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INFORMAÇÕES
GERENCIAIS
Introdução
Você sabia que os sistemas Customer Relationship Management (CRM)
capturam e integram dados do cliente provenientes de toda a organi-
zação, consolidam e analisam essas informações e, depois, distribuem
os resultados por vários sistemas e pontos de contato com o cliente
espalhados por toda a empresa?
Neste capítulo, você compreenderá o conceito de um sistema CRM
e suas contribuições dentro de uma organização, bem como entender o
conceito e a necessidade de uso de um CRM na empresa, diferenciando
CRM estático e dinâmico e percebendo como CRM auxilia o atendimento
e seu impacto no processo.
tempo de vida muito curto, por isso as empresas estão percebendo que a única
força competitiva duradoura pode estar no relacionamento com os clientes.
Segundo Laudon e Laudon, a base da concorrência deixou de ser quem vende
mais produtos e serviços para ser quem é o “dono” do cliente, e os relacio-
namentos com o público representam o ativo mais valioso de uma empresa.
Alves Júnior (2018) destaca que o raciocínio desenvolvido pela autora é
o de que o CRM usa a tecnologia que permite enriquecer o relacionamento
com os clientes. Essa tecnologia propicia, ainda, a coleta de informações sobre
qualquer contato do estabelecimento em que ocorra o relacionamento com
os clientes, por quaisquer meios, inclusive o modo on-line e em tempo real.
Isso gera oportunidades para que os dados financeiros e de vendas subsidiem
análises e estudos acerca das práticas, posturas e comportamentos dos clientes.
Richers (2000Richers (2000 apud ALVES JÚNIOR, 2018) concorda com o
raciocínio de Bretzke (2000 apud ALVES JÚNIOR, 2018) e acrescenta que
a finalidade do CRM é elevar a lucratividade e a receita das empresas por
meio de automação do nível de satisfação daqueles que utilizam os bens e
os serviços comercializados. Borges (2004 apud ALVES JÚNIOR, 2018)
comunga desses mesmos pensamentos e sentencia que o CRM visa conhecer
o cliente por meio de seu histórico de consumo para direcionar produtos ou
serviços prestados, obtendo alta taxa de retenção.
Vendas
Vendas por telefone
Vendas pela web
Vendas no varejo
Vendas em campo
Cliente
Atendimento ao cliente
Marketing
Mensagem de texto
por celular: 6,7%
Telefone: 30,8%
E-mail: 17,3%
Web: 16,0%
Alves Júnior (2018) destaca que o sucesso do CRM está ligado não só ao parque
tecnológico a ser implantado, mas também à forma de relacionamento com
o cliente e ao comprometimento dos colaboradores com o projeto. Brambilla
(2006 apud ALVES JÚNIOR, 2018) relata que CRM “é uma estratégia e não
uma tecnologia”. Nesse mesmo raciocínio, Brambilla (2006 apud ALVES
JÚNIOR, 2018) afirma que no projeto de implantação do CRM, todos os
funcionários da empresa, em menor ou maior grau de envolvimento no projeto,
devem ter consciência da importância da sua contribuição em detrimento dos
resultados.
Por mais que a dimensão tecnológica seja importante, deve-se considerar
o caráter organizacional, já que poderá agir no sentido de facilitar ou destruir
os esforços da implementação do sistema do CRM. Nesse sentido, a dimensão
organizacional engloba as seguintes variáveis:
8 Sistemas CRM (Customer Relationship Management)
Dados de cliente
CRM operacional
Segundo Greenberg (2012 apud WELTER et al., 2018), no CRM operacional
encontram-se funções que envolvem serviço a clientes, gerenciamento de
pedidos, faturamento e cobrança e automação e gestão de marketing e vendas.
O CRM operacional trata da automação dos processos de relacionamento, e
é no que hoje a maioria das empresas está focada.
Envolve o back office, como o gerenciamento de pedidos, produção,
gerência de cadeia de fornecimento e sistemas legados; o front office, pela
automação de vendas, de marketing e de atendimento; e o sistema móvel
de vendas e o atendimento em campo (AUTRAN, 2012 apud WELTER
et al., 2018).
CRM colaborativo
Segundo Greenberg (2012 apud WELTER et al., 2018), trata-se do centro de
comunicação, da rede de coordenação que fornece os caminhos para clientes
e fornecedores. Abrange as funções de CRM que proveem pontos de interação
entre cliente e canal.
Sistemas CRM (Customer Relationship Management) 11
É toda a interação com o cliente por meio de contato por voz, con-
ferências e conferências via web, e-mail, gerenciamento de respostas,
fax, cartas e interação direta (lojas físicas, quiosques, distribuidores,
lojas virtuais). Engloba todos os pontos de contato com o cliente em que
ocorre a interação entre ele e a empresa. É fundamental que esses pontos
de contato estejam preparados para interagir com o cliente e transmitir as
informações levantadas para os sistemas do CRM operacional (AUTRAN,
2012 apud WELTER et al., 2018).
CRM analítico
Segundo Greenberg (2012 apud WELTER et al., 2018) é aqui que ocorrem
a captação, a armazenagem, a extração, o processamento, a interpretação e
a apresentação dos dados do cliente a um usuário. É o estratégico do CRM,
pois contempla as funções de análise do desempenho e da inteligência dos
negócios. Com o CRM analítico é possível identificar os clientes e deter-
minar como cada um deve ser tratado (AUTRAN, 2012 apud WELTER
et al., 2018).
Alves Júnior (2018) apresenta um estudo sobre os tipos de CRM, em que
diz que existem basicamente três tipos de CRM: o operacional, o analítico
e o colaborativo (PEPPERS; ROGERS, 2004 apud ALVES JÚNIOR, 2018).
Com o advento do mundo web, uma outra categoria surgiu e os autores a
denominam e-CRM5.
Segundo este autor, o modelo operacional compreende módulos de call
center, serviço de atendimento ao cliente, automatização da força de vendas,
entre outros. Dessa forma, fica a cargo do CRM operacional integrar-se com
todas as ferramentas tecnológicas, provendo um melhor atendimento ao cliente,
por meio da racionalização e da otimização dos processos da empresa, conforme
assevera Valente (2002 apud ALVES JÚNIOR, 2018).
O modo colaborativo, descrito por Peppers e Rogers (2004 apud ALVES
JÚNIOR, 2018), envolve todos os pontos de interação com o cliente. A tecno-
logia da informação (TI) permite automatizar esses pontos de contato, bem
como disseminar as informações deles por meio do sistema CRM.
Nesse mesmo sentido, Valente (2002 apud ALVES JÚNIOR, 2018) men-
ciona que o modelo colaborativo permite que as empresas respondam a desafios
específicos em cada etapa do ciclo de vida do cliente, seja em prospecção,
venda, atendimento ou retenção. Vale ressaltar que o cliente é visto em sua
totalidade e que o atendimento passa por fases que devem ser feitas seguida-
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mente e com zelo, para que o cliente perceba o atendimento como completo
e preciso.
O modelo analítico é a fonte de toda a inteligência do processo, servindo,
principalmente, para determinar a estratégia de diferenciação de clientes,
bem como para acompanhar hábitos e identificar necessidades, o que torna
a relação com os melhores clientes o mais fácil possível, conforme relato de
Peppers e Rogers (2004 apud ALVES JÚNIOR, 2018). O Quadro 1 apresenta
um comparativo entre esses três tipos de sistemas CRM.
Tipos de
CRM e suas
características Operacional Colaborativo Analítico
Visa à criação
de canais de
×
relacionamento
com os clientes
Visa a obter o
conhecimento ×
dos clientes
Batista (2006, apud WELTER et al., 2018) destaca que um CRM, quando
bem implantado e bem utilizado, permite melhorar vários pontos dentro de
uma empresa, como as informações, a automatização de processos, o foco em
parceiros, as vendas cruzadas, o marketing O2O (um a um), e o feedback do
produto ou serviço. Assim, o sistema proporciona vendas casadas e mensa-
gens direcionadas a cada cliente, aumentando o faturamento da organização,
principalmente o lucro, por meio das melhores satisfação e retenção do cliente,
bem como os melhores custos para adquirir e manter seus clientes fiéis.
Segundo o site Revista Inf., ao orientar os processos e fornecer ao pessoal
do departamento comercial, de marketing e de assistência uma melhor e mais
completa informação sobre o cliente, o CRM permite às organizações estabe-
lecer relações mais lucrativas com os clientes e reduzir os custos operacionais.
Em todos os setores, o CRM efetivo é um imperativo estratégico para
o crescimento e sobrevivência empresarial. Conforme Laudon e Laudon
(2007, apud WELTER et al., 2018), quando uma empresa faz uso do CRM,
ele pode colaborar com as campanhas de marketing direto, pois oferecem a
possibilidade de capturar dados de clientes e prospects, fornecer informações
sobre produtos e serviços, classificar indicações para marketing direcionado
e programar e monitorar e-mails ou correspondências de marketing direto.
Dessa forma, a empresa pode utilizar esse conhecimento ao interagir com o
cliente, prestando-lhe melhor atendimento, ou oferecendo-lhe novos produtos
e serviços. Contudo, esse sistema também pode identificar clientes lucrativos e
não lucrativos. A partir dessa informação, é possível direcionar a comunicação
para aqueles que mais contribuem para o faturamento da empresa, ou formatar
estratégias para aumentar a lucratividade dos clientes de menor faturamento.
https://goo.gl/ChSM9i
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Desafio
Segundo REIS (2012), o desafio era ter, em tempo real e em todos os países, informações
corretas e atualizadas sobre os negócios da empresa, para que todas as operações
mundiais soubessem o que acontecia em cada localidade em termos de clientes e
vendas, compartilhando informações por toda a empresa. Antes da implementação
do CRM, todas as informações estavam em planilhas do Microsoft Excel.
Solução
REIS (2012) afirma que a Medcenter precisava de uma ferramenta que não exigisse
compra de hardware nem aumento da infraestrutura da tecnologia. O Software de
CRM que a empresa implantou foi o Salesforce, pois ele oferecia baixo custo inicial de
implementação da solução, rapidez na adoção e no uso da nova tecnologia.
Resultados
Segundo Carlos Eduardo Reis, presidente e principal executivo da Medcenter Solutions,
os resultados foram uma mudança cultural da empresa para a utilização da ferramenta,
acesso a informações de desenvolvimento de negócios em outros países, acesso rápido
e completo a esses dados críticos para o desenvolvimento de negócios e capacidade
de utilizar informações consolidadas, centralizadas e consistentes, melhorando muito a
eficiência. “Não posso ir para uma reunião em outro país sem saber o que acontece lá.
Hoje tenho acesso rápido e completo a esses dados críticos para o desenvolvimento
de negócios, tenho a capacidade de utilizar informações consolidadas, centralizadas
e consistentes, melhorando muito nossa eficiência por um custo bastante acessível.”
Reis (2012) afirma que precisam, para tomar decisões sobre novos produtos, cam-
panhas de propaganda ou outras iniciativas. “Se um gerente sempre precisar localizar
algumas peças-chave de informação, seremos capazes de construir um painel para
isso”, diz Gerbus. “Mas também forneceremos as ferramentas para que consigam a
aplicação ou fonte de dados para uma análise mais profunda”.
Fonte: Welter, F. A., 2018.
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Leituras recomendadas
LIMA, A. T. P; GORAYEB, D. M. C; SILVA, K. C. N. Sistemas de Informação. Manaus (AM):
UEA Edições, 2010.
O’BRIEN, J. A. Sistemas de informação e as decisões gerencias na era da internet. Tradução
Célio Knipel Moreira e Cid Knipel Moreira. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.