabalho com esforço físico intenso, etc.), mobiliário e

equipamentos (ex: posto de trabalho improvisado, assento inadequado, etc.), organizacionais

(ex: monotonia, trabalho noturno, divisão de tarefas, etc.), ambientais (ex: pressão sonora

fora dos parâmetros de conforto, iluminação diurna inadequada, temperaturas insalubres, etc.)

e psicossociais/cognitivas (ex: situações de estresse, sobrecarga de trabalho mental, etc).

Há uma preocupação em como adequar as metodologias de investigação dos riscos

ocupacionais e psicossociais de modo a atender as exigências do governo quanto aos aspectos

referentes ao risco ergonômicos do eSocial, pois há uma escassez de publicações na área de

avaliação desses riscos (Vasconcelos, 2019) e as metodologias encontradas avaliam aspectos

específicos, porém a avaliação psicossocial é considerada complexa, e o foco em pontos

específicos pode incorrer o erro de desconsiderar a interação dos diversos fatores que a

compõe (Rodrigues & Faiad, 2018). Nesse contexto, o presente estudo aqui proposto parte de

uma necessidade encontrada nas empresas de desenvolver um instrumento de avaliação

psicossocial no trabalho que seja eficaz em propiciar uma análise das situações de trabalho
11

para se obter uma melhoria real das condições de trabalho de seus funcionários, além de

atender à legislação do eSocial.

A contribuição da academia pode ocorrer nos seguintes aspectos: (1) A partir dos

conhecimentos da ergonomia, há uma grande discussão sobre o trabalho e a necessidade de

adaptá-lo ao homem (Abrahão et al., 2009; Daniellou et al., 2004; Guérin et al., 2001). Falar

de risco ergonômico leva à ideia de que se tem saúde quando são eliminados os riscos. Mas a

Ergonomia e a Psicodinâmica do Trabalho trazem uma visão mais ampla e proativa de saúde,

devendo-se considerar que o trabalho tem potencial de prover saúde ao trabalhador e não

apenas de tirá-la (Dejours, 1986; Falzon, 2007); (2) Focar mais na análise da atividade do

trabalhador e não apenas na situação de trabalho. O que as empresas estão fazendo nesse

período de implementação do eSocial, se contrapõe ao conceito da Ergonomia, proposto

também na NR 17 (Portaria n. 3.214, 1978) em seu primeiro parágrafo. Ao afirmar sobre a

necessidade de “estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho

às características psicofisiológicas dos trabalhadores […]”. As metodologias que estão sendo

utilizadas pelas empresas estão focadas na situação de trabalho tendo pouquíssima

informação acerca das necessidades da atividade do trabalhador e para essa informação a voz

do trabalhador é fundamental, pois estes que estão na labuta do dia a dia no ambiente de

trabalho e essa experiência não pode ser subestimada por conta do conhecimento técnico,

seus relatos podem englobar todos os aspectos do ambiente de trabalho (Pereira et al, 2020).

Projetos de iniciação científica devem implementar ações que considerem a centralidade do

trabalhador (Dejours; Deranty, 2010) e de sua subjetividade (Dejours, 2014; Sznelwar et al.,

2011), buscando instrumentos práticos que levem a uma visão de melhoria dos ambientes de

trabalho, com foco no conforto do trabalhador. (3) A percepção inicial decorrente do contato

com as empresas é que neste primeiro período antes da implementação do eSocial as


12

empresas parecem estar mais focadas na implementação imediata da ferramenta do que na

minimização das raízes dos riscos ergonômicos na prática.

O presente texto tem como objetivo o desenvolvimento de uma metodologia de

avaliação dos riscos ergonômicos psicossociais e cognitivos no contexto do eSocial,

embasado na investigação de instrumentos de pesquisa nesta área, que auxilie as empresas

nessa investigação. Desta forma, o objetivo geral é investigar na literatura instrumentos de

avaliação de riscos psicossociais e cognitivos e analisar a aplicabilidade dos mesmos aos

temas solicitados pelo governo para a criação de um questionário que englobe todos os

setores dos riscos ergonômicos solicitados no eSocial. Como objetivos específicos, pretende-

se pesquisar e selecionar instrumentos ou ferramentas de avaliação de fatores psicossociais e

cognitivos nas plataformas de pesquisas acadêmicas mais relevantes: Scielo; Lilacs; PubMed;

Web of Science; Science Direct; catalogar as questões encontradas em cada instrumento

selecionado, filtrar e compactar questões para criação de um questionário de avaliação de

riscos psicossociais no trabalho.


13

Método

A metodologia adotada nesse estudo abrangeu inicialmente uma revisão estruturada

da literatura iniciada em Outubro de 2019 e tendo como base de dados as seguintes

plataformas de pesquisa: Scopus, Lilacs, Scielo, PubMed, Web of Science e Science Direct.

Foi definido quatro critérios para a seleção dos artigos. (1) Uso dos descritores:

(“psychosocial risk*” OR “psychosocial hazard*”), (work* OR labour* OR labor* OR

employ* OR ergonomic* OR “human factor”); (2) ter como base o ano de publicação de

2010 ou superior; (3) artigos de pesquisa original ou de revisão sistemática da literatura; e por

fim (4) Ser artigos em língua inglesa.

A partir desses critérios de seleção inicial foram coletados 856 artigos. Após essa

seleção seguiu-se, então, para um refinamento da seleção dos artigos, agora considerando os

resumos, abstracts, títulos e palavras chaves. Os artigos que não tinham relação com riscos

psicossociais foram retirados da amostra. Após essa etapa ficaram a quantidade de 353

artigos, os quais passaram por um novo refinamento, dessa feita considerando a leitura das

metodologias, tendo foco a avaliação utilizada pelo artigo e se era um método de avaliação

psicossocial. Desta fase sobraram 109 artigos, os quais foram analisados quanto aos diversos

métodos de avaliação, tendo sido encontradas algumas duplicidades metodológicas. Ao final,

foram identificados 83 diferentes métodos de avaliação psicossocial.

O passo a seguir foi a busca pelas avaliações utilizadas na íntegra dos 83 artigos, o

que resultou na descoberta de 51 questionários completos. Estes questionários junto a suas

metodologias foram lidos, havendo o descarte de 14 questionários, pois não tratavam de

aspectos voltados ao trabalho, ou seja, analisavam aspectos psicossociais, porém não

relacionados ao trabalho. Outros 12 questionários foram descartados por estarem

relacionados somente com questões referentes a problemas físicos. Desse modo, chegamos a

um total final de 25 artigos com os respectivos questionários completos.


14

Os artigos remanescentes na amostra final foram: NIOSH Generic Job Stress;

Copenhagen Psychosocial Questionnaire II (COPSOQ II); European Survey on Working

Conditions (EWCS); Questionnaire on Psychosocial Factors at Work (QPFW); Brief Job

Stress Questionnaire (BJSQ); Management Standards Indicator Tool (HSE); Negative Acts

Questionnaire (NAQ); Effort Reward Imbalance (ERI); European Survey of Enterprises on

New and Emerging Risks (ESENER II); Nordic Occupational Safety Climate Questionnaire

(NOSACQ-50); Occupational Stress Questionnaire (OSQ); Employee Satisfaction

Survey/Overall Job Satisfation (ESS/OJS); Psychosocial Risk Scale (PRS); Questionário de

Estado e Saúde SF-36 (QES SF-36V2); Psychosocial Safety Climate Questionnaire (PSC) 25;

Work Design Questionnaire (WDQ); Örebro Musculoskeletal Pain Screening Questionnaire

(ÖMPSQ); Psychological General Well-Being Index (PGWBI); Depression Anxiety Stress

Scale (DASS) 21; Instituto Sindical de Trabalho, Ambiente e Saúde (ISTAS II); Utrecht

Work Engagement Scale (UWES); Multidimensional Scale of Perceived Social Support

(MSPSS); Health and Work Survey (HWS); Aggression Questionnaire (AQ); Job Satisfaction

Survey (JSS).

Em seguida, iniciou-se a catalogação das questões das avaliações. Para tanto foi

estruturada uma planilha inicial com 15 seções, as quais refletiam os temas encontrados nos

artigos, tais como: (3) Influência e autonomia no trabalho; (7) Riscos no trabalho; (10)

Demandas mentais; (13) Satisfação no trabalho; dentre outros. A metodologia utilizada para

extração das questões foi tabular primeiro todas as questões de um questionário base (NIOSH

Generic Job Stress Questionnaire) e na tabulação dos demais questionários, sempre comparar

com as questões já catalogadas do questionário base. Dessa metodologia podiam haver três

situações e ações nessa comparação: (1) se se tratasse de uma questão que não foi abarcada

pelo questionário base, esta seria acrescentada; (2) se uma questão fosse igual a uma já

catalogada, a questão inicial do questionário base ou do questionário que acrescentou a


15

questão na planilha seriam mantidos; (3) e por último, seria o caso de uma questão parecida

ou mais completa de uma já catalogada, então está seria acrescentada ficando agora como

pergunta base substituindo a questão antiga. Abaixo temos mais detalhado essa tabulação.

A primeira ferramenta a ser confrontada com a NIOSH, que serviu de metodologia

base, foi a COPSOQ II – Versão Longa. Cada questão foi comparada e verificada se havia

compatibilidade com alguma questão já descrita na NIOSH. Seguindo o preenchimento da

planilha de acordo com a situação já abordada que ocorresse: (1) Nos casos que a COPSOQ

II tivesse questões que não foram abordadas pela NIOSH, estas foram acrescentadas. (2)

Caso houvesse questões iguais, a pergunta base da NIOSH é mantida e a pergunta da

COPSOQ II é descrita apenas para fins de catalogação e levantamento de questões que mais

saíram nas metodologias encontradas; (3) E caso a questão da COPSOQ II fosse mais

completa, esta substituía a questão da NIOSH. Caso houvesse alguma necessidade de

complementação, a questão base é tomada como referência e o texto é alterado,

complementando a pergunta.

Assim foi sendo feito um por um com os questionários, sendo que na terceira

metodologia (EWCS) as questões não eram mais só analisadas e comparadas com as questões

da metodologia base, mas sim com a metodologia base e a seguinte dela, nesse caso: NIOSH

e COPSOQ II e assim subsequentemente com os demais questionários.

Para esta pesquisa foram utilizados computadores, internet, planilhas para tabulação,

leitores de PDF’s, tradutores, pois a grande maioria dos artigos foram em inglês (não todos os

textos, pois encontramos alguns questionários já validados para o português).


16

Resultados

A partir da observação e comparação entre os questionários levantados o resultado foi

uma planilha com 606 questões (já retiradas as questões duplicadas) e até então ainda com 15

secções onde foram distribuídas as perguntas das metodologias, a partir dessa planilha

observou-se a necessidade de diminuir o questionário, assim ficou decidido juntar algumas

das secções iniciais e trabalhar para juntar mais as questões catalogadas, pois havia uma

grande quantidade de questões.

Tabela 1

Exemplo de união de questões com temas ou assuntos similares

Questões originais identificadas nos Questão final que integrará o

questionários pesquisados questionário final

A responsabilidade pela eficiência e

produtividade de muitos funcionários é

colocada sobre mim


Eu tenho responsabilidade pela
Quanta responsabilidade você tem
eficiência, produtividade, segurança, bem-
pela segurança no emprego de outras
estar e/ou remuneração de outros
pessoas?
trabalhadores
Quantas pessoas trabalham sob sua

supervisão para as quais aumentos salariais

ou promoção dependem diretamente de você?

A partir desse trabalho de junção de questões e diminuição da planilha chegou-se ao

resultado final de uma planilha com 10 secções e 154 questões. Abaixo se encontram duas
17

tabelas onde uma mostra um exemplo da junção de algumas questões em uma única mais

abrangente e a outra com as secções iniciais do trabalho e as respectivas secções finais.

Tabela 2

Categorias utilizadas no início do trabalho e no questionário proposto

Categorias inicialmente propostas Categorias do questionário proposto

 Suporte Social

 Suporte e Relacionamentos
 Oportunidades de Emprego / Futuro

Profissional  Formação, Treinamento e Futuro

Profissional
 Atividades fora do Trabalho

 Equilíbrio entre Trabalho e Vida


 Ambiente Físico / Riscos no Trabalho
Pessoal
 Problemas no Trabalho / Satisfação
 Riscos no Trabalho
no Trabalho

 Satisfação no Trabalho
 Como você se Sente sobre Você

 Como eu estou me sentindo?


 Seu Trabalho / Informações gerais do

trabalho  Organização e Métodos de Trabalho

 Demandas do Trabalho / Carga e  Ritmo de Trabalho / Participação do

Responsabilidades do Trabalho Trabalhador e Autonomia

 Conflito no Trabalho / Demandas  Carga Mental

Mentais
18

Decorrido essa fase de refinamento do questionário foi observado a possibilidade de

fazer duas versões do questionário, sendo uma versão mais longa e uma versão mais curta.

Para a produção da versão curta, com menos questões, foram elaboradas questões mais

abrangentes, a partir dos assuntos abordados nas secções da versão longa. A ideia é que seja

aplicada inicialmente a versão curta que contém 37 questões, Ao final da análise das

respostas do questionário curto, havendo a observância de problemas em alguma secção do

questionário, aplica-se o segundo que é o longo, podendo ser aplicado somente a secção onde

foram apontadas as dificuldades, assim diminuindo o tempo de aplicação e sendo objetivo na

pesquisa e depois na possível resolução do problema encontrado. As secções com suas

descrições e os totais de questões abarcadas encontra-se descritas abaixo:

• Secção 1: Participação do trabalhador e autonomia – questões que abarcam carga

de trabalho exigida, responsabilidades esperadas e passadas para o funcionário, demandas

específicas dentre outros.

◦ Versão curta: 3 questões

◦ Versão longa: 11 questões

• Secção 2: Ritmo de Trabalho – questões acerca das demandas, metas passadas

que fazem o trabalhador trabalhar mais ou menos, dentre outros.

◦ Versão curta: 3 questões

◦ Versão longa: 13 questões

• Secção 3: Organização e métodos de trabalho – questões mais específicas a

respeito do entrevistado em seu trabalho como forma de trabalho, demandas, equipe etc;

◦ Versão curta: 4 questões

◦ Versão longa: 17 questões


19

• Secção 4: Formação, treinamento e futuro profissional – questões sobre

oportunidades gerais de empregos caso o entrevistado quisesse ou precisasse procurar outro

emprego como ele vê a oferta de acordo com suas capacidades e conhecimento; Além de

informações acerca do que o entrevistado vê para seu futuro, estabilidade etc.

◦ Versão curta: 4 questões

◦ Versão longa: 11 questões

• Secção 5: Riscos no trabalho – toda parte de riscos ficou nessa seção, desde

perigos físicos até riscos psicológicos, além de questões acerca do ambiente de trabalho;

◦ Versão curta: 4 questões

◦ Versão longa: 21 questões

• Secção 6: Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal – levantamento de atividades

cotidianas, responsabilidades fora do trabalho dentre outros.

◦ Versão curta: 3 questões

◦ Versão longa: 7 questões

• Secção 7: Carga mental – o que a empresa demanda do funcionário no trabalho

em relação a habilidades, estresse, pressões etc; Além de toda parte de conflitos internos do

local de trabalho foi destinada a essa secção

◦ Versão curta: 4 questões

◦ Versão longa: 20 questões

• Secção 8: Suporte e Relacionamentos – envolveu perguntas de apoio recebido,

não só no âmbito do trabalho, mas também fora dele:

◦ Versão curta: 4 questões


20

◦ Versão longa: 18 questões

• Secção 9: Satisfação no trabalho – questões acerca do sentimento de satisfação do

funcionário com o trabalho no geral e os tipos de problemas encontrados no trabalho.

◦ Versão curta: 4 questões

◦ Versão longa: 15 questões

• Secção 10: Como estou me sentindo – informações sobre o estado do trabalhador,

tanto física como mental:

◦ Versão curta: 4 questões

◦ Versão longa: 21 questões

Como resultado final criamos um questionário com 154 questões e uma versão

curta do mesmo com 37. Estes não foram aqui demonstrados, pois estão em fase de

validação. As respostas serão obtidas por meio de uma escala likert de 5 pontos onde vai de

discordo totalmente a concordo totalmente.


21

Conclusão

O trabalho apresentado conclui o seu objetivo central e inicial que era de desenvolver

uma metodologia que abarcasse todas as esferas de riscos psicossociais solicitadas no

eSocial, o trabalho conseguiu ainda ir além ao fazer um questionário curto e um longo,

conseguindo ser maleável a cada empresa, porte da mesma, disponibilidade de tempo dentre

outros fatores que faz as empresas escolherem entre um ou outro, sendo a recomendação

deste trabalho que se aplique o questionário curto inicialmente e posteriormente com correta

análise e observado alguma secção com dificuldades faz-se a aplicação do questionário longo

daquela secção em específico, para um melhor aprofundamento sobre o problema

apresentado.

Acreditamos que as questões deste questionário beneficiarão as empresas, seja através

da facilidade de reconhecer e identificar os pontos de riscos que podem e devem ser

melhorados, assim como, no preenchimento de informações solicitados no eSocial. Para além

disso os benefícios à vida dos trabalhadores. Espera-se que a medida que as empresas

obtenham uma visão mais detalhada do ambiente de trabalho e de como seus funcionários

lidam com ele e com os fatores que afetam direta e indiretamente a produtividade destes, esta

visão pode gerar melhorias que influenciem em todos os aspectos seja na vida e saúde do

trabalhador, seja na produção e nos riscos em geral.

Agora faz-se necessária a aplicação e validação destes questionários, é o passo a ser

dado em seguida, para que validado e comprovado a sua eficácia, possa ser divulgado e

comece a ser utilizado em ampla escala pelas empresas, servindo de referência em

questionário para questões de riscos psicossociais no trabalho e de preenchimento de

informações no eSocial.
22

Referências

Abrahão, J. I., Sznelwar, L., Silvino, A., Sarmet, M., & Pinho, D. (2009) Introdução à

ergonomia da prática à teoria. São Paulo: Blucher.

Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria n.° 3.214, 08 de junho de 1978. (1978) Norma

Regulamentadora 17 – Ergonomia.

https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=9CFA23

6F73433A3AA30822052EF011F8.proposicoesWebExterno1?

codteor=309173&filename=LegislacaoCitada+-

Daniellou, F. (2004). A ergonomia em busca de seus princípios: Debates Epistemológicos.

São Paulo: Edgard Blücher.

Dejours, C. (1986) Por um novo conceito de saúde (Vol. 14, n. 54). Revista Brasileira de

Saúde Ocupacional.

Dejours, C. (2014) Subjetividade, trabalho e ação (Vol. 14, n. 3, pp. 27–34). Revista

Produção.

Dejours, C.; & Deranty, J.-P. (2010) The Centrality of Work. Critical Horizons (Vol. 11, n. 2,

pp. 167–180).

Esocial. (2019) Manual de orientações do eSocial. Versão 2.5.01.

https://www.gov.br/esocial/pt-br/documentacao-tecnica/manuais/mos-2-5-01.pdf.

Falzon, P. (2007) Ergonomia. São Paulo: Blucher.

Guérin, F., Laville, A., Daniellou, F., Duraffourg, J., & Kerguelen, A. (2001) Compreender o

trabalho para transformá-lo: A prática da ergonomia. São Paulo: Blucher.

Rodrigues, C. M. L., & Faiad, C. (2018) Avaliação psicossocial no contexto das normas

regulamentadoras do trabalho: desafios e práticas profissionais (Vol. 27, 2ed, pp.

287-310). Psicologia Revista.


23

Sznelwar, L. I., Uchida, S., & Lancman, S. (2011) A subjetividade no trabalho em questão

(Vol. 23, n. 1, pp. 11–30). Tempo Social.

Vasconcelos, V. D. (2019) Práticas de avaliação psicológica (psicossocial) com

trabalhadores expostos a riscos de altura e espaço confinado. [Dissertação de

Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre].

Você também pode gostar