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GESTÃO DE NEGÓCIOS

Noção: em regra quem administra os bens cuidando da sua conservação e frutificação, é o


proprietário/possuidor, tal como são os cônjuges quem dirige os negócios comuns do casal e
quem provê à defesa, educação e alimentos dos filhos.

 Quando o proprietário/possuidor não pode/não quer cuidar diretamente/por si só, da


gestão de todos os bens, recorre à colaboração de terceiros (mandatários,
procuradores, empregados) para que estes através de relações jurídicas estabelecidas
entre uns e outros (mandato, prestação de servições, contrato de trabalho,
empreitada) o substituam/coadjuvem na administração das coisas.

 No caso da impossibilidade resultar da incapacidade/ausência do titular, a lei prevê


em benefício dos interessados a instituição das providências necessárias (poder
paternal, regime dos maiores acompanhados, curadoria provisória/definitiva do
património do ausente) para que os bens não se percam/deteriorem.

 A necessidade de prover em lugar do titular do direito, a fim de evitar prejuízos que


possam ser graves, sucede-se na hipótese de estando a pessoa afastada/por outro
motivo impossibilitada de atuar, haver:
o direitos urgentes que importa praticar para a defesa,
o conservação/frutificação dos seus bens
o cumprimento de certos deveres.

Nestas situações é comum que um terceiro embora carecido de autorização para o


efeito, assuma a direção das coisas que não lhe pertencem, no interesse do seu dono.

Exemplo: carecendo o imóvel de reparação urgente, numa altura em que o


dono se encontra ausente, um vizinho diligente encarrega o empreiteiro de
efetuar a obra.

Noção de gestão de negócios: é o nome que se dá à intervenção, não autorizada, das pessoas
na direção de negócio alheio, feito no interesse e por conta do respetivo dono.

Isto é uma figura diferente do mandato (embora com algumas semelhanças) e


diferente do contrato a favor de 3º.

 Mas, qual o interesse prático da gestão?


Para se fazer um juízo do valor do instituto, a gestão tem de ser encarada no duplo aspeto que
ela se reveste:

Por um lado, a intervenção do gestor é Por outro lado, a gestão nasce de um facto
assente quase sempre numa atitude de em princípio ilícito, constitui uma
altruísmo moralmente louvável, que pode intromissão não autorizada na esfera
ter uma utilidade apreciável na jurídica alheia, que além de constituir, um
conservação/exploração de bens que, de abuso, pode causar prejuízos sérios ao dono
outro modo correriam o risco de perder- do negócio e que, por essas razões nem
se/deteriorar-se. sempre será do agrado deste último.

A principal dificuldade da disciplina jurídica da atividade do gestor reside no tratamento dos


casos em que a gestão não é frutuosa: isto é, o dono do negócio não receberá de bom grado:

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o a ideia de saldar despesas que não autorizou
o de indemnizar danos que não causou
o de ratificar atos que não praticou.

Enquanto o gestor, baseado na intenção com que agiu, reclamará por certo:
o a ratificação dos atos que praticou
o a aprovação da sua intervenção
o a indemnização dos prejuízos que porventura haja sofrido.

Requisitos: Para que haja gestão de negócios são necessários os respetivos requisitos,
① que alguém (gestor) assuma a direção de negócio alheio
② que o gestor atue no interesse e por conta do dono do negócio
③ que não haja autorização deste, art.464º

① Direção do negócio alheio: a atuação do gestor tanto pode concretizar-se na realização de,

Negócios jurídicos em Atos jurídicos não negociais Simples factos materiais


sentido estrito (comprar, (aceitação de pagamentos, (reparação de um muro,
vender, arrendamentos, cobrança de dívidas) alimentação/cuidado de
empreitada para reparação animais, extinção de um
de casa) incêndio)

Os atos jurídicos serão atos de mera administração, mas nada obsta a que a gestão se estenda
a atos de verdadeira disposição.

Negócio alheio é praticamente sinónimo de assunto/interesse alheio. Este interesse pode ser:

Material (conservação/frutificação de Moral/espiritual (saúde, bom nome, vida de


coisas) outrem)

Mas, é indispensável que se trate de atos suscetíveis de serem realizados por outrem.

A referência a negócio alheio mostra que a gestão ao invés do que acontece com a curadoria
dos bens do ausente/administração legal confiada aos pais/tutor/curador, não se estende a
todo o património do beneficiário, aproveitando geralmente apenas algum/alguns dos
interesses isolados. Mas, tratar-se-á sempre de negócio/interesse alheio, pertencente a
outrem (dono do negócio).

Se estiverem em causa interesses próprios, que o agente considere (de forma errada)
pertencentes a outrem, não chega a pôr-se nenhum dos problemas específicos da
gestão:
 responsabilidade do gestor perante o dono do negócio e responsabilidade do dono
do negócio perante o gestor
 responsabilidade do dono do negócio em face dos terceiros com quem o gestor
negociou

② Atuação no interesse e por conta do dominus negotti (dono do negócio). Alusão à gestão
imprópria: é necessário que o gestor atue no interesse e ainda por conta do dono do negócio,
que a sua intervenção decorra intencionalmente em proveito alheio e não em proveito
próprio.

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Se agir no seu exclusivo interesse, falta um requisito essencial ao espírito do instituto
que é o de estimular a intervenção útil nos negócios alheios carecidos de direção

 1º hipótese: aquele que age no seu exclusivo interesse, pode fazê-lo por supor de forma
que o negócio lhe pertence – nesse caso, não havendo aprovação da gestão por parte do
dono do negócio, art.472º/1, são as regras do enriquecimento sem causa que se moldam
à situação mais do que os princípios específicos da gestão.

 2ª hipótese: ou fá-lo conscientemente (gestão imprópria de negócios), na intenção


conduzir para o seu património os proveitos da intromissão na esfera jurídica de outrem
(recebendo fundos alheios em seu proveito, utilizando veículo do ausente em proveito
próprio).

 3ª hipótese: ou sem se preocupar demasiado com a fixação da fronteira entre os negócios


próprios e os negócios alheios, aplicam-se as regras definidoras da responsabilidade civil.

É essencial que a atividade do gestor se destine a proteger um interesse alheio, a satisfazer


uma necessidade de outrem, não bastando para tal o conhecimento de estar em jogo um
interesse alheio.

Quanto ao gestor, prevê-se expressamente na lei, art.471º a possibilidade de:


Ele agir em nome próprio (sem revelar à Ele agir em nome do dono do negócio.
contraparte o nome da pessoa por conta de
quem atua/tomando sobre si a titularidade
do negócio celebrado).
Diz-se gestão não representativa. Diz-se gestão representativa.

Não basta que a atividade do agente se destine a satisfazer um interesse alheio, preenchendo
uma necessidade de outra pessoa, é preciso que aja por conta de outrem (representativa), ou
seja, na intenção de transferir (imediato/posteriormente) para a esfera jurídica de outrem os
proveitos e encargos da sua intervenção, imputando-lhe os meios de que se serviu ou os
resultados obtidos.

 Diferente da figura do promissário, no contrato a favor de terceiro. Neste procura-se


também servir um interesse de 3º, mas não deixa de fazer seu o contrato celebrado
(assumindo os direitos e obrigações dele decorrentes, sem prejuízo ao direito
atribuído ao beneficiário).

 O gestor atua com a intenção de atribuir ao dono do negócio senão os efeitos


jurídicos, pelo menos, todos os efeitos práticos da sua intervenção.

Exemplo: gestão animo donandi (doação) mas, isto significa apenas que além da
atividade do gestor não ser remunerada, este renuncia ao reembolso das despesas que
tenha feito e à indemnização dos danos que haja sofrido, continuando a atribuir ao
dono todos os proveitos da intervenção.

A isto chama-se agir por conta de outrem. A prova direta da atuação no interesse e
por conta de outrem será difícil de fazer-se. Porém, provando-se que o agente sabia
ser alheio o negócio, cabe presumir até prova em contrário que agiu no interesse e por
conta do dono.

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③ Falta de autorização: a gestão pressupõe a falta de autorização, ou seja, a inexistência de
qualquer relação jurídica entre o dono do negócio e o agente. Supõe-se, então, a falta de
mandato, bem como:
o Falta de poderes voluntários
o Falta de poderes legais de representação e administração

 À falta de mandato equipara-se a declaração da sua nulidade/anulação dele, a sua


revogação/caducidade, e também o excesso de poderes do mandatário, quando a
atuação deste não seja coberta, art.1162º, pela vontade presumível do mandante.

 Logo, havendo uma causa (ou seja, uma relação jurídica, como o contrato de
mandato, de prestação de serviços, curadoria, tutela, entre outros) pelo qual o
agente esteja obrigado/autorizado a intervir no negócio alheio, os direitos e
obrigações entre as partes são derivados dessa relação e não do instituto da
gestão.

Se o agente supuser que tem o dever de intervir, já não há razão para serem
aplicadas as regras da gestão.

Relações entre o gestor e o dono do negócio: Na fixação do regime da gestão distingue-se 3


grupos de relações,

① actio negotiorum ② actio negotiorum ③


gestorum directo gestorum contrario
Aqui cabem as obrigações do Aqui cabem as obrigações do Aqui cabem as relações entre
gestor em face do dono do dono do negócio face ao o dono do negócio e as
negócio. gestor. pessoas (terceiros) com
quem o gestor celebrou atos
jurídicos no exercício da
gestão.

 Em 1º lugar, pressupondo a gestão a falta de autorização, só por livre iniciativa do


gestor é que a atividade deste se começa a exercer. Mas, uma vez iniciada essa
intervenção, o agente já não é inteiramente livre de interrompê-la, quer pelas
expetativas que a sua atuação é capaz de ter criado, quer pelo obstáculo que ela
pode ter constituído para a intervenção de outras pessoas, também estas
dispostas a levar a gestão a bom termo.

A lei vigente não impõe ao gestor o dever de prosseguir na gestão iniciada – se


assim o fizesse poderia afastar, contra o espírito do instituto, as intromissões úteis
nos negócios alheios. Mas, responsabiliza-o pelos danos resultantes da
injustificada interrupção, art.466º/1 – o que pressupõe em certos termos, o dever
de a continuar até que o negócio chegue a bom termo/o dono possa prover por si
mesmo.

O dever de continuação da gestão terá a vantagem de afastar as intromissões


fáceis e precipitadas em assuntos alheios.

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 Em 2º lugar, temos o dever de fidelidade ao interesse e à vontade
(real/presumível) do dono do negócio. O gestor responde ainda, nos termos do
art.466º/1, pelos danos que causar, por culpa sua, no exercício da gestão.

A sua atuação considera-se culposa, sempre que agir em desconformidade com o


interesse/vontade, real/presumível do dono do negócio, art.466º/2.

O dever de obediência simultâneo ao interesse e à vontade do dono, tanto vale


para os termos em que a gestão deve ser iniciada, como para a forma por que
deve ser exercida. É de harmonia com o interesse do dono do negócio e com a
vontade real/presumível deste que a conduta do gestor deve ser apreciada, quer
para saber se a gestão é cabida, quer para determinar se foi regularmente
cumprida.

O interesse (lei aponta para distinguir a gestão regular da gestão irregular)


consiste na aptidão objetiva do ato (levado a cabo pelo gestor) para satisfazer
qualquer necessidade do dono do negócio.

Visto haver várias formas de satisfazer objetivamente o interesse do dono do


negócio, ao gestor cumpre escolher o que melhor se adapte à vontade presumível
dele. Havendo dúvidas sobre a vontade real/presumível do dono, o gestor optará
pela solução que melhor sirva os interesses em causa.

Padrão de atividade do gestor: O gestor deve orientar-se na sua atuação por aquilo que faria o
dono do negócio.

 Mas, quanto à capacidade e diligência com que o gestor deve agir na realização
desse fim, que critério há de utilizar?

Critério Objetivo Critério subjetivo


Baseado em considerações de normalidade, Atenta ao grau de capacidade e diligência
inspirado na diligência exigível quanto à revelada pelo gestor na administração dos
administração de bens alheios. seus próprios interesses.

 Deverá a culpa na sua atuação a que se refere o art.466º ser fixado:


o In abstracto
o In concreto

Há autores que se inclinam para a 1ª orientação, a pretexto de que o gestor se


interveio, foi porque quis (não porque tinha dever de fazê-lo/porque foi escolhido) e
de que a intromissão pode ter afastado a intervenção de pessoas mais
aptas/diligentes.

Mas, pelo caráter espontâneo e altruísta da ação do gestor, pela gratuidade normal da
atividade e pelos riscos a que se expõe, afigura-se injusto exigir dele que ponha na
direção de interesses alheios mais zelo do que na gestão do seu próprio negócio.

Critério da culpa em abstrato é defensável no caso da responsabilidade contratual,


atenta a obrigatoriedade da conduta do devedor. Mas, já não se aceita o mesmo rigor

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numa atuação de caráter espontâneo, como a gestão. Logo, na falta de indicação em
contrário, deve aceitar-se a tesa da culpa in concreto.

Conflito entre o interesse e a vontade do dominus: Como é que deve o gestor agir no caso de
o interesse do dono do negócio não coincidir com a solução a que conduziria a vontade deste.

Exemplo: O gestor pensa que a cultura mais rendosa a introduzir no campo do vizinho
seria o da vinha, mas sabe que o dono não a plantaria.

 Como decidir em situações como esta?

O problema suscitado pela possível diferença entre os dois fatores utilizados na lei é bastante
atenuado quanto a certos casos – pelo facto de apenas se considerar atendível para o efeito a
vontade que não seja contrária à lei/ordem pública/ofensiva dos bons costumes, art.465º/c.

Desta limitação extraem-se 2 conclusões:

A atuação do gestor será regular (isenta de A conduta do gestor será igualmente


culpa), se ele praticar o ato contrário à regular, se ele omitir o ato ilícito que o dono
vontade (real/presumível) do dono do praticaria e optar pelo que mais favorece o
negócio, mas conforme ao interesse deste, seu interesse.
desde que a conduta desejada pelo dono
seja contrária à lei/ordem pública/ofensiva
dos bons costumes.

Fora estes casos extremos, o interesse do dono do negócio coincidirá em regra com a sua
vontade.

Pode acrescentar-se que o gestor se deve abster de todos os atos que saiba/presuma serem
contrários à vontade real/presumível do dono, por mais favorável que os julgue às
conveniências do interessado. E deve também renunciar aos atos que o dono não deixaria de
praticar, se tiver razões para os considerar lesivos do interesse em causa.

Entrega dos valores detidos e prestação de contas: Outro dever fundamental do gestor,
comum ao mandatário, art.1161º/e, é o de entregar as coisas que haja recebido de 3º no
exercício da gestão.

Aqui, inclui-se, o produto de todas as prestações devidas ao dono do negócio, assim como
todos os lucros que o gestor tenha arrecadado, que através dos atos celebrados em nome
daquele, quer mediante os atos realizados em nome próprio.

Quanto às quantias em dinheiro, prevendo que haja somas pagas e recebidas, manda-se
entregar o saldo das respetivas contas, art.465º/e, mas com os juros legais, a partir do
momento em que a entrega haja de ser efetuada, para assim se estimular o cumprimento
pontual do dever de entrega.

Com o dever de entrega dos valores obtidos, nos termos que a lei o define, anda
associado um outro dever comum a gestor e mandatário:

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 Dever de prestação de contas, art.465º/e e art.1161º/d: devem ser prestadas
logo que a gestão finda/é interrompida/quando o dono as exigir, podendo a
prestação ser feita coativa ou espontaneamente.

Se o gestor tiver atuado com a convicção de que o negócio lhe pertence, o dono só poderá
exigir a restituição de tudo quanto ele haja recebido se, aprovando a gestão, chamar
direta/indiretamente a si as obrigações a que se refere o art.469º.

Contrário terá de contentar-se com o direito de exigir a restituição daquilo com que o gestor
se tenha enriquecido à sua custa, art.472º/1, sem prejuízo da responsabilidade civil do nº2 do
mesmo art.

Aviso e informação ao dono do negócio: Impõe-se ao gestor o dever de avisar o dono do


negócio, logo que tenha possibilidade de fazê-lo, de que assumiu a gestão para que ele possa
prover da forma que entender, escolhendo um procurador, convertendo gestor em
mandatário, fazer cessar a gestão assumindo ele a direção no negócio. Assim como tem a
obrigação de lhe prestar todas as informações relativas à gestão, para que o interessado possa
acompanhar a evolução desta.

Deveres do dono do negócio para com o gestor: É nas obrigações postas a cargo do dono do
negócio, que se reflete a utilidade da gestão. Havendo aprovação da gestão, 2 aspetos podem
ser retirados:

Cessa a responsabilidade do gestor pelos Reconhece-se-lhe o direito de ser


danos que eventualmente tenha causado. reembolsado das despesas que fez e de ser
indemnizado do prejuízo que sofreu por
causa da gestão.

 A aprovação é o juízo global, genérico, de concordância com a atuação do gestor


emitido pelo dono do negócio. É um ato equivalente à declaração de que
considera a gestão conforme ao seu interesse e à sua vontade.

 Como proprietário/possuidor, é em princípio o melhor juiz dos seus interesses e


pode dispor livremente dos seus bens, a lei aceita o juízo de valor por ele emitido.
Isto é diferente da ratificação, que é a declaração de vontade pela qual alguém faz
seu/chama a si o ato jurídico realizado por outrem em seu nome, mas sem
poderes de representação, art.266º.

 Pode haver aprovação sem ratificação, se o dono não quiser contestar os direitos
atribuídos por lei ao gestor, mas não se dispuser a chamar a si algum/alguns dos
negócios que este celebrou em seu nome.

 Pode haver ratificação sem aprovação, se o dono quiser chamar a si os negócios


que o gestor realizou em seu nome, mas entender que este não respeitou a sua
vontade/não agiu em conformidade com os seus interesses.

Aprovação Ratificação
Refere-se à generalidade dos atos praticados Refere-se apenas aos atos jurídicos e dentro
pelo gestor. destes somente aos praticados em nome do

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dono do negócio.

Faltando a aprovação da gestão, os direitos do gestor dependem da prova que se faça acerca
da regularidade da sua atuação. Se tiver agido em conformidade com o interesse e o interesse
e vontade do dono do negócio, apesar de falar a aprovação, ele terá os mesmos direitos que
lhe competiriam no caso de a gestão ter sido aprovada.

No caso contrário, além de responder pelos danos que haja causado, o gestor só terá direito à
restituição do valor com que o dono do negócio injustamente se tenha enriquecido à sua
custa.

Posição do dono do negócio em face de terceiros: Isto é, qual a posição do dono


relativamente aos atos jurídicos celebrados pelo gestor. Se este tiver realizado quaisquer atos
jurídicos (contratos, compra, locação, empreitada) no exercício da sua atividade, em que
termos se repercutem tais atos na esfera jurídica do titular dos interesses atingidos?

 Se agiu em nome de outrem (gestão representativa) aplicar-se-ão os princípios da


representação sem poderes, art.471º e art.268º.

O negócio será eficaz se for ratificado pela pessoa em cujo nome for celebrado,
considerando-se a ratificação recusada, se não for feita dentro do prazo que a outra
parte do negócio fixar para o efeito. Não sendo ratificada, o negócio é ineficaz em
relação ao dono.

 Se agiu em seu próprio nome, o negócio fica sujeito aos princípios que regem o mandato
sem representação.

Os efeitos do negócio aproveitam imediatamente ao gestor, que deve, porém,


transmitir para o interessado os direitos e obrigações dele decorrentes, conquanto o
dono possa desde logo substituir-se ao gestor no exercício dos créditos provenientes
desse negócio, art.471º e art.1180º e seg.

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