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Provisões

As empresas estão expostas a diversos riscos que podem afetar o seu património. Para
fazer face a estes riscos, resulta a necessidade de criar provisões – provisão como meio
contabilístico para fazer face a perdas potenciais futuras.

As provisões têm por objeto reconhecer as responsabilidades cuja natureza esteja


claramente definida e que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou certa,
mas incertas quanto ao seu valor ou data de ocorrência – provisão como passivo de
tempestividade ou quantia incerta.

Uma provisão deve ser reconhecida quando:


1. A empresa tem uma obrigação presente (à data de relato), que pode ser legal
(decorrente de um contrato ou lei) ou construtiva (decorrente de práticas passadas
que criaram expectativas válidas), resultante de um acontecimento passado;
2. É provável a saída de recursos da empresa (outflow / exfluxo) para liquidar a
obrigação;
3. Possa ser feita uma estimativa fiável do seu valor.

Árvore de decisão

- Obrigação legal?
- Obrigação construtiva?
- Obrigação presente?
- Resultante de um acontecimento
passado?

Se a probabilidade de que o acontecimento


ocorrerá for maior do que a probabilidade
de isso não acontecer
Obrigações

As obrigações podem ser legalmente impostas como consequência de um contrato


vinculativo ou de requisito estatutário. Este é geralmente o caso, por exemplo, de
quantias a pagar por bens e serviços recebidos. As obrigações também surgem, porém,
das práticas normais dos negócios, costumes e de um desejo de manter boas relações
negociais ou de agir de maneira equilibrada.

- Obrigação legal: a liquidação da obrigação pode ser imposta legalmente;

- Obrigação construtiva: o evento (que pode ser uma ação da própria entidade) cria
expectativas válidas em terceiros de que ela cumprirá a obrigação.

Nota: A provisão contabilística não poderá ser criada como antecipação de um evento
futuro: a provisão só pode ser criada quando a obrigação presente foi despoletada por
um acontecimento passado.

Prudência: a inclusão de um grau de precaução no exercício dos juízos necessários ao


fazer as estimativas necessárias em condições de incerteza

Passivo Contingente
1. Obrigação possível que provenha de acontecimentos passados, mas cuja existência
só será confirmada pela eventual ocorrência de acontecimentos futuros incertos não
totalmente sob controlo da entidade.

OU

2. Obrigação presente que decorra de acontecimentos passados, mas que não é


reconhecida porque:
- Não é provável um exfluxo de recursos para liquidar a obrigação;
- A estimativa do seu valor não pode ser feita com suficiente fiabilidade.

Divulgação no anexo

Ativo Contingente

 De forma simplista: são os ativos que apenas são possíveis.


 Mais formalmente: possível ativo proveniente de acontecimentos passados e
cuja existência somente será confirmada pela ocorrência ou não ocorrência de
um ou mais acontecimentos futuros incertos não totalmente sob o controlo da
entidade.
 Um ativo contingente nunca é reconhecido
 Um ativo contingente é divulgado se e só se for provável a ocorrência de um
influxo de benefícios económicos.

Notas:
- As provisões, os passivos contingentes e os ativos contingentes devem ser revistos
todos os anos, para refletir a melhor estimativa à data do balanço!
- Uma vez que contabilisticamente os ativos e passivos contingentes não são objeto de
reconhecimento nas demonstrações financeiras

Mensuração inicial da provisão

 A quantia reconhecida como uma provisão deve ser a melhor estimativa do(s)
dispêndio(s) exigido(s) para liquidar a obrigação presente à data de balanço.
 A melhor estimativa é muitas vezes referida como o “valor esperado” (expected
value) da obrigação, podendo ser definido como a quantia que a entidade
pagaria, correntemente, para solver a obrigação ou transferir a obrigação para
uma terceira parte (por exemplo, para uma seguradora)
Mensuração subsequente da provisão

 As provisões devem ser revistas à data de balanço e ajustadas para refletir a


melhor estimativa corrente.
 Assim, se deixar de ser provável que será necessário um exfluxo de recursos
que incorporem benefícios económicos futuros para liquidar a obrigação, a
provisão deve ser revertida.

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