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Prefeitura Municipal de Curitiba

Secretaria Municipal da Educação


Superintendência de Gestão Educacional
Departamento de Ensino Fundamental

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
ENSINO RELIGIOSO
1.° TRIMESTRE – 1.° AO 6.° ANO E EJA

Curitiba
2017
PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA
Rafael Greca de Macedo

SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO


Maria Sílvia Bacila Winkeler

SUPERINTENDÊNCIA EXECUTIVA
Oséias Santos de Oliveira

COORDENADORIA DE OBRAS E PROJETOS


Flavio Caetano Simonato

DEPARTAMENTO DE LOGÍSTICA
Maria Cristina Brandalize

DEPARTAMENTO DE PLANEJAMENTO, ESTRUTURA E INFORMAÇÕES


Elizabeth Dubas Laskoski

SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO EDUCACIONAL


Elisângela Iargas Iuzviak Mantagute

DEPARTAMENTO DE ENSINO FUNDAMENTAL


Simone Zampier

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO INFANTIL


Elidete Zanardini Hofius

DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL


João Batista dos Reis

DEPARTAMENTO DE INCLUSÃO E ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO


Gislaine Coimbra Budel
SUMÁRIO

Apresentação .............................................................................................. 4
1. Lugares Sagrados .................................................................................... 5
1.° ano ......................................................................................................... 7
2.° ano ........................................................................................................ 8
3.° ano ........................................................................................................ 9
4.° ano ........................................................................................................ 10
5.° ano ........................................................................................................ 11
6.° ano ........................................................................................................ 12
EJA ............................................................................................................. 13
2. Organizações Religiosas .......................................................................... 14
1.° ano ......................................................................................................... 17
2.° ano ......................................................................................................... 19
3.° ano ......................................................................................................... 20
4.° ano ......................................................................................................... 21
5.° ano ......................................................................................................... 22
6.° ano ......................................................................................................... 23
EJA ............................................................................................................. 25
Referências ................................................................................................. 26
Anexos ........................................................................................................ 28
Anexo 1 – Croqui da sala de aula .................................................................. 28
Anexo 2 – Exemplos de desenhos de lugares sagrados .................................... 29
Anexo 3 – Flor da convivência ....................................................................... 35
Anexo 4 – Caça-palavras ............................................................................... 36
Anexo 5 – Sinopse do livro: Malala – A menina que queria ir para a escola ......... 36
Anexo 6 – Mataji – As mães sagradas .............................................................. 37

3
Apresentação
Este caderno visa apresentar alguns encaminhamentos e deve ser compreendido
como um instrumento norteador para o trabalho docente, pois é um documento que
reproduz as concepções de ensino da mantenedora. Ele deve nos levar à reflexão da
prática em conjunto com a teoria, garantindo ao(à) professor(a) subsídios para a
pesquisa e a busca por metodologias:
A sociedade está caminhando para ser uma sociedade que aprende de novas
maneiras, por novos caminhos, com novos participantes (atores), de forma
contínua. As cidades se tornam cidades educadoras, integrando todas as
competências e serviços presenciais e digitais. A educação escolar precisa,
cada vez mais, ajudar todos a aprender de forma mais integral, humana,
afetiva e ética, integrando o individual e social, os diversos ritmos, métodos,
tecnologias, para construir cidadãos plenos em todas as dimensões (MORAN,
2007, p. 11).

Para alcançar de forma satisfatória esses objetivos de aprendizagem, o(a) docente


deve conceber o planejamento de suas ações como processo essencial para a
aprendizagem dos(as) alunos(as), o qual deve ser fundamentado a partir da
realidade deles(as) e de maneira inovadora. Isso significa uma mudança na prática
pedagógica, exigindo do(a) professor(a) que repense o sentido de suas aulas. Este
caderno deve proporcionar ao(à) professor(a) a reflexão sobre essa prática. Nosso
objetivo não é o de instrumentalizar as aulas como uma apostila e/ou livro didático,
mas criar mecanismos que estimulem a pesquisa e a reflexão sobre os conteúdos.

Karin Willms

4
1. Lugares Sagrados 1

Elói Corrêa dos Santos

Lugar é o espaço familiar para o sujeito, é o local onde se dão suas relações diárias.
Constrói-se o entendimento de lugar na relação de afetividade e de identidade,
em que o particular e o histórico acontecem. O que torna um lugar sagrado é a
identificação e o valor atribuído a ele, ou seja, onde ocorreram manifestações
culturais religiosas (DCE, 2009). Assim, os Lugares Sagrados2 são locais onde o
fenômeno religioso simbolicamente se manifesta. Podemos destacar os lugares na
natureza, como rios, lagos, montanhas, grutas e cachoeiras, ou ainda os lugares
construídos: templos, cidades sagradas, cemitérios, etc.

O conceito de lugar vem sendo redefinido nas ciências da religião com auxílio da
geografia cultural e da antropologia, de modo a identificar sua importância na
construção de sentido e valores, no que tange à religiosidade. O lugar sagrado
é um tipo de objeto simbólico. Assim, os lugares e objetos sagrados definem o
espaço, dando-lhe personalidade e singularidade. Portanto, os lugares sagrados
se configuram como um importantíssimo núcleo de valor espiritual para as
organizações religiosas.

O lugar sagrado difere de outros espaços do planeta justamente pela sua qualidade
valorativa e por suas características fundamentais relacionadas com o fazer humano
e o sentimento de pertença e valor simbólico:

O espaço geográfico, para certos geógrafos, é concebido como um espaço


existencial e nele os territórios e lugares são entendidos como porções
imbuídas de significados, de emoções e de sentimentos. Tal concepção
remonta umas três décadas, quando aflorou uma perspectiva inovadora
na geografia, que propõe ao geógrafo uma maior e melhor apreensão das
relações que os homens mantêm com seu entorno, de como eles criam
lugares, de como atribuem um significado ao espaço e dão um sentido de
lugar a ele. (ALMEIDA, 2011).

1
Texto disponibilizado no curso Ensino Religioso para Iniciantes 2016.
2
Em grego antigo, o termo têmenos era utilizado para se referir aos lugares consagrados aos deuses e
por isso não podiam ser utilizados com fins seculares. Diante do templo, construía-se um altar, ao ar livre, o que
era considerado o bastante para estabelecer ali um local sagrado. Por isso, em alguns têmenos, havia um altar
sem templo. Os templos eram destinados ao culto de determinada divindade. Não havia cerimônias nele, o
local apenas era considerado a casa de cada deus. Sua estrutura básica era composta por uma cela, um espaço
central onde a estátua da divindade era colocada, um pórtico, um vestíbulo que precedia à cela e um espaço
atrás da imagem, onde as oferendas eram depositadas. Toda a estrutura era cercada por colunas.

5
Segundo Yi-Fu Tuan, os lugares sagrados são espaços míticos, embora sejam
diferentes de uma cultura para outra e possuem muitas características, como
podemos observar abaixo:
(...) Organiza as forças da natureza e da sociedade, associando-as com
localidades ou lugares significantes dentro do sistema espacial. Tenta tornar
compreensível o universo através da classificação dos seus elementos e
sugerindo que existem influencias mútuas entre eles. Atribui personalidade
ao espaço, consequentemente transformando o espaço em lugar (...) (TUAN,
1930, p.103).

É importante salientar que o conceito de lugar sagrado se ancora no pensamento de


vários autores que afirmam diferença qualitativa de espaços comuns e a lugaridade
sagrada que possui uma dimensão mais significativa por conta da experiência
religiosa humana. O geógrafo francês Eric Dardel reforça em sua obra O Homem e
a Terra essa relação entre o homem e o lugar como fonte de segurança existencial:
Do plano da geografia, a noção de situação extravasa para os domínios mais
variados da experiência do mundo. A “situação” de um homem supõe um
“espaço” onde ele “se move”; um conjunto de relações e de trocas; direções
e distâncias que fixam de algum modo o lugar de sua existência. “Perder a
localização”, é se ver desprovido de seu “lugar”, rebaixado de sua posição
“eminente”, de suas “relações”, se encontrar, sem direções, reduzido à
impotência e à imobilidade. Novamente a geografia, sem sair do concreto,
empresta seus símbolos aos movimentos interiores do homem. (DARDEL,
1990, p. 19).

O lugar sagrado é o que dá sentido ao espaço, é o lugar do sentimento, das emoções


e está carregado de simbolismo e significado. É no lugar onde se vive e onde as
vivências acontecem. Dessa forma, ao analisar sistematicamente os lugares,
principalmente os lugares religiosos, temos uma categoria de análise privilegiada,
a lugaridade sagrada, e ela é objetivamente adequada ao método fenomenológico
(fenômeno religioso), pois se trata de um sagrado imanente.

A paisagem religiosa, segundo Dardel (1990), é o conceito síntese da justaposição


(Holzer, 2010) entre a dimensão física e a dimensão simbólica humana. A paisagem
é preenchida e permeada de lugares, e os lugares são fundamentais para o
desenvolvimento de outros conceitos espaciais/espacialidades. É a manifestação
do sagrado na paisagem religiosa que, neste caderno, tratamos como lugaridade
sagrada.

No processo pedagógico de transposição didática do conceito de lugar sagrado,


o(a) professor(a) e o(a) aluno(a) podem identificar lugares sagrados para as
diferentes organizações religiosas, em função de fatos considerados relevantes, tais
como: morte, nascimento, pregação, milagre e redenção ou iluminação de um líder

6
religioso. A peregrinação, a reverência, o culto e as principais práticas de expressão
religiosa também consagram porções do espaço e os tornam lugares sagrados. Os
templos, as sinagogas, as igrejas, as mesquitas, os cemitérios, as catacumbas, as
criptas e os mausoléus, assim como elementos da natureza, quando consagrados,
constituem igualmente lugares sagrados, pois compõem a paisagem religiosa. Para
as culturas indígenas e aborígines, por exemplo, os rios, as montanhas, os campos,
etc., são extensões das divindades e, por essa razão, são lugares sagrados.

1.º ano
OBJETIVO

• Conhecer alguns lugares sagrados existentes no contexto em que vive.

CONTEÚDO

• Lugares sagrados (naturais e construídos) da comunidade em espaços


de vivência e referência, contemplando as quatro matrizes.

CRITÉRIO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

• Aponta alguns lugares sagrados existentes no contexto em que vive.

Sugestão de atividades3
1. Organizar as crianças em círculo para uma “roda de conversa”. Nesta roda, o(a)
professor(a) deverá perguntar às crianças o que é um lugar. As respostas podem ser
anotadas em um cartaz, em forma de lista para afixar na parede da sala.

2. A partir das respostas das crianças, explorar o conceito de lugar, explicando


que há lugares que possuem um “significado especial” para algumas pessoas e,
dessa forma, são considerados “lugares sagrados”. Pode-se abrir um espaço para
que as crianças falem quais lugares são especiais para elas. Nesse momento, o(a)
3
Lembrando que as aulas de Ensino Religioso têm duração de 50 minutos e, por esta razão, essas
atividades acontecem em aulas diferentes no decorrer do trimestre. Neste caderno, todas as sugestões de
atividades seguem esse mesmo pressuposto metodológico.

7
professor(a) pode mostrar imagens de lugares sagrados que ficam próximos à
escola, perguntando se as crianças os conhecem.

3. Pedir, por meio de bilhete na agenda, que as famílias enviem imagens de lugares
sagrados que frequentam e/ou possuem em casa (como altares domésticos). As
crianças podem mostrar a imagem para a turma e falar sobre esse lugar. A partir
dessas imagens, pode-se pedir que as crianças façam desenhos de lugares sagrados,
para compor um cartaz. Obs.: para aqueles(as) alunos(as) que não trouxerem
nenhuma, o(a) professor(a) pode disponibilizar imagens de lugares sagrados de
matrizes que não foram contempladas, garantindo a abordagem plural do Ensino
Religioso.

4. Realizar a leitura do livro Onde está Deus? (Victor Kelleher e Elise Hurst – Editora
FTD)4. Neste livro, o menino Pedro faz uma viagem por templos e lugares sagrados
em busca da morada de Deus. As imagens mostram diferentes lugares e podem ser
exploradas durante a leitura e em conversas com as crianças.

2.º ano

OBJETIVO

• Identificar a diversidade de lugares sagrados existentes no contexto


onde vive.

CONTEÚDO

• Lugares sagrados (naturais e construídos) da comunidade em espaços


de vivência e referência, contemplando as quatro matrizes.

CRITÉRIO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

• Identifica os lugares sagrados existentes no contexto onde vive,


reconhecendo as características desses lugares.

4
O livro encontra-se disponível para empréstimo em bibliotecas escolares e faróis do saber. Disponível
em: <http://www.cidadedoconhecimento.org.br/cidadedoconhecimento/cidadedoconhecimento/index.
php?subcan=126&acao=lista_acervo&autor=&titulo=onde+est%E1+deus&bairro=&palavra_chave=&pagina=0>.
Acesso em: 15 maio 2017.

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Sugestão de atividades
1. Pedir que cada criança imagine sua casa e as coisas que têm nos arredores.
Depois, cada uma deve representar isso por meio de desenho.

2. Pedir que as crianças tentem se lembrar se nesse trajeto existe algum lugar
sagrado (igreja, sinagoga, templo, terreiro, bosque, etc.). Nesse momento, o(a)
professor(a) deve explicar o que é um lugar sagrado.

3. Mostrar um mapa (pode ser usado o do Google Maps) do entorno da escola,


destacando os lugares sagrados. Perguntar às crianças se elas conhecem ou
frequentam algum desses lugares, ou se sabem o que são.

4. Trazer imagens de lugares sagrados existentes próximos à escola, contemplando


as quatro matrizes. Perguntar se as crianças conhecem estes lugares, permitindo
que falem sobre eles. Complemente com outras informações, se necessário.

3.º ano

OBJETIVO

• Identificar a diversidade de lugares sagrados existentes no Brasil.

CONTEÚDO

• Lugares sagrados do Brasil (naturais e construídos).

CRITÉRIO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

• Identifica os lugares sagrados existentes no Brasil.

Sugestões de atividades
1. Apresentar imagens de diferentes lugares sagrados e seculares, contemplando
as quatro matrizes, e de lugares não sagrados, sem identificá-los, apenas mostrar
as figuras e/ou fotografias.

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2. Distribuir as imagens, uma para cada criança e, no quadro-negro ou em um cartaz
próprio, desenhar duas colunas: SAGRADO e SECULAR. Explicar o conceito de cada
um. Pedir que cada criança coloque a imagem recebida na coluna correspondente,
auxiliando-a, se necessário. Escrever o nome da organização a que a imagem
pertence, ou o nome do lugar.

3. Passar o vídeo, disponível no YouTube, A Lenda do Monte Pascoal5. Explicar para


as crianças que, devido ao fato que aconteceu nesse monte, ele se tornou um lugar
sagrado para aquela comunidade.

4. A partir da história, realizar uma roda de conversa para que as crianças digam
“O que torna um lugar sagrado?” Pode-se pedir às crianças que escrevam suas
respostas em uma folha sulfite e ilustrem com um lugar que é sagrado para elas.
Essa atividade pode ser transformada em um livro de lugares sagrados da turma.

4.° ano
OBJETIVO

• Reconhecer características de alguns lugares sagrados do Brasil.

CONTEÚDO

• Lugares sagrados do Brasil (naturais e construídos).

CRITÉRIO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

• Destaca os lugares sagrados existentes no Brasil, reconhecendo as


características desses lugares.

Sugestões de atividades
1. Construir com as crianças, em pequenos grupos, croquis da sala de aula (modelo
no anexo 1). Cada criança deverá identificar o seu lugar, por meio de um desenho,
5
Esse filme ajudará no fortalecimento dos Pataxós, tanto por retratar alguns momentos ritualísticos
como por ajudar na divulgação de nossa cultura. (Índio Tonon).

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letra e/ou símbolo. Cada grupo deve apresentar o seu croqui para a turma, para que
as outras crianças tentem adivinhar de quem é o lugar marcado.

2. A partir daí, explicar que os lugares sagrados possuem algumas características


que permitem que nós os identifiquemos.

3. Com o auxílio dos netbooks, ou no laboratório de informática, com as crianças


em duplas, fazer um tour virtual por lugares sagrados e pedir-lhes que anotem as
características desses lugares. (Sugestões: igreja católica na cidade de Ouro Preto6,
templo budista de Três Coroas7, terreiro de Umbanda em Curitiba8 e Cataratas em
Foz do Iguaçu9) – Anexo 2.

4. Proporcionar um momento em que as crianças possam falar sobre seus


apontamentos. Observar se elas conseguem identificar a matriz ou a organização
que cada lugar pertence.

5.° ano

OBJETIVO

• Conhecer alguns lugares sagrados e sua importância para as tradições


religiosas do mundo.

CONTEÚDO

• Lugares sagrados do mundo (naturais e construídos).

CRITÉRIO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

• Descreve os lugares sagrados e compreende sua importância para as


organizações religiosas do mundo.

6
https://goo.gl/Z547C6
7
https://goo.gl/2vWRKh
8
https://goo.gl/ng1ogZ
9
https://goo.gl/nKJiZU

11
Sugestões de atividades
1. Assistir ao vídeo “Top 10 templos más fascinantes del mundo.”

2. Distribuir, entre as crianças, pequenas imagens de lugares sagrados existentes


ao redor do mundo. Cada criança deve colorir o seu desenho e, com o auxílio do(a)
professor(a), colar em seu respectivo lugar, em um mapa mundi afixado no quadro
e/ou na parede da sala.

3. Solicitar às crianças que se organizem em duplas. Cada dupla, com um netbook e


uma ficha para anotação, deve pesquisar sobre um lugar sagrado, que será sorteado
pelo(a) professor(a).

4. A partir dessa pesquisa, as crianças devem elaborar um cartaz e/ou uma maquete
para expor no pátio da escola. Se possível, organizar horários de visitação para as
outras turmas e/ou para as famílias, para que as crianças apresentem sua pesquisa.

6.° ano

OBJETIVO

• Reconhecer locais de peregrinação que existem no Brasil e no mundo.

CONTEÚDO

• Lugares de peregrinação.

CRITÉRIO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

• Compreende a origem histórica de alguns espaços de peregrinação.

Sugestões de atividades
1. Com o auxílio do dicionário, buscar o significado das palavras: lugar, sagrado e
peregrinação. Anotar esses conceitos.

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2. Após a pesquisa do significado das palavras, perguntar aos(às) alunos(as) se
eles(as) conhecem lugares de peregrinação, ou se já ouviram falar de algum lugar
sagrado com esse propósito.

3. Assistir ao vídeo “Por que os muçulmanos realizam o Hajj?”

4. Pesquisar lugares de peregrinação do Brasil e do mundo. Dessa forma, o(a)


proferssor(a) pode sortear os lugares ou deixar que cada aluno(a) escolha o que
pesquisar. A partir da pesquisa, cada aluno(a) deve produzir um texto sobre o lugar
pesquisado. O texto deve conter o nome do lugar, a organização religiosa a que
pertence, a localização, etc.

EJA
A Educação de Jovens e Adultos possui algumas especificidades em relação aos
conteúdos. Como as salas são multisseriadas, a organização dos conteúdos,
objetivos e critérios apresenta-se de maneira diferenciada. Nessas turmas, as aulas
e os conteúdos de Ensino Religioso aparecem inseridos em práticas de outros
componentes e não possuem professor(a) específico(a). A seguir, há sugestões de
atividades para essa etapa da Educação Básica.

OBJETIVO

• Compreender o significado de sagrado e observar a diversidade de


lugares sagrados no contexto em que vive.

CONTEÚDO

• Lugares sagrados naturais e construídos.

CRITÉRIO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

• Compreende a diversidade de lugares sagrados e o seu significado para


cada pessoa.

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Sugestões de atividades
1. Roda de conversa, cujo disparador é a pergunta: O que é sagrado? Cada aluno(a)
que quiser falar poderá dar sua definição, lembrando que essa definição é bastante
pessoal. Para finalizar a roda, o(a) professor(a) poderá trazer o que o dicionário diz
que é “sagrado”.

2. Imprimir um mapa (do Google Maps) do entorno da escola, destacando os lugares


sagrados próximos. Conversar com os(as) alunos(as) sobre esses lugares e, com
o auxílio dos conceitos de Geografia, observar a localização, a distância, etc., em
relação à escola. Os(as) alunos(as) também podem acrescentar os lugares que o
Google não marcou.

3. Perguntar se os(as) alunos(as) conhecem outros lugares sagrados, mesmo que


distantes da escola, e pesquisar imagens e origens desses lugares.

2. Organizações Religiosas 10

Valmir Biaca

As organizações religiosas são formadas pela união de indivíduos com o propósito


em comum de culto ao sagrado. Em sua maioria, possuem doutrinas com preceitos
éticos, ritos, lugares e símbolos, que se configuram em instituições de cunho
religioso.

Esse conteúdo aborda as diferentes organizações religiosas, analisando seu


papel, origem histórica, mudanças no decorrer dos tempos, estrutura hierárquica,
lideranças, fundador, personalidades, ação social, bem como a possibilidade
de diálogo inter-religioso. Aborda também o que é cultura religiosa e como se
estabelecem as relações na convivência entre pessoas de diferentes crenças,
permitindo, assim, a compreensão do fenômeno religioso: o sagrado na perspectiva
da diversidade.

As religiões influenciam as diferentes formas de compreender e representar a


natureza e o destino dos seres humanos. São fontes inspiradoras da arquitetura, da
música, da dança, do teatro, da pintura, da poesia, entre outras.

10
Texto disponibilizado no curso Ensino Religioso para Iniciantes 2016. (Adaptado).

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Assim, a religião é a forma concreta, visível e social do relacionamento pessoal
e comunitário do ser humano consigo mesmo, com o outro e com o sagrado. Ou
ainda, a religião é um fenômeno que as sociedades humanas têm produzido em
diferentes contextos geográficos e históricos como parte do processo de construção
cultural. Apesar de muitos não participarem de nenhuma religião, é inegável a sua
influência.

As organizações religiosas ou religiões, como sistemas organizados a partir de


uma estrutura hierárquica, conjunto de doutrinas, ritos, símbolos e normas éticas,
podem ser dogmáticas, mas também abertas e flexíveis. Sua função básica, pelo
menos no plano ideal, é contribuir com o processo civilizador da humanidade,
orientar as pessoas em sua busca e relação com o sagrado, dar respostas às questões
existenciais e sustentação à existência da comunidade, por meio de preceitos éticos.

A organização religiosa está em nosso cotidiano, sendo visível através da diversidade


religiosa presente no contexto em que vivemos, e pode ser reconhecida, entre
outras maneiras, por meio da estrutura hierárquica do interior dessas organizações
que convivem no contexto da comunidade dos alunos, sendo percebidas através
das lideranças religiosas (padres, pastores, pais de santo, rabinos, entre outras).

Nessas organizações, percebe-se a atuação de lideranças exercidas por homens e


mulheres com funções e papéis definidos, que são fundamentais para a manutenção
e sobrevivência das instituições religiosas.

Algumas organizações têm uma participação mais efetiva das mulheres, e outras
menos, dependendo da sua estrutura interna, de sua doutrina e dos seus preceitos.
Existem religiões patriarcais, em que o papel do homem, na hierarquia religiosa, é
preponderante (religião católica: papa, bispo e padre), e outras em que as funções
mais importantes são próprias das mulheres e, por isso, são matriarcais (religiões
de matriz africana: mãe de santo e ialorixá).

Exemplos de algumas organizações religiosas: Hinduísmo, Jainismo, Sikhismo,


Taoísmo, Confucionismo, Xintoísmo, Zoroastrismo, Judaísmo, Cristianismo,
Islamismo, Fé Bahá’í, Candomblé, Umbanda e Indígenas.

Algumas organizações místicas e filosóficas não se caracterizam como religiões,


mas como filosofias de vida e escolas de pensamento, embora possuam aspectos
similares aos sistemas religiosos, como rituais, símbolos, práticas espirituais e

15
espaços destinados a reuniões. Em sua maioria, essas organizações têm como
finalidade ensinar e capacitar as pessoas a viver em harmonia com as leis cósmicas
e naturais, de forma adogmática.

Partindo das experiências dos estudantes, da descoberta de si mesmos como seres


religiosos que participam ou não de determinada religião, busca-se analisar e
compreender as diferentes organizações religiosas presentes na realidade local e
global.

Papéis e funções nas organizações religiosas


As religiões do mundo se estruturam organizando o espaço físico, delimitando
a geografia com suas mesquitas, templos, igrejas, terreiros, etc., bem como
o espaço humano, atribuindo papéis de acordo com as funções que cada um
possa no interior da tradição.

O hinduísmo é um conjunto de religiões que surgiu na Índia e que não possui


estrutura rígida de controle e autoridade. Porém, são os gurus e mestres que
orientam os adeptos rumo ao seu próprio crescimento espiritual. Em alguns
templos hinduístas, é o sacerdote brâmane quem cuida do templo, ele é o único
que pode entrar no santuário e fazer as oferendas dos devotos.

O budismo, outra religião nascida na Índia, também se estrutura conforme a


região em que se instala. O budismo tibetano, por exemplo, possui um líder
espiritual conhecido mundialmente, o Dalai Lama.

O budismo também possui muitos monges e monjas que dedicam suas vidas ao
estudo e às práticas budistas.

A religião judaica se organiza, muitas vezes, em torno da sinagoga, que é o local


de encontro dos judeus. Lá estudam e fazem seus rituais em coletividade. O
rabino recebe salário para trabalhar na sinagoga, ele é o líder e é também o
responsável pelos ensinamentos religiosos. O chantre, que é o líder dos serviços,
e o zelador também recebem um salário.

O cristianismo possui uma estrutura hierárquica que varia conforme o


segmento. No catolicismo romano, por exemplo, é o papa quem responde como
líder da igreja e abaixo dele estão os arcebispos, bispos, padres, etc. Já a igreja
ortodoxa não segue as ordens do papa, e os padres podem se casar, mas não
devem contrair matrimônio depois da ordenação, e usam barba; os bispos são
celibatários.

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As igrejas evangélicas também se organizam de modo a não seguir o papa e as
pessoas que conduzem o trabalho nas igrejas são conhecidas como pastores.

No Islamismo, há um dirigente que é o responsável pela condução das preces


públicas, denominado imã. Os que estudam a religião (teólogos eruditos) são
conhecidos como Ulemás.

No culto afrodescendente, existem os Babalorixás, quando homens, e as Ialorixás,


quando mulheres, que são responsáveis pelo terreiro e pelas obrigações. São
eles o pai e a mãe de santo. Detalhando melhor, a palavra iyá do Yorubá significa
mãe, babá significa pai.

O texto completo com informações sobre outras organizações religiosas


encontra-se no site:

<http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/cadernos_
pedagogicos/caderno_er.pdf – Unidade 4 – págs. 49 à 62>. Acesso em: 15 maio
2017.

1.° ano

OBJETIVO

• Conhecer a diversidade religiosa no contexto em que vive.

CONTEÚDO

• Organizações religiosas da comunidade em espaços de vivência e


referência, contemplando as quatro matrizes.

CRITÉRIO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

• Reconhece a diversidade religiosa no contexto em que vive.

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Sugestões de atividade
1. Fazer crachás com o nome completo das crianças e organizá-los em círculo
(no chão ou sobre as cadeiras). Cada criança deverá ficar no local de seu crachá,
segurando-o nas mãos. Com a lista de chamada, chamar as crianças pelo nome
completo e, ao chamar cada uma, comentar que possuem nomes iguais, ou
perguntar se conhecem alguém de mesmo nome (Ex.: Maria Eduarda Souza,
sabia que minha avó também se chama Maria?). Ao terminar a chamada, fazer as
seguintes indagações: “Vocês já perceberam que várias pessoas têm o nome igual?
Como a gente faz para saber que a Maria aqui da sala e a Maria, minha avó, não
são a mesma pessoa?” A partir das respostas das crianças, explicar a função do
sobrenome na organização da sociedade e que ele serve para mostrar a qual grupo
familiar aquela pessoa pertence.

2. Os sobrenomes servem para organizar as pessoas de uma mesma família e, na


escola, como se dá essa organização? Na escola, somos organizados por idade e
pelo que vamos aprender. As pessoas que acreditam em algum deus, entidade,
orixá, etc., organizam-se em religiões. Por meio de agenda ou caderno próprio,
enviar um questionário às famílias com as seguintes perguntas: 1. As pessoas de sua
família possuem religião? 2. Em caso de resposta positiva, todas as pessoas da sua
casa seguem a mesma religião? 3. Qual(is) a(s) religião(ões) a criança frequenta?

3. A partir das respostas trazidas pelas crianças, o(a) professor(a) poderá organizar
seu planejamento para começar a mostrar elementos das organizações religiosas,
iniciando pelas organizações conhecidas pelas crianças e disponibilizando as
matrizes que não forem contempladas. Nesse momento, é interessante retomar o
trabalho realizado no conteúdo Lugares Sagrados, com o livro Onde está Deus?

4. Se for possível, fazer uma caminhada no entorno da escola para ver os lugares
sagrados e, com isso, as organizações religiosas do entorno, ou trazer fotos das
igrejas, dos templos, terreiros, etc., que ficam próximos à escola e, portanto, fazem
parte do cotidiano das crianças.

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2.º ano

OBJETIVO

• Reconhecer a diversidade religiosa presente na realidade próxima,


construindo o seu referencial de entendimento das diferenças.

CONTEÚDO

• Organizações religiosas da comunidade em espaços de vivência e


referência, contemplando as quatro matrizes.

CRITÉRIO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

• Identifica a diversidade religiosa em situações do cotidiano e no contexto


em que vive.

Sugestões de atividade
1. Retomar a atividade feita no conteúdo Lugares Sagrados, bem como apresentar
imagens dos lugares sagrados do entorno da escola, perguntando às crianças: A
quem esses lugares pertencem? A partir das respostas, trazer a explicação sobre o
que é uma organização religiosa e porque as pessoas se reúnem nesses espaços.

2. Realizar a leitura do livro Onde está Deus?, ou de conteúdo similar, que mostra
diferentes organizações religiosas. A partir daí, permitir que as crianças falem sobre
as organizações que elas conhecem e/ou frequentam.

3. Pedir às famílias, por meio de agenda ou caderno próprio, que, se possível,


enviem fotos da organização religiosa a que pertencem (com o respectivo nome).
O(a) professor(a) pode utilizar essas imagens, complementando com as matrizes
não contempladas, para apresentar diferentes organizações religiosas e suas
características mais marcantes.

4. Para que as crianças compreendam que, mesmo pertencendo a diferentes

19
organizações, todos podem conviver de maneira harmoniosa, ser amigos, etc.,
confeccionar a flor da convivência, na qual cada criança recebe uma pétala
desenhada e recortada em cartolina. As crianças devem desenhar o seu autorretrato
e colocar o nome. As pétalas de cartolina devem ser coladas num miolo com uma
frase sobre convivência, conforme modelo no anexo 3.

3.º ano

OBJETIVOS

• Reconhecer as diferentes formas de organização das religiões presentes


no Brasil.

• Reconhecer a estrutura hierárquica das religiões presentes no contexto


em que vive.

CONTEÚDOS

• Organizações religiosas do Brasil.

• Estrutura hierárquica (liderança religiosa/personalidade).

CRITÉRIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM

• Aponta diferentes formas de organização religiosa presentes no Brasil.

• Reconhece a estrutura hierárquica das religiões presentes no contexto


em que vive.

Sugestões de atividade
1. Fazer o caça-palavras (disponível no anexo 4). Acrescentar, na lista de religiões
presentes no caça-palavras, algumas das matrizes não contempladas. A partir
dessa lista, pesquisar com as crianças como cada uma dessas religiões chegou ao
Brasil.

20
2. Para a pesquisa, solicitar que os(as) alunos(as) deem atenção ao nome da
liderança (padre, babalorixá, pajé, sacerdote, etc.).
3. Pesquisar com as crianças imagens dessas lideranças e de suas respectivas
organizações (templo, terreiro, etc.) no Brasil e construir um jogo de memória.

4. Assistir ao vídeo A vida de Buda11, disponível no YouTube, para que as crianças


vejam como ele se tornou uma liderança religiosa. Explicar que, assim como Sidartha
teve que estudar e passar por várias etapas, os líderes de outras organizações
também precisam passar por muito tempo de estudo e dedicação para assumir o
papel de sacerdote nas organizações religiosas.

4.° ano
OBJETIVO

• Reconhecer o papel exercido por homens e mulheres na estrutura


hierárquica das organizações religiosas.

CONTEÚDOS

• Atuações de homens e mulheres nas organizações religiosas.

• Estrutura hierárquica (liderança religiosa/personalidade).

CRITÉRIO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

• Reconhece e identifica o papel exercido por homens e mulheres na


estrutura hierárquica das organizações religiosas.

Sugestões de atividade
1. Assistir a dois vídeos sobre o papel da mulher em diferentes organizações
religiosas (disponíveis no YouTube). Fazer uma roda de conversa sobre os dois
vídeos. Nesse momento, as crianças devem ser estimuladas a falar sobre as suas
experiências, ou seja, se frequentam alguma religião. Deixar que falem sobre como
11
Da coletânea Religiões do Mundo – histórias animadas. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=iCOj-gCynlY&list=PLE6012C733BAE0F96&index=5>. Acesso em: 15 maio 2017.

21
são as mulheres que a frequentam, se existe alguma regra em relação à vestimenta,
ao lugar de sentar dentro do templo, ao papel que desempenha nos momentos de
reunião, etc.

2. Fazer a leitura de um trecho do livro Malala (sinopse disponível no anexo 5),


ou outro que conte a história de uma mulher forte ligada à religião. Pedir que as
crianças pesquisem, com sua família e/ou conhecidos que frequentam alguma
organização religiosa, como se dividem os papéis de homens e mulheres dentro
da organização.

3. Nesse conteúdo, pode-se fazer um paralelo com a sociedade em que a criança se


encontra inserida, questionando-as se, na escola, na família, etc., existem diferenças
no trabalho de homens e mulheres. Trazer imagens e textos que mostrem mulheres
como líderes religiosas (mãe menininha, monja Kohen, etc.), em diferentes
profissões e posições na política (mulheres bombeiras, policiais, chefes de Estado,
etc.).

4. Pesquisar a história de mulheres que foram líderes religiosas e ganharam certo


destaque, trazendo benefícios para sua organização religiosa e para a sociedade.
Produzir textos sobre elas e agrupá-los em um livro da turma.

5.° ano

OBJETIVO

• Reconhecer que as religiões do mundo possuem diferentes formas de


organização.

CONTEÚDOS

• Organizações religiosas do mundo.

• Estrutura hierárquica (liderança religiosa/personalidade).

• O sagrado feminino.

22
CRITÉRIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM

• Identifica e compreende as diferentes formas de organizações religiosas


presentes no mundo.

• Caracteriza a estrutura hierárquica das religiões presentes no mundo.

• Identifica e compreende o sagrado feminino na diversidade religiosa.

Sugestões de atividade
1. Assistir ao vídeo Quatro Cântaros – Mataji – As Mães Sagradas12 e observar que
a música traz os nomes de Lakshmi e Oxum, divindades femininas do Hinduísmo e
do Candomblé, respectivamente. Explorar com as crianças a história dessas duas
entidades e questioná-las sobre a existência de outras deusas, entidades e/ou
divindades femininas. Apresentar que, em algumas organizações religiosas, não
existe uma “deusa”, mas sim mulheres que, devido a sua contribuição, tornaram-se
sagradas (ex.: Maria – mãe de Jesus).

2. Fazer a dobradura da flor de lótus, símbolo da deusa Lakshmi. Colar em um TNT


ou crepom azul, representando um rio (em referência a Oxum).

3. Observar as organizações religiosas pesquisadas, qual a sua origem, costumes,


etc., destacando a estrutura hierárquica e a divisão de papéis dentro dela. Por
exemplo: no Candomblé, homens e mulheres podem desempenhar a função de
sacerdote, que recebe o nome de babalorixá ou ialorixá, dependendo do gênero.
Na igreja católica, homens podem se tornar padres, e mulheres freiras, porém,
as funções dentro da igreja são diferentes. E assim por diante, lembrando de
contemplar as quatro matrizes.

6.º ano
OBJETIVOS

• Compreender a diversidade religiosa do mundo, construindo o seu


referencial de entendimento das diferenças.

12
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=_UEUQZsaDZ4>. Acesso em: 15 maio 2017. A
sinopse desta história encontra-se no anexo 6.

23
• Compreender a existência do sagrado feminino na diversidade religiosa.

• Conhecer diferentes organizações místico-filosóficas.

CONTEÚDOS

• Organizações religiosas do mundo.

• O sagrado feminino.

• Organizações místico-filosóficas.

CRITÉRIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM

• Relaciona e compreende as diferentes formas de organizações religiosas


presentes no mundo.

• Descreve e compreende o sagrado feminino na diversidade religiosa.

• Reconhece diferentes organizações místico-filosóficas.

Sugestões de atividade
1. Pedir aos(às) alunos(as) que desenhem, em meia folha sulfite, uma bruxa. Os
desenhos devem ser colados em um cartaz ou no quadro da sala. Depois disso,
apresentar a série fotográfica Women of Power que mostra as bruxas modernas da
Polônia. Permitir que os(as) alunos(as) façam suas observações.

2. Propor uma pesquisa sobre as mulheres em diferentes religiões ao redor do


mundo, iniciando pelas religiões pesquisadas no conteúdo Lugares Sagrados.

3. Algumas mulheres tiveram uma importância muito grande na religião e,


consequentemente, na história. Pesquisar mulheres que tiveram essa importância,
como Joana D’Arc. Mostrar aos(às) alunos(as) que algumas dessas pessoas serviram
de inspiração para a criação de ordens místico-filosóficas, como a Ordem Sagrada
das filhas de Joana D’Arc. A partir daí, pesquisar outras ordens místico-filosóficas
e/ou sociedades secretas.

24
EJA

OBJETIVOS

• Compreender a diversidade religiosa, construindo o seu referencial de


entendimento das diferenças.

• Compreender a existência do sagrado feminino na diversidade religiosa.

CONTEÚDOS

• Organizações religiosas.

• O sagrado feminino.

CRITÉRIOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM

• Descreve e compreende o sagrado feminino na diversidade religiosa.

• Reconhece diferentes organizações religiosas.

Sugestões de atividade
1. Assistir ao filme/documentário Benzedeiras – ofício tradicional e fazer uma roda
de conversa sobre ele, permitindo que os(as) alunos(as) tragam suas experiências
pessoais para a conversa.

2. A partir das conversas dos(as) alunos(as), depois de assistirem ao filme, mostrar


que em outras organizações religiosas também temos a presença marcante das
mulheres, seja na função de sacerdote ou na figura de líder, entidade, divindade,
santa, etc. Apresentar algumas dessas mulheres e suas organizações aos(às)
alunos(as), lembrando de contemplar as quatro matrizes.

25
Referências

DARDEL, E. L’Homme et la terre: nature de la réalité géographique. Paris: Ed. CTHS,


1990.

GIL FILHO, S. F. Notas sobre a religião como forma simbólica em Ernst Cassirer.
Texto utilizado no encontro do NUPPER. Curitiba, 2010.

_________. Espaço sagrado: estudos em geografia da religião. Curitiba: Ibpex, 2008.

_________. Geografia da religião: reconstruções teóricas sob o idealismo crítico.


In: KOZEL, S.; SILVA, J. da C.; GIL FILHO, S. F. (Orgs.). Da percepção e cognição à
representação: reconstruções teóricas da geografia cultural e humanista. São
Paulo: Terceira Margem; Curitiba, NEER, 2007. p. 207-222.

HOLZER, W. A geografia humanista: sua trajetória de 1950 a 1990. Rio de Janeiro,


UFRJ/PPGG, 1992 .

________. A influência de Eric Dardel na construção da geografia humanista


norte americana. Anais XVI Encontro Nacional dos Geógrafos Crise, Práxis e
Autonomia: espaços de resistência e de esperanças – Espaço de Socialização de
Coletivos. PDF. Porto Alegre. 2010.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Ensino


Religioso. Curitiba, 2009.

SILVA, A. S. da; GIL FILHO, S. F. Geografia da religião a partir das formas simbólicas em
Ernst Cassirer: um estudo da Igreja Internacional da Graça de Deus no Brasil. REVER
– Revista de Estudos da Religião, São Paulo, n. 9, p. 73-91. jun. 2009. Disponível
em: <http://www.pucsp.br/rever/rv2_2009/t_silva.pdf>. Acesso em: 15 maio 2017.

SILVA, A. de A. Territorialidades e identidade dos coletivos Kawahib da terra


indígena Uru-Eu-Wau-Wau em Rondônia: Orevaki Are (reencontro) dos marcadores
territoriais. Tese de Doutorado em Geografia. UFPR: Curitiba, 2010.

TUAN, Yi-Fu. Geography, phenomenology and the study of human nature.


Canadian Geographer. 15 (2) : 181-192, 1971.

________. Place: an experiential perspective. Geographical Review. 65 (2) : 151-165,


1975.

26
Sites consultados:
ACORDA meu povo, LENDA do monte pascoal. Disponível em: <http://
acordameupovo.blogspot.com.br/2013/09/a-lenda-do-monte-pascoal.html>.
Acesso em: 15 maio 2017.

CULTURAL institute. Disponível em: <https://www.google.com/culturalinstitute/


beta/>. Acesso em: 15 maio 2017.

REVISTA Galileu, CONHEÇA bruxas da polônia. Disponível em: <http://revistagalileu.


globo.com/Revista/noticia/2016/07/conheca-bruxas-da-polonia.html>. Acesso em:
15 maio 2017.

SMARTKIDS. Disponível em: <http://www.smartkids.com.br>. Acesso em: 15 maio


2017.

SUPER abril, SOCIEDADES secretas famosas. Disponível em: <http://super.abril.


com.br/blog/superlistas/6-sociedades-secretas-famosas/>. Acesso em: 15 maio
2017.
WILLMS, K. Ensino religioso: um desafio para o ensino fundamental. Disponível
em: <http://profkarinensinoreligioso.blogspot.com>. Acesso em: 15 maio 2017.

27
Anexos

Anexo 1 – Croqui da sala de aula

28
Anexo 2 – Exemplos de desenhos de lugares
sagrados

29
30
31
32
33
34
Anexo 3 – Flor da convivência

35
Anexo 4 – Caça-palavras
-

Anexo 5 – Sinopse do livro: Malala – A menina que


queria ir para escola 13

Malala Yousafzai quase perdeu a vida por querer ir para a escola. Ela nasceu no vale
do Swat, no Paquistão, uma região de extraordinária beleza, cobiçada no passado
por conquistadores como Gengis Khan e Alexandre, o Grande, e protegida pelos
bravos guerreiros pashtuns – os povos das montanhas. Foi habitada por reis e
rainhas, príncipes e princesas, como nos contos de fadas.

13
Texto retirado do site: <http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=41133>. Acesso
em: 15 maio 2017.

36
Malala cresceu entre os corredores da escola de seu pai, Ziauddin Yousafzai, e era
uma das primeiras alunas da classe. Quando tinha dez anos viu sua cidade ser
controlada por um grupo extremista, chamado Talibã. Armados, eles vigiavam o
vale noite e dia e impuseram muitas regras. Proibiram a música e a dança, baniram
as mulheres das ruas e determinaram que somente os meninos poderiam estudar.

Mas Malala foi ensinada desde pequena a defender aquilo em que acreditava e
lutou pelo direito de continuar estudando. Ela fez das palavras sua arma. Em 9 de
outubro de 2012, quando voltava de ônibus da escola, sofreu um atentado a tiro.
Poucos acreditaram que ela sobreviveria.

A jornalista Adriana Carranca visitou o vale do Swat dias depois do atentado,


hospedou-se com uma família local e conta nesse livro tudo o que viu e aprendeu
por lá. Ela apresenta às crianças a história real dessa menina que, além de ser a
mais jovem ganhadora do prêmio Nobel da paz, é um grande exemplo de como uma
pessoa e um sonho podem mudar o mundo.

Anexo 6 – Mataji – As mães sagradas 14

Composição: Elisabet Just

Coordenação das percussões: Fernanda de Paula

Idealização: Elisabet Just, Fernanda de Paula, Marília de Zita e Mirela Cogoni

Percussão: Fernanda de Paula e Marília de Zita

Violoncelo: Mirela Cogoni

Vozes: Fernanda de Paula, Elisabet Just e Marília de Zita

Composto por quatro belas mulheres brasileiras (Elizabet Just, Fernanda de Paula,
Marília Zita e Mirela Cogoni), o grupo musical denominado Quatro Cântaros explora a
espiritualidade na música de uma forma ímpar. Manifestações sublimes das deusas
honradas nesse cântico (Mataji – As mães sagradas), cada voz e cada instrumento
unem-se em um todo harmonioso capaz de elevar qualquer ser humano a mais
profunda comunhão com o espírito das deidades.

Essa música é a mais expressiva e representativa do grupo Quatro Cântaros, em


que cada uma das integrantes do grupo oferecera suas ideias na elaboração dessa
14
Texto retirado do site: http://www.conclaverosadosventos.com.br/cultura/quatro-cantaros.

37
reverência musical. As mães sagradas Lakshmi (hindu), Osún (iorubá) e Kwan Yin
(chinesa) são evocadas nesse cântico, cujo o próprio grupo, de acordo com a obra
de Alexandre Cumino, as identifica como “expressões divinas que pertencem ao
trono feminino do amor.”

Inspirada nos procedimentos de composição musical das Ensaladas, apresenta nas


vozes três melodias populares e uma de autor, acompanhadas por instrumentos de
percussão e violoncelo.

Diwali
“Ai, ai, ai, hoje é dia de Diwali! Hoje é dia da festa das luzes, abençoados pela grande
deusa mãe Lakshmi.”

Em língua hindi, foi composta por um Coletivo de Sahaja Yoges de Hyderabad, na


Índia, foi sugerida por Marília, que mora num Ashram da Sahaja Yoga. Refere-se ao
famoso festival hindu das luzes, as festas de celebração do Ano Novo no calendário
Vikrana. É realizado na primeira noite de lua nova do mês Kartika, que pode ser
outubro ou novembro do nosso calendário ocidental. O festival celebra a vitória
do bem sobre o mal, da luz sobre as trevas, e do conhecimento sobre a ignorância,
apesar das lendas que acompanham o festival serem diferentes em regiões
diferentes da Índia.

Essa canção reverencia Lakshmi, a energia da Mãe Divina que nos alimenta com
beleza, harmonia, prosperidade e abundância.

Xorodô – Ponto de Osún do Candomblé


“Mãe que faz o rio ser sagrado, mamãe

Mãe que tornou o rio sagrado

Senhora das águas que dão vida aos filhos queridos

Torna o rio sagrado”

Fernanda trouxe essa canção com a intenção de sobrepor ao Diwali. Somente


fazendo alguns recortes no Diwali e contrapondo-os funcionou harmoniosamente.

Xorodô é um título que coloca-se apenas como referência, mas é um ponto de


Candomblé. E esses não possuem título, pois para cada orixá entoa-se dezenas e

38
dezenas de pontos. Portanto, esse é somente apenas mais um dos muitos pontos
de Osún do Candomblé. Trata-se de uma cantiga da Nação Ketu, transcrita para
pronúncia em português do idioma Iorubá.

Esse ponto reverencia Osún, orixá que irradia amor, beleza; a senhora dos rios e
cachoeiras que atrai a prosperidade. Durante toda a primeira parte da música, o
ritmo dos instrumentos de percussão é o ijexá, usados nos pontos de Osún, e
sugerido pela Fernanda para alinhavar as duas primeiras canções.

Om Mani Padme Hum


“Salve a joia no lótus!”

Composição para vozes, violoncelo e instrumentos de percussão, feita por Elisabet


com as palavras de um dos mais famosos mantras. Comumente traduzido do
sânscrito como “Salve a joia no lótus”. Seu significado é muito mais abrangente e
cada uma de suas seis sílabas possui complexos significados. De origem indiana,
ficou conhecido no Tibete como o mantra da compaixão. Na China, esse mantra
ficou associado à figura de Kwan Yin, considerada, por alguns, a forma feminina de
Avalokistesvara, o bodhisattva da compaixão.

Essa música reverencia Kwan Yin, divindade que representa o amor em forma de
compaixão e também a paz, o perdão, a cura e a luz.

Mamãe Osún – Ponto de Osún da Umbanda


Entrelaçando a melodia principal da música anterior, inicia o arranjo feito por
Elisabet dessa famosa e emocionante canção de domínio público, enquanto a
batida constante da percussão do mantra permanece como um moto contínuo.
Dentre as versões dessa canção, foi escolhida aquela apresentada pela Fernanda, e
o canto agudo de Osún que preserva a palavra OM foi sugerido pela Mirela.

Vale a pena conferir. Recomendo a todas as pessoas espiritualistas que entendem e


enxergam o sagrado em todas as suas manifestações.

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LÍDERES RELIGIOSOS
1 2

4 5

7 8

10

Vertical
Horizontal 1. Líder religioso Indígena
2. Líder religioso na Umbanda
3. Líder religioso do Budismo 4. Líder religioso do Taoísmo
6. Líder religioso Muçulmano 5. Líder religioso do Cristianismo
7. Líder religioso no Candomblé 8. Líder religioso Indígena
10. Líder religioso do Judaísmo 9. Líder religioso do Hinduísmo

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Ficha Técnica
DEPARTAMENTO DE ENSINO FUNDAMENTAL
Simone Zampier

GERÊNCIA DE CURRÍCULO
Luciana Zaidan

ELABORAÇÃO
Elizabeth Cristina Carassai
Karin Willms

DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL


João Batista dos Reis

GERÊNCIA DE APOIO GRÁFICO


Adriano Benedito Laurindo

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


Ana Paula Polezel

REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA


Rosângela Carla Pavão Pereira
Sirlei Cavalli

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