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ANÁLISE DO FILME: GRANDES OLHOS

Aluna: Maria Eduarda de Lima Santana


Matrícula: 201804093921

Margaret Keane, paciente do sexo feminino, por volta dos 30 anos chega ao
consultório com a demanda de “ver pessoas com olhos grandes, inclusive a si própria,
em momentos de carga de estresse elevada e em situações cujo sentimento de
injustiça com ela mesma prevalece”. (SIC) Artista, pinta quadros para ganhar a vida e
explica que desde a infância desenhava crianças com grandes olhos, pois achava que
os olhos eram as partes do corpo que mais conseguiam captar as emoções das
pessoas. Explica que para ela “os olhos são a janela da alma” e afirma que as
inspirações para os seus quadros advém de uma infância conturbada (SIC). Relatou
que os olhos que ela vê em suas alucinações são exatamente iguais aos olhos que ela
retrata nas pinturas: enormes, nada proporcionais com o rosto das pessoas, vazios e
melancólicos. Sem antecedente de transtorno mental, narra que as visões começaram
cerca de 2 a 3 meses atrás e os delírios só acontecem quando está sobre estresse,
quando se sujeita a realizar as ações que o marido lhe impõe.
A paciente relata ter se casado duas vezes e diz que em sua atual relação
sempre se sentiu menosprezada e submissa pelo marido, apesar de saber que seu
esposo só faz isso pelo seu bem. (SIC) Casou-se repentinamente, com menos de um
mês de divórcio de seu primeiro casamento e relata que o seu atual companheiro é um
homem que sempre impõe suas opiniões e vontades e ela sempre se submete a tudo
que ele deseja, deixando que ele tome as rédeas da sua própria vida. Segundo seu
relato, ele também é a pessoa que decide que rumo sua carreira artística tomará, é ele
quem decide o que fazer com os quadros que ela pinta (o que lhe traz o sentimento de
injustiça e opressão) e quais são as pessoas que ela pode falar e ter amizade, sendo,
portanto uma pessoa completamente dominante sobre as suas ações. Entretanto,
Margaret relata que não demonstra estar em desacordo com os atos de seu cônjuge
por medo de perdê-lo e porque ele tem um melhor poder de decisão do que ela. (SIC)
Baseados nas perguntas realizadas para análise da paciente foram apontadas
as seguintes características: presença de delírios primários, organizados e
sistematizados, com duração de mais de um mês, que se dá quando a mesma está
em situações sob muita pressão e/ou quando se sente extremamente desvalorizada;
ausência de comportamentos bizarros ou estranhos; necessidade excessiva de ser
cuidada o que a leva ter comportamentos submissivos por temor a separação;
comportamentos dependentes, permite que os outros assumam a responsabilidade
pela sua própria vida; sentimento de incapacidade em realizar tarefas por conta
própria e urgência em estar em um relacionamento. Com base nas principais
características apontadas, deduz-se que a paciente apresente Transtorno Delirante do
tipo não especificado (CID 10: F22) e Transtorno de Personalidade Dependente (CID
10: F60.7) e recomenda-se que a paciente seja assistida por um psicoterapeuta e um
psiquiatra, em longo prazo, visando um tratamento adequado para a sua melhora.

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