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Óleo essencial da Casca da laranja

Resumo
O Citrus deu-se há cerca de 20 a 30 milhões de anos e que o provável
centro de origem e diversificação tenham sido as regiões subtropicais e
tropicais do continente asiático e arquipélagos malaios. O Brasil é o primeiro
produtor mundial de citros e o maior exportador de suco concentrado de
laranja, principal produto do complexo agroindustrial da citricultura brasileira,
um dos principais fatores que contribuem para esta posição na produção de
frutas cítricas é seu clima, o óleo essencial de citrus é um metabólito de grande
importância para a indústria farmacêutica, cosmética e alimentícia, bem como
outros compostos como os carotenoides, antocianinas, carboidratos, vitamina
C, flavonoides, que atuam em benefício à saúde humana. O objetivo desde
trabalho foi do estilo experimental, onde se analisou-se o rendimento,
composição e o principal componente, salientando que o óleo extraído bem
aromatizado e agradável.
Introdução

O conhecimento sobre as plantas aromáticas é bastante milenar, sendo


que antigas civilizações utilizavam partes das plantas para fins religiosos,
cosméticos e medicinais, baseadas no conhecimento popular. As indústrias de
produtos cosméticos, farmacológicos, alimentícios, biotecnológicos e orgânicos
nos últimos anos tem demonstrado bastante interesse no desenvolvimento
deste setor, criando linha de produtos que contenham compostos ativos
naturais baseados em estudos científicos (SERAFINI et al., 2002). O Brasil se
destaca como o segundo maior produtor de frutos cítricos e o maior exportador
de sucos cítricos, tendo o limão Tahiti como um dos seus frutos de maior
relevância comercial e a laranja.

Segundo Pelizer (2007), os resíduos de frutos cítricos são uma rica fonte
de flavonoides naturais em potencial, considerando a quantidade de resíduo
gerado e a alta concentração de compostos fenólicos.

Além do suco, outros produtos são extraídos de frutas cítricas, como


óleos essenciais e o bagaço. O bagaço dessas frutas possui elevado valor
econômico, principalmente para a produção de alimento para animais
ruminantes a importância crescente dos óleos essenciais criou a necessidade
de desenvolvimento de métodos de extração que proporcionem maior
qualidade e produtividade, uma vez que existe atualmente uma tendência do
consumidor de preferir produtos naturais.

De acordo com a ANVISA (2007), os óleos essenciais podem ser


caracterizados por produtos voláteis de origem vegetal, podendo ser obtidos
por diferentes processos físicos, tais como, hidrodestilação e destilação a
pressão reduzida, a temperatura usada na extração pode interferir na qualidade
final do óleo essencial, pois durante a extração moléculas termossensíveis de
um princípio ativo podem ser quebradas e oxidadas em produtos de menor
eficácia ou, às vezes, gerar subprodutos tóxicos. Nas extrações com solventes
orgânicos são utilizados diversos tipos de solventes, como alcoóis metílico,
etílico e propílico; hexano; clorofórmio; acetato de etila; acetona; entre outros.
Quimicamente, os óleos essenciais podem ser compostos por
hidrocarbonetos, alcoóis, ácidos orgânicos, ésteres, aldeídos, cetonas, fenóis e
vários compostos orgânicos nitrogenados e sulfurados. Os compostos de maior
importância são os terpenos (CnH2n-4), que podem ser incolores, amarelados
(quando associados a carotenóides) ou esverdeados (quando associados à
clorofila). As principais classes de constituintes dos óleos essenciais de uso
terapêutico são os mono e sesquiterpenos, os ésteres, os aldeídos, as cetonas,
os alcoóis, os fenóis, os óxidos e os ácidos (CORAZZA, 2002).

O suco de frutas cítricas contém compostos bioativos como limonóides


(30% a 97% dependendo da espécie), flavonóides, pectinas, cumarinas e
furanocumarinas e antioxidantes conhecidos, como a vitamina C e
carotenóides, os quais apresentam diversos benefícios à saúde. Baseado em
estudos laboratoriais, os flavonóides cítricos e limonóides apresentam
propriedades de proteção contra uma variedade de doenças crônicas, como
arterosclerose e câncer. Os flavonóis, flavanóis, antocianinas e
fenilpropanóides podem atuar como antioxidantes e, por diversos mecanismos,
atuar como compostos cardioprotetores (JAYAPRAKASHA; GIRENNAVAR;
PATIL, 2008), Outros componentes também contribuem para a composição do
perfil químico como: α e β-pineno (~ 0,3% até ~15%), γ-terpineno (~ 10%),
mirceno (~ 3%) e outros.
Revisão bibliográfica

Aspectos botânicos e Classificação

A origem das plantas cítricas deu-se nas regiões tropicais e subtropicais


do sudeste da Ásia e do arquipélago da Malásia e suas ilhas adjacentes.
Retrata também que a propagação dos citrus foi um processo lento, marcado
pelas diferenças relativamente pequenas das variedades originais até a
obtenção das variedades atualmente conhecidas.

O gênero citrus é composto de diversas espécies, variedades e híbridos,


são muitos apreciados pelos frutos comestíveis (laranja, limão, lima, etc) e
como fonte de óleos essenciais, pectinas e flavonoides. O termo fruta é
aplicado à estrutura que cerca, protege ou guarda as sementes até estarem
maduras, no estágio da reprodução das espécies botânicas em todo o reino
dos vegetais. Podemos classificar as frutas em dois tipos, de acordo com suas
condições físicas quando maduras: as secas e as carnudas (TAYLOR, 2005)

Na família Rutaceae existem aproximadamente cerca de 156 gêneros e


1800 espécies, os quais são distribuídas em regiões tropicais e subtropicais no
mundo, sendo que 28 gêneros e 182 espécies foram identificados no Brasil. Os
membros pertencentes a esta família é fortemente aromáticos devido à
presença de óleos essenciais, compõem essa família também os gêneros
Citrus, Ruta, Zanthoxylum, Ptelea, Murraya e Fortunella.

O centro reprodutivo da planta é a flor, o precursor da fruta. Uma série


de mudanças resulta na formação da fruta, que começa com o processo de
polinização, onde o pólen é transferido de uma flor a outra, por vários
mecanismos dependentes da espécie da planta. Essencialmente, estes
mecanismos podem ser iniciados por um inseto visitando uma flor e tornando-
se impregnado com o pólen, e então visitando outra flor carregando para ela o
pólen da primeira e impregnando mais pólen dessa nova flor em seu corpo, e aí
sucessivamente nas demais visitas a outras flores. (TAYLOR, 2005).
As plantas apresentam-se como árvores de porte médio, galhos mais ou
menos eretos, folhas acuminadas (diz-se das folhas e frutos terminados em
ponta). Sua produção atinge próximo de 250 kg de frutos por planta por florada
completa. Seus frutos têm peso médio de aproximadamente 145 g. A casca
tem cor alaranjada, de espessura de fina a média, quase lisa e com vesículas
de óleo na superfície. Tem polpa de cor laranja e textura firme, com suco
abundante (SIMÃO, 1971).

Segundo TAYLOR (2005), as principais partes da laranja são: - Flavedo:


consiste na mais pesada camada de células do exterior, recoberta por uma
camada de cera. Carrega os cromatóforos e numerosas glândulas
esfericamente formadas, preenchidas com o óleo essencial; - Albedo: tecido
mole e branco que protege os segmentos e as vesículas de suco; - Coluna
Central: canal que atravessa toda extensão do fruto; - Segmento: divisões que
existem reunindo as vesículas de suco, conhecido popularmente como
“gomos”; - Vesículas de suco: são as estruturas que armazenam o suco da
fruta.

Composição Quimica

A composição da laranja varia conforme inúmeros fatores, tendo alguns


exemplos como: cavalo (em caso de enxerto), clima, altitude, adubação,
irrigação, tratos culturais e estágios da maturação.
A composição química da laranja doce é reconhecida por ser rica em
metabólitos secundários dentre os quais os óleos essenciais são as
biomoléculas mais importantes. Outros compostos que constituem os frutos de
C. sinensis são os antioxidantes como ácido ascórbico, compostos fenólicos,
carotenoides, flavonoides, antocianinas, carboidratos, dentre outros que são
importantes para a saúde e nutrição humana.

Destilação com água ou hidrodestilação

Este é o mais antigo método de destilação, sendo comumente


empregado em unidades onde a destilação é um processo artesanal. O método
de hidrodestilação consiste na separação dos componentes voláteis devido à
pressão de vapor mais elevada que a da água, portanto, são arrastados pelo
vapor d’água. (SIMÃO, 1971)

A hidrodestilação é apropriada para a extração de óleo essencial de


vários tipos de matrizes vegetais: flores, frutos, folhas, rizomas, raízes,
sementes, casca de caule, castanhas, galhos ou pó. Embora não seja o
método mais eficiente, a hidrodestilação apresenta o sistema para destilação
mais versátil, sendo uma técnica bastante utilizada em laboratório. Porém, a
literatura cita a hidrodestilação como possível promotora de reações de
hidrólise, nas quais a água reage com ésteres, formando álcool e ácidos
carboxílicos. A qualidade e o valor dos óleos que normalmente contém altos
percentuais de ésteres podem ser afetados pela hidrodestilação (TAYLOR
2005).

Algumas desvantagens tais como a elevada temperatura e tempo de


extração, resultando na degradação de compostos insaturados e termolábeis,
perdas de compostos voláteis, baixo rendimento, extração incompleta, hidrólise
de compostos sensíveis à água e a exigência de tratamento após a extração
para remover a água. Apesar disto, é um método muito simples, fácil de operar,
de baixo custo e a proporção extraída de óleo essencial pode chegar a
rendimento bastante elevado.
SERAFINI, L.A. et al. Extrações e aplicações de óleos essenciais de
plantas aromáticas e medicinais. Caxias do Sul: EDUCS, 2002, p. 54.

PELIZER, L. H.; PONTIERI, M. H.; MORAES, I. O. Utilização de resíduos


agroindustriais em processos biotecnológicos como perspectiva de
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CORAZZA, S. R. Aromacologia: uma ciência de muitos cheiros. SENAC:


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JAYAPRAKASHA, G. K.; GIRENNAVAR, B.; PATIL, B. S. Antioxidant


capacity of pummelo and navel oranges: Extraction efficiency of solvents
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MATTOS JÚNIOR, D.; DE NEGRI, J. D.; FIGUEIREDO, J. O.; POMPEU


JÚNIOR, J. Citros: principais informações e recomendações de cultivo.
2005.

SIMÃO, S. Manual de fruticultura. Piracicaba: Agronômica Ceres, 1971,


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TAYLOR, B. Fruit and juice processing. IN: ASHURST, P. R. Chemistry and


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Publishing Ltd., p. 35-66, 2005

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