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JAVIER

DIFERENÇAS ENTRE REFUGIADOS E MIGRANTES

Refugiados e migrantes são dois termos frequentemente usados para


descrever pessoas que se deslocam de um país para outro, mas existem diferenças
importantes entre eles. Os refugiados são indivíduos que abandonaram suas casas
e tudo o que possuíam para escapar de conflitos armados, perseguições ou
violações graves de direitos humanos. Frequentemente, sua situação se torna tão
insustentável que precisam atravessar fronteiras internacionais em busca de
segurança em outros países, assim, o refugiado é alguém que deixou seu país de
origem devido a um temor bem fundamentado (SILVA, 2005).
Os refugiados são protegidos pelo direito internacional, especificamente pela
Convenção das Nações Unidas sobre o Estatuto dos Refugiados, e têm o direito de
solicitar asilo em outro país (JUBILUT,2007). Eles estão fugindo de situações de
risco e procuram proteção internacional. Esse reconhecimento ocorre porque é
extremamente perigoso para eles retornarem a seus países de origem e necessitam
de refúgio em outro lugar.
A Convenção da ONU de 1951 sobre o Estatuto dos Refugiados e seu
protocolo de 1967, juntamente com outras convenções regionais e declarações, são
fundamentais para a proteção dos refugiados. Esses instrumentos estabelecem os
princípios legais que têm influenciado inúmeras leis e costumes internacionais,
regionais e nacionais. A Convenção de 1951 define quem é considerado refugiado e
estabelece os direitos básicos que os Estados devem garantir a eles. Um princípio
fundamental do direito internacional é que os refugiados não devem ser expulsos ou
retornados a situações onde sua vida e liberdade estejam em perigo. Esses
princípios visam proteger a segurança e o bem-estar dos refugiados, assegurando-
lhes a devida proteção internacional (SILVA, 2005).
Por outro lado, no que tange aos migrantes, ao contrário dos refugiados,
optam por se deslocar não por ameaça direta de perseguição ou morte, mas
principalmente com o objetivo de melhorar suas condições de vida, seja em busca
de trabalho, educação, reunião familiar ou outras razões. Os migrantes geralmente
mantêm a proteção de seu governo e têm a opção de retornar ao seu país de origem
(JUBILUT,2007).
Desviar o foco dos termos "refugiados" e "migrantes" leva a uma falta de
atenção em relação à proteção legal específica que os refugiados requerem, como o
princípio de não-devolução e a não-penalização por buscar segurança ao cruzar
fronteiras sem autorização. Procurar refúgio não é ilegal - pelo contrário, é um direito
humano universal.Portanto, tornar os conceitos de "refugiados" e "migrantes"
sinônimos enfraquece o apoio aos refugiados e ao sistema de refúgio
institucionalizado, em um momento em que mais refugiados estão necessitando
dessa proteção.

REFERÊNCIAS

JUBILUT, Liliana. O Direito internacional dos refugiados e sua aplicação no


ordenamento jurídico brasileiro. São Paulo: Método. 2007

SILVA, Larissa Dias Magalhães. A implementação dos Tratados Internacionais


de Direitos Humanos na Constituição Federal de 1988. Brasília, 2005.

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