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Federação Pernambucana de Judô Clayton Alves de Souza - 2º Dan

EXAME DE FAIXA PRETA E GRAUS SUPERIORES METODOLOGIA DE AULA APLICADA AO ENSINO DO JUDÔ
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METODOLOGIA DE AULA APLICADA AO ENSINO DO JUDÔ

Profº Clayton Alves de Souza


Graduado em Licenciatura Plena em Educação Física

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EXAME DE FAIXA PRETA E GRAUS SUPERIORES METODOLOGIA DE AULA APLICADA AO ENSINO DO JUDÔ
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 5
2. BREVE HISTÓRICO DO JUDÔ .................................................................. 6
3. OS BENEFICIOS DO JUDÔ PARA CRIANÇAS ....................................... 7
4. A CIÊNCIA DA MOTRICIDADE HUMANA E A LUDICIDADE ........... 8
5. A BRINCADEIRA E O LÚDICO ................................................................ 9
6. PLANEJAMENTO DE AULAS ................................................................... 10
7. APRENDIZAGEM DO JUDÔ ..................................................................... 10
8. CAPACIDADES FISICAS E COORDENATIVAS NECESSÁRIAS
À PRÁTICA DE JUDÔ ................................................................................ 10
9. O ENSINO DO JUDÔ PARA CRIANÇAS .................................................. 13
10. TREINAMENTO EM LONGO PRAZO ...................................................... 14
11. CONSIDERAÇÕES GERAIS ...................................................................... 17
12. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................... 18

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METODOLÓGIA DE AULA APLICADA AO ENSINO DO JUDÔ

1. INTRODUÇÃO

Ministrar aulas de Judô para crianças envolve diversos componentes pertinentes ao


ensino, dentre eles, citamos como exemplos: a didática, a pedagogia, a metodologia, a
avaliação e o planejamento. Na verdade, a metodologia no esporte, de uma forma geral,
é passível de variações, contudo, no Judô por ser uma prática o grande desafio é o de
propor outras perspectivas metodológicas ou até mesmo de questionar o
tradicionalismo, sem que haja o desmerecimento do mesmo, envolve o fato de irmos ao
encontro de todo um paradigma tradicionalista de ensino ainda muito predominante
nesta modalidade.

Os Benefícios do Judô na Educação Infantil trabalha a importância deste esporte nessa


fase da vida. São apresentadas nesta aula a importância do judô no processo de
desenvolvimento, da capacidade física, intelectual e moral nessas crianças, onde se
aprofunda na relação interpessoal entre o aluno e professor.

Este tema é interessante, pois o esporte nessa faixa etária é pouco trabalhado em escolas
e, quando trabalhado, na maioria das vezes, é como atividades extracurriculares, onde
nem todas as crianças participam. Para a sociedade, os esportes de combate na educação
infantil não exploram o lúdico e sim influenciam a violência, mas, para os educadores e
estudiosos nessa área, eles auxiliam na formação cognitiva, afetiva e motora das
crianças, além de promoverem a interação entre elas. São duas instituições de ensino
nas quais nos baseamos, para apontar as diferenças sobre a prática do Judô na educação
infantil.

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2. BREVE HISTÓRICO DO JUDÔ

Tratar da história do Judô é importante para que possamos entender o modelo atual de
ensino, e assim analisar as progressões devidamente contextualizadas com cada período
histórico.

O Judô foi criado no Japão em 1882, por um grande estudioso japonês chamado Jigoro
Kano, este esporte é fruto de uma sistematização técnica e filosófica oriunda do Ju
Jutsu, sistema de luta dos samurais, praticada pelo mesmo e que posteriormente buscou
modificar sua base, enfatizando fim educacional para este esporte de combate no Japão.
Literalmente, o significado do Judô é “caminho suave”, esse conceito contextualiza-se
através dos seus princípios filosóficos, que são: Prosperidade e benefícios mútuos; ceder
para vencer e máxima eficiência, que foram criados para que pudessem reger de forma
diferenciada a prática do Judô e para que influenciassem também nas atitudes extra-
judô. Devido aos seus fins educacionais, filosóficos e esportivos, o Judô ganha o mundo
através de demonstrações feitas pelos alunos enviados por Jigoro Kano, depois desta
larga difusão o Judô chega às olimpíadas, contextualizado como esporte olímpico.

O Judô já conquistou um importante “status” quanto aos benefícios que pode oferecer
aos seus praticantes, segundo a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a
educação, a Ciência, e a Cultura) é um dos esportes mais aconselhados na fase que
compreende desde a infância até os quatorze anos de idade, pois permite mediante o
jogo e a diversão, conjugar fatores essenciais para o desenvolvimento do indivíduo,
como por exemplo, a coordenação de movimentos, a psicomotricidade, o equilíbrio, a
expressão corporal e a situação espacial (percepção sinestésica). Além disso, devido à
sua capacidade didático-pedagógica, o Judô que é um esporte olímpico dos mais
difundidos através de projetos sociais, favorece também à sua prática por deficientes
visuais, autistas e portadores de Síndrome de Down.

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3. OS BENEFICIOS DO JUDÔ PARA CRIANÇAS

Esta arte marcial de diferencia das outras artes marciais porque consegue atender
crianças de todas as faixas etárias.

Especificamente em idade pré-escolar, as crianças estão descobrindo o mundo, seu


corpo e suas capacidades. Nesta idade é muito importante a estimulação psicomotora da
criança.

 Através do judô a criança pode experimentar movimentos novos e


diferentes;
 Pode melhorar a coordenação motora;
 Consegue ter um domínio corporal melhor para executar os movimentos
e consegue ampliar o seu “acervo” motor com essas experiências.
 A prática do judô tem o grande poder de socializar, além de abordar
valores éticos e morais.

Essa possibilidade de conhecer novos movimentos, melhorar a coordenação e explorar o


domínio corporal, tem uma influência direta com aprendizado escolar. Geralmente,
crianças com bom domínio corporal, boa imagem motora e que exploram suas
habilidades corporais, melhoram a sua autoestima, sua autoconfiança e
consequentemente isso reflete positivamente no rendimento escolar, a criança está mais
apta para receber e assimilar os estímulos, tanto motores como intelectuais. Por isso
crianças que tem estimulação positiva nesta idade, muito positivamente serão adultos
com bom desenvolvimento motor, dinâmicos, ponderados, sociáveis, enfim, pessoas de
bom senso. Além disso, o Judô consegue interferir no caráter do praticamente, uma vez
que esta arte tem sua filosofia voltada para o bem estar físico, mental e social.

O Judô também auxilia àquelas crianças que são extremamente tímidas e tem
dificuldade de socialização. Apesar de ser uma modalidade individual, o Judô prioriza o

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trabalho em grupo, a amizade e a disciplina. O judô, nesse caso, deve ser usado como
um meio para desenvolver a criança, tendo como objetivo final vencer a timidez e
melhorar os relacionamentos. Outro cuidado que se deve ter com a prática, não só desta
modalidade, mas de todas, é com a competição precoce, o objetivo maior nessa idade é
incentivar e fazer com que a criança tome gosto pelas atividades físicas e
principalmente pela modalidade.

Desta forma como um meio para auxiliar o desenvolvimento das crianças, e sua prática
deve refletir em casa, na escola e na vida social, possibilitando que seus praticantes
tenham uma vida harmoniosa com seus semelhantes.

4. A CIÊNCIA DA MOTRICIDADE HUMANA E A LUDICIDADE

A ludicidade é a ponte facilitadora da aprendizagem. O professor de judô repensa e


questiona sobre sua forma de ensinar. Pode utilizar a corrente da Motricidade Humana
que prega o uso do lúdico como fator motivante de qualquer tipo de aula, esportiva ou
não.
É importante que o professor de judô tenha uma visão humanista e progressista da
Educação Física contemporânea que objetiva a atividade física a fazer com que os
alunos desenvolvam-se integralmente e que assuma um papel mais amplo de educar e
promover o desenvolvimento do educando, estimular as três áreas inerentes aos
comportamentos da natureza humana, segundo a visão pedagógica: Cognitiva, Afetiva e
Psicomotora. É dever de o professor favorecer ao homem o seu conhecimento não só
tecnicista, mas em âmbito integral, enquanto ser pensante dotado de emoções, e que
interage com o todo social no desenvolver de suas funções, desde as mais elementares
até as mais superiores.
É notória a necessidade da repetição no material de aprendizagem em qualquer grau de
complexidade, mas também se defende a teoria que a monotonia da repetição da
aprendizagem tende a ser facilitada com a redução dos movimentos especializados,
talvez com um maior espaçamento entre itens e repetições das atividades. O tédio
provocado por respostas sempre iguais é um fator prejudicial à aprendizagem, portanto,
a alternância entre a aprendizagem de algum fundamento técnico e a realização de

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atividades lúdicas podem contribuir para a criação do espaçamento necessário entre as


atividades e, consequentemente, melhorar o processo de aprendizagem.
A importância da ludicidade, como fator motivacional, justifica um maior estudo sobre
o seu uso como estratégia de ensino nas aulas de judô para crianças, onde o professor
deve questionar-se quanto a sua postura e conduta em relação ao objetivo prioritário de
proporcionar aos praticantes de judô um desenvolvimento globalizado e não apenas
físico-técnico, transformando-os não em grandes campeões, mas em verdadeiros
homens.

5. A BRINCADEIRA E LÚDICO

Mais qual a diferença entre a brincadeira e o lúdico?

A brincadeira é apenas um passatempo em que a criança, muitas vezes, nem se envolve


inteiramente; o objetivo é apenas divertir.

Conclui-se assim, que cada faixa etária tem suas características específicas e especiais
do desenvolvimento, que devem ser respeitadas. Para cada fase deve ser trabalhada uma
metodologia diferente, levando a criança ou adolescente a ter um prazer e bem estar nas
atividades.

O Lúdico é uma forma divertida de aprender, no qual as crianças desenvolvem uma


atividade com um objetivo predeterminado pelo professor, que pode usar brincadeiras e
jogos, dentre outros.

Os conteúdos lúdicos são muito importantes na aprendizagem. Isto porque é muito


importante incutir nas crianças a noção que aprender pode ser divertido. As iniciativas
lúdicas nas aulas de judô podem potencializar a criatividade, e contribuírem no o
desenvolvimento intelectual dos alunos.

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6. PLANEJAMENTO DAS AULAS

O planejamento das aulas é uma ferramenta usada por um professor, que facilita o seu
trabalho. Tem como objetivo melhorar a qualidade do ensino.

Através do planejamento, um professor programa e planeja as atividades que vai propor


aos seus alunos, e determina quais os objetivos pretendidos para cada atividade.

7. APRENDIZAGEM DO JUDÕ

Divisão pedagógica para iniciação e aperfeiçoamento no judô

IDADE MATURIDADE OBJETIVO PROPOSTO NO JUDÔ


Não se indica entrar em uma iniciação
Crianças ainda em formação
competitiva, mas em escolinhas e
atendendo à realização de
4 a 6 anos trabalhem as habilidades físicas sem
habilidades motoras simples
haver preocupação com as técnicas do
com qualidade.
judô.
Crianças com alta capacidade Esta fase de grande aprendizado é ideal
de aprendizagem; idade ideal para começos a aprender as principais
7 a 10 anos
para iniciação competitiva e, técnicas básicas de projeção e
para combinar habilidades imobilização.
motoras. Ideal para fixar postos-chave no
Ideal para o máximo repertório desequilíbrio e na movimentação na
motor. entrada de golpes.

8. CAPACIDADES FISICAS E COORDENATIVAS NECESSARIAS À


PRÁTICA DO JUDÔ.

Faz-se necessário que o professor (instrutor) de judô, tenha conhecimento sobre quais as
capacidades físicas e coordenativas exigidas pela modalidade para que de uma forma
mais adequada possa selecionar as atividades de acordo com a faixa etária.

Capacidades Físicas necessárias para praticas esportivas são definidas como, todos os
atributos físicos treináveis num organismo humano. Em outras palavras, são todas as
qualidades físicas motoras passíveis de treinamento comumente classificadas em

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diversos tipos: Resistência, Força, Velocidade, Agilidade, Equilíbrio, Flexibilidade e


Coordenação motora (destreza). Capacidades coordenativas entende-se como uma
forma de qualquer pessoa otimizar o desempenho motor e o seu desempenho cognitivo
e com isso o seu bem-estar, pois, a coordenação está presente em todas as atividades
diárias. As capacidades coordenativas se exploradas e trabalhadas convenientemente
permitem processar informação de forma mais complexa e especializada melhorando o
reportório motor, permitindo uma resposta mais rápida e com um menor dispêndio
energético.

8.1. CAPACIDADES FÍSICAS

Força: É a capacidade física que permite deslocar um objeto, o corpo de um parceiro ou


o próprio corpo através da contração dos músculos.

Velocidade: É a capacidade física que permite realizar movimentos no menor tempo


possível ou reagir rapidamente a um sinal.

Agilidade: É a qualidade física que permite mudar a direção do corpo no menor tempo
possível. Conhecida como velocidade de “troca de direção”. Para a agilidade, a
flexibilidade é importante.

Equilíbrio: É a qualidade física conseguida por uma combinação de ações musculares


com o propósito de assumir e sustentar o corpo sobre uma base, contra a lei da
gravidade. Pode ser de 3 tipos: dinâmico, estático e recuperado

Coordenação Motora (destreza): É a capacidade física que permite realizar uma


sequência de exercícios de forma coordenada.

Flexibilidade: É a capacidade física que permite executar movimentos com grande


amplitude.

Resistência: É a capacidade física que permite efetuar um esforço durante um tempo


considerável, suportando a fadiga dele resultante e recuperando com alguma rapidez.

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8.2. CAPACIDADES COORDENATIVAS

Capacidade de diferenciação

Esta capacidade se refere à qualidade do movimento. Executa-se o movimento de forma


perfeita, com economia de esforço, tal qual o programa arquivado na memória. Um
grande domínio do movimento capacita o executante a variar algumas de suas etapas,
fazendo uma distinção bastante refinada.

Capacidade de acoplamento

O termo acoplar traz a ideia de unir e refere-se justamente a esta característica de unir
movimentos parciais diferentes do corpo, tornando-os um movimento único, acoplados
entre si, coordenados. Este termo refere-se, também, à sequência correta de execução.

Capacidade de reação

Refere-se à velocidade com que um sinal é detectado, e ocorre uma resposta a este
estímulo. Quanto mais rápida e melhor for a resposta a um sinal, melhor a capacidade
de reação.

Capacidade de orientação

É a capacidade de determinar o espaço disponível, e atuar neste espaço utilizar toda a


sua possibilidade. É também saber se relacionar neste espaço justamente com
companheiros, adversários e o objeto central: na maioria dos esportes coletivos, a bola.

Capacidade de equilíbrio

Relaciona-se à capacidade de manter ou recuperar a estabilidade. Manter se for o caso


de uma posição estática ou movimentos lentos, e recuperar , quando realizar
movimentos rápidos em saltos. Nas duas situações, adquirir uma posição estável pode
ser fundamental para a qualidade do movimento.

Capacidade de câmbio (agilidade)

Esta capacidade pode ser observada quando há adaptação a novas situações, posições,
direções.

Tem como característica básica a variação, sem que se perca a continuidade do gesto.

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Capacidade de ritmo

Ocorre quando o indivíduo se adapta a um ritmo externo. Segue e executa os


movimentos dentro deste ritmo. No entanto, é muito importante a realização do
movimento seguindo um ritmo interno, interior, de acordo com seus interesse e suas
motivações.

9. O ENSINO DO JUDÔ PARA CRIANÇAS

As crianças e adolescentes, em comparação com os adultos, ainda se encontram em fase de


crescimento, onde surgem inúmeras alterações físicas, psicológicas e psicossociais, que
provocam consequências para a atividade corporal ou esportiva. A oferta de estímulos e
aprendizagens deve ser regulada pela fase.

O professor deve ter em mente que é um educador, que deve formar pessoas de bem; no
Judô, em casa, na escola, ou em qualquer lugar. Seu objetivo é que a criança saia de sua
aula com uma formação eficaz, tornando-se assim um adulto saudável e íntegro.
Destacando, assim que o professor é a peça principal na formação de seu aluno.
Devemos nos lembrar, que cada indivíduo tem uma diferença em relação à maturidade
biológica. Cada um desenvolve no seu tempo, por fatores internos e/ou externos do
meio no qual esta inserido.

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10. TREINAMENTO EM LONGO PRAZO

CAPACIDADES CONDICIONANTES - 04 a 6/7 ANOS - Idade Pré- Escolar

DESENVOLVIMENTO OBSERVAÇÕES
Resistência Aeróbia Atividade Bilateral - Ex.: Corrida Lúdica.
Pode ser desenvolvida com atenção especial ao
Resistência Anaeróbia Aláctica tempo máximo de 15 seg, evitando o acúmulo de
lactato. Ex. estafeta.
Não desenvolver, pois, nesta fase, o indivíduo não
Resistência Anaeróbia láctica possui as enzimas necessárias para uma eficiente
remoção do lactato.
Desenvolvida de forma natural, sem sobrecarga,
Força privilegiando a força rápida, não trabalhando
estaticamente. Ex. rastejar, fuga quadril e etc.
Não trabalhar esta valência devido ao
desenvolvimento natural da criança nesta fase.
Flexibilidade Importante ressaltar que o desenvolvimento desta
valência não acarretará ganhos, podendo causar
prejuízos ao equilíbrio postural.
Trabalhar em distâncias curtas, não ultrapassando 15
Velocidade
seg. . Ex. conteste.
Não trabalhar esta valência devido ao
desenvolvimento natural da criança nesta fase.
Flexibilidade Importante ressaltar que o desenvolvimento desta
valência não acarretará ganhos, podendo causar
prejuízos ao equilíbrio postural.
Trabalhar em distâncias curtas, não ultrapassando 15
Velocidade
seg. . Ex. estafeta.

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CAPACIDADES COORDENATIVAS
Devem ser trabalhadas até aos 10 anos de idade em decorrência da formação do Sistema
Nervoso Central (SNC), levando em consideração, que após esta idade dificilmente
serão desenvolvidas com a mesma eficiência.

DESENVOLVIMENTO OBSERVAÇÕES

Equilíbrio Movimentos em direção a um alvo.


Coordenação Óculo-Manual Ex. amarração rápida da faixa
Coordenação Motora Fina Ex. desenho do judô
Ex. atividades lúdicas em geral ou realização de
Coordenação Motora Global
um golpe.
Coordenação Espaço Temporal Ex. Cumprimento de tarefas por tempo.
Bilateralidade Ex. atividades desenvolvidas por ambos os lados
Visão Periférica Ex. brincadeira do rabo
Percepção Corporal* Movimentos sem forma definida (simples)
Agilidade Ex. Corridas com cumprimento de metas.

CAPACIDADES CONDICIONANTES

06/07 ANOS a 10 ANOS

DESENVOLVIMENTO OBSERVAÇÕES
Utilizar o princípio da carga individual. Exercícios
Resistência Aeróbia com intensidade média. Ex. corrida contínua com
velocidade regular.
Pode ser desenvolvida com atenção especial ao
Resistência Anaeróbia Aláctica tempo máximo de 15 seg, evitando o acúmulo de
lactato. Ex. estafeta.
Não desenvolver pois nesta fase o indivíduo não
Resistência Anaeróbia láctica possui as enzimas necessárias para uma eficiente
remoção do lactato.
Desenvolvida de forma natural, sem sobrecarga,
privilegiando a força rápida, não trabalhando
Força estaticamente. Ex. rastejar, fuga quadril e etc.
Fortalecimento do aparelho postural e motor.
Ex. Treinamento em circuito.
Inicio das atividades de flexionamento,
Flexibilidade
principalmente atividades de quadril e ombro.
Fase em que ocorre .maior desenvolvimento.
Velocidade
Trabalhar velocidade de reação.

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CAPACIDADES COORDENATIVAS

Desenvolvimento Observações
Equilíbrio Movimentos em direção a um alvo.
Coordenação Óculo-Manual Ex. amarração rápida da faixa
Coordenação Motora Fina Ex. desenho do judô
Ex. atividades lúdicas em geral ou realização de
Coordenação Motora Global
um golpe.
Desenvolvimento Observações
Equilíbrio Movimentos em direção a um alvo.
Coordenação Óculo-Manual Ex. amarração rápida da faixa
Coordenação Motora Fina Ex. desenho do judô

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11. CONSIDERAÇÕES GERAIS

A metodologia de ensino de um esporte é que guia todo processo de ensino


aprendizagem, logicamente existem diversas variáveis em volta da metodologia que
também influem no processo, mas o método é com certeza o que irá dar respostas dentro
da prática.

Independente do modelo de ensino, é necessário que o professor de Judô se organize de


forma à cumprir objetivos com suas aulas, é para isto que existem os recursos didáticos
de organização, próprios da Didática da Educação Física, e estes devem ser sempre
utilizados pelos professores. Após conhecer sua turma, o professor deve fazer
planejamento anual/semestral, assim como planos diários, visando com isso, uma
otimização do aproveitamento das aulas. No plano de aula, devem constar itens básicos
como: conteúdo, objetivos, estratégias metodológicas, recursos materiais e avaliação.

O professor deve buscar, por meio de suas aulas, o cumprimento de vários objetivos,
como: sociabilização dos alunos; ampliação de repertório motor diversificado; educação
através da prática contextualizada dos princípios filosóficos do Judô; aprendizagem
técnica; formação em longo prazo e seleção de talentos esportivos; diminuição da
agressividade em crianças através de jogos de contato com regras; possibilidade de
conscientização para a formação de estilo de vida saudável; entre outros infinitos
objetivos que podemos vivenciar através da prática do Judô. Contudo, cabe ao professor
definir os objetivos, levando em consideração a realidade na qual está inserido, para que
através do Judô, possa ser efetuada uma prática mais significativa para as crianças.

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12. BIBLIOGRAFIA

http://www.efdeportes.com/efd175/os-beneficios-do-judo-na-educacao-infantil.htm
Os benefícios do judô na educação infantil - Adrieli Regina Benedicto

http://www.efdeportes.com/efd18b/judo.htm
A importância do treino das capacidades coordenativas na infância

http://www.efdeportes.com/efd132/treino-das-capacidades-coordenativas.htm
Treinamento de Judô a longo prazo - Leonardo José Mataruna dos Santos* e Mariana
Vieira de Mello

http://www.efdeportes.com/efd18b/judo.htm
FRANCHINI, Emerson. I prêmio INDESP de literatura esportiva. Bases para detecção e
promoção de talentos na modalidade judô. Publicações INDESP, vol. I, 1999.

GONDIM, Denis Foster: Aspectos metodológicos aplicados ao ensino do judô para


crianças. Or: Prof. Ms. Marco Aurélio L. Oliveira (ESEF-UPE) 2007
http://www.ligarsdejudo.com.br/2007/noticias/tcc_denis.pdf. Acesso em 07/04/2008

http://www.judoctj.com.br/a-preparacao-fisica-no-judo/

TREINAMENTO PARA CRIANÇAS E JOVENS, Fabio Aires da Cunha


http://www.fcunha.com.br/artigo/Treinamento%20para%20criancas%20e%20jovens.htm

ROZA, Francisco cordeiro, JUDÔ INFANTIL, Uma Brincadeira séria! São Paulo, 2010.

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