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Fraturas – Habilidade (Nonato) MD 401 Vitor Bidu de Souza – MED XIV

DEFINIÇÕES  Luxação: perda total da congruência entre duas superfícies


articulares. A perda parcial é chamada de subluxação.
 Paciente chega na emergência: fazer ABCDE (salvar e depois Quadril: sua congruência com o acetábulo é considerada
resolver). normal, quando até 30% da cabeça do fêmur está coberta
 Contusão: lesão traumática exercida sobre uma região do pelo acetábulo.
organismo por agente contundente, na qual a pele resiste e  Congruente/Incongruente
não perde sua continuidade. É a lesão em amassamento de
partes moles por trauma direto, sem cortes. Ex: futebol >>>  Recidivante do ombro: quando volta para o lugar. Não
formação de edema e equimose. desloca, mas tem lesão na articulação, por isso precisa de
tratamento.
 Distensão muscular: lesão de fibras musculares e pode ser
determinada por traumatismo direto ou indireto. É como a  Entre 30% e 90%, chamamos de subluxação; a partir de
entorse, porém em músculos. 90%, ou seja, quando nove décimos da cabeça estão fora do
acetábulo, consideramos como luxação.
 Deficiência articular (enfraquecimento): pode colaborar
para luxação.
 Quadril (fossa do acetábulo: tem angulação) >>> se a fossa
não formar teto adequado, fica mais aberto e fêmur vai
luxar (congênita).

 Ruptura tendinosa parcial ou total: mecanismo que


determina a lesão parcial ou completa do tendão, também,
a exemplo da distensão muscular, acontece por trauma
FRATURAS
direto ou indireto.
 Resultado de um episódio único, por uma força
suficientemente poderosa para fraturar o osso normal.
Trauma de alta energia.
 Resultado de uma sobrecarga única ou repetitiva , com
perda da continuidade óssea que ocasiona deformação
patológica , perda da função do suporte do osso e dor. Há
dois tipos em que isso não ocorre: fraturas patológicas e as
fraturas por estresse..

 A substância óssea, embora possua plasticidade, pode não


resistir a forças tensionais de angulação, torção, tração ou
compressão - mecanismos físicos das fraturas.
 Entorse: lesão causada por um movimento brusco que
ultrapassa os limites normais da mobilidade articular. Há 1. Forças de angulação  fraturas transversas ou oblíquas
lesão ligamentar, capsular, membrana sinovial, cartilagem 2. Forças de torção  fraturas espirais
articular. Lesões totais: atv física. 3. Forças de tração  fraturas por avulsão (patela,
maléolos, epicôndilo medial do úmero)
4. Forças compressivas  fraturas de compressão
(fraturas impactadas):osso esponjoso.

 Fratura patológica: ocorre em osso enfraquecido por uma


patologia prévia (osteoporose, MM). Podem ocorrer após
pequenos traumas. COMUM EM IDOSOS: fêmur
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 Fratura por estresse/fadiga: ocorre, não por um trauma


agudo, mas por pequenos traumas repetidos.

 Um osso descondicionado, quando submetido a tensões


não costumeiras, pode “ceder”, determinando geralmente
fraturas incompletas (fissuras) dolorosas. Mais comuns em
pacientes jovens que participam de intensas atividades
esportivas, como longas marchas, corridas sem preparo.

 Fratura dos metatarsos (segundo, terceiro ou quarto) >>>


“fratura do marchador”, e a fratura da tíbia e fíbula (em
corredores). A fratura pode ocorrer nas primeiras 3-4
DIREÇÃO DA LINHA DA FRATURA
semanas de intensa atividade física. Local com mais fratura:
tíbia distal, 2º metatarso.

CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS

Raio X em criança: cartilagem em


crescimento

LOCALIZAÇÃO

 Epifisárias,
metafisárias e diafisárias
 Terço
proximal,médio e distal.

COMPROMETIMENTO ARTICULAR

 Transversa/ Obliqua/ Espiral

 Segmentar: duas linhas de


fratura, separando o fragmento
intermediário do fragmento
proximal e distal.

 Comunitiva: quebra do osso em mais de dois fragmentos,


devido a situações de alto impacto, como acidentes de
carro, com arma de fogo ou quedas graves.
 Extraarticular: podemos verificar que o traço fraturário não
acomete a articulação.  Em avulsão: destacamento do fragmento de osso resultado
 Intrarticular (parcial/total): observa-se a invasão do traço de uma tração do ligamento, tendão ou cápsula articular do
da fratura até na articulação; exige redução (correção do seu ponto de inserção óssea.
desvio da fratura) perfeita pois consolidam mal (dependem
do reparo da cartilagem articular, um tecido não  Impactada: provocada por uma força axial, ou seja, faz com
vascularizado) e têm como consequência futura a que haja penetração de um fragmento ósseo no outro.
osteoartrose ou a perda da função articular. Geralmente ocorre nas transições metafisioepifisárias,
como no colo cirúrgico do úmero ou colo do fêmur e no
corpo vertebral

 Em galho verde:  fratura incompleta do osso, em que um


lado dele permanece íntegro. Este tipo de fratura decorre
da maior elasticidade do osso. Tórus
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SEPARAÇÃO DOS FRAGMENTOS  Plano sagital (anterior, posterior, cavalgamento /


encurtamento, diástase).
 Completa: separação total dos fragmentos; podem ser não
desviadas, quando os fragmentos mantêm o alinhamento, FRATURAS ESPECIAIS
ou desviadas, quando há um desalinhamento desses
fragmentos, necessitando redução da fratura. As fraturas FRATURA DE COLLES
desviadas podem ser: anguladas, cavalgadas, rodadas, com
desvio lateral, com diástase (aumento da distância entre os
fragmentos).

 Incompleta: separação parcial; inclui (1) fraturas lineares


(fissuras), quando o traço de fratura se estende apenas por
uma parte do osso); (2) as fraturas em galho verde; e (3)  Fratura da extremidade distal do rádio com desvio dorsal
algumas fraturas impactadas metafisárias, quando há uma (posterior), onde o fragmento se desloca para trás e para o
ruptura da fina camada de osso cortical que rodeia o osso exterior. Ocorre com freqüência em crianças, geralmente
esponjoso metafisário, também mais comuns em criança. de 6 a 10 anos, e em pessoas idosas, principalmente em
mulheres acima dos 50 anos, em decorrência da
NÚMERO DE FRAGMENTOS
osteoporose. A causa mais comum é uma queda leve sobre
a mão espalmada, onde a extremidade distal do rádio sofre
o impacto, e o fragmento ósseo se desloca posteriormente
e lateralmente.

 Simples: há apenas um traço, sendo uma lesão única que


realiza a transfixação de todo o osso.

 Cunha: são observados dois traços de fratura formando


uma cunha (pelo menos, um terceiro fragmento, porém
com contato entre os dois principais – não obrigatório); se
não houver contato entre os dois principais fragmentos, ela
será dita também complexa.

 Se não houver contato entre os dois principais fragmentos,


ela será dita também complexa, porém, caso haja contato,
estaremos diante de uma fratura cominutiva em cunha.

 Cominutiva (multifragmentada): quando observam-se FRATURA-LUXAÇÃO DE GALEAZZI


múltiplos traços de fratura, com o osso fraturado em vários
seguimentos, podemos classificar esse tipo de fratura como
cominutiva.

 Complexa

MECANISMO DE TRAUMA
 Direto/ Indireto

DESVIO
 Plano frontal (medial, lateral, valgo – para dentro e varo –
para fora )
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 Fratura metafisária do rádio associada à luxação da


articulação radioulnar distal.  O tecido ósseo “novo” é formado diretamente a partir do
próprio osso fraturado e do endósteo. Há proliferação
 Mecanismo de produção da lesão: queda com a mão direta dos ósteons, cruzando o espaço entre os fragmentos,
espalmada e o antebraço em pronação. unem-se de um lado a outro da fratura, sem calo ósseo
(estabilização absoluta - tratamento cirúrgico)
 Com a mão fixa ao solo, a rotação do corpo durante a
queda causa hiperpronação e as forças resultantes cruzam  Secundária: antes de formar osso, há formação de tecido
a articulação radiocarpal, que se encontra fixa, produzindo fibrocartilaginoso intermediário – isso ocorre quando a
fratura da diáfise do rádio. O rádio fraturado, então, estabilidade é relativa (fornecida pela maior parte dos
encurta causando uma lesão do complexo triangular tratamentos: gesso, haste intramedular, fios, fixador
fibrocartilaginoso ou uma fratura do processo estilóide da externo).
ulna

FATURA-LUXAÇÃO DE MONTEGGIA:
 Fratura metafisária da ulna proximal associada com luxação
da cabeça do rádio

FRATURA DE TORUS OU SUBPEIOSTAL


 Só uma cortical é quebrada. Ocorre sob o periósteo;
fratura compressiva do radio, incompleta.  FASE PRECOCE (HEMATOMA FRATURÁRIO) OU FASE
INFLAMATÓRIA: quando ocorre a lesão, pequenos vasos do
osso e de seu envoltório (periósteo) rompem e sangram
>>> formação de um hematoma. Ele coagula e serve de
estímulo para iniciar o processo de consolidação, sendo
invadido por vasos (angiogênese), trazendo consigo células
mesenquimais pluripotentes do TC, originárias do periósteo
ou dos tecidos moles circunjacentes.

 FASE DO CALO FRATURÁRIO MOLE OU FASE REPARATIVA:


FRATURA EM GALHO VERDE primeiras duas semanas, começa a se formar um tecido que
se interpõe aos fragmentos e circunda suas bordas >>>
 Fraturas incompletas
forma abaulamento (calo). Este calo é viscoso e funciona
(afetam apenas uma cortical) que só
como “cola” para o osso. O calo é composto por tecido
acometem o esqueleto imaturo –
fibrocartilaginoso, trazendo alguma resistência e
periósteo é mais espesso; o osso é
estabilidade à fratura, mas não aparece no RAIO X.
“lascado” ou “trincado”, sendo que
um lado dele permanece íntegro.
 FASE DO CALO FRATURÁRIO DURO (CALO ÓSSEO) OU FASE
 Comuns em crianças
DE REMODELAÇÃO: Após duas primeiras semanas, as
pequenas, quando uma força
células mesenquimais começam a gerar osteoblastos que
angulatória produz uma falha no
então começam a produzir tecido ósseo. Este tecido
lado convexo da curva e apenas uma
começa a ser formado num local um pouco distante do
angulação no lado côncavo da fratura.
traço de fratura, aparecendo na radiografia como uma
CONSOLIDAÇÃO DE FRATURAS reação periosteal.

 O osso é um tecido com um enorme potencial de reparo.


 Em seguida, começa a preencher todo o foco de fratura, e
Após um período de 4-8 meses o osso fraturado se
aparece no RX como calo ósseo, bem visualizado ao se
reconstitui sem deixar cicatriz, contanto que fatores
completar seis semanas, mas ainda podemos perceber um
essenciais estejam presentes (boa vascularização e a
tênue traço de fratura > clinicamente estável (consolidação
manutenção da estabilidade da fratura).
clínica), em que provoca-se forças tensionais sem resultar
em movimento entre os fragmentos fraturários e nem dor.
 Primária: ocorre quando existe perfeita aposição entre os
fragmentos fraturários e estabilidade absoluta por
 O calo ósseo vai se tornando mais consistente, à medida
osteossíntese por placa e parafuso (cirurgia estabilizadora
que o tecido ósseo primitivo (osso imaturo) inicialmente
de fratura).
depositado é convertido em tecido ósseo maduro (osso
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lamelar) >>> se completa após 4-8 meses, sendo mais


rápido nas crianças; no RX não se observa mais traço de
fratura (consolidação radiológica).

RETARDO DE CONSOLIDAÇÃO
 A fratura não consolida no tempo real esperado: mais de
6-8 semanas para a consolidação clínica e mais de 4-8
meses para consolidação radiológica. Causas: redução
inadequada, imobilização inadequada ou interrompida,
traumatismo local muito grave, alteração vascular, infecção,
defeitos ósseos, diástase dois fragmentos, idade avançada.

CONSOLIDAÇÃO VICIOSA
 Consolida no prazo normalmente esperado, porém em uma
posição insatisfatória, resultando em uma deformidade
óssea residual. Se a fratura consolidar com grande
deformidade angular, isto causa problemas: implicação
estética e até limitação ou perda de função do membro. O
tratamento é a osteotomia corretiva. DIAGNÓSTICO
NÃO CONSOLIDAÇÃO (PSEUDOARTROSE)  História de trauma, dor e impotência funcional (não
consegue utilizar o membro ou a articulação fraturada).
 Ausência de consolidação 9 meses após a fratura (OMS).
Nenhuma fratura pode ser considerada como
pseudoartrose antes que tenham decorrido 6 meses do  EXAME CLÍNICO: dor exacerbada pela palpação no foco de
traumatismo. fratura e pela angulação dos fragmentos fraturários. Nota-
se tumefação local e, por vezes, equimoses e crepitação
(tátil do atrito entre as extremidades ósseas fraturadas).
 SINAIS RADIOGRÁFICOS: atrofia óssea, regularidade dos
bordos da fratura, canal medular fechado, mobilidade
anormal do foco  Avaliar o pulso periférico e a presença ou ausência de sinais
de isquemia distal (dor, palidez, redução da temperatura),
pois fraturas desviadas podem lesar gravemente uma
 FATORES CONTRIBUINTES: diástase dos fragmentos,
artéria circunvizinha.
defeito ósseo, instabilidade mecânica, manipulações
repetidas, interposição de partes moles entre os
fragmentos, déficit vascular.  HISTÓRIA CLÍNICA: mecanismo da lesão, tempo decorrido
(até 6 horas é contaminada, após 6 horas é infectada),
tratamentos anteriores, vacinação, doença prévia (paciente
 TIPOS: Normotróficas, hipertróficas e Atróficas.
com osteoporose fraturado, é obrigado tratar), uso de
medicamentos, tabagismo (nicotina).
 QUANDO HÁ INFECÇÃO: ressecção total dos tecidos
necróticos e infectados, e os procedimentos de
 QUADRO CLÍNICO: dor, edema, equimose, deformidade,
reconstrução óssea e de partes moles devem ser
crepitação, impotência funcional, vásculo-nervoso
planejados.
(síndrome compartimental). Radiografia em, no mínimo,
duas incidências perpendiculares entre si - AP e perfil. **
 MÉTODO DE CORREÇÃO: fixadores externos (ILIZAROV),
PCT URGENTE – EXPOSTA/SINAIS HEMORRÁGICOS**
permitindo correções de deformidades, alongamentos,
encurtamentos, e evitando a presença de materiais de TRATAMENTO
síntese internos que podem favorecer a manutenção de um
quadro infeccioso.  OBJETIVOS DO TRATAMENTO DEFINITIVO: Alívio da dor/
Obter e manter uma posição satisfatória dos fragmentos
fraturários (reduzir a fratura)/ Manter a redução
(imobilização gessada, órtese ou fixação cirúrgica)/
Restaurar a função máxima do osso ou articulação
envolvidos
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 REDUÇÃO ABERTA (CIRÚRGICA): extremamente


cominutivas e instáveis, especialmente quando em posição
intra-articular, pois os resultados da redução fechada
costumam ser insuficientes.

ESTABILIZAÇÃO
 A imensa maioria necessita de estabilização, para manter os
fragmentos alinhados, mesmo com ausência de desvio.

 IMOBILIZAÇÃO APENAS POR CONTENÇÃO EXTERNA:


aparelho gessado. Exemplos: fraturas diafisárias estáveis
umerais, do antebraço (rádio e ulna) de crianças e da perna
(tíbia e fíbula). Faz acompanhamento radiográfico. O tempo
mínimo numa fratura não fixada internamente é de 6
semanas. Fraturas de falanges consolidam em 3 semanas.
Complicações: isquemia de extremidades (contenção do
edema pelo gesso) e úlcera de pressão (compressão da pele
e subcutâneo pelo gesso sobre uma proeminência óssea).

 FIXAÇÃO EXTERNA: fraturas diafisárias expostas de grau


REDUÇÃO avançado ou intensamente cominutivas da tíbia, e fraturas
 Realinhar os fragmentos, pois, sem, trará problemas para a da extremidade distal do rádio (Colles cominutiva). Centro
consolidação (instabilidade), para a função cirúrgico: três ou mais pinos ou parafusos são fixados no
musculoesquelética e até mesmo estéticos. osso, abaixo e acima do foco de fratura e mantidos juntos
por barras externas para permitir a fixação firme da fratura.
 REDUÇÃO FECHADA POR MANIPULAÇÃO: sob anestesia. É
feita uma tração longitudinal, corrigindo a angulação,  FIXAÇÃO INTERNA: o aparato fixador encontra-se dentro.
seguida de uma manipulação que acentua a deformidade Dispositivos de osteossíntese: parafusos, canulados ou
da fratura para depois “engrenar” os fragmentos deslizantes, placas de fixação (que seguram parafusos
fraturários. transfixantes), pinos, fios de Kirschner, cerclagem, bandas
de tensão, hastes intramedulares (cilindros metálicos
 Após a redução, uma radiografia com duas incidências colocados no interior do canal medular de um osso longo
deve ser obtida, para avaliar o resultado. Exemplos: para estabilizar fraturas diafisárias).
fraturas diafisárias, fratura desviada supracondiliana do
COMPLICAÇÕES
úmero em crianças, fratura de Colles (da extremidade distal
do rádio) no adulto, fratura das falanges.  Fase aguda: lesões vasculonervosas, hemorragia excessiva,
síndrome compartimental.
 REDUÇÃO FECHADA POR TRAÇÃO CONTÍNUA: para vencer  Fase Intermediária: infecção (fratura exposta), perda de
a contratura muscular, aplica-se uma tração contínua no redução, falência ou escape do material de síntese.
fragmento fraturário distal, no mesmo eixo do fragmento  Fase Crônica: não consolidação, consolidação viciosa,
proximal para que a tensão da musculatura seja aliviada refratura.
paulatinamente, permitindo o alinhamento da fratura.
 LESÃO ARTERIAL: aa axilar (ombro), aa braquial
 Em adultos é preciso utilizar a tração esquelética: pino de (supracondiliana do úmero), aa femoral (diafisária do
Steinman ou fio de Kirschner é introduzido através do osso fêmur), aa poplítea (extremidade distal do fêmur ou
e ligado a um estribo tensor que, por sua vez, é puxado por proximal da tíbia), aa dorsal do pé ou pediosa (fraturas do
um mecanismo de peso e roldana. antepé).

 Os pacientes em tração contínua devem ser monitorados  OSTEOMIELITE E ARTRITE SÉPTICA Decorrente da própria
radiograficamente. A tração deve permanecer por pelo fratura (fratura exposta) ou do tratamento cruento. A
menos duas semanas. Exemplos: fraturas diafisária fratura não consolida na presença de infecção. Fazer
desviadas do fêmur em crianças (ou em adultos que estão estudo bacteriológico do osso.
esperando a cirurgia por problemas clínicos a serem
compensados), fratura-luxação da coluna cervical. – usada.
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 SÍNDROME COMPARTIMENTAL: é particularmente


frequente no compartimento flexor do antebraço e no  Concomitante a esta fase inicial faz cobertura da ferida com
compartimento anterior da perna. Aumento da pressão curativo estéril e imobilização provisória (tala). A sala de
dentro do compartimento: hematoma pela rotura de um emergência é um local contaminado e não constitui um
vaso arterial ou venoso no interior do compartimento local adequado para exame ou manipulação da ferida,
fascial, e edema que se instala rapidamente pela fratura e devendo ser realizado em CC.
lesão grave associada de tecidos moles, especialmente os
músculos esqueléticos, e o edema por isquemia-reperfusão  EXAME ORTOPÉDICO: avaliação de pulsos periféricos e
causado por lesão arterial. perfusão, assim como exame neurológico e avaliação de
partes moles. Somente partimos para a avaliação
 Lesões por esmagamento, queimaduras, gesso apertado, radiológica após examinar e estabilizar o paciente e o
curativos compressivos, lesão muscular por uso excessivo membro afetado.
são importantes fatores de risco.
 Pacientes instáveis ou com risco de morte devem ter o
FRATURAS ABERTAS exame de imagem realizado no centro cirúrgico. S. aureus.
 Comunicação entre o meio ambiente externo e a fratura, Aumento por Gram-negativos e infecções mistas.
uma lesão de partes moles complicada por um osso
quebrado.

 FRATURA EXPOSTA OCULTA: a exposição da fratura ocorre
na boca, tubo digestivo, vagina e ânus. Existem casos em
que a ferida na pele é pequena e distante do foco de
fratura, o que deixa dúvida. Ferida na pele em membro com
fratura considera-se fratura exposta até que prove o
contrário.

 CARACTERÍSTICAS: Contaminação por bactérias do


ambiente externo/ Desvascularização tecidual/ Perda de
função por lesão tecidual.

CLASSIFICAÇÃO DE GUSTILLO E ANDERSON


 (1) característica das lesões das partes moles, (2)
configuração da Fratura e (3) grau de contaminação.

 Situações especiais: classificadas como grau III,


independente do tamanho da ferida: TRATAMENTO CIRÚRGICO
 Fratura por Projétil de Arma de Fogo de alta energia  Encaminhar para o cc em até 4-6 horas decorridas do
 Fratura segmentar acidente. Apenas no cc, após anestesia, assepsia e
 Fratura exposta com > 6 h de evolução antissepsia pode explorar a ferida. Inicialmente, faz
 Fraturas expostas ocorridas em ambientes contaminados desbridamento dos tecidos desvitalizados e a lavagem
Ambiente rural mecânico cirúrgica com pelo menos 10 litros de solução
salina.
TRATAMENTO INICIAL
 O desbridamento é o ato cirúrgico mais eficaz e tem por
 ABCDE do ATLS, sendo a primeira atenção dada à finalidade remover corpos estranhos, tecidos
ressuscitação (problemas graves: dificuldade respiratória; desvitalizados, reduzir contaminação e criar ferida
hemorragia aguda; choque), quando necessária, seguida de vascularizada. 4 “C” (cor, contratilidade, circulação e
estabilização clínica do paciente.
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consistência). Caso não apresente viabilidade o tecido


deve ser retirado.
 Fechamento da Ferida
 Estabilização e fixação anatômica das fraturas
 Redução da contaminação bacteriana
 Profilaxia do tetano e uma reabilitação precoce

 As feridas devem ser deixadas abertas para posterior


fechamento. Nas feridas limpas, provocadas por baixa
energia minimamente contaminadas, podemos optar por
fechamento primário.

 As fraturas tipo I preenchem este requisito. As do tipo II


devem ser julgadas e as do tipo III nunca devem ser
fechadas primariamente. Sempre que houver dúvida, deixe
aberta. Então após 48 horas podemos fechar a ferida
second look.

AMPUTAÇÃO
 Caso de lesões por esmagamento com isquemia quentes
superior a 6 horas, lesão vascular irreparável, amputação
completa de membros inferiores e lesão irreparável de
nervo ciático ou nervo tibial em pacientes com fraturas do
tipo IIIC de Gustilo.

AULA
 Distância entre ossos: 3-4mm, para as cel pluripotentes –
osteoblastos possam ploriferar
 Pseudoartrose: caso não haja consolidação óssea
 Estabilização relativa: formação de calo ósseo, com
micromovimanetação 6-8 semanas para união definitiva
 Gessos> tipo na perna e punho
 Ausência de dor: sinal de consolidação do osso + raiox
 Incruenta: não aborda o foco de fratura
 Cruenta: abre, disseca, afasta o nervo
 Retalho: vai com o pedículo vascular, enquanto no enxerto
vai só o tecido
 Analisar desvio para cirurgia e se exposta ou não

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