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DIREITO
PROCESSUAL
PENAL
Sumário
Sumário 1
Da Competência 2
1
STJ não é competente para julgar crime praticado por Governador no exercício do mandato
se o agente deixou o cargo e atualmente voltou a ser Governador por força de uma nova
eleição 36
A prorrogação do foro por prerrogativa de função só ocorre se houve reeleição, não se
aplicando em caso de eleição para um novo mandato após o agente ter ficado sem ocupar
função pública 36
Compete à Justiça Estadual julgar crime cometido a bordo de balão 37
Quem julga, no Brasil, crime cometido por brasileiro no exterior e cuja extradição tenha sido
negada? 37
Regras para a aplicação da decisão do STF na AP 937 QO/RJ aos processos em curso no
Supremo 38
Compete à Justiça Federal conceder medida protetiva em favor de mulher ameaçada por
ex-namorado que mora nos EUA e faz as ameaças por meio do Facebook 39
Compete à Justiça Federal julgar crime ambiental praticado dentro de unidade de
conservação criada por decreto federal 39
QUESTÕES 40
2
Da Competência
1. CONCEITO
É a medida é o limite da jurisdição dentro dos quais o órgão jurisdicional poderá
aplicar o direito.
Apesar da jurisdição ser una e indivisível, é humanamente impossível que um só juiz
decida todos os litígios ocorridos. Num universo de magistrados, a competência é conceituada
como medida ou delimitação da jurisdição, ou nas palavras de Tourinho Filho, é “o âmbito,
legislativamente delimitado, dentro do qual o órgão exerce o seu Poder Jurisdicional”.
A competência passa a ser um critério legal de administração eficiente da atividade dos
órgãos jurisdicionais, definindo previamente a margem de atuação de cada um, isto é, externando
os limites do poder.
Nós podemos definir a competência segundo alguns critérios:
1) Competência em razão da matéria (ratione materiae);
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❖ Tratada no inciso VII do art. 69 do CPP, leva em consideração a importância das
funções desempenhadas por determinadas pessoas, que serão julgadas
originariamente perante um tribunal. É o chamado foro por prerrogativa de função.
❖ Estampado nos incisos I e II do art. 69 do CPP, visa identificar o juízo
territorialmente competente, considerando como parâmetros o local da
consumação do delito, além do domicílio ou residência do réu.
4) Competência funcional;
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A competência absoluta é improrrogável e imodificável, ao passo que a competência
relativa é prorrogável, é derrogável.
Portanto, a competência absoluta produz uma nulidade absoluta.
Para Ada Pellegrini, quando se trata de uma incompetência absoluta, não se trata de uma
nulidade absoluta, e sim de inexistência. Um ato praticado pelo juiz absolutamente
incompetente é um ato inexistente.
Prevalece que os atos praticados por um juiz incompetente absolutamente é um ato
inexistente.
➣ Importante: Segundo o artigo 64, § 4º do CPC:
“Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos da decisão proferida
pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo
incompetente.”
Na incompetência relativa, ela deve ser arguida pela parte no primeiro momento que tiver
para falar nos autos sob pena de preclusão.
Na incompetência relativa, o acusado deve provar o prejuízo daquele ato do juiz
incompetente. Na incompetência absoluta o prejuízo é presumido, e não necessariamente
deve ser comprovado.
Atenção: Não se aplica ao processo penal a Súmula 33 do STJ.
Súmula 33 do STJ: A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício.
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COMPETÊNCIA INTERNACIONAL
➣ Situações de Extraterritorialidade
❖ Teoria da Ubiquidade
❖ Interesse Nacional
Comentários do julgado:
Imagine a seguinte situação adaptada:
João, brasileiro nato, morava em Portugal.
Lá, ele participou, juntamente com outras pessoas, de um esquema
criminoso que falsificava documentos de identidade portuguesas a fim de
posterior uso para ingressar no Canadá e nos EUA.
A organização criminosa foi descoberta e João fugiu para o Brasil (Belo
Horizonte/MG).
Portugal formulou pedido de extradição, mas este foi negado em razão de
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Art. 5º (...)
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de
crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei.
Além disso, existe uma previsão específica no Tratado de Extradição firmado
entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República
Portuguesa (incorporado no ordenamento brasileiro pelo Decreto nº
1.325/94). Este Tratado prevê que se não for possível a extradição do
indivíduo pelo fato de ele ser nacional do Estado requerido, então, neste
caso, o infrator deverá ser julgado pelo juízo competente do país, em
conformidade com a sua lei, pelos fatos que fundamentaram o pedido de
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extradição.
Em outras palavras, o Tratado diz o seguinte: se o Brasil não puder extraditar
para Portugal o indivíduo que cometeu o crime lá em virtude de ele ser
brasileiro nato, então, neste caso, a Justiça brasileira deverá julgá-lo.
De quem é a competência para julgar este delito aqui no Brasil: da Justiça
Estadual ou Justiça Federal?
Justiça FEDERAL.
Segundo dispõem os arts. 21, I, e 84, VII e VIII, da CF/88, compete à União
manter relações com Estados estrangeiros e cumprir os tratados firmados:
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Fonte: Buscador Dizer o Direito.
➣ Justiça Especial:
3) Justiça do Trabalho (a Justiça do Trabalho não tem a competência criminal
propriamente dita, mas através da alteração legislativa, ficou previsto que a Justiça do Trabalho
poderia julgar habeas corpus em matéria criminal. Porém na prática é muito difícil de se ver, pois o
principal exemplo era a prisão do depositário infiel, figura que não mais existe no nosso
ordenamento jurídico);
4) Justiça Política / Extraordinária* (são os casos em que órgão legislativo, por
exemplo o Senado Federal, com a competência de julgar crimes políticos, com a competência de
julgar crimes de responsabilidade. Por exemplo o Impeachment do Presidente da República).
➣ Justiça Comum:
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A Competência se limita ao julgamento dos crimes eleitorais e conexos. Mas e se o
crime conexo for um crime doloso contra a vida?
➣ Corrente minoritária: Os dois crimes deverão ser julgados pela Justiça Eleitoral.
Como ambas as competências estão na CF, haverá uma divisão. O crime eleitoral vai
para a Justiça Eleitoral, mas o crime conexo doloso contra a vida vai para o Tribunal do júri.
Em caso de conexão entre crime de competência da Justiça comum (federal ou
estadual) e crime eleitoral, os delitos serão julgados conjuntamente pela Justiça
Eleitoral
Direito Processual Penal C ompetência O utros temas sobre competência
Origem: STF
Compete à Justiça Eleitoral julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem
conexos. Cabe à Justiça Eleitoral analisar, caso a caso, a existência de conexão de
delitos comuns aos delitos eleitorais e, em não havendo, remeter os casos à Justiça
competente. STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em
13 e 14/3/2019 (Info 933).
Comentários do julgado:
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Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou
aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
b) falsidade ideológica (art. 350 do Código Eleitoral): crime de competência da Justiça
Eleitoral.
Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dêle devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser
escrita, para fins eleitorais:
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o documento é
público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o documento é
particular.
Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é funcionário público e comete
o crime prevalecendo-se do cargo ou se a falsificação ou alteração é de
assentamentos de registro civil, a pena é agravada.
c) lavagem de dinheiro (art. 1º da Lei nº 9.613/98): infração de competência da Justiça
Federal comum (porque o crime antecedente é federal).
Compete à Justiça Eleitoral julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem
conexos. STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em
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Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão
observadas as seguintes regras:
(...)
IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.
A doação eleitoral por meio de “caixa 2” é uma conduta que configura crime eleitoral
de falsidade ideológica (art. 350 do Código Eleitoral). A competência para processar e
julgar este delito é da Justiça Eleitoral.
A existência de crimes conexos de competência da Justiça Comum, como corrupção
passiva e lavagem de capitais, não afasta a competência da Justiça Eleitoral, por
força do art. 35, II, do CE e do art. 78, IV, do CPP.
STF. 2ª Turma. PET 7319/DF, Rel. Min. Edson Fachin, Relator p/ Acórdão Min. Dias
Toffoli, julgado em 27/3/2018 (Info 895).
Como há dois crimes de competência da Justiça Federal, o Juiz Federal “comum” não
poderia julgar os três delitos, incluindo o crime eleitoral?
➣ Resposta: NÃO. Isso porque a Constituição Federal, no art. 109, IV, ao estipular a
competência criminal da Justiça Federal comum, ressalva, expressamente, os casos da
competência da Justiça Eleitoral. Veja:
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serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas
públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e
da Justiça Eleitoral;
Onde está prevista a competência da Justiça Eleitoral?
A CF/88, em seu art. 121, afirma que lei complementar irá definir a competência da
Justiça Eleitoral:
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais,
dos juízes de direito e das juntas eleitorais.
Assim, a definição da competência da Justiça Eleitoral foi submetida à lei
complementar.
➣ Como essa lei complementar mencionada pelo art. 121 da CF/88 ainda não foi
editada, o STF entende que os dispositivos do Código Eleitoral que tratam sobre a
organização e competência da Justiça Eleitoral foram recepcionados com força de lei
complementar.
Logo, o art. 35, II, do Código Eleitoral está de acordo com o art. 121 e com o art. 109, IV,
da CF/88 e fazem com que todos os delitos sejam de competência da Justiça Eleitoral.
Conforme explica José Jairo Gomes:
“Note-se que a Justiça Comum é federal e estadual. A ‘vis attractiva’ exercida
pela Justiça Eleitoral ocorrerá em ambos os casos. Apesar de a competência
criminal da Justiça Federal ser prevista diretamente na Constituição (art. 109) e
da Eleitoral ser estabelecida em norma infraconstitucional (no caso, o Código
Eleitoral – CE, art. 35, II), a parte final do inciso IV, art. 109, da Lei Maior, ressalva
expressamente a competência da Justiça Eleitoral. Em razão da expressa
ressalva constitucional, há que se respeitar a competência criminal da Justiça
Eleitoral, ainda quando ela seja definida pela conexão. Caso contrário, à luz do
ordenamento positivo, o princípio do juiz natural restaria desatendido. Destarte,
se houver conexão entre crime federal e eleitoral poderá haver unidade
processual com a prorrogação da competência da Justiça Eleitoral. (…)” (Crimes
Eleitorais e Processo Penal Eleitoral. 2ª ed., São Paulo: Atlas, 2016, p. 325/327).
Seria possível o desmembramento dos crimes, ou seja, a Justiça Federal comum julga
os crimes de corrupção e lavagem e a Justiça Eleitoral o crime de “caixa 2”?
➣ Resposta: NÃO. E
ssa era a posição da PGR, mas não foi acolhida pelo STF.
Foi mencionado acima que, aparentemente, todos os crimes praticados são conexos.
Quem define isso? De quem é a competência para decidir se existe ou não conexão?
➣ Também da Justiça Eleitoral.
➣ Compete à própria Justiça Eleitoral reconhecer a existência, ou não, do vínculo de
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Cabe à Justiça Eleitoral analisar, caso a caso, a existência de conexão de delitos
comuns aos delitos eleitorais e, em não havendo, remeter os casos à Justiça
competente. STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado
em 13 e 14/3/2019 (Info 933).
(...) A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que,
nos casos de doações eleitorais por meio de caixa 2 - fatos que poderiam constituir o
crime eleitoral de falsidade ideológica (art. 350, Código Eleitoral) -, a competência
para processar e julgar os fatos é da Justiça Eleitoral (PET nº 6.820/DF-AgR-ED,
Relator para o acórdão o Ministro Ricardo Lewandowski, DJe de 23/3/18).
2. A existência de crimes conexos de competência da Justiça Comum, como
corrupção passiva e lavagem de capitais, não afasta a competência da Justiça
Eleitoral, por força do art. 35, II, do Código Eleitoral e do art. 78, IV, do Código de
Processo Penal. (...)
STF. 2ª Turma. Pet 6986 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Relator p/ Acórdão: Min. Dias
Toffoli, julgado em 10/04/2018.
Esse também é o entendimento do STJ: AgRg na APn 865/DF, Rel. Min. Herman
Benjamin, Corte Especial, julgado em 07/11/2018.
Fonte: Buscador Dizer o Direito.
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OMPETÊNCIA DA
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA: C
Corresponde à atividade jurisdicional exercida por órgãos políticos alheios ao Poder
Judiciário, com o objetivo de afastar o agente público que comete crimes de responsabilidade.
Exemplo: Em alguns casos é exercida pelo Senado (CF, art. 52, I).
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência,
as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou
organismo internacional;
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços
ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
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V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a
execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou
reciprocamente;
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o
constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra
jurisdição;
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal,
excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da
Justiça Militar;
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta
rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
Súmulas aplicadas
❖ Súmula 06 do STJ: Compete à justiça comum estadual processar e julgar delito
decorrente de acidente de trânsito envolvendo viatura de polícia militar, salvo se
autor e vítima forem policiais militares em situação de atividade.
❖ Súmula 33 do STJ: A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício.
❖ Súmula 42 do STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as
causas cíveis em que a é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados
em seu detrimento.
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❖ Súmula 62 do STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa
anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, atribuído à empresa privada.
❖ Súmula 73 do STJ: A utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado
configura, em tese, o crime de estelionato, da competência da Justiça Estadual.
❖ Súmula 75 do STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar e julgar
policial militar por crime de promover ou facilitar a fuga de preso de
estabelecimento penal.
❖ Súmula 78 do STJ: Compete à Justiça Militar processar e julgar policial de
corporação estadual, ainda que o delito tenha sido praticado em outra unidade
federativa.
❖ Súmula 104 do STJ: Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos
crimes de falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento
particular de ensino.
❖ Súmula 140 do STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime
em que o indígena figure como autor ou vítima.
❖ Súmula 147 do STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes
praticados contra funcionário público federal, quando relacionados ao exercício da
função.
❖ Súmula 151 do STJ: A competência para o processo e julgamento por crime de
contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da
apreensão dos bens.
❖ Súmula 165 do STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar crime de falso
testemunho cometido no processo trabalhista.
❖ Súmula 172 do STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar militar
por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço.
❖ Súmula 200 do STJ: O Juízo Federal competente para processar e julgar acusado
de crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou.
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❖ Súmula 208 do STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito
municipal por desvio de verba sujeita à prestação de contas perante órgão federal.
❖ Súmula 209 do STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por
desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.
❖ Súmula 244 do STJ: Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime
de estelionato mediante cheque sem provisão de fundos.
Observação: A súmula 91 do STJ, prevendo que os crimes contra a fauna seriam
julgados perante à Justiça Federal, foi cancelada em 2000. Isso se deve ao fato da Lei 9.605/1998,
disciplinando os crimes contra a fauna, prever infrações penais que não seriam apreciadas pela
Justiça Federal, a exemplo de maus-tratos contra animais domésticos (art. 32), restando à área
federal as infrações contra espécimes silvestres. Como a referida súmula não fazia tal distinção,
sendo generalista, foi cancelada. Após o cancelamento da súmula, o STJ firmou o entendimento de
que, quando não há evidente lesão a bens, serviços ou interesses da União, autarquias ou empresas
públicas (art. 109 da CF), compete à Justiça estadual, de regra, processar e julgar crime contra a
fauna, visto que a proteção ao meio ambiente constitui matéria de competência comum à União,
aos estados, aos municípios e ao Distrito Federal (art. 23, VI e VII, da CF).
❖ Súmula 453 do STF: Não se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo
único do Código de Processo Penal, que possibilitam dar nova definição jurídica ao
fato delituoso, em virtude de circunstância elementar não contida explícita ou
implicitamente na denúncia ou queixa.
❖ Súmula 521 do STF: O foro competente para o processo e julgamento dos crimes
de estelionato, sob a modalidade de emissão dolosa de cheque sem provisão de
fundos, é o local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado.
❖ Súmula 522 do STF: Salvo ocorrência de tráfico para o exterior, quando então a
competência será da Justiça Federal, compete à Justiça dos Estados o processo e
julgamento dos crimes relativos a entorpecentes.
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❖ Súmula 702 do STF: A competência do Tribunal de Justiça para julgar Prefeitos
restringe-se aos crimes de competência da Justiça Comum Estadual; nos demais
casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau.
❖ Súmula 704 do STF: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do
devido processo legal a atração por continência ou conexão do co-réu ao foro por
prerrogativa de função de um dos denunciados.
❖ Súmula 721 do STF: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece
sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela
Constituição Estadual.
Este inciso foi acrescentado pela EC 45/2004, movida pela federação dos crimes
que afrontem direitos humanos. Não se pode perder de vista a necessária
conjugação do dispositivo em enfoque com o § 5º do art. 109 da CF:
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da
República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes
de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá
suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou
do processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.
➣ Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação
para apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será
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mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava,
qualquer que seja o motivo.
Situação hipotética: Deputado que renuncia, continua sendo julgado pelo STF? Se o
deputado renuncia, cessa a competência por prerrogativa de função. Exceto quando a renúncia se
dá exclusivamente para não ser processado e julgado perante o STF. Veja o que diz a Súmula 451
do STF:
Súmula vinculante 45 do STF: A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o
foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.
Atenção:
➣ 1ª Corrente (Capez): Deputado tem foro previsto na CF, por questão de simetria com o
Deputado Federal, e por conta do art. 27, §1º da CF (imunidade formal). PREVALECE
(STJ).
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Art. 27, § 1º. Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais,
aplicando-sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral,
inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença,
impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
Se os fatos criminosos que teriam sido supostamente cometidos pelo Deputado
Federal não se relacionam ao exercício do mandato, a competência para julgá-los
não é do STF
Direito Processual Penal C ompetência F oro por prerrogativa de função
Origem: STF
Se os fatos criminosos que teriam sido supostamente cometidos pelo Deputado
Federal não se relacionam ao exercício do mandato, a competência para julgá-los
não é do STF, mas sim do juízo de 1ª instância. Isso porque o foro por prerrogativa
de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionados às funções desempenhadas (STF AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgado em 03/05/2018). A apropriação indébita se consuma no ato da
inversão da propriedade do bem. Se a inversão da propriedade ocorreu com a
transferência dos recursos da conta bancária da empresa vítima, com sede em
Brasília/DF, efetuada pelo Diretor da entidade, tem-se que a competência para
apurar este delito é do juiz de direito de 1ª instância do TJDFT. STF. 1ª Turma. Inq
4619 AgR-segundo/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/2/2019 (Info 931).
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Art. 168. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
O que o STF fez?
Declinou a competência para a 1ª instância. Isso porque o STF entendeu que os
fatos narrados não estavam relacionados com o exercício do mandato de Deputado
Federal por Odair.
Segundo o entendimento atual do STF:
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se
consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o
último ato de execução.
➣ A apropriação indébita se consuma no ato da inversão da propriedade do bem.
A inversão da propriedade ocorreu com a transferência dos recursos da conta
bancária titularizada pela CNT, empresa com sede em Brasília/DF, efetuada pelo
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STF é competente para julgar crime eleitoral praticado por Deputado Federal
durante a sua campanha à reeleição caso ele tenha sido reeleito
Direito Processual Penal C ompetência F oro por prerrogativa de função
Origem: STF
Pedro, Deputado Federal, recebeu doação ilegal de uma empresa com o objetivo de
financiar a sua campanha para reeleição. Esta doação não foi contabilizada na
prestação de contas, configurando o chamado “caixa 2” (art. 350 do Código
Eleitoral). Pedro foi reeleito para um novo mandato de 2019 até 2022. O STF será
competente para julgar este crime eleitoral? SIM. O foro por prerrogativa de função
aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados
às funções desempenhadas. O STF entende que o recebimento de doação ilegal
destinado à campanha de reeleição ao cargo de Deputado Federal é um crime
relacionado com o mandato parlamentar. Logo, a competência é do STF. Além disso,
mostra-se desimportante a circunstância de este delito ter sido praticado durante o
mandato anterior, bastando que a atual diplomação decorra de sucessiva e
ininterrupta reeleição. STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 13 e 14/3/2019 (Info 933).
Comentários do julgado:
CASO 1. Imagine a seguinte situação hipotética:
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Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dêle devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia
ser escrita, para fins eleitorais:
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o documento
é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o
documento é particular.
Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é funcionário público e
comete o crime prevalecendo-se do cargo ou se a falsificação ou alteração é de
assentamentos de registro civil, a pena é agravada.
Como João era Deputado Federal, em novembro/2018 foi instaurado um inquérito
no STF para apurar o eventual crime eleitoral por ele praticado.
Ocorre que João não foi reeleito e, em 2019, deixou de ocupar qualquer cargo
público.
O STF continuará competente para julgar o delito?
➣Resposta: NÃO. Como João deixou de ser Deputado Federal, ele perdeu também o
foro por prerrogativa de função. Logo, a competência para julgar o crime praticado
por João será da Justiça Eleitoral de 1ª instância, ou seja, ele será julgado por um
Juiz Eleitoral.
CASO 2. Imagine agora outra situação ligeiramente diferente:
Em setembro/2018, Pedro, Deputado Federal, recebeu doação ilegal de uma
empresa com o objetivo de financiar a sua campanha para reeleição.
Esta doação não foi contabilizada na prestação de contas, configurando o chamado
“caixa 2” (art. 350 do Código Eleitoral).
Em novembro/2018, foi instaurado um inquérito no STF para apurar o eventual crime
eleitoral por ele praticado.
Pedro foi reeleito para um novo mandato de 2019 até 2022.
Pergunta: O STF continuará competente para julgar o delito?
SIM. Segundo o entendimento atual do STF:
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STF. Plenário AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018
(Info 900).
Em outras palavras, os Deputados Federais e Senadores somente serão julgados
pelo STF se o crime tiver sido praticado durante o exercício do mandato de
parlamentar federal e se estiver relacionado com essa função.
Fonte: Buscador Dizer o Direito.
Exemplo: Cidadão qualquer do povo pratica crime em coautoria com senador. Há
separação de processos?
A regra é a separação dos processos, porém o STF entende que não há violação de
garantias a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de
função.
Veja a Súmula 704 do STF: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do
devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por
prerrogativa de função de um dos denunciados.
DECISÕES RELEVANTES
➣ Suplente de senador, enquanto nessa condição, não tem foro (STF INQ 2.453).
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Os membros do Congresso Nacional, pela condição peculiar de representantes do
povo ou dos Estados que ostentam, atraem a competência jurisdicional do Supremo
Tribunal Federal. II - O foro especial possui natureza intuitu funcionae, ligando-se ao
cargo de Senador ou Deputado e não à pessoa do parlamentar. III - Não se cuida de
prerrogativa intuitu personae, vinculando-se ao cargo, ainda que ocupado
interinamente, razão pela qual se admite a sua perda ante o retorno do titular ao
exercício daquele. IV - A diplomação do suplente não lhe estende automaticamente o
regime político-jurídico dos congressistas, por constituir mera formalidade anterior e
essencial a possibilitar à posse interina ou definitiva no cargo na hipótese de licença
do titular ou vacância permanente. V - Agravo desprovido.(Inq 2453 AgR, Relator(a):
Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 17/05/2007, DJe-047
DIVULG 28-06-2007 PUBLIC 29-06-2007 DJ 29-06-2007 PP-00029 EMENT
VOL-02282-01 PP-00179)
Atenção:
➣ Juiz de 1º Grau convocado para atuar como desembargador continua sendo considerado
um juiz de 1ª instância, logo será julgado pelo respectivo Tribunal.
26
➫ Competência do TJ
✔ Prefeitos
✔ Juízes estaduais
✔ MP
➣CUIDADO!
27
Parágrafos §1º e 2º: crimes cometidos aqui e resultado em outro país e vice-versa.
“Crimes de espaço máximo”. Aqui se aplica a Teoria da Ubiquidade (âmbito
penal), ou seja, aplica-se a lei do país em que ocorreu a conduta OU o resultado. A
competência territorial será do lugar onde ocorreu o último ato de execução (§1º)
ou onde o ato tenha produzido ou devia ter produzido o resultado (§º2).
Exemplo: A vítima levou um tiro no Brasil e morreu na Argentina. Então, para o CP,
considera-se o crime praticado no Brasil. Para fins de fixação da lei penal, prevalece a
lei do Brasil, e não da Argentina.
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de
execução.
§ 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a
competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último
ato de execução.
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será
competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou
devia produzir seu resultado.
Se o crime foi cometido e se consumou no Brasil, aplica-se a teoria do resultado.
Assim, se o crime se inicia em Minas Gerais e se consuma no Brasil, o juiz competente será o do
Distrito Federal.
Exceção:
Nos crimes de homicídio doloso? Aplica-se a teoria da Ubiquidade, ou a Teoria do
Esboço do Resultado. Por questões probatórias, o local com mais provas e mais possibilidade de
produzir provas é o local onde o crime foi praticado.
- Crime plurilocal de homicídio doloso
Plurilocal é o crime que envolve duas ou mais comarcas. Atenção, é diferente de
crimes a distância, que são aqueles cometidos envolvendo dois países.
28
Ex: Tiros são desferidos em Campinas, mas a vítima morre em hospital de São
Paulo. Pela regra do art. 70, seria São Paulo a consumação e a competência. No entanto, para a
jurisprudência, nesse caso não aplica a regra do art. 70 (teoria do resultado), prevalecendo que o
foro competente será o do local da conduta (teoria da atividade), por dois motivos:
● Questões probatórias: no Tribunal do Júri a prova se concentra na audiência
de julgamento, portanto não conseguiria ouvir as testemunhas de outra
comarca no dia do julgamento.
● Questões de política criminal: o julgamento deve ser feito onde foi feita a
conduta, que é onde o crime teve repercussão.
Casos Excepcionais:
➫ Crime de estelionato praticado mediante falsificação de cheque:
Aplica-se a Súmula 48 do STJ: Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem
ilícita processar e julgar crime de estelionato cometido mediante falsificação de cheque.
Súmula 244 do STJ: Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de
estelionato mediante cheque sem provisão de fundos.
➫ LEI 9.099/95
Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a
infração penal.
29
A Lei dos Juizados é uma das exceções ao CPP, pois usa a expressão “lugar em que foi
PRATICADA a infração penal”. Qual teoria teria sido adotada?
Três correntes:
➣ 1ª Corrente: Por “praticada” entende-se o local da conduta (teoria da atividade).
➣ 2ª Corrente: É sinônimo de consumada (teoria do resultado).
➣ 3ª Corrente: PREVALECE na jurisprudência que a lei do JEC adota a teoria mista.
Seria competente tanto o local da ação quanto o local da consumação (teoria da ubiquidade).
➫ Crimes Falimentares
Competência é fixada pelo local da decretação da falência ou da homologação da
recuperação judicial.
CONEXÃO E CONTINÊNCIA
30
Conceito e Efeitos
É a interligação entre duas ou mais infrações, levando a que sejam apreciadas perante o
mesmo órgão jurisdicional.
São regras de alteração de competência.
Em regra, provocam a reunião e julgamento simultâneo dos processos (simultaneus
processus). Ideia de celeridade e economia processual. Faz-se, no caso, uma única instrução para
todos os processos.
Um juízo exercerá força atrativa em relação ao outro.
● Conexão
31
c) Conexão Intersubjetiva por reciprocidade: Ocorre quando várias infrações são
praticadas, por diversas pessoas, umas contra as outras. Exemplo: Briga entre
torcedores fora do estádio.
➫ Não se trata de rixa, pois aqui se sabe em quem se está batendo (quem
são os autores).
Tem cabimento quando a prova de uma infração ou de suas elementares influir na
prova de outra infração.
Ex.: Receptação e crime anterior; lavagem de capitais e crime antecedente.
Atenção: Súmula 122 do STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento
unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a
regra do art. 78, I, a, do Código de Processo Penal.
● Continência
É o vínculo que une vários infratores a uma única infração, ou a ligação de várias
infrações por decorrerem de conduta única, ou seja, resultarem do concurso formal
de crimes, ocasionando a reunião de todos os elementos em processo único.
32
- Continência por cumulação subjetiva (de pessoas, sujeitos).
Ocorre quando várias pessoas são acusadas pela MESMA infração penal. Aqui é só
um crime, ao passo que na conexão por concurso são vários delitos. Exemplo: Crime de homicídio
praticado em coautoria. (art. 77, I, do CPP)
- Continência por cumulação objetiva (art. 77, II do CPP)
Implica na reunião em um só processo de vários resultados lesivos advindos de uma só
conduta.
Ocorre nas hipóteses de concurso formal de crimes (art. 70 CP), aberratio ictus (art.
73, CP) e aberratio criminis (art. 74 CP).
a) CONCURSO FORMAL: Com uma conduta o agente pratica mais de um crime.
b) ABERRATIO ICTUS: Ocorre a continência por erro na execução. O agente mira na
pessoa desejada e mata outra, além da desejada. Há concurso formal dos crimes,
provocando a continência.
c) ABERRATIO CRIMINIS: Quando o agente atinge bem jurídico diverso do pretendido,
além do pretendido. Há concurso formal dos crimes, provocando a continência.
Atenção: Súmula 235 do STJ: A conexão não determina a reunião dos
processos, se um deles já foi julgado.
Havendo dois processos, só haverá junção se não houver sentença. Se algum deles
tiver sentença não haverá conexão.
● Resumo das regras de força atrativa pela conexão/continência:
1) Prevalece o Júri ou tribunal de maior grau (salvo se não admite reunião).
➫ Se um crime doloso contra a vida for conexo a um crime comum, ambos serão
apreciados pelo Tribunal Popular, pois este é o prevalente. O júri aprecia os crimes
dolosos contra a vida e os crimes que lhes sejam conexos.
33
➫ Se houver concorrência entre o júri e crime de competência da Justiça Federal,
ambos serão apreciados dentro do júri a ser realizado na esfera federal.
➫ Havendo a concorrência entre o júri e crime de competência da jurisdição
especial, seja ela militar ou eleitoral, deverá haver separação de processos.
Conduta de um dos pedófilos conexa com um grupo maior localizado em outro
juízo
Direito Processual Penal Competência Competência territorial
Origem: STF
Se o crime do art. 241-A do ECA for praticado por meio do computador da residência
do agente localizada em São Paulo (SP), mesmo assim ele poderá ser julgado pelo
juízo de Curitiba (PR) se ficar demonstrado que a conduta do agente ocorreu com
investigações que tiveram início em Curitiba, onde um grupo de pedófilos ligados ao
agente foi preso e, a partir daí, foram obtidas todas as provas. Neste caso, a
competência do juízo de Curitiba ocorrerá por conexão, não havendo ofensa ao
princípio do juiz natural. STF. 1ª Turma. HC 135883/PR, rel. orig. Min. Marco Aurélio,
red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/6/2017 (Info 868).
Comentários do julgado:
Imagine a seguinte situação adaptada:
João praticou conjunção carnal com menina de 8 anos em sua residência na cidade de
São Paulo.
Além disso, ficou provado que ele enviou para um site russo, do computador de sua
casa, fotografias e vídeos contendo cenas pornográficas envolvendo crianças.
Diante disso, João foi condenado pela Justiça Federal de Curitiba (PR) pela prática dos
seguintes delitos:
Estupro de vulnerável
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14
(catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
34
ECA/Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer
meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar
por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático,
fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
35
É inconstitucional foro por prerrogativa de função para Procuradores do Estado,
Procuradores da ALE, Defensores Públicos e Delegados de Polícia
Direito Processual Penal. Competência Foro por prerrogativa de função
Origem: STF
É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que confere foro por
prerrogativa de função, no Tribunal de Justiça, para Procuradores do Estado,
Procuradores da ALE, Defensores Públicos e Delegados de Polícia. A CF/88, apenas
excepcionalmente, conferiu prerrogativa de foro para as autoridades federais,
estaduais e municipais. Assim, não se pode permitir que os Estados possam,
livremente, criar novas hipóteses de foro por prerrogativa de função. STF. Plenário.
ADI 2553/MA, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 15/5/2019 (Info 940).
Fonte: Buscador Dizer o Direito.
STJ não é competente para julgar crime praticado por Governador no exercício do
mandato se o agente deixou o cargo e atualmente voltou a ser Governador por
força de uma nova eleição
Direito Processual Penal. Competência Foro por prerrogativa de função
Origem: STF
O STJ é incompetente para julgar crime praticado durante mandato anterior de
Governador, ainda que atualmente ocupe referido cargo por força de nova eleição.
Ex: João praticou o crime em 2010, quando era Governador; em 2011 foi eleito
Senador; em 2019 assumiu novamente como Governador; esse crime praticado em
2010 será julgado em 1ª instância (e não pelo STJ). Como o foro por prerrogativa de
função exige contemporaneidade e pertinência temática entre os fatos em apuração
e o exercício da função pública, o término de um determinado mandato acarreta, por
si só, a cessação do foro por prerrogativa de função em relação ao ato praticado
nesse intervalo. STJ. Corte Especial. QO na APn 874-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 15/05/2019 (Info 649).
Fonte: Buscador do Dizer o Direito.
36
A prorrogação do foro por prerrogativa de função só ocorre se houve reeleição, não
se aplicando em caso de eleição para um novo mandato após o agente ter ficado
sem ocupar função pública
Direito Processual Penal. Competência Foro por prerrogativa de função
Origem: STF
Prefeito cometeu o crime durante o exercício do mandato e o delito está relacionado
com as suas funções: a competência para julgá-lo será, em regra, do Tribunal de
Justiça. Se esse Prefeito, antes de o processo terminar, for reeleito para um segundo
mandato (consecutivo e ininterrupto), neste caso, o Tribunal de Justiça continuará
sendo competente para julgá-lo. Por outro lado, se o agente deixar o cargo de
Prefeito e, quatro anos mais tarde, for eleito novamente Prefeito do mesmo Município,
nesta situação a competência para julgar o crime será do juízo de 1ª instância. A
prorrogação do foro por prerrogativa de função só ocorre se houve reeleição, não se
aplicando em caso de eleição para um novo mandato após o agente ter ficado sem
ocupar função pública. Ex: em 2011, Pedro, Prefeito, em seu primeiro mandato,
cometeu o crime de corrupção passiva. Pedro foi denunciado e passou a responder
um processo penal no TJ. Em 2012, Pedro disputou a campanha eleitoral buscando a
reeleição. Contudo, ele perdeu. Com isso, Pedro ficou sem mandato eletivo. Vale
esclarecer que o processo continuou tramitando normalmente no TJ. Em 2016, Pedro
concorreu novamente ao cargo de Prefeito do mesmo Município, tendo sido eleito.
Em 01/01/2017, João assumiu como Prefeito por força dessa nova eleição. O processo
de Pedro não será julgado pelo TJ, mas sim pelo juízo de 1ª instância. STF. 1ª Turma.
RE 1185838/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 14/5/2019 (Info 940).
Fonte: Buscador Dizer o Direito
Compete à Justiça Estadual julgar crime cometido a bordo de balão
Direito Processual Penal Competência Justiça Federal X Justiça Estadual
Origem: STJ
Compete à Justiça Estadual o julgamento de crimes ocorridos a bordo de balões de
ar quente tripulados. Os balões de ar quente tripulados não se enquadram no
conceito de “aeronave” (art. 106 da Lei nº 7.565/86), razão pela qual não se aplica a
competência da Justiça Federal prevista no art. 109, IX, da CF/88). STJ. 3ª Seção. CC
143.400-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/04/2019 (Info 648).
37
Quem julga, no Brasil, crime cometido por brasileiro no exterior e cuja extradição
tenha sido negada?
Direito Processual Penal Competência Justiça Federal X Justiça Estadual
Origem: STF
Quem julga, no Brasil, crime cometido por brasileiro no exterior e cuja extradição
tenha sido negada? • STF: Justiça Estadual • STJ: Justiça Federal O fato de o delito
ter sido cometido por brasileiro no exterior, por si só, não atrai a competência da
Justiça Federal. Assim, em regra, compete à Justiça Estadual julgar o crime praticado
por brasileiro no exterior e que lá não foi julgado em razão de o agente ter fugido
para o Brasil, tendo o nosso país negado a extradição para o Estado estrangeiro.
Somente será de competência da Justiça Federal caso se enquadre em alguma das
hipóteses do art. 109 da CF/88. STF. 1ª Turma. RE 1175638 AgR/PR, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 2/4/2019 (Info 936). Compete à Justiça Federal o processamento
e o julgamento da ação penal que versa sobre crime praticado no exterior que tenha
sido transferida para a jurisdição brasileira, por negativa de extradição. STJ. 3ª Seção.
CC 154656-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/04/2018 (Info 625). STJ. 6ª
Turma. RHC 88.432/AP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/02/2019.
Fonte: Buscador Dizer o Direito
Regras para a aplicação da decisão do STF na AP 937 QO/RJ aos processos em
curso no Supremo
Direito Processual Penal Competência Foro por prerrogativa de função
Origem: STF
Com a decisão proferida pelo STF, em 03/05/2018, na AP 937 QO/RJ, todos os
inquéritos e processos criminais que estavam tramitando no Supremo envolvendo
crimes não relacionados com o cargo ou com a função desempenhada pela
autoridade, foram remetidos para serem julgados em 1ª instância. Isso porque o STF
definiu, como 1ª tese, que “o foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos
crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções
desempenhadas”. O entendimento acima não se aplica caso a instrução já tenha se
encerrado. Em outras palavras, se a instrução processual já havia terminado,
38
mantém-se a competência do STF para o julgamento de detentores de foro por
prerrogativa de função, ainda que o processo apure um crime que não está
relacionado com o cargo ou com a função desempenhada. Isso porque o STF definiu,
como 2ª tese, que “após o final da instrução processual, com a publicação do
despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a competência para
processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público
vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo.”
STF. 1ª Turma. AP 962/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso,
julgado em 16/10/2018 (Info 920).
Fonte: Buscador Dizer o Direito.
Compete à Justiça Federal conceder medida protetiva em favor de mulher
ameaçada por ex-namorado que mora nos EUA e faz as ameaças por meio do
Facebook
Direito Processual Penal Competência Justiça Federal X Justiça Estadual
Origem: STJ
Compete à Justiça Federal apreciar o pedido de medida protetiva de urgência
decorrente de crime de ameaça contra a mulher cometido por meio de rede social de
grande alcance, quando iniciado no estrangeiro e o seu resultado ocorrer no Brasil.
STJ. 3ª Seção.CC 150712-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 10/10/2018 (Info
636).
Fonte: Buscador Dizer o Direito.
Compete à Justiça Federal julgar crime ambiental praticado dentro de unidade de
conservação criada por decreto federal
Direito Processual Penal Competência Justiça Federal X Justiça Estadual
Origem: STJ
Se o crime ambiental for cometido em unidade de conservação criada por decreto
federal, a competência para julgamento será da Justiça Federal tendo em vista que
existe interesse federal na manutenção e preservação da região. Logo, este delito
gera possível lesão a bens, serviços ou interesses da União, atraindo a regra do art.
109, IV, da Constituição Federal. STJ. 3ª Seção. CC 142.016/SP, Rel. Min. Reynaldo
39
Soares da Fonseca, julgado em 26/08/2015. Por outro lado, não haverá competência
da Justiça Federal se o crime foi praticado dentro de área de proteção ambiental
criada por decreto federal, mas cuja fiscalização e administração foi delegada para
outro ente federativo: No caso, embora o local do dano ambiental esteja inserido na
Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São Bartolomeu, criada pelo Decreto
Federal n. 88.940/1993, não há falar em interesse da União no crime ambiental sob
apuração, já que lei federal subsequente delegou a fiscalização e administração da
APA para o Distrito Federal (art. 1º da Lei n. 9.262/1996). 3. Conflito conhecido para
declarar a competência do Juízo de Direito da Vara Criminal e Tribunal do Júri de São
Sebastião/DF, o suscitado. STJ. 3ª Seção. CC 158.747/DF, Rel. Min. Sebastião Reis
Júnior, julgado em 13/06/2018.
Fonte: Buscador Dizer o Direito.
QUESTÕES
( ) Certo
( ) Errado
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO: Súmula Vinculante 45: A competência constitucional do Tribunal do Júri
prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição
Estadual.
Cargo: 2019 - MPE-SC - Promotor de Justiça - Matutina
A competência será determinada pela continência quando também duas ou mais pessoas forem
acusadas pela mesma infração, tal como no concurso necessário de pessoas. Neste caso,
40
( ) Errado
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO:
Na verdade, quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração trata-se de
cumulação subjetiva e não objetiva como diz o item.
Continência por cumulação objetiva ocorre nos casos de concurso formal em aberratio ictus
(erro na execução com resultado duplo, quando o agente além de atingir o seu alvo acaba
atingindo terceiros) e aberratio criminis com resultado duplo ( atinge o bem jurídico desejado e
também um diverso;queria atingir uma pessoa com uma pedra e atinge a pessoa e um carro).
Em caso de comparecimento pessoal de Luís, o juiz deverá prosseguir com o feito com relação
a este réu e manter suspenso, indefinidamente, o processo e o prazo prescricional em relação a
José, excepcionando-se a regra de continência por cumulação subjetiva.
( ) Certo
( ) Errado
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO:
1) Em caso de comparecimento pessoal de Luís, o juiz deverá prosseguir com o feito com
relação a este réu ✓
41
Se um dos réus estiver foragido e não for possível seu julgamento à revelia, não haverá a
junção dos feitos, ocorrendo, portanto, disjunção ou desmembramento dos processos. É a
hipótese prevista, por exemplo, no art. 366 do CPP, segundo o qual o réu revel citado por edital
que não comparecer aos autos nem constituir advogado não poderá ser julgado, devendo o
processo ficar suspenso (ALVES, Leonardo Barreto Moreira. Processo Penal para concursos -
Parte Geral. 8ª Ed. Salvador: Juspodivm, 2018, p. 301).
❌
3 )Manter suspenso, indefinidamente, o processo e o prazo prescricional em relação a
José
Súmula n. 415, STJ. O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da
pena cominada.
(RHC 66.377/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 07/04/2016, DJe
15/04/2016).
Caso seja verificada conexão probatória entre fatos concernentes a crimes de competência da
justiça estadual e a crimes de competência da justiça federal, é correto afirmar que
42
GABARITO: C
COMENTÁRIO:
Súmula 122 do STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes
conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, a, do Código
de Processo Penal.
A melhor exegese do verbete n. 122 da Súmula desta Corte é a que preconiza que, havendo um
crime federal, com menor pena cominada abstratamente, e um crime estadual, com maior pena,
ambos conexos, o critério utilizado para a fixação não será o que considera o quantum
apenatório (nos termos do art. 78, II, "a", do CPP), mas, sim, a força atrativa exercida pela
jurisdição federal.
FONTE: COSTA, Klaus Negri; ARAÚJO, Fábio Roque. Processo Penal Didático, 2019,
JusPodivm, 2 ª edição.
43
A) da Justiça Militar da União, para o Militar do Exército, e do Tribunal do Júri, para o Policial
Militar estadual.
B) da Justiça Militar da União, para o Militar do Exército, e da Justiça Militar dos Estados, para
o Policial Militar estadual.
D) da Justiça Federal, para o Militar do Exército, e do Tribunal do Júri, para o Policial Militar
estadual.
Gabarito: A
Comentário:
Os crimes previstos no art. 9º do CPM, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares
estaduais contra civil, serão de competência do Tribunal do Júri (art. 9º, § 1º, do CPM)
Os crimes previstos no art. 9º do CPM, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares
das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) contra civil, serão de competência da
Justiça Militar da União, se praticados no contexto (art. 9º, § 2º, do CPM):
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo que não
beligerante; ou
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem ou de
atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da Constituição
Federal e na forma dos seguintes diplomas legais:
44
“A nova Lei veio para enfrentar o problema e tomar uma clara posição (na contramão do
caminho já construído, repetimos) no sentido de que o militar das forças armadas que nas
operações de garantia da lei e da ordem (leia-se: cláusula genérica, vaga e imprecisa) cometer
crime doloso contra a vida de civil, será processado e julgado na justiça militar da União. Já o
policial militar estadual, permanece sendo julgado no tribunal do júri. Eis aqui mais um ponto
polêmico: cria-se uma clara diferenciação no tratamento dos militares agindo em idêntica
situação. E se, em uma operação conjunta, um policial militar estadual e um membro das
forças armadas cometerem um crime doloso contra a vida de um civil em uma
abordagem, como ficará o processo e o julgamento? Haverá cisão, pois o militar estadual
será julgado na justiça comum estadual, no tribunal do júri; e o militar das forças
armadas, será julgado na justiça militar federal” (JUNIOR, Aury Lopes. Direito processual
penal, 15ª ed., São Paulo: Saraiva, 2018).
B) Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a
jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais
jurisdições, a competência firmar-se-á pelo princípio da extraterritorialidade.
D) Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da
residência do réu, salvo conhecido o lugar da infração.
Gabarito: A
Comentário:
CPP, Art. 70. § 1 Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora
45
dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último
ato de execução.
b) Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a
jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições,
a competência firmar-se-á pelo princípio da extraterritorialidade. (ERRADO)
CPP, Art. 70, § 3 Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando
incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais
jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
CPP, Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo
domicílio ou residência do réu.
d) Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da
residência do réu, salvo conhecido o lugar da infração. (ERRADO)
CPP, Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de
domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do
comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído.
C) a competência constitucional do tribunal do júri é uma cláusula pétrea, razão pela qual é
inadmitida a sua ampliação por lei ordinária.
46
instâncias ordinárias.
Gabarito: D
Comentário:
A) a competência penal por prerrogativa de função não prevalece sobre a regra de competência
do local da infração. X
A regra geral para fixação da competência é o lugar da infração penal, conforme previsão
do art. 69, inciso I e 70 do CPP. Uma das exceções é a competência por prerrogativa de
função, prevista nos artigos 69, inciso VII, 84 à 87 do CPP. E esta prevalece sobre aquela.
Não há esse "salvo". ➞ Súmula 122: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento
unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a
regra do art. 78, II, a, do Código de Processo Penal.
C) a competência constitucional do tribunal do júri é uma cláusula pétrea, razão pela qual é
inadmitida a sua ampliação por lei ordinária. X
Por ser cláusula pétrea, prevalece o entendimento que a competência do Júri não pode
ser reduzida. Mas é plenamente possível que esta seja AMPLIADA.
Em regra, quem julga a exceção da verdade é o próprio juiz competente para a ação penal
privada. No entanto, se o excepto for uma autoridade que possua foro por prerrogativa de
função, a competência para julgar a exceção será do Tribunal competente para julgar o
excepto. Isto porque se a exceção da verdade for julgada procedente, significa que ficou
provado que o fato imputado é verdadeiro, ou seja, restou demonstrado, indiretamente,
que aquela autoridade praticou um crime. E só quem pode reconhecer que a autoridade
praticou um delito é o Tribunal competente. O juiz de 1ª instância não tem competência
para reconhecer, ainda que indiretamente, que um a autoridade com foro por prerrogativa
de função cometeu um crime. Vale ressaltar que apenas o julgamento da exceção será de
competência do Tribunal. Assim, a admissão da exceção, o processamento e os atos de
instrução são realizados em 1ª instância. Somente depois que a exceção estiver recebida
e instruída pelo juízo de 1ª instância é que ela será encaminhada ao Tribunal competente
apenas para julgamento do mérito da exceção. É o juízo de 1ª instância que fará o juízo de
admissibilidade, ou seja, verificar se, naquele caso específico, a legislação permite a
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exceção da verdade. Se o juízo de admissibilidade for positivo, o juiz irá colher toda a
prova produzida e remeter ao juízo competente. A competência por prerrogativa de foro é
só para o julgamento do mérito da exceção, cabendo ao juízo de origem a admissibilidade
e a instrução do feito.
FONTE: Buscador Dizer o Direito: CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Exceção da verdade e
competência.
Cargo: 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto
Acerca da competência no processo penal, assinale a opção correta, de acordo com o
entendimento dos tribunais superiores.
Gabarito: C
Comentário:
Compete à Justiça Federal processar e julgar as ações penais que envolvam suposta
divulgação de imagens com pornografia infantil em redes sociais na internet.
a) Falso. “Firmou-se o entendimento nesta Corte Superior de Justiça que, nos casos de delitos
praticados em detrimento da Empresa Brasileira dos Correios e Telégrafos-EBCT, a
competência será estadual quando o crime for perpetrado contra agência franqueada e
houver ocasionado efetivo prejuízo unicamente a bens jurídicos privados. Por outro lado, incidirá
o art. 109, IV, da Constituição Federal, nos casos em que a ofensa for direta à EBCT, ou seja,
ao serviço fim dos correios, os serviços postais, atraindo, pois, a competência federal”.
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b) Falso: Súmula 546 do STJ. “A competência para processar e julgar o crime de uso de
documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento
público, não importando a qualificação do órgão expedidor”
Síntese: uso de documento falso: será competente onde o agente apresentar o documento
falso. Já na falsificação documental será firmada a competência em razão do órgão expedidor
daquele documento.
d) Falso. A conexão entre crime federal e contravenção penal enseja cisão de competência
(separação), com a Justiça Federal julgando o crime e a Estadual a contravenção.
Sendo assim, como regra, a competência para o julgamento das contravenções é da Justiça
Estadual, sendo exceções as contravenções praticadas pelos detentores de foro na Justiça
Federal e as contravenções praticadas com ofensa a direitos e interesses indígenas.
Por outro lado, se a troca de material pedófilo ocorreu entre destinatários certos no Brasil não
há relação de internacionalidade e, portanto, a competência é da Justiça Estadual.
Cargo: 2019 - MPE-PR - Promotor Substituto
Sobre competência, nos termos do Código de Processo Penal, analise as assertivas abaixo e
assinale a alternativa incorreta:
A) A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou,
no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
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C) Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo juízo que
primeiro praticou algum ato processual.
Gabarito: C
Comentário:
a) A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no
caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração,
ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
c) Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo juízo que primeiro
praticou algum ato processual.
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a COMPETÊNCIA REGULAR-SE-Á PELO
DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU.
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Art. 78. b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as
respectivas penas forem de igual gravidade; ( Lei nº 263, de 23.2.1948)
Correto Art. 81 - Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por conexão
ou continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver o acusado,
de maneira que exclua a competência do júri, remeterá o processo ao juízo competente.
Cargo: DPE-MA - Defensor Público
Sobre a competência no Processo Penal, é correto afirmar:
D) Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da
residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
Gabarito: C
Comentário:
Letra A - INCORRETA. Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que
se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de
execução.
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Letra D - CORRETA. Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir
o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
Cargo: 2018 - MPE-BA - Promotor de Justiça Substituto
Por fim, foram conduzidos a uma delegacia de repressão a Crimes Contra o Patrimônio, na
capital do Estado, onde foi lavrado o Auto de Prisão em Flagrante. Nos termos da legislação
pátria (art. 78 do CPP), a alternativa que contém a comarca do foro competente para conhecer,
processar e julgar os crimes praticados pela quadrilha é
A) Serrinha.
B) Salvador.
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C) Simões Filho.
D) Feira de Santana.
Gabarito: D
Comentário:
Fixação da competência:
Existe conexão (art. 76, CPP), de modo que, agora, precisamos saber qual será o foro
competente, já que houve a prática de vários crimes em variadas cidades (art. 78, CPP).
São crimes da mesma categoria (mesma hierarquia)? Sim. O que deve ser levado em conta?
- Levar em conta o lugar da infração à qual for cominada pena mais grave (em abstrato).
- Levar em conta o lugar em que ocorreu o maior número de infrações se as penas forem de
igual gravidade.
No caso, o crime mais grave, abstratamente, é o latrocínio, do art. 157, § 3º, II, CP (resultado
morte), cuja pena é de 20 a 30 anos de reclusão. Logo, Feira de Santana, local onde este crime
foi praticado, será competente para processar e julgar todos os demais crimes também.
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** Adendo: Há crime continuado em relação aos furtos e, com estes, concurso material com o
latrocínio.
Fonte: COSTA, Klaus Negri; ARAÚJO, Fábio Roque. Processo Penal Didático. Editora
JusPodivm, 2018.
Cargo: 2018 - TJ-MT - Juiz Substituto
A competência criminal:
B) pelo lugar da infração, será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que foi iniciado o ato de execução.
E) não sendo conhecido o lugar da infração, será regulada pelo único domicílio do réu
conhecido.
Gabarito: E
Comentário:
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Letra B - INCORRETA. Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que
se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de
execução.
Letra D - INCORRETA. Art. 74, § 3 o Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra
atribuída à competência de juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a
desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá proferir a
sentença.
Letra E - CORRETA. Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência
regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu.
Cargo: 2018 - TJ-MG - Juiz de Direito Substituto
Gabarito: B
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Comentário:
I. ERRADO
II. CERTO
O Dizer o Direito explica: "Art. 29. 'O Município reger-se-á por lei orgânica (...) atendidos
os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e
os seguintes preceitos: X - j ulgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça'. Desse
modo, segundo a CF/88, os Prefeitos deverão ser julgados pelos TJ's. Vale ressaltar que o
Prefeito será julgado pelo TJ se o crime for de competência da Justiça Estadual. Se for da
competência da Justiça Federal, será julgado pelo TRF e se for da Justiça Eleitoral, pelo
TRE (é o que prevê a Súmula 702 do STF). Em casos de c rimes dolosos contra a vida (não
havendo interesse federal), também será julgado pelo TJ considerando que se trata de
previsão constitucional específica (art. 29, X, da CF/88)".
O Prof. Vicente Paulo explica que o Decreto-lei 201/67 é a norma que define os crimes de
responsabilidade do prefeito. Mas, ao enumerá-los, fez o seguinte: no seu art. 1º, indicou
condutas que, na verdade, são típicos “crimes comuns”; já no seu art. 4º, indicou
condutas político-administrativas que, tradicionalmente, caracterizam os “crimes de
responsabilidade”. Nos casos do art. 1º, temos crimes de responsabilidade “impróprios”
(“impróprios” porque, como eu disse acima, são, na verdade, materialmente, crimes
comuns), e serão eles julgados pelo Tribunal de Justiça (TJ); e nos casos do art. 4º,
temos crimes de responsabilidade “próprios”, e serão eles julgados pela Câmara
Municipal.
De acordo com a Súmula. 209, STJ: "Compete ao J ustiça Estadual processar e julgar
prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal" .
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Cargo: 2018 - DPE-AM - Defensor Público
B) o Secretário de Estado será processado e julgado perante o Tribunal do Júri, ainda que a
Constituição do Estado estabeleça prerrogativa de foro para o julgamento de Secretários de
Estado nos crimes comuns; e o policial militar, perante o órgão competente da Justiça
Militar estadual.
E) ambos serão processados e julgados perante o Tribunal do Júri, ainda que a Constituição
do Estado estabeleça prerrogativa de foro para o julgamento de Secretários de Estado nos
crimes comuns.
Gabarito: E
Comentário:
➤ Cuidado para não confundir com o crime militar previsto no art. 9° do Código Penal Militar:
[...]
57
[...]
§ 1º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares
contra civil, serão da competência do Tribunal do Júri.
§ 2º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares
das Forças Armadas contra civil, serão da competência da Justiça Militar da União, se
praticados no contexto:
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo que não
beligerante; ou
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