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6° Grupo

Eugénia Aizeque

Natália Artur Camacho

Sandra Augusto Albano

Zuneid Julião Muchanga

Situação política de Moçambique

Licenciatura em ensino de Geografia com Habilitação em História

Universidade Púngué
Chimoio

2023
Eugénia Aizeque

Natália Artur Camacho

Sandra Augusto Albano

Zuneid Julião Muchanga

Situação política de Moçambique

Licenciatura em ensino de Geografia com Habilitação em História

Trabalho investigação da Disciplina de Temas


Transversais, a ser apresentado ao Departamento de
Geociências e Ambiente, de carácter avaliativo.
Orientado sob:

Docente: MSc. Gonçalves Francisco Catandica

Universidade Púngué
Chimoio
2023

Índice
1 Introdução..................................................................................................................1

2 Objectivos..................................................................................................................2

2.1 Objectivo Geral...................................................................................................2

2.2 Objectivos Específicos........................................................................................2

3 Metodologias..............................................................................................................2

4 Enquadramento teórico..............................................................................................3

4.1.1 A situacao Politica em mocambique...........................................................3

5 Eleições em Moçambique..........................................................................................3

5.1 1994 - Eleições presidenciais e legislativas........................................................4

5.2 1999 - Eleições presidenciais e legislativas........................................................4

5.3 2004 - Eleições presidenciais e legislativas........................................................4

5.4 2009 - Eleições presidenciais, legislativas e provinciais....................................4

5.5 2014 - Eleições presidenciais, legislativas e provinciais....................................5

6 Lista de presidentes de Moçambique.........................................................................5

6.1 Exigências...........................................................................................................5

6.2 Poderes e Deveres...............................................................................................6

6.3 Histórico..............................................................................................................6

6.4 Lista de presidentes.............................................................................................6

7 Primeiros-ministros de Moçambique (1974-presente)...............................................8

8 Lista dos governadores das províncias de Moçambique............................................8

9 Assembleia da República de Moçambique................................................................9

9.1 Natureza..............................................................................................................9

9.2 Composição da Câmara....................................................................................10


9.3 Funcionamento..................................................................................................10

9.3.1 Regime.......................................................................................................10

9.3.2 Tempo........................................................................................................10

9.3.3 Lugar..........................................................................................................10

9.3.4 Plenário e comissões..................................................................................10

9.3.5 Dissolução.................................................................................................11

9.4 Sede...................................................................................................................11

9.5 História..............................................................................................................12

10 Presidentes da Assembleia da República.................................................................12

11 Lista dos partidos políticos de Moçambique............................................................12

12 Lista dos partidos políticos de Moçambique atuais.................................................13

13 Hoje, 43 anos depois, como está Moçambique?......................................................14

13.1 Participação política..........................................................................................15

13.2 Violência...........................................................................................................16

13.3 Desafios............................................................................................................16

14 Conclusão.................................................................................................................18

15 Referências Bibliográficas.......................................................................................19
1

1 Introdução

Moçambique tornou-se independente em 1975, depois de uma luta armada de libertação


nacional. A FRELIMO - Frente de Libertação de Moçambique, que havia conduzido a
luta durante 10 anos, formou o primeiro governo, com um programa de trabalho
orientado para a construção de uma sociedade socialista.

Em 1976 surgiram os primeiros indícios de desestabilização em Moçambique, cujo


desenvolvimento atinge a forma de uma guerra civil alargada a todo o país, sobretudo
na década de 80, opondo o governo e a RENAMO - Resistência Nacional de
Moçambique. A desestabilização provocada por estes conflitos internos é agravada por
agressões militares que a Rodésia faz a Moçambique, mais tarde transferidas para o
regime de apartheid da África do Sul. Apenas em 1992, com a assinatura do ‘Acordo
Geral de Paz’ entre a FRELIMO e a RENAMO, cessam as hostilidades e inicia-se um
processo de paz e reconciliação.

A década de 80 marca a transição de uma economia centralmente planificada para uma


economia aberta, de mercado. Nos anos 90, concretiza-se a transição política
anteriormente iniciada, onde se destaca a introdução de uma constituição pluralista e a
emergência de um processo de descentralização política e administrativa.

Com este perfil, pretendemos apresentar um resumo informativo sobre a evolução dos
acontecimentos políticos, económicos e sociais em Moçambique, no período pós-
independência, e os desenvolvimentos no campo científico, particularmente nas
Ciências Sociais, que acompanharam estes processos.
2

2 Objectivos

2.1 Objectivo Geral


Analisar a Situação Política em Moçambique.

2.2 Objectivos Específicos

Explicar A Situação Política em Moçambique;

Identificar. As eleições, os presidentes, os primeiros ministros, e os


governadores em Moçambique;

Caracterizar a assembleia e os seus presidentes e lista dos partidos actuais em


Moçambique;

Descrever os 43 anos depois como esta o Moçambique.

3 Metodologias
O trabalho seguiu marcos de produção científica em uso na universidade, o que por
sinal alavancou a realização da mesma usando métodos de destaque para a pesquisa,
com isso os métodos mais destacados para a produção do trabalho foram o método de
procedimento e o método de abordagem, que singularmente são o método bibliográfico
e o dedutivo.
3

4 Enquadramento teórico

4.1.1 A situação Política em moçambique

Segundo o Boletim sobre Processo Político em Moçambique, 2009 A Frelimo, Frente


de Libertação de Moçambique, foi o movimento que dirigiu a luta de libertação nacional
que culminou com a independência nacional em 25 de Junho de 1975. Desde então que
esse movimento político ou os seus sucessores dirigem a política nacional. Em 1978, a
Frente tornou-se num partido político marxista-leninista, denominado Partido Frelimo, e
Samora Machel ocupou a presidência do país, num regime de partido único, desde a
independência até à sua morte em 1986.

Em 1990, foi aprovada uma nova constituição que transformou o estado numa
democracia multipartidária. O Partido Frelimo permaneceu no poder, tendo ganho por
cinco vezes as eleições legislativas e presidenciais realizadas em 1994, 1999, 2004,
2009 e 2014. A Renamo é o principal partido da oposição.

De acordo com a constituição em vigor, o regime político em Moçambique é


presidencialista: o chefe de Estado é igualmente chefe do governo. No entanto, existe
desde 1985 o cargo de Primeiro Ministro, que tem o papel de coordenador e pode dirigir
as sessões do Conselho de Ministros na ausência do presidente.

O parlamento tem a designação de Assembleia da República e é constituído por 250


assentos.

Para além do Presidente da República e dos membros do parlamento, os presidentes e os


membros das assembleias dos municípios e das províncias (desde 2009) são igualmente
eleitos democraticamente, para mandatos de cinco anos.

5 Eleições em Moçambique

Moçambique elege os seus representantes políticos a três níveis:

 a nível nacional elege o chefe de estado, o Presidente da República, e o


parlamento, a Assembleia da República. O presidente é eleito para um mandato
4

de cinco anos por sufrágio direto, desde 1994. O parlamento tem 250 membros,
eleitos para um período de cinco anos por representação proporcional.
 a nível provincial são eleitas Assembleias Provinciais, por um período de cinco
ano e cuja função é monitorizar o governo provincial.
 a nível local, são eleitos o Presidente do Conselho Municipal e os partidos que
integram as Assembleias Municipais, em cidades e vilas consideradas
municípios pela Assembleia da República.

5.1 1994 - Eleições presidenciais e legislativas

Nas primeiras eleições multipartidárias realizadas em Moçambique, em 1994, foi eleito


o candidato do partido FRELIMO e Presidente da República desde 1986, Joaquim
Chissano. Na mesma ocasião, a FRELIMO ganhou também a maioria dos assentos na
Assembleia da República. Depois de vários meses de protestos, o principal partido da
oposição e anterior movimento guerrilheiro RENAMO aceitou os resultados.

5.2 1999 - Eleições presidenciais e legislativas

Nas eleições de 1999, Joaquim Chissano foi reeleito com 52,3% dos votos e a
FRELIMO passou a ocupar 133 dos 250 assentos do parlamento. O candidato do
principal partido da oposição, Afonso Dhlakama da RENAMO, obteve 47,7% dos votos
e o partido ocupou os restantes 117 assentos parlamentares.

5.3 2004 - Eleições presidenciais e legislativas

Nas eleições presidencial e parlamentar de 2004, realizadas nos dias 1 e 2 de dezembro,


Armando Guebuza, o novo candidato da FRELIMO, ganhou 63,7% dos votos, mais do
dobro do candidato da RENAMO, Afonso Dhlakama (31,7%).

Na votação para o parlamento, a FRELIMO ganhou 62% (1,8 milhões) dos votos, a
RENAMO-União Eleitoral 29,7% (905 000 votos) e 18 partidos minoritários
partilharam os restantes 8%. Assim, a FRELIMO ocupou 160 assentos e a RENAMO-
UE, 90.
5

5.4 2009 - Eleições presidenciais, legislativas e provinciais

No dia 28 de outubro, os moçambicanos elegeram o seu Presidente da República, os


deputados da Assembleia da República e, pela primeira vez, os deputados das
Assembleias Provinciais. O registro para as eleições legislativas nacionais foi
contestado por vários partidos que foram parcialmente ou completamente excluídos do
pleito pela Comissão Nacional de Eleições (CNE). Entre eles o que se assume ser o
terceiro partido do país, o MDM - Movimento Democrático de Moçambique de Daviz
Simango, que não pode concorrer em 9 de 13 círculos eleitorais do país. Ao contrário do
seu partido, na corrida à Presidência, Daviz Simango pode concorrer em todos os
círculos. Os outros candidatos presidenciais são o actual Presidente da República,
Armando Guebuza pela FRELIMO, e Afonso Dhlakama pela RENAMO.

Guebuza foi reeleito com 75% dos votos válidos, seguido do líder da RENAMO,
Afonso Dhlakama, com 16% dos votos. Quanto às eleições para a Assembleia da
República, a FRELIMO, o partido do governo, conseguiu 191 deputados, com mais dois
eleitos nos círculos da emigração, a RENAMO 49 deputados e o MDM alcançou oito.

5.5 2014 - Eleições presidenciais, legislativas e provinciais

As eleições gerais em Moçambique em 2014 corresponderam ao quinto pleito


presidencial e legislativo, bem como às segundas eleições provinciais moçambicanas.
Realizadas em 15 de Outubro de 2014, resultaram na vitória do candidato da
FRELIMOde Filipe Nyusi para presidente, tendo o partido mantido também a maioria
dos assentos parlamentares.( Europa World Year Book 2, por Taylor & Francis Group –
Mozambique, Political Organizations, página 2988; 2009)

6 Lista de presidentes de Moçambique

Esta é a lista do presidente de Moçambique. Na República de Moçambique o


presidente é o chefe de estado e de governo desde 1975, com a independência do país e
a seleção de Samora Moisés Machel. O atual mandatário é Filipe Nyusi, eleito em 2015
e reeleito em 2019.
6

6.1 Exigências

 Deve-se ter mais de 35 anos e se nascido e naturalizado em Moçambique.


 Deve ter plenos poderes de suas capacidades mentais e físicas. (Artigo 147)
 Ter grande experiência políticas grande.

6.2 Poderes e Deveres

O presidente da República de Moçambique detém amplos poderes executivos, sendo o


símbolo máximo da unidade do país. Garante a defesa da constituição, do governo e dos
líderes do parlamento. Ele também pode convocar referendos, conceder o julgamento,
prisão ou perdão á delitos contra a Nação, além de ter poderes de demitir e nomear o
governo e dissolver a Assembleia Nacional. Outros como assinar paz, declarar guerra e
celebrar tratados também são incluídos.

6.3 Histórico

O cargo de Presidente de Moçambique foi criado em 25 de junho de 1975, no mesmo


dia da independência do país em relação a Portugal e do fim da Guerra de
Independência. A primeira eleição democrática ocorreu em 1977, onde o presidente
provisório Samora Machel foi eleito até 1986, quando morreu em um acidente aéreo.
Logo depois, um conselho provisório formado pelos principais ministros do país
governou por um curto período de 16 dias, até a eleição parlamentar do até então
Primeiro-ministro, Joaquim Chissano como presidente da República Popular de
Moçambique.

Em 1991, com a retirada do país do Bloco Socialista, houve a edição de uma nova
constituição que renomeou o país como República de Moçambique. Quatro anos depois,
em 1994, ocorreram as primeiras eleições gerais, onde Joaquim Chissano ganhou. Este
ganharia a eleição de 1999 e governaria até 2005. No mesmo ano, Armando Guebuza
assumiria e governaria até 2015, ano em que Filipe Nyusi assumiria, sendo reeleito em
2019.

6.4 Lista de presidentes


№ Nome Mandato Tempo de Eleição Partido
7

(Nac.-Morte) Governo político

República Popular de Moçambique


Samora Machel 25 de junho 19 de outubro 11 anos, 116
1 1977 FRELIMO
(1933-1986) de 1975 de 1986 dias
Governo
Provisório da
FRELIMO
Marcelino dos
Santos
Joaquim Chissano
Alberto Chipande
Armando Guebuza 4 de
19 de outubro
- Jorge Rabelo novembro de 18 dias - FRELIMO
de 1986
Mariano de Araújo 1986
Matsinhe
Jacinto Soares
Veloso
Mário da Graça
Machungo
José Óscar
Monteiro
4 de 1 de
Joaquim Chissano 4 anos, 25
2 novembro de dezembro de - FRELIMO
(n.1939) dias
1986 1990
República de Moçambique
1 de
Joaquim Chissano 2 de fevereiro 14 anos, 63 1994
2 dezembro de FRELIMO
(n.1939) de 2005 dias 1999
1990
Armando
2 de fevereiro 15 de janeiro 9 anos, 347 2004
3 Guebuza FRELIMO
de 2005 de 2015 dias 2009
(n.1943)
4 Filipe Nyusi 15 de janeiro Presente 6 anos, 318 2014 FRELIMO
8

(n.1959) de 2015 dias 2019

7 Primeiros-ministros de Moçambique (1974-presente)

№ Nome Mandato Partido

Estado de Moçambique (1974-1975)


Joaquim Chissano 20 de setembro de
1 25 de junho de 1975 FRELIMO
(n.1939) 1974
República Popular de Moçambique (1975-1990)
Posto abolido (25 de junho de 1975 - 17 de julho de 1986)
Mário da Graça
1 de dezembro de
2 Machungo 17 de julho de 1986 FRELIMO
1990
(1940-2020)
República de Moçambique (1990-presente)
Mário da Graça
1 de dezembro de 16 de dezembro de
(2) Machungo FRELIMO
1990 1994
(1940-2020)
Pascoal Mocumbi 16 de dezembro de
3 17 de agosto de 2004 FRELIMO
(n.1941) 1994
Luísa Diogo
4 17 de agosto de 2004 16 de janeiro de 2010 FRELIMO
(n.1958)
Aires Ali
5 16 de janeiro de 2010 8 de outubro de 2012 FRELIMO
(n.1955)
Alberto Vaquina
6 8 de outubro de 2012 17 de janeiro de 2015 FRELIMO
(n.1961)
Carlos Agostinho do
7 Rosário 17 de janeiro de 2015 3 de março de 2022 FRELIMO
(n.1954)
Adriano Maleiane
8 3 de março de 2022 Presente FRELIMO
(n.1949)

8 Lista dos governadores das províncias de Moçambique


Província Governador
9

Cabo Delgado Valygi Tualibo


Gaza Margarida Mapandzene
Inhambane Daniel Pinto Chapo
Manica Francisca Domingos Tomás
Nampula Manuel Rodrigues
Niassa Judite Massengele
Maputo Província Júlio José Parruque[1]
Sofala Lourenço Ferreira Bulha
Tete Domingos Viola
Zambézia Pio Augusto Matos

9 Assembleia da República de Moçambique

A Assembleia da República é o Parlamento moçambicano, constituído e regulado no


título VII da Constituição. De acordo com ela, é a representante do povo moçambicano,
tendo uma configuração unicameral.

Em representação do povo moçambicano, exerce os aspetos essenciais da soberania


nacional: possui o poder legislativo, aprova o Orçamento Geral do Estado, controla a
ação do Governo e desempenha o resto das funções que lhe atribui a Constituição.

9.1 Natureza

A Constituição moçambicana, seguindo o principio de divisão de poderes exposto por


Montesquieu, define e regula os três poderes básicos: legislativo, executivo e judicial. O
primeiro encomenda-se à Assembleia da República, o segundo ao Governo da Nação e
o terceiro aos tribunais de justiça.

Segundo a configuração derivada da constituição, a Assembleia da República é um


órgão complexo de natureza representativa, deliberante, inviolável e contínua.
10

9.2 Composição da Câmara

A Assembleia da República compõe-se por 250 deputados (legisladores), eleitos por


sufrágio universal, livre, igual, direto e secreto, nos termos que estabelece o artigo 169.º
da Constituição.

São eleitores e elegíveis todos os moçambicanos que estejam em pleno uso dos seus
direitos políticos.

9.3 Funcionamento

9.3.1 Regime

A regulação fundamental do funcionamento da Assembleia da República encontra-se na


Constituição e no regimento da câmara.

9.3.2 Tempo

A legislatura é o tempo normal da vida da Câmara, cuja duração é de cinco anos, salvo
em caso de dissolução antecipada.

O período de sessões é cada uma das etapas de trabalho dentro de cada legislatura.
Salienta-se que a Câmara se reunirá anualmente em dois períodos ordinários de sessões,
um de setembro a dezembro e outro de fevereiro a junho.

9.3.3 Lugar

De acordo com a Constituição, que no seu artigo 309.º estabelece Maputo como capital,
a sede da Assembleia da República é na dita cidade. O local da Assembleia da
República goza do privilégio de inviolabilidade da constituição.

9.3.4 Plenário e comissões

O funcionamento da câmara tem lugar no plenário e em comissões, com as limitações


estabelecidas na Constituição — por exemplo, nos casos de leis orgânicas e tratados
internacionais —. O plenário é a reunião de todos os membros de uma câmara, sob a
presidência da sua respetiva mesa; as comissões são cada uma das secções operativas
em que se dividem os deputados, sob a direção de uma mesa própria.
11

9.3.5 Dissolução

 Por causa das suas relações com o Governo. Nos termos do artigo 187.º da
Constituição, caso tenha sido rejeitado, após debate, o Programa de Governo
pela Assembleia da República, o Presidente da República, prévia audição do
Conselho de Ministros e prévia pronúncia obrigatória e favorável do Conselho
de Estado nos termos do artigo 165.º da Constituição, poderá decretar a
dissolução da Assembleia da República. Operando-se a dissolução, a
Assembleia eleita inicia nova legislatura, tendo o mandato a duração do tempo
remanescente da legislatura anterior nos termos do artigo 187.º da Constituição;
 Contudo existem limites à dissolução. Nos termos do artigo 188.º da
Constituição, a dissolução da Assembleia da República não pode ocorrer em
caso de estado de sítio ou de emergência, durante a vigência deste e até ao
sexagésimo dia posterior à sua cessação.

 Por exigências constitucionais. Expiração do prazo da legislatura (mandato dos


deputados), de cinco anos, previsto no artigo 184.º da Constituição, no qual a
Assembleia da República ficará expirada e o Presidente da República, usando
das competências do artigo 158.º da Constituição, deverá proceder
imediatamente à convocação de eleições gerais nos termos do artigo 187.º da
Constituição;
 Por outras causas especiais.

A Assembleia da República exerce todos os seus poderes e atribuições através da


elaboração e aprovação das Leis, mediante a proposição das nomeações dos titulares de
determinados órgãos do Estado ao Presidente da República e de outras formas.

9.4 Sede

O Palácio da Assembleia da República é o edifício que alberga a Assembleia da


República. Está situado na Avenida 24 de Julho, n.º 3773, em Maputo.
12

9.5 História

A Câmara de representação popular de Moçambique foi criada em 1977, com a


designação de Assembleia Popular (AP). Esta designação vigorou até 1990, altura em
que passou a designar-se por Assembleia da República (AR). (Júlio Parruque. 2020)

10 Presidentes da Assembleia da República

O presidente da Assembleia da República é eleito pelos deputados. Encabeça o corpo


legislativo e considera-se uma das figuras mais altas na hierarquia estatal, já que
substitui o Presidente da República em caso de impedimento ou ausência do país, e
sucede ao Presidente da República nas circunstâncias de substituição interina previstas
no artigo 151.º da Constituição.

Início do
Presidente Fim do mandato
mandato

30 de maio de 12 de janeiro de
Marcelino dos Santos FRELIMO
1977 1995

12 de janeiro de 12 de janeiro de
Eduardo Joaquim Mulémbwè FRELIMO
1995 2010

12 de janeiro de 13 de janeiro de
Verónica Nataniel Macamo Ndlhovo FRELIMO
1995 2020

Esperança Laurinda Francisco 13 de janeiro de


FRELIMO Presente
Nhiuane Esperança Bias 2020

11 Lista dos partidos políticos de Moçambique

O sistema partidário em Moçambique atesta o bipartidarismo do sistema político, sendo


dominado pelos dois partidos políticos que representam os dois contendores da guerra
civil moçambicana: a Frelimo e a Renamo.
13

O aparecimento de novas forças políticas relevantes é dificultado pela existência de um


limite à entrada de partidos na Assembleia da República, só estando representados os
partidos que somem 5% do total de votos válidos a nível nacional.

Este limite também encoraja a formação de coligações entre o grande números de


partidos menores, no intuito de franquear a fasquia dos 5%. Das várias coligações que
têm participado em actos eleitorais merece relevância, pelo seu sucesso, a extinta
Renamo-UE (Renamo-União Eleitoral).

12 Lista dos partidos políticos de Moçambique atuais

Partido Frelimo; Resistência Nacional Moçambicana (Renamo); Movimento


Democrático de Moçambique (MDM); Nova Democracia; Povo Optimista para o
Desenvolvimento de Moçambique – PODEMOS; Partido para o Desenvolvimento de
Moçambique (PDM); Partido Ecologista - Movimento da Terra (PEC -MT); Partido
Trabalhista (PT); Partido Social-Liberal e Democrático (SOL). Partido de Reconciliação
Nacional (PARENA); Partido dos Verdes de Moçambique (PVM); Partido de
Ampliação Social de Moçambique (PASOMO); Frente Democrática Unida (FDU);
Frente de Acção Patriótica (FAP); Partido para o Progresso do Povo de Moçambique
(PPPM); Partido de Unidade Nacional (PUN); Frente Unida de Moçambique/Partido de
Convergência Democrática (FUMO/PCD); Movimento Nacionalista
Moçambicano/Partido Social Democrata (MONAMO/PSD); Aliança Independente de
Moçambique (ALIMO); Partido Ecologista de Moçambique (PEMO); Partido de
Reconciliação Democrática (PAREDE); Partido Liberal e Democrático de Moçambique
(PALMO); Partido Democrático para a Reconciliação em Moçambique (PAMOMO);
Partido do Congresso Democrático (PACODE); Partido Popular de Moçambique
(PPM); Partido Democrático de Moçambique (PADEMO); Partido para a Paz,
Democracia e Desenvolvimento (PDD); Partido Democrático para a Libertação de
Moçambique (PADELIMO); Partido Nacional Democrático (PANADE); Partido
Nacional de Moçambique (PANAMO); Partido Nacional dos Operários e dos
Camponeses (PANAOC); Partido Renovador Democrático (PRD); Congresso dos
Democratas Unidos (CDU); União Nacional Moçambicana (UNAMO); Partido
Africano Conservador (PAC); Frente Liberal (FL); Partido União para Mudança (UM);
Partido Livre Democratico de Moçambique (PLDM); Partido para a Liberdade e
14

Solidariedade (PAZS); Partido para Todos os Nacionalistas de Moçambicanos


(PARTONAMO); Partido Social Democrático de Moçambique (PSDM); Partido da
Aliança Democrática e Renovação Social (PADRES); Partido Socialista de
Moçambique (PSM); Partido Social Democrata Independente (PASDI); Partido Popular
Democrático de Moçambique (PPD); Partido do Progresso Liberal de Moçambique
(PPLM); União Moçambicana da Oposição (UMO); Movimento Juvenil para a
Restauração da Democracia (MJRD);Partido Unido de Moçambique da Liberdade
Democrática (PUMILD).

13 Hoje, 43 anos depois, como está Moçambique?

Uma das mais significantes mudanças que ocorreram na política moçambicana foi o
“abandono” do projeto socialista. A guerra civil que eclodiu após a independência e a
introdução, mais tarde, dos Programas de Ajustamento Econômicos, impostos pelo
Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Mundial, forçaram, em grande
medida, esse abandono.

A instalação do neoliberalismo como quadro político e econômico dominante


interrompeu a industrialização do país. O boom de recursos naturais, nomeadamente o
carvão mineral, o gás, as terras agrícolas e os minérios diversos, foi atraindo a cobiça de
investidores estrangeiros para a extração de matéria-prima. Uma elite oligarca
“indígena” emergiu, aliando-se ao capital internacional, permitindo assim uma nova
configuração no balanço de forças entre o Estado, a sociedade e o capital. 

É neste contexto que a mineradora vale e várias outras corporações transnacionais


chegam ao país. Alguns chamam isto de nova colonização silenciosa da África.

Nas últimas duas décadas, o país conheceu transformações rápidas nas esferas política,
social e econômica. Embora sua economia, agora estagnada, pareceu estar crescendo a
um ritmo agradável por um par de anos, o funcionamento básico das instituições do
Estado e a manutenção dos serviços essenciais nunca deixaram de depender da “boa
vontade” da comunidade doadora internacional, por meio de ajuda externa.

Desde 2016, essa ajuda passou a ficar condicionada quando o FMI e outros doadores
descobriram uma dívida ocultada de mais de 2 bilhões de dólares, contraída nos últimos
15

meses do mandato do anterior presidente, Armando Guebuza, conhecido pela sua


inclinação aos negócios. Acredita-se que estas dívidas foram contraídas para fins
militares para proteger o governo de uma oposição política militarizada, que
pressionava mudanças institucionais profundas.

Embora muito contestada, o governo de Moçambique logrou tornar essa dívida


soberana, mesmo que a sua contratação não tenha tido o aval do Parlamento. Há
consensos entre analistas de que as dívidas ocultas foram um mau negócio para o país,
porém, as autoridades do Judiciário não conseguem processar os agentes envolvidos.

Hoje, Moçambique atravessa uma crise econômica severa. Esta situação colocou o país
num estado de vulnerabilidade, o que permite ao FMI e à comunidade doadora
internacional se aproveitarem da situação para impor medidas ao Estado Moçambicano.
Alguns chamam isto de interferência e desrespeito à soberania nacional.

13.1 Participação política

Partidos políticos e outras formações cidadãs de pequeno porte batalham para se registar
ou se manter. A arena política é grandemente dominada pela Frelimo, o partido
governamental; a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), o maior partido da
oposição, ainda militarizada; e, em menor, mas importante medida, o MDM
(Movimento Democrático de Moçambique), formado maioritariamente por dissidentes e
descontentes da Renamo e da Frelimo.

Neste momento, o MDM atravessa uma crise perigosa, capaz de lhe valer um enorme
custo político nos próximos pleitos eleitorais – de 2018 e 2019. 

Um debate para a alteração da Constituição está em curso no parlamento Moçambicano.


O cenário aponta para a partidarização da política, dando maiores vantagens à Frelimo e
à Renamo, sobretudo no nível municipal e provincial.

O campesinato continua a ser a mais larga base social e maior mão de obra do país.
Embora não organizado na sua totalidade, é das únicas categorias sociais que tem
insistido numa articulação funcional em nível nacional há já mais de três décadas,
protagonizando ações diretas de protesto, construindo organicidade e influenciando
16

políticas públicas e com importantes elementos de esquerda no seu seio. É exemplo


disto a União Nacional de Camponeses.

13.2 Violência

Os índices do acesso à informação e à liberdade de expressão baixaram


significadamente nos últimos anos. O país caiu 26 lugares no Índice Mundial de
Liberdade de Imprensa. A Human Rights Watch descreve “um ambiente de medo” entre
os ativistas críticos ao governo, enquanto os Repórteres Sem Fronteira descrevem que
paira uma autocensura generalizada entre os meios de comunicação.

Pessoas críticas ao governo estão expostas a ameaças e intimidações e, às vezes, ao


assassinato. Através de seus porta-vozes e propagandistas, o governo tem mobilizado a
opinião pública sobre existência de uma suposta mão externa por detrás do
protagonismo e trabalho de organizações da sociedade civil, controlando e encolhendo o
espaço público da sociedade civil.

O Norte do país está a ser fustigado por uma série de ataques violentos de proporções
inquietantes, atribuídos a um tal “Al shabaab de Moçambique”.  Embora o governo
insista em minimizar o peso destas incursões, os acontecimentos denunciam a
incapacidade das autoridades se segurança em controlar a situação. Não está fora de
hipótese que este seja um conflito de recursos, uma maldição da abundância.

13.3 Desafios

São inquestionáveis os avanços que o país registou desde que se tornou independente,
em quase todos os ramos. Há mais universidades, há mais infraestruturas, há mais
oportunidades, mas há ainda enormes desafios.

1. Um deles é a ausência de uma alternativa política que mobilize elementos de


esquerda existentes em vários setores, embora dispersos. Um movimento social
e político que unifique esses elementos – nos movimentos populares, na
academia, nos sindicatos e no ativismo não vinculado a organizações – talvez
fosse necessário para a construção de um projeto popular que pense em
alternativas para salvar o país do neoliberalismo e defendê-lo da pilhagem em
curso. (Danielle de Carvalho dezembro de 2015.
17

14 Conclusão

Em 1990, foi aprovada uma nova constituição que transformou o estado numa
democracia multipartidária. O Partido Frelimo permaneceu no poder, tendo ganho por
cinco vezes as eleições legislativas e presidenciais realizadas em 1994, 1999, 2004,
2009 e 2014. A Renamo é o principal partido da oposição.

De acordo com a constituição em vigor, o regime político em Moçambique é


presidencialista: o chefe de Estado é igualmente chefe do governo. No entanto, existe
desde 1985 o cargo de Primeiro Ministro, que tem o papel de coordenador e pode dirigir
as sessões do Conselho de Ministros na ausência do presidente.

Nas primeiras eleições multipartidárias realizadas em Moçambique, em 1994, foi eleito


o candidato do partido FRELIMO e Presidente da República desde 1986, Joaquim
Chissano. Na mesma ocasião, a FRELIMO ganhou também a maioria dos assentos na
Assembleia da República. Depois de vários meses de protestos, o principal partido da
oposição e anterior movimento guerrilheiro RENAMO aceitou os resultados.

Uma das mais significantes mudanças que ocorreram na política moçambicana foi o
“abandono” do projeto socialista. A guerra civil que eclodiu após a independência e a
introdução, mais tarde, dos Programas de Ajustamento Econômicos, impostos pelo
Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Mundial, forçaram, em grande
medida, esse abandono.

A instalação do neoliberalismo como quadro político e econômico dominante


interrompeu a industrialização do país. O boom de recursos naturais, nomeadamente o
carvão mineral, o gás, as terras agrícolas e os minérios diversos, foi atraindo a cobiça de
investidores estrangeiros para a extração de matéria-prima. Uma elite oligarca
“indígena” emergiu, aliando-se ao capital internacional, permitindo assim uma nova
configuração no balanço de forças entre o Estado, a sociedade e o capital. 
18

15 Referências Bibliográficas

2. Moçambicano. Jornalista e ativista. Doutorando no Centro de Estudos Sociais,


Universidade de Coimbra. Edição: Vivian Neves Fernandes
3. Boletim sobre Processo Político em Moçambique». Consultado em 15 de
outubro de 2009. Arquivado do original em 7 de outubro de 2009
4. Europa World Year Book 2, por Taylor & Francis Group – Mozambique,
Political Organizations, página 2988 acessado a 8 de maio de 2009
5. A Cidade de Maputo não tem governador provincial eleito. Tal como nas outras
províncias, o Estado é representado por um Secretário de Estado
6. Júlio Parruque diz que seu maior foco é desenvolver a província de Maputo».
opais.sapo.mz. Consultado em 18 de fevereiro de 2020
7. Vallim, Danielle de Carvalho (dezembro de 2015). «Violados indignos: usuários
de crack no Rio de Janeiro e em Nova Iorque». Psicologia em Pesquisa (2): 126–
138. ISSN 1982-1247. doi:10.5327/z1982-1247201500020003. Consultado em 7
de fevereiro de 2022
8. Seabra, Jorge. «Cinemas em português: Moçambique: auto e heteroperceções».
Imprensa da Universidade de Coimbra: 9–12. ISBN 978-989-26-1395-6

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